Connor, Connor Lancaster. Esse nome não sai da minha cabeça. É como se ele tivesse alugado um espaço particular em meu cérebro. Invadindo o espaço de Chris. Porque tudo antes era sobre Chris, e todos os jeitos e sorrisos dele me conquistavam. Porque Chris estava em um pedestal, eu o coloquei em um. Mas o coloquei tão alto que ficamos distantes. Ele começou a achar que realmente estava em um pedestal, começou a achar que era o rei, usando uma coroa invisível. Começou a achar que eu seria para sempre sua garota apaixonada.
Mas eu não estou mais apaixonada por ele, já tem algum tempo. É que eu não suporto mais ser tratada como se eu não estivesse aqui. Como se qualquer coisa fosse mais importante do que eu. E ao mesmo tempo,.estou apegada às lembranças. Desejando que os tempos bons voltem novamente. Estou apegada ao que costumávamos ser. Chris e Brooke, uma química sem igual, um maldito sonho de verão que jamais teria fim. Um romance clichê igual ao dos filmes e livros. A forma como nós apaixonamos, o jeito como estávamos destinados a nos encontrar.
Realmente, foi um romance clichê. E quando dançamos sob as estrelas e uma música calma de fundo. Eu com um lindo vestido bordô longo e rodado. Quando corremos na chuva de mãos dadas, dando risadas até doer a barriga. Quando todas as vezes que nossos olhares se cruzavam e nos começavamos a sorrir sem explicações. Nós sempre fomos perdidamente apaixonados um pelo outro. Mas ele mudou, e de uma hora para outra eu não era mais prioridade.
E nós começamos a entrar na rotina, nós começamos a ficar estressados com coisas simples. Coisas que antes não estressariam. Coisas do tipo "você não lavou seu prato depois que comeu", "o que custava minhas roupas estarem limpas e passadas?", "Não quero sair hoje, vamos ficar em casa". E sempre as mesmas frases, sempre as mesmas coisas, os mesmos motivos.
Chris começou a virar um enfeite, como se ele fosse apenas um móvel da casa. Não fala mais com as pessoas, nem se esforça para que gostem dele. Ele apenas ficou ali, acomodado. Ganhando comida na cama sem esforço algum, ganhando sexo e tudo o que o dinheiro pode comprar. Eu lhe dei tudo, e a única coisa que ele teve que fazer para manter sua vida de luxo foi comprar um anel pequeno e me pedir em casamento.
Agora nós andamos pelas ruas com falsos sorrisos estampados nos rostos. Falsos beijos que às vezes são totalmente monótonos. Algumas vezes há sentimentos, mas é raro. Apenas somos rostos sorridentes enfeitando e pousando de casal do ano. Mas todo mundo sabe, todos sabem que não somos o casal do ano.
— Quando eu tiver certeza de que é com ela que quero me casar. Não quero fazer a escolha errada e depois ter que dividir todos meus bens — disse Connor, enquanto Blanca estava com os braços rodeados ao redor do pescoço dele. Ela fez uma careta, soltando-o.
— Você sabe que vai se casar comigo. Seja por bem, ou seja por mal. — Ela deu uma piscadinha, ele ergueu uma sobrancelha. Como se não estivesse convencido. — Vem dançar, Brooke!
Ela me arrastou para o meio do pessoal, na pista de dança com LEDs. As caixas de som estavam no máximo, fazendo nossos corações baterem junto com as batidas das músicas. A cada três minutos, minha prima passava com shot's de Jack Daniel's. Pequenas doses servidas em copos pequenos, para virarmos de uma só vez.
Nós dançávamos até o chão, dando risadas. Estamos em um grupo de sete garotas. Eu, minha irmã, minhas três primas e duas amigas da faculdade. Esse literalmente é o melhor aniversário da minha vida. Mesmo sem Chris, sem ele aqui para dizer qual música eu posso ou não dançar, qual roupa eu devo ou não vestir. Estou com um vestido rosa de látex, que ressalta a curva dos meus seios e minha bunda e minhas coxas grossas.
Eu sinto os olhares, sinto queimar diretamente em mim. Não sei se é pela bebida, mas acho que ele realmente está olhando.
— Postura, garotas! — alertou minha mãe, quando eu e Blanca rebolamos até o chão. Com vestidos colados e curtos.
— Vem dançar junto, velhota — Blanca a puxou pela mão, tentando ensiná-la a dançar. O que rendeu muitas risadas e vídeo para os storys.
Olhei para trás, sustentando seu olhar enquanto ele conversava com meu pai. Enquanto olhava em meus olhos e levava até os lábios a lata de cerveja.
Maldito seja Connor Lancaster por não desviar o olhar agora, por me fazer querer transar com ele em qualquer lugar desse salão. E maldito seja Christopher Cooper por não estar aqui, pois assim eu consigo odiá-lo, assim eu consigo me imaginar traindo ele de diversas formas.
