Seis letras, era isso o que me fazia pirar. Começa com B e termina com E. Esse nome curto de seis letras é o motivo de eu estar aqui agora, olhando para todos os lados antes de pegar na mão dela, antes de puxá-la pela cintura e dizer o quanto ela me enlouquece.
Eu só posso ter feito tudo errado, só posso ter jogado pedra na cruz de Jesus Cristo. E que ele me perdoe por usar seu nome em vão, mas estou dizendo a verdade. Desde o dia em que conheci Brooke, eu soube o quanto queria aquela garota. E também soube o quanto ela era proibida para mim apenas por vê-la.
Filha do meu melhor amigo, Carter ele e eu somos amigos desde sempre. Nós trabalhamos juntos por anos, até que eu acabei me demitindo e seguindo meu rumo, e de uma hora para outra ele decidiu se aproximar. Mandou o convite do seu aniversário, e eu como um bom amigo resolvi comparecer. Porra, eu deveria ter ficado em casa naquela noite.
Foi naquela noite que eu a conheci. Na hora eu já sabia que aquela garota foderia com grande parte da minha vida, ou da minha mente. Carter nunca foi um pai muito protetor, disso eu sempre soube. E isso também explica eu estar namorando com sua filha mais velha, Blanca.
Blanca tem trinta anos de idade, e ela é a mulher mais diferente que eu já conheci em toda a minha vida. Ela curte futebol e bebe muito álcool, ela gosta de dançar e principalmente escuta funk enquanto rebola até o chão. Blanca tem um jeito extrovertida, tem uma felicidade e jeito único de ser. Foi isso que fez eu querer ficar com ela.
Carter tem quarenta e cinco anos de idade, se casou aos quatorze anos e com quinze teve sua primeira filha. A mulher que é minha namorada hoje. Ele diz que não se importa por eu namorar sua filha mais velha, diz que ela tem sua vida e principalmente suas escolhas. Eu por outro lado acho legal da parte dele, acho legal ele confiar em mim. Confiar que não vou partir o coração dela.
Ela tem uma filha pequena, uma filha a qual se dedica em tudo. Ela é a melhor mãe do mundo. E eu, o pior pai que poderia ser. Há semanas não vejo minhas filhas, mas não é por falta de amor e, sim por não conseguir me entender com a mãe delas. Tenho duas filhas gêmeas, Sun e Moon. Eu sei, isso parece tão idiota, mas não fui eu quem escolhi os nomes.
Tenho trinta e oito anos e apenas dois casamentos fracassados, eu me orgulho disso. Pois fiquei solteiro na maior parte do tempo, não acredito nisso de amor, eu não estava esperando nenhum amor verdadeiro. Eu apenas estava transando com várias mulheres em várias boates diferentes. Até que eu conheci Blanca e Brooke, as irmãs com apenas dez anos de diferença. Elas são quase igual, Blanca criou Brooke, ensinou a ela tudo, tudo sobre roupas, sobre gostos musicais e sobre relacionamentos. Ela deu à irmã um manual da vida e deixou que a garota vivesse.
A mãe delas ainda é viva, ela é um pouco mais velha do que Carter. Acho que uns dois ou três anos. Bom, ela é minha sogra e conversamos sobre tudo, enquanto eu estou tentando convencer a sogra de que sou um bom partido, o outro babaca apenas tenta mostrar a ela que ele é a pior opção. Sim, estou falando do noivo de Brooke. O cara é um babaca completo, ele tem vinte anos e a única coisa que sabe fazer é jogar futebol e vídeo game. Sim, é a única coisa que ele sabe fazer. Ele trabalha em uma fábrica, e quando acaba seu turno ele vai para casa jogar videogame. Brooke e o noivo ainda moram com a mãe, eles estão financiando a casa nova e vão se mudar após o casamento.
- Queria beijar você agora - sussurrei, sentindo minha boca seca. Sentindo que não havia mais nada de saliva, estava quase sufocando sem seus beijos. Não, eu nunca beijei de verdade essa garota, mas sinto vontade de fazer isso desde o primeiro dia em que nos conhecemos.
Ela estava aqui, Blanca também. E não, não foi Blanca quem chamou minha atenção. Não foi ela quem me fez ficar com tesão à noite enquanto eu tentava dormir. Não foi ela quem me fez pensar durante semanas em ter algum tipo de relacionamento. Depois da mãe das gêmeas, eu não quis mais conhecer ninguém. Estou acostumado com as garotas que entram e saem do meu apartamento. Sem perguntar o nome delas ou o que elas fazem da vida, é apenas sexo.
Nós nos afastamos o suficiente para que ninguém percebesse nossas reais intenções.
- O que vocês estão conversando? - Blanca me abraçou por trás, colocando uma lata de cerveja em minha mão. Eu sorri e agradeci a ela por isso.
- Estou perguntando a Connor quando ele irá se casar com você, pois se ele não casar, eu irei - disse a mais nova. Com um sorriso descontraído. Mas eu a conheço bem, sei que está engolindo cacos de vidro ao agir assim com sua própria irmã.
Nós fomos nos conhecendo, fomos nos apaixonando. Nós fomos nos entregando a isso, mas sempre com consciência de que há outras pessoas em jogo. Nunca seríamos capaz de magoar Chris e Blanca. Chris é o noivo de Brooke, ele é o babaca que eu não consigo compreender.
