Os olhares de George eram carregados de desdém enquanto ele encarava Juliana, com um sorriso satisfeito e cheio de arrogância.— Juliana, é melhor você economizar suas forças, porque essa coisa, até as pessoas mais orgulhosas acabam se sujeitando e se tornando como cães!Ela se sentia completamente desconfortável, como se seu próprio corpo estivesse se rebelando contra ela.— George, isso é um crime! — Sua voz estava trêmula, mas ela ainda tentou se manter firme.Ao ouvir aquilo, George riu, como se tivesse escutado a piada mais engraçada de sua vida. Ele gargalhou alto, sem vergonha. Só depois de alguns segundos conseguiu se controlar.— Crime? Juliana, que provas você tem para me acusar de algo? Eu não fiz nada, absolutamente nada.Ele sabia que o que havia dado a ela era uma substância que, após oito horas, não deixaria vestígios, nem mesmo com os equipamentos mais sofisticados. Caso ela tentasse denunciá-lo por estupro, ele já tinha tudo planejado. Havia gravado o momento e, no v
Sob o olhar aterrorizado de George, Bruno esmagou sem piedade sua mão direita contra o chão.O sangue escorria enquanto ele pressionava com força, arrancando um grito agonizante que ecoou por todo o camarote.Do lado de fora, os garçons que haviam seguido a situação sentiram um calafrio percorrer a espinha."Esse homem... É implacável!"Os olhos de Bruno, escondidos por trás das lentes, estavam tomados por uma frieza sombria e ameaçadora. As súplicas desesperadas de George eram como vento passando, incapazes de alcançar sua consciência.A pessoa que ele sequer ousava machucar, aquele lixo teve a audácia de cobiçar.Cada vez que pensava nisso, o ódio em seu coração crescia como uma chama alimentada pelo vento, tornando-se ainda mais incontrolável.— Sr. Bruno! Eu errei, eu... Eu não sabia que Juliana era sua! Por favor, por favor, me perdoe!Se eu soubesse disso antes, jamais teria ousado tocar na Maia, muito menos pensar em encostar na Juliana!O instinto de sobrevivência tomou conta d
Bruno segurou as mãos inquietas de Juliana, forçando-a a encará-lo diretamente. Ele perguntou, com a voz firme: — Ju, quem sou eu? Quem...Juliana ficou momentaneamente confusa, mas logo foi consumida novamente pela onda de calor que queimava seu corpo. — Gustavo...Apesar das palavras difíceis de entender, aquele único nome foi suficiente para fazer o rosto de Bruno escurecer imediatamente. — Calor...Se Juliana não tivesse mencionado o nome de Gustavo, talvez Bruno estivesse disposto a suportar até chegarem à mansão, mantendo-se implacável como uma estátua de gelo para acalmá-la. Mas agora... Sem dizer mais nada, Bruno ajustou novamente o casaco sobre ela e ordenou ao motorista que colocase o ar-condicionado no máximo. — Segure firme.O carro acelerou, e a tensão que antes preenchia o ambiente dissipou-se por completo. Juliana, no entanto, estava em agonia. Tentou se libertar do aperto firme de Bruno, mas sua força era insuficiente. Frustrada, mordeu o braço dele.
