**BROOKE** Eu senti a vitória em meus lábios, mas foi uma vitória amarga. Beijá-lo era o que eu queria desde o momento em que me deixei cair nesse jogo perigoso com Connor. Mas, enquanto nossos lábios se encontravam, percebi algo terrível: não era suficiente. Nada que ele pudesse fazer ou dizer apagaria o fato de que, antes de mim, ele escolheu Blanca. Escolheu o caminho mais fácil. E eu? Fiquei em segundo plano. Sempre em segundo plano. Caminhei sem rumo pelas ruas após sair dali, sentindo o frio cortar minha pele. Cada passo parecia mais pesado do que o anterior, como se o peso de toda a minha dor estivesse ancorado em mim. Eu não sou uma mulher que aceita migalhas. Não sou a mulher que espera ser escolhida.Mas por que, então, me sinto tão vazia? O beijo que dei em Connor deveria ter sido meu triunfo final, minha maneira de dizer a ele que posso tê-lo, mas que não quero mais. No entanto, enquanto minha mente tenta racionalizar isso, meu coração protesta. Meu coração grita que e
Enquanto eu mexia distraidamente no copo vazio à minha frente, ouvi passos rápidos atrás de mim. Antes que pudesse me virar, a voz de Flávia cortou o barulho do ambiente. — Brooke, espera. Levantei os olhos e vi Flávia parada ao meu lado, com uma expressão que eu não esperava. Parecia... genuína. — Olha, eu fui dura demais. — Ela suspirou, jogando o cabelo para trás com uma mão nervosa. — Não tinha o direito de jogar tudo isso em você assim. Fiquei em silêncio por um momento, surpresa com a mudança de tom. — Não era mentira, Flávia. Eu fui horrível com você. Ela inclinou a cabeça, como se ponderasse minhas palavras. — Talvez tenha sido. Mas, se eu estou sendo honesta, acho que parte de mim ainda guarda mágoas que não resolvi. Não é justo descontar isso agora. Dei um leve sorriso, um sorriso verdadeiro dessa vez. — Acho que também não é justo fingir que eu não fui uma megera. Se eu pudesse voltar atrás... — Você não pode, Brooke. — Flávia interrompeu, mas sua voz era mais
O som dos talheres na cozinha me irrita. Blanca está lá, arrumando a louça com um barulho desnecessário, como se quisesse me provocar. Eu sei que ela está incomodada, mas fingir que nada estava errado é a única coisa que ainda me mantém calmo. Depois que Brooke me descartou, minha rotina se tornou trabalho e casa. Nós não vamos mais na casa dos pais de Blanca, não saímos mais. Quando chego do trabalho fico sentado aqui nesse sofá, depois tomo um banho e vou dormir. Às vezes janto, às vezes não. Sei que estou frio e distante, mas não consigo fazer nada para mudar isso. Não consigo mais ter paciência com nada, nem com Blanca e nem com sua filha. Então ignoro ambos, fico no meu canto isolado, tentando não causar brigas. — Você vai ficar nesse sofá o dia todo? — a voz dela cortou o silêncio, carregada de sarcasmo. Eu fechei os olhos por um segundo antes de responder. — Não sabia que isso te incomodava tanto — murmurei, sem tirar os olhos do celular. — Claro que incomoda, Connor.
