Capítulo 26

Capítulo 26 — “Algumas respostas não curam, mas abrem espaço para a dor respirar.” — Marjorye Sandalo

Maeve Jhosef

O quarto parecia menor naquela noite.

Não pelas paredes ou pelo teto que sempre estiveram ali, imóveis, mas pela presença do que não era dito, do que pairava entre a tela inacabada, o carvão nos dedos e a carta que tremia entre minhas mãos.

Isaac me observava em silêncio do retrato inacabado. Seu olhar cravado em mim era uma mistura de desafio e súplica. Não era só um esboço; era uma confissão feita à força, um sussurro que minhas mãos libertaram antes que minha mente tivesse tempo de recusar.

O envelope repousava como um peso antigo entre os dedos. Azul, desbotado nas bordas, com aquela caligrafia que ainda me fazia doer o peito: “Para Maeve, quando estiver pronta”.

Mas quando, Ezra? Quando a gente está realmente pronta pra ouvir o que pode destruir tudo que restou de pé?

Encostei a carta contra o peito e fechei os olhos. O retrato de Isaac continuava ali. Firme. Terno
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