Apaixonada pelo irmão da minha melhor amiga
Apaixonada pelo irmão da minha melhor amiga
Por: Flavia Mirandah
Prólogo

Luana

— Manhêeeeeee... Vou ficar com a Sr.ª Veiga, a Alice me chamou para almoçar com eles. Tudo bem? — pergunto para minha mãe, que se arruma para ir ao supermercado com meu pai.

— Tudo bem, filha, mas não vai dar trabalho, assim que retornarmos, te chamo. Não pretendemos demorar.

— Obrigada, mamãe, te amo!

— Também te amo, filha!

Me despeço dos meus pais com um beijo e um aperto toma conta do meu peito, sinto algo que não consigo entender, sigo pensativa ao encontro da minha amiga, que me aguarda próximo a piscina.

— Vamos pra sala, os meninos já estão esperando para jogarmos videogame, vamos jogar contra eles e tenho certeza que vamos arrasar — diz confiante.

Não respondo. Apenas caminho em silêncio ao seu lado e apesar de gostar muito da companhia dos meus amigos, não consigo relaxar completamente.

Rodrigo irmão de Alice e Beto seu melhor amigo, já estão com o vídeo game ligado prontos para iniciar a partida.

Jogamos garotos contra garotas e pela primeira vez depois de uns minutos conseguimos a vantagem no jogo — mal sabem eles que pegamos todas as dicas disponíveis na internet!

— Crianças, o almoço já está na mesa, venham antes que esfrie — dona Roberta, mãe da Alice fala ao abrir a porta do quarto.

— Poxa, mãe! Agora que estamos ganhando? — Alice fala manhosa tentando convencer a mãe.

— Sim, agora, lavem as mãos e venham! — dona Roberta fala com tom bravo, mas abre um sorriso depois.

***

Depois do almoço sentamos na varanda para jogar conversa fora, pois os garotos não queriam continuar o jogo por estarem perdendo, mas Alice que não consegue ficar muito tempo sem fazer nada, se levanta e sai correndo nos deixando sem entender o que essa maluquete iria fazer, não muito tempo depois, ela volta com uma garrafa fazia nas mãos rindo.

— Vamos brincar de verdade ou desafio! — Alice intima. — Com algumas regras: quem a garrafa apontar faz a pergunta e todos são obrigados a responder, caso alguém escolha desafio, a pessoa que perguntou escolhe a prenda a ser paga.

— Agora ficou perigoso esse jogo, temos que torcer para nunca cair na Ali, ela vai aprontar com a gente — digo olhando para os meninos.

Os meninos se entreolham e dão de ombros, sabendo que tentar discutir ou argumentar com Alice, é desperdício de tempo.

Ela se posiciona rodando a garrafa e segundos depois ela para em minha frente.

— E aí Luana, o que quer saber? — Alice diz animada.

— Deixa eu ver... o que vocês esperam do futuro? Ou melhor, vocês acreditam que daqui a alguns anos ainda seremos amigos? — digo depois de pensar alguns segundos.

— Nossa, Luana, é para ser uma brincadeira divertida! Pode perguntar qualquer coisa e você vem com essa pergunta? — Ali diz inconformada. — Que coisa mais sem graça!

— Sempre seremos amigos.  — Beto é o primeiro a responder. — E eu vou ser o engenheiro mais gostoso da cidade — ele ergue a camisa e mostra o abdômen —, olha o meu tanquinho e com muitas mulheres ao meu redor. Ah... vou ter muito dinheiro.

— Agora minha vez — Alice comenta ao meu lado. — Eu vou estar formada, trabalhando em um dos escritórios do papai e é lógico que estaremos juntos... faremos parte da mesma família, eu casada com o Beto e você, Luana, com o Rodrigo! — Sinto meu rosto corar nesse momento, não sei de onde minha amiga tira essas ideias — Vai ser tão lindo! Vamos ter um casamento duplo — Ela suspira enquanto coloca a mão no peito com o olhar sonhador.