— ESTÁ NA HORA DOS PARABÉNS! — gritou minha irmã, assim que meus amigos foram até a cozinha e voltaram com um bolo imenso da Barbie. Vinte anos e minha festa é com temática da Barbie, meu Deus eu estou decaindo com o passar dos anos. — PARABÉNS PRA VOCÊ...
Eles continuaram cantando, e eu cantei junto, batendo palmas para mim mesma. Mantendo minha cabeça erguida, com uma coroa brilhante segurando o penteado de meus cabelos loiros. Estou me mantendo em pé em um salto quinze dourado, estou com luvas rosa que vão até meus cotovelos. Uma maquiagem maravilhosa com delineado e sombra rosa. Eu estou simplesmente perfeita, e ele sabe disso. Pois seus olhos estão nos meus agora. E também em meus seios, e também nas curvas do meu corpo.
“Que homem não quer foder com uma mulher como você?” lembro de suas palavras ao pé do meu ouvido, me fazendo arrepiar.
— Faz um pedido! — ordenou Blanca, me fazendo encarar as velas de aniversário.
“Eu desejo me desapaixonar por Connor Lancaster”
Sorri. Assoprei as velas. Sorri de novo. Ignorei seu olhar, olhei para ela e seu sorriso de orelha a orelha. Eu faria qualquer coisa pela minha irmã, principalmente me afastar dele por ela. Porque eu conheço Blanca, eu sei que ela
está apaixonada por ele. E ele por mim.
Ela desviou o olhar, e foi assim a noite toda. Enquanto ela dançava colada em outros garotos. Com o argumento de que seu noivo não está aqui para dançar com ela. — Eles são gays! — gritou Brooke, assim que sua mãe a repreendeu por rebolar em um dos garotos. Não, não são gays. E mesmo se fossem, ela está bêbada demais para saber o que está fazendo. Já passa das seis horas da manhã, nós estamos aqui desde as dezessete horas. Ingerindo bebidas alcoólicas e dançando e cantando sem parar. — Ela não está bem, Blanca. Acho que deveria levá-la para o quarto — murmurei para minha namorada, vendo Brooke virar cinco copos pequenos de doses de uísque. Fazendo uma careta, colocando a mão na boca para não vomitar. Minha namorada revirou os olhos, murmurando que a irmã estava bem. E que era para deixar a garota se divertir. — Você deveria estar preocupado com o que eu vou fazer contigo — sussurrou ao pé do meu ouvido, esbocei um sorriso. Estou totalmente sem clima para isso, completamente exaust
Sinto braços rodearem minhas pernas e costas. Sem abrir os olhos, sinto o perfume masculino doce, cheiro de bebida e loção pós barba. Sinto o tecido da camiseta encostar em meu rosto, meu corpo é erguido e levado lentamente. Ouço a porta do carro, depois a porta de casa, e logo estamos no meu quarto. Finjo estar dormindo, continuo com os olhos fechados. Continuo sentindo meu estômago embrulhado, minha cabeça girando e a boca seca. — Só apaga a luz e fecha a porta, vou arrumar a cama pra nós — ouço a voz de minha irmã assim que entramos no cômodo. Passos se afastam do quarto. Ela foi para o dela no andar de cima, no final do corredor. Connor me solta no colchão macio, cuidadosamente tirando seus braços debaixo de mim. Afastando-se em silêncio. Eu resmungo, como se estivesse acordando agora. Abro lentamente meus olhos, piscando algumas vezes. Vendo seu rosto bem perto do meu. — O que tá fazendo aqui? — sussurrei, abrindo um sorriso ladino. Segurando-o pela gola da camisa. — Sua irmã
Empurrei a porta do quarto, encontrando Blanca desmaiada na cama. Ela chega a roncar, está em um sono profundo. O que me faz desejar descer essas escadas agora e entrar naquele quarto. Mas o que eu falei era sério, não vou transar com ela bêbada. Já começamos errado, ela está noiva, eu sou namorado da irmã dela. Blanca quer se casar comigo, eu ainda não sei o que quero por causa de Brooke. Eu me lembro do dia em que nos conhecemos, lembro da faísca, a atração. Eu coloquei uma bermuda jeans branca, acompanhada de uma camiseta estampada com desenhos do Bob Esponja. Tênis Air Force branco, meias uma amarela com a cara do Bob Esponja e outra rosa, com a cara do Patrick estrela. Eu sei, não sou muito adulto. Deixei meus cabelos com gel em um topete meio bagunçado, mas charmoso. Entrei no carro e dirigi até aquele aniversário na casa de meu amigo, nós sempre fomos bons amigos. Mas o tempo nos afastou. Eu segui minha vida, ele a dele. Eu me casei, tive minhas filhas. Carter e eu temos apen
