Ela desviou o olhar, e foi assim a noite toda. Enquanto ela dançava colada em outros garotos. Com o argumento de que seu noivo não está aqui para dançar com ela.
— Eles são gays! — gritou Brooke, assim que sua mãe a repreendeu por rebolar em um dos garotos. Não, não são gays. E mesmo se fossem, ela está bêbada demais para saber o que está fazendo. Já passa das seis horas da manhã, nós estamos aqui desde as dezessete horas. Ingerindo bebidas alcoólicas e dançando e cantando sem parar.
— Ela não está bem, Blanca. Acho que deveria levá-la para o quarto — murmurei para minha namorada, vendo Brooke virar cinco copos pequenos de doses de uísque. Fazendo uma careta, colocando a mão na boca para não vomitar.
Minha namorada revirou os olhos, murmurando que a irmã estava bem. E que era para deixar a garota se divertir.
— Você deveria estar preocupado com o que eu vou fazer contigo — sussurrou ao pé do meu ouvido, esbocei um sorriso. Estou totalmente sem clima para isso, completamente exausto e alcoolizado. Pensando em como vou dirigir meu carro nesse estado.
Tento manter minha boca fechada, pois em minha mente eu repito a cada dois segundos o nome de Blanca. Para não chamá-la por outro nome. Aquele nome.
Blanca me abraçou, beijando meu pescoço suavemente. Engoli em seco, eu queria estar no mesmo clima que ela. Queria pelo menos estar focado nela nesse momento. Mas estou apertando forte meus olhos, estou tentando imaginar ela na minha frente. Não Brooke.
— VAI PRO INFERNO, CHRISTOPHER! — A loira gritou ao telefone, fazendo com que meus olhos fossem diretamente até ela. Brooke virou mais algumas doses de bebida, mas agora ela não estava mais dançando. Agora as músicas estavam mais tristes, agora ela estava triste e chorando. Porra, eu não queria vê-la assim.
— Vamos pra casa — murmurou minha namorada, deslizando as unhas pelo meu abdômen. Não estou nem perto de ficar excitado, e ela ainda não percebeu isso.
— Amor... — sussurrei, assim que sua mão desceu até minhas calças.
Ela fez uma careta, tirando rapidamente a mão.
— Achei que estivesse com vontade — Blanca cruzou os braços e ergueu a sobrancelha. Como se ela estivesse esperando alguma reação minha.
Minha sogra puxou a filha mais velha, alegando que precisava de ajuda com a mais nova. Suspirei aliviado, não quero ter que ficar explicando. Até porque não tem explicação. Não posso dizer a minha namorada que simplesmente não quero transar porque estou pensando na irmã dela, e não nela.
Agora a garota estava com as mãos cobrindo o rosto, sentada em uma cadeira branca de plástico. Soluçando de tanto chorar, chorando por um idiota que nem fez questão de estar aqui hoje. As amigas, a mãe e a irmã estão tentando a acalmar. Fazendo com que a loira beba água e pare de chorar. Eu avisei que ela estava bêbada demais, avisei que logo ela começaria a chorar ou tirar a roupa. Eu preferia que fosse a segunda opção.
Brooke tem muita coisa em seu histórico de bebedeira, em seu primeiro porre aos quinze ela literalmente vomitou em si mesma e tirou a roupa, ficando pelada em uma festa de família. Aos dezesseis, bebeu tanto em uma festa que voltou pra casa cinco horas da manhã, acordou todo mundo chorando e deu com a cabeça em uma janela de vidro, alegando que iria se matar. Ela é louca, mas gostosa. Mas completamente louca quando está sob efeito de álcool.
— Connor, pode levá-las pra casa? Já vamos encerrar a festa — pediu minha sogra. Encarei Brooke, os olhos vermelhos e marejados. As lágrimas escorrendo pelo rosto e borrando sua maquiagem. Ela está encolhida, com os braços abraçando seu corpo pequeno. Tirei meu casaco e coloquei ao redor de seus ombros, balançando a cabeça em afirmação. Dizendo que levaria as garotas para casa.
Blanca tem sua casa e já não mora mais com os pais, mas ainda dorme lá na maioria das vezes. Ainda tem seu quarto com todas suas coisas.
Esperei que as irmãs entrassem no carro e dei partida, colocando uma música baixa no rádio.
— Para de chorar, Brooke! Esse cara é um idiota! Ele deve estar fodendo com outra agora. — E foi aí que ela começou a chorar mais ainda, seus soluços e choro abafado me deixam preocupado. Eu sei, é só por causa da bebida. Mas ela parece estar com tanta dor, como se ela amasse esse cara mais do que tudo, mais do que a si mesma. Isso é preocupante.
— FILHO DA PUTA! TRAIDOR! EU VOU ACABAR... — A mais velha interrompeu os xingamentos, pegando o celular das mãos da garota e apagando os áudios que nem foram visualizados. — Eu odeio ele, Blanca — ela murmurou, com uma voz manhosa. Em alguns minutos seu choro havia cessado.
— Ela dormiu — murmurou minha namorada, após dar uma olhada rápida para o banco de trás. Observei Brooke atravéz do retrovisor, dormindo sentada com a cabeça para trás e os lábios entreabertos. Esbocei um sorriso pequeno. — Você vai pra casa? Ou vai dormir lá comigo? — ela perguntou, colocando a mão em cima da minha. Meus olhos permanecem na estrada, tento manter o máximo de atenção que consigo.