Ao ouvir a pergunta de Bruno, um brilho irônico apareceu nos olhos de Juliana. As mãos, que seguravam a tigela de porcelana, se apertaram com força, deixando as veias de seu dorso visíveis, uma tensão palpável.Se fosse direta, a verdade seria amarga: George não passava de um cachorro ao lado de Gustavo, cheio de intenções, mas sem coragem para agir por conta própria. O que aconteceu na noite anterior só poderia ter ocorrido com a aprovação de Gustavo, tudo para agradar a Viviane. Ele realmente sabia como ser cruel.A raiva fervilhava dentro de Juliana, ameaçando engoli-la por completo.No meio dessa tempestade emocional, Bruno se aproximou e tirou a tigela de suas mãos com delicadeza.— Srta. Juliana, se não quiser falar, não precisa. A calma na voz dele foi como um balde de água fria, trazendo-a de volta à razão. Ela respirou fundo, sentou-se na cama e começou a procurar pelo celular. Após vasculhar todos os lugares possíveis sem sucesso, Bruno, como se tivesse adivinhado suas i
De repente, Juliana ficou completamente sem graça, sem saber onde se esconder.Ela tinha um hábito peculiar quando bebia: gostava de morder as pessoas.Na noite anterior, embora não estivesse bêbada, porque havia colocado algo em sua bebida, ela acabou mordendo o Bruno. Fora isso, provavelmente não fez mais nenhuma besteira, certo?Juliana não sabia, e nem tinha coragem de perguntar.Perguntar só deixaria tudo ainda mais constrangedor.Bruno, temendo deixá-la mais nervosa, recuou e saiu do quarto, dando aa ela espaço para se arrumar antes de descer para almoçar.Ao ouvir o som da porta sendo trancada, Juliana percebeu tarde demais: quem trocou as roupas dela?!Meia hora depois, Juliana desceu, engolindo o constrangimento, e almoçou com Bruno.Após o almoço, ela marcou um encontro com a Maia.Bruno ofereceu uma carona e a deixou na porta do café. Antes de sair, recomendou:— Qualquer coisa, me liga.— Está bom. — Respondeu Juliana.Maia estava sentada perto da janela e viu tudo de longe
Após vários dias de chuva e temperaturas baixas, o calor na Cidade A subiu repentinamente.O hospital estava lotado.Maia entrou na enfermaria de Alexandre com o rosto fechado como uma tempestade.— Alexandre, estou avisando: você vai se divorciar, queira ou não!Ele teve a audácia de ameaçá-la?Achava mesmo que Maia era fácil de intimidar?Que ingenuidade!Se pudesse voltar no tempo, com certeza teria usado mais garrafas de vidro na cabeça dele naquela noite!Alexandre estava recostado na cama do hospital, com várias ataduras enroladas na cabeça. Seu olhar despreocupado ficou sombrio no instante em que ouviu a declaração de Maia.Juliana entrou logo atrás, com um pouco de atraso.Ao vê-la, Alexandre ficou ainda mais irritado.— Maia, então você realmente está conspirando com a Juliana! — Ele tremia de raiva ao falar.Maia riu com frieza:— Para de inventar, Alexandre! O que foi? Fui eu que mandei a Viviane se agarrar em você? Então cala a boca e assine logo o acordo de divórcio!Dizen
Ela se lembrou de uma época, quando pegou uma gripe H1N1 e quase morreu.Naquele momento, Gustavo permaneceu indiferente.Provavelmente, já não a amava mais.A emoção nos olhos de Juliana fez com que Gustavo sentisse um aperto no peito, e as palavras que ele proferiu saíram carregadas de espinhos:— Juliana, foi você quem bateu no Alexandre. Peça desculpas imediatamente!Com isso, a sala ficou em completo silêncio.Maia tirou a mão que mantinha no ombro de Alexandre e, sem hesitar, caminhou até o lado de Juliana.Franzindo as sobrancelhas, respondeu:— Sr. Gustavo, essa situação não tem nada a ver com a Ju. Ela só agiu em legítima defesa. Foi o Alexandre quem começou. Se alguém precisa se desculpar, é ele.As palavras de Maia, claramente protegendo Juliana, deixaram Alexandre tão furioso que ele mal conseguia formular uma frase.Os olhos de Gustavo estavam sombrios, fixos no rosto pálido e indiferente de Juliana.— E quanto a ela ter agredido a Vivi? Não deveria pedir desculpas?Maia r
A mansão da família Costa estava localizada em uma das áreas mais exclusivas e movimentadas da Cidade A. O lugar era um símbolo de riqueza e status, inacessível à maioria das pessoas.No entanto, o ambiente no salão principal estava longe de refletir toda essa grandiosidade. A atmosfera era pesada, carregada de tensão. Assim que Gustavo entrou, uma pilha de jornais foi arremessada em sua direção.— Gustavo, ajoelhe-se! — Ordenou o Sr. Michel, sentado com imponência no sofá. Sua mão firme segurava uma bengala, e o cabelo branco, impecavelmente penteado, não suavizava a expressão severa de seu rosto enrugado, tomado pela raiva.Gustavo olhou para ele, confuso, tentando entender o motivo daquela recepção.— Vovô, o que eu fiz de errado?— Juliana terminou com você? — Michel disparou, a voz carregada de decepção.Essa era uma notícia que Gustavo ainda não tinha compartilhado com ele. Ele acreditava que Juliana estava apenas sendo impulsiva e que, com o tempo, ela voltaria atrás e pediria