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Capítulo 4- O lobo na Sombra

A fúria de Adrian era como um trovão silencioso, ressoando dentro dele. Seu lobo rosnava, inquieto, exigindo ação. Aquela mulher… ela não era nada para ele, e ainda assim, o cheiro de medo misturado à indignação que emanava dela atiçava seus instintos mais primitivos.

Justin segurava o pulso dela com força, e Adrian não precisava de mais nada para agir.

Com um olhar, deu um comando mental para Tor. Seu Beta entendeu imediatamente. Movendo-se com precisão, ele esbarrou propositalmente em um garçom, derrubando algumas taças. O vidro estilhaçou no chão, e a confusão momentânea atraiu olhares e comentários.

No instante seguinte, Adrian avançou.

Seus passos eram controlados, predatórios. Ele não precisava erguer a voz para impor respeito. Sua presença já bastava. O ar parecia ficar mais pesado quando ele se colocou ao lado dos dois, os olhos verde-intensos brilhando sob as luzes suaves do salão.

Justin ainda não havia percebido sua aproximação.

— Cara, você não percebe que estamos no meio de uma conversa? — bufou, irritado, ainda segurando Eyla.

Adrian apenas inclinou levemente a cabeça, avaliando-o como se fosse um inseto incômodo. Um pequeno sorriso curvou seus lábios, mas não havia humor ali.

— Eu percebi. A questão é se você quer sair daqui inteiro ou não.

A voz foi baixa, mas carregada de uma ameaça velada que fez o sangue de Justin gelar. O instinto humano dele gritou para recuar, mesmo que sua arrogância tentasse convencê-lo do contrário.

Ele hesitou.

E foi tudo que Adrian precisou.

Com um simples movimento, Adrian tocou o pulso de Justin — não apertando, apenas o suficiente para que seus dedos se fechassem como aço ao redor da pele do homem. A diferença de força foi esmagadora. Justin arregalou os olhos ao sentir a pressão, e sua mão se abriu por reflexo, soltando Eyla.

Ela recuou um passo, respirando fundo, o olhar indo de Justin para Adrian. O silêncio entre os três foi interrompido pelo murmúrio ao redor.

O incidente com o garçom estava se resolvendo, e as atenções começavam a retornar ao salão. Eyla não esperou. Seu coração ainda martelava no peito, e ela sabia que não queria continuar ali.

Furtivamente, girou nos calcanhares e seguiu em direção à saída. Antes de atravessar as portas, não resistiu e olhou para trás.

Justin estava estático, os punhos cerrados, mas não dizia nada. O homem que a ajudara ainda estava ali, de costas para ela, a postura relaxada, mas letal. Mesmo de longe, Eyla sentiu a energia dele, um magnetismo estranho que a fez se questionar quem ele realmente era.

E por que, de repente, ela sentia que aquele não era o último encontro dos dois.

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Do lado de fora, o ar fresco da noite trouxe alívio. Eyla respirou fundo, tentando afastar a tensão acumulada no corpo. Começou a caminhar, seus saltos ecoando contra a calçada.

Enquanto passava por restaurantes e casais sorridentes, não pôde evitar o pensamento que a atormentava há tempos: quando seria sua vez de sentir algo real? Algo que não fosse uma relação vazia, uma rotina exaustiva, um futuro previsível?

Mas seus pensamentos foram interrompidos por uma sensação. Algo estava errado.

Era sutil no começo. Um arrepio na nuca. Um incômodo no estômago. Uma pulsação acelerada que não fazia sentido. Instintivamente, ela olhou ao redor. Pessoas caminhavam, carros passavam, mas… algo não se encaixava.

Estava sendo observada.

O desconforto cresceu. Ela tentou ignorar, tentou se convencer de que era apenas efeito do espumante ou do estresse daquela noite. Mas seus sentidos não mentiam. O instinto que sempre a protegia agora gritava em alerta.

Engolindo em seco, apressou o passo. Pegou o metrô, misturando-se à multidão por segurança. Dentro do vagão, a sensação diminuiu, mas não desapareceu. A pressão de ser seguida ainda a acompanhava, como uma sombra persistente.

Quando desceu na estação perto de casa e começou a caminhar pela rua silenciosa, percebeu que não estava sozinha.

Seus passos ecoavam, mas havia outro som atrás dela.

Passos.

Firme, ritmado.

Alguém estava seguindo-a.

Seu coração disparou.

Sem olhar para trás, Eyla acelerou. Tentou se convencer de que era paranoia, mas cada célula do seu corpo dizia o contrário. Algo estava à espreita. Algo estava prestes a acontecer. A adrenalina pulsava em suas veias, e a vontade de correr se misturava a um desejo inexplicável de enfrentar o desconhecido.

Então, em um instante, Eyla decidiu. Ela não seria apenas uma vítima. Parou abruptamente e girou sobre os calcanhares, encarando a escuridão atrás dela. A rua estava vazia, mas a sensação de ser observada não a abandonava.

Silêncio.

Eyla respirou fundo, sentindo a adrenalina correr. Não estava sozinha nessa. O pensamento vagou para seu salvador daquele noite.

Ela não sabia o que viria a seguir, mas estava pronta para lutar.

E nada poderia prepará-la para o que viria a seguir.

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