Pego sua mão e deposito um beijo, murmurando que vou dormir com ela.
— Hoje foi bem legal, podemos fazer isso mais vezes. Quase nunca vamos em festas — ela começou a falar, eu apenas balancei a cabeça em afirmação. E realmente, nossa rotina é sempre: casa da sogra, quadra de futebol e cinema com as crianças.
Blanca sabe que estou na justiça para conseguir a guarda compartilhada, e ela me apoia nisso. Sabe que as gêmeas são as pessoas mais importantes da minha vida, por isso ainda não falamos sobre casamento e nem morar juntos. Nós passamos quase a semana toda juntos, e às vezes ficamos juntos aos finais de semana também. É quase um casamento, só que não moramos juntos. Ainda não conversamos sobre isso. Na verdade, faz poucos dias que decidimos que estamos em um relacionamento. Mesmo estando juntos há mais de nove meses.
Há poucos dias decidimos que estamos namorando. Isso me assusta, me assusta pois um dia eu posso me casar com ela. Mesmo também sendo apaixonado por Brooke.
Sinto braços rodearem minhas pernas e costas. Sem abrir os olhos, sinto o perfume masculino doce, cheiro de bebida e loção pós barba. Sinto o tecido da camiseta encostar em meu rosto, meu corpo é erguido e levado lentamente. Ouço a porta do carro, depois a porta de casa, e logo estamos no meu quarto. Finjo estar dormindo, continuo com os olhos fechados. Continuo sentindo meu estômago embrulhado, minha cabeça girando e a boca seca. — Só apaga a luz e fecha a porta, vou arrumar a cama pra nós — ouço a voz de minha irmã assim que entramos no cômodo. Passos se afastam do quarto. Ela foi para o dela no andar de cima, no final do corredor. Connor me solta no colchão macio, cuidadosamente tirando seus braços debaixo de mim. Afastando-se em silêncio. Eu resmungo, como se estivesse acordando agora. Abro lentamente meus olhos, piscando algumas vezes. Vendo seu rosto bem perto do meu. — O que tá fazendo aqui? — sussurrei, abrindo um sorriso ladino. Segurando-o pela gola da camisa. — Sua irmã
— Não me olha assim — murmurei, sustentando seu olhar. Olhos verdes como as árvores, ou como a grama. Olhos verdes com bordas na cor castanho.— Assim como? — questionou ele, com um sorriso ladino. Um sorriso que já dizia tudo. Eu não precisava dar continuidade na frase pois nós dois sabíamos o que aquele olhar significava. — Como se quisesse foder comigo — falei, em tom alto e claro. Sem medo dele, ou medo de alguém ouvir. — Ah — ele riu, como se estivesse zombando de mim. — É porque eu realmente quero — seus dedos estavam enrolando nos cachos de meus cabelos. E eu estava quase sem ar, quase com meu coração parando de bater, quase me entregando a ele. — Eu odeio você! — murmurei, lembrando do dia em que nos conhecemos. Estava tudo esquematizado. Nossos olhares se encontraram, tudo deu exatamente certo. Se tivéssemos conseguido fugir da multidão naquele dia, teríamos nos pegado muito. Mas não deu. Então continuamos fingindo, continuamos nos provocando. Continuamos com os olhares e
Seis letras, era isso o que me fazia pirar. Começa com B e termina com E. Esse nome curto de seis letras é o motivo de eu estar aqui agora, olhando para todos os lados antes de pegar na mão dela, antes de puxá-la pela cintura e dizer o quanto ela me enlouquece.Eu só posso ter feito tudo errado, só posso ter jogado pedra na cruz de Jesus Cristo. E que ele me perdoe por usar seu nome em vão, mas estou dizendo a verdade. Desde o dia em que conheci Brooke, eu soube o quanto queria aquela garota. E também soube o quanto ela era proibida para mim apenas por vê-la. Filha do meu melhor amigo, Carter ele e eu somos amigos desde sempre. Nós trabalhamos juntos por anos, até que eu acabei me demitindo e seguindo meu rumo, e de uma hora para outra ele decidiu se aproximar. Mandou o convite do seu aniversário, e eu como um bom amigo resolvi comparecer. Porra, eu deveria ter ficado em casa naquela noite.Foi naquela noite que eu a conheci. Na hora eu já sabia que aquela garota foderia com grande p
Connor, Connor Lancaster. Esse nome não sai da minha cabeça. É como se ele tivesse alugado um espaço particular em meu cérebro. Invadindo o espaço de Chris. Porque tudo antes era sobre Chris, e todos os jeitos e sorrisos dele me conquistavam. Porque Chris estava em um pedestal, eu o coloquei em um. Mas o coloquei tão alto que ficamos distantes. Ele começou a achar que realmente estava em um pedestal, começou a achar que era o rei, usando uma coroa invisível. Começou a achar que eu seria para sempre sua garota apaixonada. Mas eu não estou mais apaixonada por ele, já tem algum tempo. É que eu não suporto mais ser tratada como se eu não estivesse aqui. Como se qualquer coisa fosse mais importante do que eu. E ao mesmo tempo,.estou apegada às lembranças. Desejando que os tempos bons voltem novamente. Estou apegada ao que costumávamos ser. Chris e Brooke, uma química sem igual, um maldito sonho de verão que jamais teria fim. Um romance clichê igual ao dos filmes e livros. A forma como nós