Luana
A porta se abre e uma luz ilumina meu bonitão, que está lindo de terno, ele segura uma rosa azul na mão e ainda cantando, caminha lentamente até onde estou, Carol já não está mais ao meu lado, agora somos somente nós dois, ou melhor, nós três.
Foi assim, como ver o marA primeira vezQue meus olhosSe viram no seu olhar
Não tive a intençãoDe me apaixonarMera distração e já eraMomento de se gostar
Quando eu dei por mimNem tentei fugirDo visgo que me prendeuDentro do seu olhar
Quando eu mergulheiNo azul do marSabia que era amorE vinha pra ficar
Daria pra pintar todo azul do céuDava pra encherO universo da vidaQue eu quis pra mim
RodrigoTer Luana desmaiada em meus braços não fazia parte dos planos, me desespero e não sei como agir.— Rodrigo, solta ela um pouco. — É a voz da doutora Valquíria. — Ela precisa de espaço para respirar e eu de espaço para examiná-la enquanto a ambulância não chega.— Não, ela precisa de mim.— Filho, por favor, deixa a médica trabalhar. — Ainda estou com Luana em meus braços, ela respira com dificuldade — Dá um pouco de espaço. — Meu pai coloca a mão em meu ombro e contra a minha vontade me afasto um pouco, deitando-a no chão.Todos os convidados estão próximos a nós, sento no chão coloco as mãos em meu rosto não conseguindo controlar as emoções e choro feito criança.— Vai dar tudo certo, cara!
LuanaSou transferida rapidamente para o centro cirúrgico, Rodrigo está assustado com a quantidade de pessoas na equipe, e sei que isso é um pequeno exagero por parte de Carol e Benício.Depois de alguns minutos de esforço e com uma dor suportável, ouço um barulho mais lindo de todos: o choro do meu bebê. Rodrigo que até então está ao meu lado segurando a minha mão, vai em direção a Valquíria que está com meu filho nos braços.— Olha quem está aqui, Tavinho — ela diz entregando meu bebê para o ele. — Papai veio te conhecer...— Olá, meu amor! Eu sou seu papai, lembra como conversávamos quando você ainda estava na barriga da mamãe? — É lindo ver meu marido com nosso filho nos braços, o engraçado foi que Otávio assim que foi passado para o colo
Cinco anos depois...Rodrigo— Mas papai... oxê plometeu para eu que vamu blincar de bola hoje? — Tavinho fala fazendo bico.— Eu sei, garotão, mas primeiro precisamos pegar a mamãe no hospital antes de irmos para o parque — explico enquanto prendo o cinto de segurança na cadeirinha, faz uma semana que combinamos que ir ao parque jogar bola e Tavinho não vê a hora de poder brincar.— A imãzinha vai blincar com eu tumem? — Desde que descobrimos a gravidez e conversamos com ele sobre a irmã ou irmão que ele poderá ganhar, ele pergunta todos os dias se já chegou o dia que eles poderão brincar juntos.— Ainda vai demorar um pouquinho para sua irmãzinha chegar meu amor... — ligo o DVD para ele se distrair e no mesmo minuto ele se esquece da irmã. Lu fez
RodrigoTodos os anos comemoramos nosso aniversário de casamento na praia e este ano não será diferente, quer dizer terá uma diferença, ao invés de fazermos nossa tradicional festa, cercada por toda a nossa família e amigos, seríamos somente nós quatro, sempre procuramos explicar e demonstrar eles o sentido verdadeiro da amizade e da família, Tavinho está com quinze anos e Brenda com dez, mas nosso amor ainda era o mesmo de anos atrás.Nem acredito que estamos completando quinze anos de casados!Sei que minha esposa está preparando alguma coisa especial, ela anda muito misteriosa ultimamente, mas procuro não me preocupar com isso. O hospital virou uma referência no país, todos os dias recebemos pessoas de todo lugar, buscando tratamento e na medida do possível tentamos ajudar a todos.Eu assumi a parte jurídica do hospital
