DANNA PAOLA MADERO Se passaram um, dois, três dias, e até uma semana sem conseguir nenhum avanço, vaguei pelos corredores procurando com cuidado em cada canto para ver se algo poderia me ajudar. Porém não tinha nada de diferente desde quando procurei logo que saí daquele calabouço, que saí como louca por aí explorando, tentando descobrir uma forma de sair, só para depois descobrir que não havia saída. Passei todos esses dias mais triste que o normal. Mal sentia vontade de comer. John estava como disse: No mesmo lugar. Todos os dias nos víamos de longe. Ele sempre sustentava meu olhar, como se me chamasse. Mas eu por dignidade ou orgulho, não me movia para ir atras dele, apesar da saudade enorme que sentia. Sim. Senti saudades dele, dos nossos rápidos encontros, da mão quente me tocando... Segundo o que a Agnes disse, faltava apenas uma semana para o retorno de Paul. Se ele chegasse e eu ainda estivesse aqui, minhas chances diminuiriam em 90%, por isso eu precisava deixar tudo
DANNA PAOLA MADERO — Tem certeza? Eu não quero prejudicar sua vida em nada. — Fiquei de pé ligeiramente preocupada. Ele me acompanhou. — Não se preocupe, eu sei me virar. Fiquei em silêncio e abracei o próprio corpo por causa de um arrepio ruim que atravessou meu corpo. — Precisamos ser rápidos. Paul pode voltar. — Declarei amedrontada. Ele suspirou e mudou as vistas passando a mão na barba como se ponderasse sobre algo. Estaria ele pensando em desistir? — Quanto tempo temos? Aliviada, soltei o ar que prendia nos pulmões. — Menos de uma semana talvez. — Tem alguma ideia de como fazer isso? Neguei. — Já tentei de tudo, e o único lugar que vejo é a porta da frente da boate, mas está é viajada 24 horas por dia. Me sentindo encurralada, comecei a andar em círculos pelo quartinho nervosamente. Ficamos em silencio por um tempo, apenas o som dos meus saltos batendo freneticamente no chão demonstravam o quanto aquilo era importante e delicado para mim. — Para. Estou fica
DANNA PAOLA MADERO Quatro dias se passaram. Eu e John continuamos nos encontrando nessas noites. No mesmo lugar. Se ele esteve com outra mulher eu não sei, e para preservar meus próprios sentimentos prefiro não saber mesmo. Ele confirmou que estávamos em Londres. Me trouxe até um jornal atualizado, muitas coisas haviam acontecido pelo mundo sem que eu soubesse estando tranficada nesse lugar. E claro, os preparativos para nossa fuga estavam perfeitos. Eu não parava de sorrir só de pensar que minha vida mudaria em um ou dois dias. — Seguindo direto nesse mesmo corredor, no fim tem uma janela alta protegida por grades, eu a removi, está só encostada. É por lá que você vai sair. — Balancei a cabeça concordando com tudo ouvindo atentamente cada palavra que saia de seus lábios grossos, mesmo que já o tivesse ouvido dizer isso um milhão de vezes nesses últimos dias. — Por favor, muito cuidado para que ninguém a veja, seja discreta e rápida. Entusiasmada concordei de novo com a
DANNA PAOLA MADERO Meu pescoço e colo voltaram a ser alvos de sua boca quente e úmida. — Me quer aqui? — com o polegar grosso passou a estimular meu pequeno botão inchado pelo tesão ainda por cima da calcinha, seu dedo indicador afastou um pouco o tecido da renda vermelha penetrando lentamente. Mordi com força meu lábio inferior para conter o gemido alto. — Sim. Por favor. — Voltei a praticamente implorar. John me olhou brevemente antes de tirar o cinto e abaixar as calças em uma velocidade impressionante. E sim. É do jeito que eu imaginei que fosse. Na verdade melhor. O membro pulou para fora da cueca, grande, não muito grosso, com um líquido transparente brilhando na cabecinha e veias saltando. Uma vez eu tive a curiosidade de pesquisar na internet fotos de pênis depois de uma aula de anatomia. Apareceu várias fotos, de todos os jeitos, lembro que fiquei assustada e logo saí do site com o rosto queimando de vergonha. Era desse jeito que me sentia agora. Envergonhada pel
