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06. O PROIBIDO É MAIS GOSTOSO

JOHN BACKER

Ela pareceu entender repetindo a pergunta no meu idioma. E porra, o sotaque dela era lindo e o inglês mais perfeito que o meu.

— Conversar com você. E quem sabe até mais... — respondi deixando a frase inacabada.

Ela com certeza soube do que eu estava falando e virou a cabeça para me encarar, sorri safado como um convite claro das más minhas intenções.

A mexicana por sua vez tentava vestir uma máscara de frieza e calma, queria mostrar que não se sentia atraída por mim, sorri de lado travesso, já constatando minha vitória.

Sua farsa falhou miseravelmente quando notei seus dedos finos com unhas bem cuidadas tremerem ao levar levemente o copo à boca, acompanhei com os olhos famintos cada movimento seu, o liquido sendo transferindo do copo para a boca carnuda e depois deslizando pela sua garganta... Imaginei outro tipo de liquido descendo pela garganta dela, um branco e quente...

Meu corpo estava prestes a entrar em combustão tamanha a vontade selvagem de rasgar seu vestidinho e devora-la ali mesmo.

—Você é novo por aqui, si? — questionou com a voz macia.

Parecia que agora ela me daria uma chance. Eu já estava ficando impaciente com esse joguinho de gato e rato.

—Sim morena. Fui contratado...

—"Gilipollas". — Resmungou e levantou da banqueta sem me dar chances para nada.

Fiz o mesmo.

Como assim "Gilipollas"? O que significa?

Ela começou a se afastar. Mas eu a segurei pelo braço aplicando um pouco de força, ela precisava saber que eu não aceito um não como resposta.

A arrastei até um canto mais escuro onde não poderíamos ser vistos facilmente.

— Me solta! — esbravejou entre dentes seus olhos escuros me encaravam misteriosos.

— Vamos para um quarto. — Sorri sem solta-la.

A morena puxava o braço repetidas vezes tentando se livrar do aperto. Me aproximei mais dela e a olhei de cima, já que a mulher era baixa, e ficava muito mais de perto.

Podia sentir a maciez e calor da pele bronzeada embaixo da minha mão, eu tive uma sensação de loucura por nunca mais querer solta-la.

Seus olhinhos negros como duas jabuticabas estudavam cada centímetro do meu rosto, a deixei à vontade, ela não saberia nada do que sinto sem que eu queira, por hora, apenas verá que não sou um idiota que tolera ser rejeitado como um cão.

— Eu não vou para lugar nenhum com você. Está louco? — recusou agitada.

—Quer fazer aqui mesmo então? — Insinuei com um sorriso malicioso.

Vi o exato momento em que sua mão levantou para me acertar um tapa na cara, mas segurei seu pulso a tempo.

— Prostitutas não deviam fazer cu doce.

Seu rosto se tornou vermelho e raivoso.

— Me solta ou eu conto tudo isso ao Paul.

Gargalhei com a ameaça, e sem que a mesma esperasse, a puxei pela cintura colando nossos corpos. O ato foi de loucura total, se o chefe visse eu não só perderia o emprego como poderia não sair vivo de dentro daquele prédio cheio de bandido armado até os dentes.

— Conta. Eu não tenho medo dele. — Desafiei ainda com as mãos em seu corpo, uma presa na cintura e a outra no braço.

— Mas deveria. — Sua voz saiu como um sussurro, não tão confiante como antes.

Decidi solta-la, minha intenção não era ser visto com ela e perder o emprego logo no primeiro dia, caindo da real, lembrei de duas pessoas que dependiam de mim em casa.

Liberta, ela me olhou mais vez, virou as costas e saiu.

O caminhar rápido fazia sua bunda grande balançar com seus movimentos. Que mulher gostosa! Ela ainda vai estar na minha cama gritando meu nome.

Olhei para os lados cuidadosamente para saber se alguém tinha notado nós dois. Por sorte não.

Caminhei de volta para o primeiro solo, meu pau apertado na calça doido para se enfiar no meio das pernas de uma certa morena inalcançável.

Dylan ainda estava de pé no mesmo lugar que o deixei.

— Cara onde você estava?! — perguntou.

— Fui ao banheiro.

Assumi minha posição. Sério e com as mãos cruzadas nas costas. Observando tudo ao nosso redor. Tenho que focar no meu trabalho.

— Bater uma? Porque demorou. — E riu da própria piada.

Mais uma vez, ignorei.

Com os olhos procurei pela mexicaninha que me deixou duro sem fazer nada. Ela estava no mesmo lugar de antes, sentada no colo daquele loiro azedo.

Só de olhar para ela, dava para perceber que preferia estar em qualquer lugar do mundo, menos ali. Será que ela foi mesmo vendida pelo pai?

Como se lesse minha mente, Dylan falou sério:

— Nada do que te contei pode sair daqui. Se o Paul souber que falamos sobre isso para alguém, estamos mortos.

Com isso, tive mais certeza de que poderia mesmo ser verdade.

Mas enfim, não quero ser egoísta, porém, foda-se, o azar foi dela.

Não precisei expulsar ninguém. Só fiquei no mesmo lugar parado. E isso me deixou com as pernas doídas pelas horas em pé.

Por volta das três da manhã, a morena e Paul saíram juntos do salão da boate. Ver a mão dele segurando-lhe o pulso me deu vontade de ir lá e encher a cara dele de porrada.

O que é isso John? Até parece a droga de ciúmes.

Meu "expediente" acabou 4 da manhã. Cheguei em casa arrastado. Morto de sono e cansado.

Com o passar dos dias, fui me acostumando, a noite inteira acordado e o dia dormindo.

Quase todas as noites eu a via, ao lado de Paul. Ele a exibia para os outros homens como um maldito troféu. Não tivemos mais nenhum "encontro", eu tentei algumas vezes, mas ela fugia de mim como o diabo da cruz.

Claro, não focava somente nela, tinha as outras mulheres que trabalhavam na boate e me davam mole, e eu não me fazia de rogado, levei muitas delas para a cama, ou banheiros, corredores, e etc.

Já com a garota lá, não acontecia nada, ela nem me olhava. E isso era o suficiente para me fazer ficar com mais vontade de tê-la. Como dizer por aí... O proibido é mais gostoso.

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