Ele nem está aqui hoje no aniversário de sua própria noiva! Porra, Chris! Eu estou aqui, eu queria que essa garota fosse minha noiva! Você não está aqui, ela é sua noiva!
Eu não sei o que ela está fazendo com ele. Brooke banca tudo, desde o corte de cabelo às roupas que ele "compra". Eles estão namorando há três anos, noivos apenas há alguns meses. A mãe delas já decidiu que vai ajudar no enxoval e o pai vai pagar o casamento, mas nenhum deles conhece a filhinha. Eles dizem que ela é uma garota maravilhosa e com um futuro brilhante, diferente de Blanca que começou a trabalhar e se casou cedo, após o casamento teve uma filha e agora ela trabalha apenas para sustentar a filha que teve.
Eles dizem que Blanca é o fracasso e, que Brooke é a esperança da família. Odeio essa comparação entre elas. Bom, sou apaixonado pelas duas garotas. Entã
o eu mesmo não posso compará-las.
Connor, Connor Lancaster. Esse nome não sai da minha cabeça. É como se ele tivesse alugado um espaço particular em meu cérebro. Invadindo o espaço de Chris. Porque tudo antes era sobre Chris, e todos os jeitos e sorrisos dele me conquistavam. Porque Chris estava em um pedestal, eu o coloquei em um. Mas o coloquei tão alto que ficamos distantes. Ele começou a achar que realmente estava em um pedestal, começou a achar que era o rei, usando uma coroa invisível. Começou a achar que eu seria para sempre sua garota apaixonada. Mas eu não estou mais apaixonada por ele, já tem algum tempo. É que eu não suporto mais ser tratada como se eu não estivesse aqui. Como se qualquer coisa fosse mais importante do que eu. E ao mesmo tempo,.estou apegada às lembranças. Desejando que os tempos bons voltem novamente. Estou apegada ao que costumávamos ser. Chris e Brooke, uma química sem igual, um maldito sonho de verão que jamais teria fim. Um romance clichê igual ao dos filmes e livros. A forma como nós
Ela desviou o olhar, e foi assim a noite toda. Enquanto ela dançava colada em outros garotos. Com o argumento de que seu noivo não está aqui para dançar com ela. — Eles são gays! — gritou Brooke, assim que sua mãe a repreendeu por rebolar em um dos garotos. Não, não são gays. E mesmo se fossem, ela está bêbada demais para saber o que está fazendo. Já passa das seis horas da manhã, nós estamos aqui desde as dezessete horas. Ingerindo bebidas alcoólicas e dançando e cantando sem parar. — Ela não está bem, Blanca. Acho que deveria levá-la para o quarto — murmurei para minha namorada, vendo Brooke virar cinco copos pequenos de doses de uísque. Fazendo uma careta, colocando a mão na boca para não vomitar. Minha namorada revirou os olhos, murmurando que a irmã estava bem. E que era para deixar a garota se divertir. — Você deveria estar preocupado com o que eu vou fazer contigo — sussurrou ao pé do meu ouvido, esbocei um sorriso. Estou totalmente sem clima para isso, completamente exaust
Sinto braços rodearem minhas pernas e costas. Sem abrir os olhos, sinto o perfume masculino doce, cheiro de bebida e loção pós barba. Sinto o tecido da camiseta encostar em meu rosto, meu corpo é erguido e levado lentamente. Ouço a porta do carro, depois a porta de casa, e logo estamos no meu quarto. Finjo estar dormindo, continuo com os olhos fechados. Continuo sentindo meu estômago embrulhado, minha cabeça girando e a boca seca. — Só apaga a luz e fecha a porta, vou arrumar a cama pra nós — ouço a voz de minha irmã assim que entramos no cômodo. Passos se afastam do quarto. Ela foi para o dela no andar de cima, no final do corredor. Connor me solta no colchão macio, cuidadosamente tirando seus braços debaixo de mim. Afastando-se em silêncio. Eu resmungo, como se estivesse acordando agora. Abro lentamente meus olhos, piscando algumas vezes. Vendo seu rosto bem perto do meu. — O que tá fazendo aqui? — sussurrei, abrindo um sorriso ladino. Segurando-o pela gola da camisa. — Sua irmã
— Não me olha assim — murmurei, sustentando seu olhar. Olhos verdes como as árvores, ou como a grama. Olhos verdes com bordas na cor castanho.— Assim como? — questionou ele, com um sorriso ladino. Um sorriso que já dizia tudo. Eu não precisava dar continuidade na frase pois nós dois sabíamos o que aquele olhar significava. — Como se quisesse foder comigo — falei, em tom alto e claro. Sem medo dele, ou medo de alguém ouvir. — Ah — ele riu, como se estivesse zombando de mim. — É porque eu realmente quero — seus dedos estavam enrolando nos cachos de meus cabelos. E eu estava quase sem ar, quase com meu coração parando de bater, quase me entregando a ele. — Eu odeio você! — murmurei, lembrando do dia em que nos conhecemos. Estava tudo esquematizado. Nossos olhares se encontraram, tudo deu exatamente certo. Se tivéssemos conseguido fugir da multidão naquele dia, teríamos nos pegado muito. Mas não deu. Então continuamos fingindo, continuamos nos provocando. Continuamos com os olhares e