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PRESOS PELA NEVE

— Como assim eles não vêm? — Rachel certificou-se de que sua expressão neutra e perfeitamente profissional não vacilasse diante do descontentamento de seu chefe. Isso nunca aconteceu.

— O sr. Bouchard ligou para o escritório e falou com Alex. A neve se transformou em precipitação mista mais cedo lá, com muito granizo e chuva congelante. Eles chegaram a Boston antes que

o aeroporto fechasse, mas não há como conseguirem chegar aqui. Ele passou os dedos pelos cabelos escuros em um gesto familiar de frustração que nunca deixava de distrai-la.

— Como isso aconteceu?

Isso aconteceu porque Adrian Blackstone queria

impressionar Rick Bouchard, então, em vez de se reunir no escritório, a reunião foi marcada no Monte Lafayette Grand Resort Hotel, no alto das Montanhas Brancas. Onde a Mãe Natureza era famosa por destruir os melhores planos com um movimento inconstante da mão.

— Droga, — Adrian praguejou.

Quando ele se levantou e foi até a janela, ela se permitiu vê-lo andar. Ele já estava de terno, com a gravata no pescoço, mesmo que ainda faltassem horas para a reunião. Embora quase sempre não usava o paletó no escritório e arregaçava as

mangas da camisa, sempre que ia se encontrar com cliente, ele já estava completamente vestido quando ela o encontrava. Parte da preparação psicológica, ela presumiu. Só uma vez, ela gostaria de vê-lo em jeans e uma camiseta

algo desbotado, macio e justo ao corpo. Ela queria saber qual era o filme favorito dele e se gostava de sorvete de baunilha, chocolate ou misto. Quando ele se virou, ela deu um pequeno meio sorriso, sabendo que ele não via nada além de sua assistente esperando pacientemente por instruções.

— Podemos muito bem pegar a estrada, já que isso fracassou — ele disse. — Quem sabe eu faça a apresentação amanhã no hotel dele. E as boas novas continuaram chegando.

— Na verdade, o governador acaba de declarar estado de emergência e a rodovia está fechada. Os olhos escuros dele se arregalaram.

— Como assim?

— Estamos presos pela neve. — O que significava que ela passaria a noite no corredor de sua fantasia favorita, sem nenhum parceiro de negócios ou clientes por perto para serem

acompanhantes involuntários.

— Você está falando sério?

— Sim, sr. Blackstone. — Ela fechou o laptop e colocou-o na bolsa, junto com a pasta do portfólio e seu bloco de notas.

— Muito sério. Aparentemente, o tempo deu uma guinada bizarra depois que recebemos a última previsão. Não precisamos nos preocupar com energia ou serviços aqui no hotel. O resort tem energia própria geradores a vapor ou algo assim.

— Estou ciente disso.

Claro que ele estava. Este projeto foi finalizado enquanto ela ainda era apenas uma novata fazendo café e preenchendo a papelada na empresa, mas foi uma restauração da qual ele

ficou especialmente orgulhoso. Não só pelo tamanho, mas pelos resultados. Entrar no Monte Lafayette era como voltar no tempo pelo menos um século, a não ser pelas amenidades modernas habilmente disfarçadas. Os hóspedes não sofriam com a falta de internet sem fio, telas ou tomadas. Ele esfregou as têmporas.

— Então é isso? Estamos presos aqui?

— Sim, senhor. — Nem Adrian Blackstone poderia

comprar uma passagem de volta para Boston esta noite. Ele aceitou com um suspiro e encolheu os ombros fortes, que eram acentuados pelo corte de seu terno carvão.

— Já que não estive aqui desde que terminamos a restauração, o que há para fazer neste lugar?

Tirar as roupas, fazer sexo selvagem com o patrão e acordar alegremente satisfeita e em breve desempregada?

— Existem várias amenidades que podem interessá-lo. Há um folheto no bolso interno do paletó, onde o guardou quando eu o entreguei.

Ele o pegou e sorriu para ela antes de abri-lo. Deus, ele tinha um sorriso incrível.

— Vi que você circulou a loja. Já que a prendi aqui, fique à vontade para cobrar o que precisar no seu quarto.

Ela acenou com a cabeça, embora não faria. Mesmo que a Blackstone Historical Renovations pagasse por sua viagem, hospedagem e alimentação, ela não comprava itens pessoais

ou fazia despesas extras por conta deles. Mesmo que fosse culpa do CEO os planos deles terem mudado.

— Acho que você ganhou férias não programadas, — ele continuou com um sorriso tímido. — Ao contrário de você, mal tomei meu café, então vou ficar e trabalhar nas minhas

anotações para a propriedade de Newport.

Ela sabia que Adrian estava pensando em comprar uma casa que vira listada em Newport, Rhode Island, fazer uma reforma completa e depois vendê-la. Seria a primeira vez para

a Blackstone Historical Renovations. Já que só faziam restauração em propriedades pertencentes a outras pessoas, eles conversaram muito sobre os prós e os contras. O risco era

maior, uma vez que a propriedade teria que ser vendida para que pudesse ser paga, mas também era a margem de lucro potencial.

— Quer que eu fique?