DANNA PAOLA MADERO Sem perceber, já estava na porta do meu quarto. Acho que a Agnes não vai se importar se eu ficar aqui. Não havia ninguém no corredor. Dei de ombros e entrei me encostando a porta. Tirei os saltos e me sentei na cama massageando os tornozelos. No último mês, muitas coisas estavam acontecendo. Minha esperança morta, agora renascida. — Eu só espero não ter que enterra-la novamente. —Sussurrei e me joguei na cama. John Backer e Paola Backer. Ficaria bem em mim. Ri da minha própria audácia. Ele nunca ia querer algo a mais do que temos. Para parar de pensar nele a aliviar um pouco minha ansiedade por amanhã, peguei um livro, Um amor para Lady Johana, um romance que eu amava, já o li muitas vezes, as folhas gastas demonstravam isso. Claro que não funcionou, precisei ler várias vezes o mesmo parágrafo para entender o que estava escrito. Frustrada coloquei o livro de volta na cômoda. Deitei na cama e olhei o teto. Imaginei toda minha vida fora daqui. Que
DANNA PAOLA MADERO Meu corpo paralisou. Não pode ser! Olhei para fora da janela, observando minhas chances, havia um carro preto parado no beco, o amigo do John me esperando. Voltei meu olhar para onde a Agnes estava parada, bem perto de mim. Não tinha chances de pular, ela me pegaria com certeza. Os olhos se encheram de lágrimas eu respirava com força, a liberdade nunca esteve tão perto. — Agnes, por favor... e-eu te imploro. — A voz tremia entre as lágrimas. Há muito tempo eu não chorava. Me negava a deixar que qualquer um que fosse, me visse sofrer, mas agora eu não aguentei. Ela não demonstrou nada. Apenas se aproximou e me puxou pelo braço com força, o que me fez cair no chão igual uma fruta podre. Ali mesmo eu fique. Encolhida no chão, abraçando os joelhos com os braços, enfiei o rosto no meio deles e chorei como criança. Eu não mereço isso Deus. Me ajuda. — Garota? — ouvi a voz mansa da mulher. Levantei a cabeça e a olhei nos olhos. Toda a dor que eu senti
DANNA PAOLA MADERO E saiu nos deixando com cara preocupadas para trás. Ninguém disse nada por alguns minutos. Eu sentada no chão derrotada e ele me olhando com uma expressão estranha. — Vamos. Vou te levar para o quarto. — Estendeu a mão grande e pálida. Aceitei. Fiquei de pé na sua frente, tentei abraça-lo, mas ele me afastou rapidamente. Meu coração errou uma batida. O que foi isso? — John... — Aqui não Paola. Não sabia o que dizer. — Vá na frente. Obedeci novamente, passando por ele e caminhando rápido pelo corredor vazio até a porta que dava para o quarto que morei nos últimos meses. Abri a porta e esperei ele passar, o mesmo entrou, fechei-a imediatamente. Com as pernas moles pelo ocorrido anterior me sentei na cama e cobri o rosto com as mãos. As lágrimas vinham com força de novo. Agora eu poderia estar em qualquer lugar menos aqui. — Calma Paola... — John sentou-se e me abraçou de lado. — Não John. Eu estraguei tudo. — Chorei mais
JOHN BACKER Continuei com o rosto o impassível. Sem demonstrar nada. Mas a verdade era que sentia uma raiva descomunal, a vontade de mata-lo com as próprias mãos era enorme, maçante. Mas no momento não poderia fazer nada estupido por medo que ele fizesse algo para prejudicar a Paola e eu estivesse longe para impedir. — Senhor, ela estava na boate, mas acabou torcendo levemente o tornozelo. — Respondi sucinto. Com as mãos, massageei delicadamente o suposto local da torção. Meus olhos se prendiam a pele morena de seus pés pequenos de unhas bem cuidadas e... — Saia já daqui. — Paul voltou a se manifestar com a voz carregada de raiva. Relutante, levantei e me afastei. Paola me olhava com os olhos assustados. Eu nunca a tinha visto tão desesperada, vê-la assim me cortavam por dentro. Eu volto para te buscar. Antes que ele desconfiasse, me afastei e fiz menção de sair, mas ao passar perto do Paul, senti a manga do meu terno ser puxada com força. Respirei fund