— Tá ficando louca, Alice! — Rodrigo responde irritado. —Eu nunca vou me casar, imagina eu, Rodrigo Veiga, amarrado a uma mulher! Nem que o inferno congele!!!

— Olha o que tá falando, hein, irmãozinho! Um dia vou lembrar essa conversa e vamos ver quem vai estar com a razão. — Alice fala debochada...

Para evitar que os irmãos discutam, giro a garrafa que, para o nosso azar, cai virada para Alice que abre um sorriso enorme.

Há! Agora quero ver, vamos começar com a Luana. — Seu olhar agora é indecifrável e ao mesmo tempo sei que ela vai aprontar para mim. — Se tivesse que escolher agora, um namorado, quem seria o felizardo, Beto ou Rodrigo?

Fuzilo Alice com o olhar, pois tenho certeza que ela se lembra do dia que eu estava olhando uma foto de Rodrigo.

— Vamos Luana, afinal de contas, não deve ser tão complicado responder. — Alice provoca diante do meu silêncio.

— Acho que escolheria o Rodrigo — falo baixo e cubro meu rosto com as mãos logo em seguida, envergonhada.

— Não falei que teremos casamento duplo? — Alice diz gargalhando, tirando minhas mãos do meu rosto, enquanto os garotos trocam olhares em silêncio.

Quando Alice segura a garrafa novamente para girar, ouvimos uma buzina, e Beto se levanta rapidamente.

— Meu pai chegou. Tchau, meninas. Falou aí, Rodrigão.

— Que pena! Agora a brincadeira estava ficando interessante. — Alice fala desanimada.

— Alice! Filha! Pode vir aqui um pouco. — A mãe de Alice grita, chamando-a.

— Juro que não foi minha culpa. — Alice vai ao encontro da mãe resmungando.

Eu e Rodrigo ficamos sozinhos, ele levanta do local onde está sentando-se ao meu lado.

— Também escolheria você. — Meu coração b**e acelerado, abaixo os olhos sem coragem de olhar para ele. — Quando formos adultos, formados, prometo que se casar vou escolher você e seremos muito felizes.

Tomo coragem e subo meu olhar para o seu rosto, nos encaramos durante algum tempo, até que um movimento na garagem seguidos por um grito da dona Roberta chama nossa atenção.

Corremos para a garagem e logo avisto dois policiais conversando com o senhor Clóvis, pai de Rodrigo, enquanto dona Roberta chora abraçada a ele.

Assim que nos vê, eles param de falar, os policiais olham triste em minha direção

— Luana, querida... — senhor Clóvis diz baixo, assim que me aproximo com Rodrigo — precisamos conversar! — Rodrigo segura minha mão firme, olho para ele e depois para seu pai, novamente meu coração acelera, porém ao contrário do que aconteceu minutos atrás, a sensação não é boa. Meus olhos se enchem de lágrimas e começam a cair sem permissão. — Querida, venha aqui ao meu lado — senhor Clóvis diz. — Aconteceu um acidente, bateram no carro dos seus pais e meu anjo, eu sinto muito.

— NÃO! NÃO! NÃO! NÃO QUERO SABER!!! — Me solto de Rodrigo e saio correndo para a casa dos fundos, onde moro com meus pais com os olhos turvos devido as lágrimas.

Entro em casa e não há barulho da minha mãe na cozinha ou a TV ligada no canal de esportes favorito do meu pai, vou até o quarto deles e é possível sentir no ar o cheiro do perfume preferido da minha mãe.

Sento no chão, próximo a cama e choro baixinho, não quero pensar na possibilidade de nunca mais ver meus pais, que eles não vão me ver entrar na faculdade, que nunca mais terei o colo do papai, que nunca mais vou ouvir minha mãe contando histórias de quando tinha minha idade.

Deito encolhida e não sei quanto tempo fico ali, até que ouço alguns passos, me coração b**e forte na esperança de ver meus pais entrando e falando que tudo não passou de um engano, que estão bem e não estavam envolvidos no acidente...

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