— Só vou ler as anotações que já fizemos, então você não precisa ficar. Avisarei a recepção quando terminar, para que possam reabastecer o café. — Ele pegou a chave do quarto quando ela a estendeu. — Vá se divertir. Aproveite tudo o que

o hotel tem a oferecer, e tenho certeza de que encontro você por aí.

— Sim, senhor. Receberei atualizações regulares sobre as condições de viagem e avisarei assim que as estradas estiverem seguras. Enquanto isso, se precisar de alguma coisa, por favor, me avise.

Ela o deixou trabalhar, imaginando o que deveria fazer pelo resto do dia. O plano original previa que todos tivessem uma noite agradável após a reunião, incluindo o jantar. Depois Adrian e Rachel partiriam para Boston no início da manhã,

deixando a família Bouchard para aproveitar o resto do dia e outra noite às custas de Adrian antes de viajar para o Colorado nas férias de Natal. Agora Rachel não tinha planos para um futuro previsível, a não ser tentar não imaginar

cem e uma maneiras de seduzir seu chefe.Ela tinha imaginado dezessete antes de chegar ao final do corredor.

Na hora do jantar, Adrian estava entediado. Ele

pressionou sua equipe para encerrar tudo antes de se dispersarem para o feriado, então a única coisa em jogo era o negócio com Bouchard. Com os Bouchards presos em Boston onde deveria ter ficado, caramba ele não tinha nada para ocupar sua mente. E sem mais nada em que pensar, sua mente continuou girando em torno de Rachel e de que estavam sozinhos em um dos hotéis mais lindos e românticos do país. Talvez não totalmente sozinhos. Havia outros convidados,

é claro, além do pessoal. Mas ninguém de seu mundo. Sem colegas de escritório. Sem clientes. Essencialmente, estavam muito sozinhos para que ele continuasse pensando em coisas

que um chefe não deveria pensar. Por um lado, a Blackstone Historical Renovations era

extremamente proativa quando se tratava de educação sobre assédio sexual, e o chefe pegando a secretária em sua mesa, encostado na parede ou em qualquer outro lugar onde pudesse tê-la não seria um bom exemplo. Por outro lado, ela era a melhor assistente que ele já teve e não queria perdê-la. Mas saber que ela estava a duas portas do corredor, enquanto todos os outros estavam no bar, o deixou inquieto.

Adrian pensou em ligar para ela e convidá-la para jantar com ele. Ambos precisavam comer e não fazia sentido comer sozinho. Mas não tinham o hábito de jantarem juntos quando viajavam. Tinham uma agenda apertado, então geralmente se contentavam com o serviço de quarto enquanto trabalhavam. Mas ele estava cansado de ficar trancado e o saguão de jantar acenava para ele. Infelizmente, era um saguão que

cheirava a romance o ano todo, principalmente no Natal. Ele não tinha vontade de pedir mesa para um. E estava com medo de que se convidasse Rachel para se juntar a ele, ela aceitaria simplesmente porque ele era o chefe e ela se sentiria obrigada. Dane-se. Ele iria até o bar. Se se lembrava bem, serviam sanduíches básicos junto com bebidas e ele precisava de ambos. Nunca se permitiu ficar bêbado, especialmente em público, mas talvez uma ou duas cervejas aliviassem a tensão e o ajudassem a dormir.

Ele não usava jeans, mas dispensou o paletó e a gravata. Deixando os dois primeiros botões de sua camisa branca desabotoados, enrolou as mangas até um pouco abaixo do cotovelo e passou a mão rapidamente pelo cabelo.

Bom o bastante. Parando na entrada do bar, examinou o recinto, pensando se escolhia uma mesa ou um banquinho. Então, avistou uma mulher sentada sozinha no bar, o olhar dele

atraído para ela por algum motivo, e considerou uma maneira diferente de aliviar sua frustração sexual. Nem ficadas em bar, nem encontros de uma noite eram seu estilo normal, mas o desejo secreto por Rachel estava chegando a um ponto crítico. A mulher no bar tinha uma nuvem de cabelos loiros e uma aparência esguia abraçada por um suéter vermelho vivo e calça preta. Mas não era muito magra o suéter subiu revelando a curva do quadril. E quando ela estendeu a mão

para o copo, ele notou a falta de uma aliança ou alguma marca reveladora no dedo. Ele a observou por mais um minuto e ela nunca olhou em volta ou olhou para a porta, então provavelmente não estava esperando por ninguém. Enquanto ela com certeza seria

deixada de lado em relação a sua assistente sem o conhecimento de nenhuma das mulheres talvez alguma companhia ajudasse a distraí-lo.

Ele começou a andar em direção a ela, então parou, paralisado, quando ela jogou a cabeça para trás e riu de algo que o barman disse. Era um som alegre e descarado e Adrian se viu querendo assistir a uma comédia com a mulher ou contar piadas bobas apenas para ouvi-la rir de novo.

Deslizou para o banquinho ao lado dela.

— Está muito perto do Natal para ficar sentada sozinha em um bar.

Ela se virou para encará-lo e Adrian sentiu como se todo o ar tivesse sido sugado de seus pulmões. Cristo, ela era linda.

— Rachel?

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