— Não me olha assim — murmurei, sustentando seu olhar. Olhos verdes como as árvores, ou como a grama. Olhos verdes com bordas na cor castanho.— Assim como? — questionou ele, com um sorriso ladino. Um sorriso que já dizia tudo. Eu não precisava dar continuidade na frase pois nós dois sabíamos o que aquele olhar significava. — Como se quisesse foder comigo — falei, em tom alto e claro. Sem medo dele, ou medo de alguém ouvir. — Ah — ele riu, como se estivesse zombando de mim. — É porque eu realmente quero — seus dedos estavam enrolando nos cachos de meus cabelos. E eu estava quase sem ar, quase com meu coração parando de bater, quase me entregando a ele. — Eu odeio você! — murmurei, lembrando do dia em que nos conhecemos. Estava tudo esquematizado. Nossos olhares se encontraram, tudo deu exatamente certo. Se tivéssemos conseguido fugir da multidão naquele dia, teríamos nos pegado muito. Mas não deu. Então continuamos fingindo, continuamos nos provocando. Continuamos com os olhares e
Seis letras, era isso o que me fazia pirar. Começa com B e termina com E. Esse nome curto de seis letras é o motivo de eu estar aqui agora, olhando para todos os lados antes de pegar na mão dela, antes de puxá-la pela cintura e dizer o quanto ela me enlouquece.Eu só posso ter feito tudo errado, só posso ter jogado pedra na cruz de Jesus Cristo. E que ele me perdoe por usar seu nome em vão, mas estou dizendo a verdade. Desde o dia em que conheci Brooke, eu soube o quanto queria aquela garota. E também soube o quanto ela era proibida para mim apenas por vê-la. Filha do meu melhor amigo, Carter ele e eu somos amigos desde sempre. Nós trabalhamos juntos por anos, até que eu acabei me demitindo e seguindo meu rumo, e de uma hora para outra ele decidiu se aproximar. Mandou o convite do seu aniversário, e eu como um bom amigo resolvi comparecer. Porra, eu deveria ter ficado em casa naquela noite.Foi naquela noite que eu a conheci. Na hora eu já sabia que aquela garota foderia com grande p
Connor, Connor Lancaster. Esse nome não sai da minha cabeça. É como se ele tivesse alugado um espaço particular em meu cérebro. Invadindo o espaço de Chris. Porque tudo antes era sobre Chris, e todos os jeitos e sorrisos dele me conquistavam. Porque Chris estava em um pedestal, eu o coloquei em um. Mas o coloquei tão alto que ficamos distantes. Ele começou a achar que realmente estava em um pedestal, começou a achar que era o rei, usando uma coroa invisível. Começou a achar que eu seria para sempre sua garota apaixonada. Mas eu não estou mais apaixonada por ele, já tem algum tempo. É que eu não suporto mais ser tratada como se eu não estivesse aqui. Como se qualquer coisa fosse mais importante do que eu. E ao mesmo tempo,.estou apegada às lembranças. Desejando que os tempos bons voltem novamente. Estou apegada ao que costumávamos ser. Chris e Brooke, uma química sem igual, um maldito sonho de verão que jamais teria fim. Um romance clichê igual ao dos filmes e livros. A forma como nós
Ela desviou o olhar, e foi assim a noite toda. Enquanto ela dançava colada em outros garotos. Com o argumento de que seu noivo não está aqui para dançar com ela. — Eles são gays! — gritou Brooke, assim que sua mãe a repreendeu por rebolar em um dos garotos. Não, não são gays. E mesmo se fossem, ela está bêbada demais para saber o que está fazendo. Já passa das seis horas da manhã, nós estamos aqui desde as dezessete horas. Ingerindo bebidas alcoólicas e dançando e cantando sem parar. — Ela não está bem, Blanca. Acho que deveria levá-la para o quarto — murmurei para minha namorada, vendo Brooke virar cinco copos pequenos de doses de uísque. Fazendo uma careta, colocando a mão na boca para não vomitar. Minha namorada revirou os olhos, murmurando que a irmã estava bem. E que era para deixar a garota se divertir. — Você deveria estar preocupado com o que eu vou fazer contigo — sussurrou ao pé do meu ouvido, esbocei um sorriso. Estou totalmente sem clima para isso, completamente exaust
Sinto braços rodearem minhas pernas e costas. Sem abrir os olhos, sinto o perfume masculino doce, cheiro de bebida e loção pós barba. Sinto o tecido da camiseta encostar em meu rosto, meu corpo é erguido e levado lentamente. Ouço a porta do carro, depois a porta de casa, e logo estamos no meu quarto. Finjo estar dormindo, continuo com os olhos fechados. Continuo sentindo meu estômago embrulhado, minha cabeça girando e a boca seca. — Só apaga a luz e fecha a porta, vou arrumar a cama pra nós — ouço a voz de minha irmã assim que entramos no cômodo. Passos se afastam do quarto. Ela foi para o dela no andar de cima, no final do corredor. Connor me solta no colchão macio, cuidadosamente tirando seus braços debaixo de mim. Afastando-se em silêncio. Eu resmungo, como se estivesse acordando agora. Abro lentamente meus olhos, piscando algumas vezes. Vendo seu rosto bem perto do meu. — O que tá fazendo aqui? — sussurrei, abrindo um sorriso ladino. Segurando-o pela gola da camisa. — Sua irmã