Após o ritual do Ciclo das Constelações, o vilarejo encontrava-se em um estado de profunda harmonia. As noites eram iluminadas pelas constelações em constante movimento, e os habitantes trabalhavam juntos, guiados pelas novas revelações trazidas pelo Véu. Contudo, a chegada de Eshara trouxe também uma nova questão à tona: o desaparecimento de um dos guardiões mais antigos, um ser conhecido apenas como "O Guardião Esquecido."Um Nome Sussurrado pelo VéuNa manhã seguinte ao ritual, Lira reuniu os guardiões para discutir as mensagens que haviam recebido durante sua conexão com o Véu. Cada um compartilhou fragmentos, mas o nome do Guardião Esquecido surgiu repetidamente, como um eco persistente.— Quem é ele? — perguntou Celina, intrigada. — Nunca ouvimos falar desse guardião.Eshara permaneceu em silêncio por um momento antes de responder:— O Guardião Esquecido foi o primeiro a se conectar ao Véu. Ele era a própria essência do equilíbrio, mas sua missão o levou a um sacrifício extremo.
O retorno ao vilarejo foi marcado por uma atmosfera de renovação. A presença do Guardião Esquecido parecia ter deixado uma energia diferente no ar, como se o próprio Véu estivesse mais próximo dos habitantes. Mas, ao mesmo tempo, um sentimento de inquietação pairava.Sinais no HorizonteNa manhã seguinte, enquanto o sol nascia com tons dourados, Lira estava no alto da colina, observando o horizonte. As constelações no céu noturno tinham mudado ligeiramente, como se quisessem transmitir algo que ela ainda não compreendia.— Você também sente isso? — perguntou Celina, aproximando-se dela.— Sim. Como se algo tivesse sido deslocado — respondeu Lira, ainda olhando para o céu.Eshara se juntou a elas pouco depois, trazendo uma notícia preocupante.— Um dos cristais conectores desapareceu.As palavras de Eshara ecoaram como um trovão. Os cristais conectores eram fundamentais para manter a harmonia entre o vilarejo e o Véu. Sem eles, o equilíbrio poderia ser comprometido.— Quem poderia ter
Atravessar a fenda foi como entrar em um pesadelo e um sonho ao mesmo tempo. Quando Lira deu o primeiro passo, o mundo ao seu redor se distorceu. O ar pulsava com uma energia que desafiava a lógica, e as cores eram mais vívidas do que qualquer coisa que ela já tivesse visto. Cada respiração era carregada de uma tensão indescritível, como se algo maior observasse cada movimento.A Terra das SombrasAo chegarem do outro lado, os guardiões se encontraram em um mundo que parecia ser uma distorção de tudo o que conheciam. O céu era de um tom profundo de violeta, com estrelas que piscavam com uma frequência acelerada. As montanhas ao fundo pareciam flutuar, e o chão sob seus pés era de uma substância viscosa e translúcida.— Onde estamos? — perguntou Celina, tentando compreender o que seus olhos estavam presenciando.— Não é um lugar físico... ou pelo menos, não de uma forma que entendemos — respondeu Eshara, que sentia uma pressão crescente em sua mente. — Isto é uma extensão do Véu. Estam
A jornada pelo reino das distorções não foi uma simples travessia, mas uma luta constante contra o que o Véu representava: a fronteira tênue entre o conhecido e o desconhecido, entre a realidade e os abismos da criação. Enquanto Lira e os outros avançavam, o ar parecia se espessar, com cada passo mais difícil que o anterior. A energia do Véu estava agora agindo diretamente sobre suas consciências, como uma força invisível que os testava em níveis que não imaginavam ser possíveis.Os Cristais da VerdadeEles chegaram a uma clareira. O terreno, agora totalmente alterado, tinha uma textura líquida, fluindo como se fosse composto de matéria e energia simultaneamente. No centro da clareira, erguia-se um pedestal de cristal. Ao seu redor, várias pedras flutuavam, brilhando com uma intensidade que variava conforme os movimentos daquelas energias circulantes.— Os Cristais... — murmurou Eshara, uma onda de entendimento iluminando seus olhos. — Eles são a chave para restaurar o Véu.Os cristai