Braços rodearam minha cintura, depois desceram até meus seios. Deixando um aperto suave. Ele voltou atrás e veio correndo pra mim. Me virei devagar, ainda sonolenta. O sorriso em meus lábios desmanchou-se. — O que tá fazendo aqui? — perguntei, enquanto Christopher passava a mão pelo meu corpo, indicando que queria sexo. — Eu sou seu noivo, tenho a chave de casa. Não era para eu estar aqui? — revirei os olhos. Ontem, em um dia importante, ele não estava. Não se importou se era meu noivo no dia de ontem. Poxa, eu estava fazendo vinte anos. Todos aniversários são importantes, mas só Chris sabe o quanto eu planejei essa merda de aniversário. Eu fiquei três meses focada só nisso, planejamos tudo, desde os copos, à canudos personalizados e lembrancinhas. Ele me ajudou, ele quem escolheu o tema da festa. — Só queria passar o dia com minha Barbie — disse ele. — Bebeu ontem? — questionei, sentindo o cheiro forte de álcool. Apenas não sei de qual de nós é o cheiro. — Não, mas você não me ob
O tempo não passava, e mesmo depois do café permanecemos à mesa conversando. Brooke e Blanca eram as que mais tinham assunto, estão o tempo todo falando mal de alguém. Essa é a única diversão delas. — Como assim você não sabia que ela está grávida? Ela já está quase ganhando! — Blanca praticamente gritou, fazendo a irmã mais nova dar risada. Carter conversa comigo, mesmo eu não prestando muita atenção em suas palavras. Seu assunto é o mesmo de sempre, futebol e jogadores de futebol e jogos de futebol. — Sim!! Ele se casou de novo! Já é a terceira vez! — Agora era Brooke quem falava.que mania que elas tem de ficar falando da vida dos outros. Christopher revirava os olhos, ficava bufando e tamborilando os dedos na mesa, deixando bem claro que não queria estar ali. Encarei seu semblante impaciente, olhando para Brooke e depois para Blanca. Ele não consegue nem fingir pela namorada, não se esforça o mínimo por ela. Ele afasta a cadeira bruscamente e se levanta, avisando Brooke que est
Passei o dedo indicador por seus lábios carnudos, depois toquei seus cabelos ruivos. Deixei um sorriso desenhado em meus lábios, não mostrando os dentes para ele. Connor apertou minhas coxas, apertando mais a medida que ia deslizando suas mãos para cima, fazendo-me arfar. - Você gosta de jogar, não é? - ele deixou um beijo molhado em meu pescoço. Balancei a cabeça em afirmação, sem tirar o sorriso do rosto. - Eu gosto dos jogadores. É divertido - sussurrei, mordendo o lóbulo de sua orelha. - Garota maldita... - sinto sua ereção entre minhas pernas. Ele segura firme meu cabelo, selando nossos lábios com força, sugando minha língua, mordendo meu lábio inferior. - Adoro quando me chama assim. - Puxo devagar seus cabelos que tem uma mistura de vermelho e laranja, estão arrumados em um topete para direita. Connor tem sardas no rosto, às vezes tem olhos castanhos, às vezes tem olhos verdes. Hoje seus olhos estão tão verdes que se assemelham a uma floresta. Suas mãos percorrem meu corpo
Brooke está descendo as escadas, com uma roupa tão curta e justa que consigo imaginá-la sem essa peça.Tento ignorar sua roupa, tento ignorar seus olhos buscando por qualquer sinal de aprovação da minha parte.Olho para Blanca, atrás dela. Com uma saia e uma blusa decotada. Muito mais simples e decente. Blanca é uma mulher linda, e eu a acho maravilhosa. Mas digamos que seu corpo mudou bastante após a maternidade, pelas fotos que vi dela antes, ela era magra e com seios grandes. Agora está um pouco acima do peso, mas com seios e bunda e pernas fartas. Mas sua personalidade supera qualquer aparência física. Ela tem inúmeras qualidades, e eu não saberia listar todas elas. Mas realmente, escolher uma roupa que fique bem nela... Não é uma de suas qualidades. Não quando estou comparando-a com Brooke. Acho que estou sendo maldoso, Brooke acabara de sair da adolescência e ainda tem um corpo perfeito. Com uma cintura fina e barriga chapada, com coxas grossas e seios durinhos. Ainda tem a pel
Peguei Blanca no colo, fazendo uma força quase inexistente em mim. Notei que suas calças estavam molhadas, ela mijou no banco de trás do meu carro. Bufei, tentando ignorar o que ela fez pois está muito bêbada e brigar não irá adiantar nada. Brooke abriu a porta de casa, logo entrei e levei Blanca para a banheira. A irmã mais nova me ajudou a dar banho na mais velha, enquanto nós dois seguravamos a risada ao ouvir ela resmungar e chorar por conta da água morna. — Você tá passando vergonha — disse Brooke para a irmã. Que parece estar meio acordada mas com a quantidade de bebida que está em sua cabeça ela nem parece se importar. Vestimos a garota de cabelos loiros acobreados, logo a coloquei na cama. Joguei um lençol por cima de Blanca e sai para levar Brooke em casa. O que não me parece ser minha melhor decisão, mas sim a única opção. Não vou deixá-la ir sozinha de Uber essa hora. Precisamos acabar com isso, não posso mais sentir nada pela Brooke. E ela também não pode mais sentir n