Luana— Manhêeeeeee... Vou ficar com a Sr.ª Veiga, a Alice me chamou para almoçar com eles. Tudo bem? — pergunto para minha mãe, que se arruma para ir ao supermercado com meu pai.— Tudo bem, filha, mas não vai dar trabalho, assim que retornarmos, te chamo. Não pretendemos demorar.— Obrigada, mamãe, te amo!— Também te amo, filha!Me despeço dos meus pais com um beijo e um aperto toma conta do meu peito, sinto algo que não consigo entender, sigo pensativa ao encontro da minha amiga, que me aguarda próximo a piscina.— Vamos pra sala, os meninos já estão esperando para jogarmos videogame, vamos jogar contra eles e tenho certeza que vamos arrasar — diz confiante.Não respondo. Apenas caminho em silêncio ao seu lado e apesar de gostar muito da companhia dos meus amigos, não consigo relaxar completamente.Rodrigo irmão de Alice e Beto seu melhor amigo, já estão com o vídeo game ligado prontos para iniciar a partida.Jogamos garotos contra garotas e pela primeira vez depois de uns minutos
Anos depois...Luana— Não acredito que você me convenceu a fazer essa viagem! — falonovamente para Alice.— Relaxa, Luana. Você anda trabalhando e estudando demais, quando foi a última vez que relaxou de verdade, sem entrar em tópicos como tendões, órgãos, diagnósticos e outros tantos termos que vocês usam.Sorrio ao me lembrar de uma reunião que fiz em nosso apartamento alguns dias atrás com alguns amigos médicos. Alice ficou toda animada achando que seria uma festa de arromba, porém sempre surgia conversas sobre os plantões que havíamos realizado e os diagnósticos de alguns casos. Alice se entediou tanto que se trancou no quarto, depois de trinta minutos de reunião.Depois do acidente que matou meus pais, senhor Clóvis entrou com o pedido de minha tutela e passei a morar definitivamente com eles. O pai de Alice também investiu todo o dinheiro do seguro de vida dos meus pais e assumiu minha educação, me tratando como uma filha. Dona Roberta, se recusou a ficar na mesma casa, pois tu
LuanaJá é fim de tarde e o restaurante está tranquilo ainda, sentamos próximos ao pequeno palco e depois de fazer nossos pedidos, conversamos sobre o tempo que ficamos sem nos ver.Depois de algum tempo, a banda começa a tocar, algumas pessoas se arriscaram em pequenos passos acompanhando a batida da música, percebo que Ali fica um pouco agitada e se levanta de repente.— Vamos dançar! — fala puxando a mão do Beto, que também não entende a atitude dela, mas cede sorrindo.— O que deu nela? — pergunta Rodrigo.— Não sei, coisas de Alice — respondo e ao olhar na direção da entrada do restaurante, vejo Daniel com uma garota pendurada em seu pescoço se aproximando da nossa mesa, ele balança a cabeça, cumprimentando Rodrigo.— De onde você conhece o Daniel? — pergunto curiosa.— O conheci em um jogo de futebol, temos alguns amigos em comum. Ficamos conversando após a partida e descobri que ele adquiriu uma casa de praia que fica ao lado da nossa, aquela que pertencia à família da Dona Isa
RodrigoChegamos em casa rápido e as meninas vão direto para o quarto.Ando de um lado para o outro na sala, imaginando o que pode ter acontecido para que Luana tenha essa reação, Beto me observa atentamente.— Cara, porque você não conversa com ela? — Beto indaga.— Do que você está falando? — digo sem entender onde ele quer chegar.— Luana, cara... tô falando da Luana! Vocês precisam conversar, sei que você gosta dela e não é sentimento de irmão. — Paro ao ouvir o que Beto diz. De onde ele tirou essa ideia?— Não sei do que você está falando! Nós crescemos juntos, quero protegê-la, eu quero...— Você a ama. Precisa parar de negar o que sente, faz tempo que tenho notado que você está diferente, e tenho certeza que essa mudança tem nome e sobrenome — Beto fala me interrompendo, seu olhar é sério. Ele é meu melhor amigo e me conhece muito bem, nunca consegui esconder nada dele.— Eu não sei quando comecei a me sentir assim, ela é tudo pra mim, mas me vê como seu irmão, eu não suporto,