Após a restauração inicial dos Cristais da Verdade, o grupo sentiu que o ar ao seu redor começava a mudar. A energia do Véu, antes caótica e instável, fluía agora como uma melodia, um canto que ecoava nos corações de todos. Era como se o Véu estivesse contando uma história, sua própria história, através de notas e vibrações que transcendiam palavras.O Chamado da Harmonia— Vocês ouvem isso? — perguntou Celina, fechando os olhos para se concentrar no som. Era uma música etérea, uma mistura de vozes e instrumentos que pareciam vir de todos os lugares e de lugar nenhum.— Não é apenas som — disse Arian, o rosto iluminado por uma compreensão súbita. — É o próprio Véu tentando se comunicar.Eshara tocou um dos cristais que ainda brilhava suavemente. Ao fazê-lo, sentiu-se transportada para um espaço além da realidade. Era um lugar vazio, mas preenchido por luzes dançantes, como constelações vivas. Uma figura começou a se formar ali, feita de pura energia, com traços vagamente humanos.— Eu
Os guardiões estavam exaustos, mas o Véu pulsava suavemente no céu, como um coração universal que acabara de ser estabilizado. A Canção da Origem havia desaparecido, mas seu legado permanecia nítido. Agora, as dimensões estavam conectadas, mas a harmonia recém-criada exigia vigilância constante.Um Novo Horizonte— Isso é só o começo — disse Eshara, olhando para os cristais que agora estavam profundamente integrados ao solo. Suas cores dançavam com uma tranquilidade que acalmava os sentidos, como se o universo estivesse finalmente respirando aliviado.— É estranho... — murmurou Arian, franzindo a testa. — Parece que alcançamos o fim de algo grandioso, mas sinto que algo maior ainda está por vir.Celina concordou silenciosamente. O silêncio que se seguira ao ritual estava longe de ser vazio; era carregado de promessas, de perguntas sem resposta e de um mistério que ainda pairava.A Visita InesperadaEnquanto refletiam sobre seus papéis futuros, uma figura apareceu à distância, caminhan
Os primeiros raios do sol atravessavam o Véu, projetando feixes de luz iridescente sobre o vilarejo. O ambiente estava em paz, mas os corações dos guardiões sabiam que essa tranquilidade era uma ilusão passageira. A luta contra a entidade do caos havia deixado marcas invisíveis, não apenas no Véu, mas também em cada um deles.Um Chamado do VéuCelina foi a primeira a perceber que algo havia mudado. Enquanto caminhava pelas bordas do vilarejo, os cristais emitiram um som sutil, quase como um sussurro.— Vocês ouviram isso? — perguntou, reunindo-se com Arian e Eshara.— Não ouvi nada, mas... — Eshara parou, colocando a mão no coração. — É como se o Véu estivesse tentando falar conosco.Arian olhou para o céu, onde as cores do Véu pareciam formar padrões efêmeros, como mensagens codificadas.— Talvez a restauração tenha despertado algo adormecido por eras. Precisamos entender o que isso significa.A Reunião dos GuardiõesOs guardiões se reuniram no centro do vilarejo, onde Elias aguardav
Era uma noite sem lua quando Daniel observava o céu. A vastidão negra parecia um manto infinito, salpicado com minúsculas estrelas, como cicatrizes luminosas no tecido do universo. Ele sempre se perguntava o que existia além do que os olhos podiam ver, além da luz das estrelas que já estavam mortas, mas continuavam a brilhar.Daniel, um jovem astrofísico em ascensão, dedicara sua vida a estudar os mistérios do cosmos. Seu fascínio por buracos negros começou cedo, uma curiosidade alimentada por teorias e especulações. Para muitos, os buracos negros eram ameaças silenciosas no universo; para ele, eram portais para algo maior.Naquela noite, algo mudou.Em meio às observações rotineiras, seus monitores começaram a registrar flutuações que desafiavam qualquer explicação conhecida. Um sinal incomum, vindo de um ponto distante, onde apenas um buraco negro colossal reinava. O nome da região era SG-103, um dos buracos negros mais antigos já descobertos, um verdadeiro monstro cósmico.— O que