Meus passos, ecoavam por todo o andar naquele enorme edifício, o suor escorria pelo meu rosto e se depositava em minha blusa a deixando encharcada, correr naquele lugar mal iluminado era desesperador, precisava sair dali quanto antes.
— Meu amor, por favor volte! — Os gritos daquele lunático me chamando ecoaram em meus ouvidos me fazendo estremecer de pavor. Apertei o passo continuando a procurar alguma saída, naquele labirinto sem fim, atraída para uma armadilha, como uma mariposa guiada para a luz.
— Amor, vamos conversar! Eu te amo, não vamos brigar, eu prometo! — Continuou gritando, só que dessa vez parecia mais perto.
O desespero corria pelo meu corpo, qualquer barulho me deixava alarmada e assustada.
"Eu preciso sair daqui, mas por onde! Pensava desesperada.”
"Meu amor, por favor me ajude! Supliquei na esperança que meus pensamentos chegassem até ele. “
— Achei você! — Ele gritou me fazendo olhar em volta assustada não estava o vendo em lugar algum, porém em uma medida desesperada entrei em uma porta a direita.
Eu sabia que estava no terceiro andar, mas não conseguia achar nenhuma escada ou elevador aquele edifício era imenso e eu não o conhecia, precisava tomar medidas desesperadas, precisava me salvar, ter uma chance de voltar para meu amado, não podia ficar mais nenhum segundo ali. Olhei em volta da sala, estava quase vazia tirando algumas cadeiras e uma mesa escolar, o lugar não tinha mais nada, corri pegando uma cadeira no meio da sala, iria trancar a porta e ganhar algum tempo para pensar, em um jeito de fugir, mas assim que me aproximei, ele chegou.
— Te achei, querida! — E então seus passos pararam, meu coração gelou, minhas pernas travaram no lugar por alguns segundos, era como se estivesse vendo a morte em minha frente, soltei a cadeira no chão enquanto mantinha meus olhos arregalados e atentos a qualquer movimento seu.
Diante de mim estava o homem que julguei íntegro e de caráter exemplar, estava enganada realmente as aparências enganam e agora por esse julgamento falho, estava aqui nessa situação, prestes a morrer, morrer na mão dele, talvez morrer não seja pior do que imaginar o que ele pode fazer com meu corpo, e isso nunca iria permitir.
— Meu amor vem, vamos ser felizes juntos ou você prefere aquele monstro! — Fiquei quieta sem saber como responder.
Ele veio em minha direção com uma faca grande nas mãos que julgava tão afiada que qualquer descuido poderia cortar qualquer coisa, principalmente minha carne, seu olhar era de arrepiar, seu sorriso era macabro, exalava loucura e ódio em minha direção, deu um passo em minha direção me fazendo dar dois para trás, seu olhar transmitiu fúria o fazendo andar novamente com passos pesados e firmes. Eu não tinha escolha era enfrentá-lo ou me entregar, e com certeza não teria forças para sair de suas garras se entrássemos em luta corporal, dei mais alguns passos para trás chegando até a janela. Terceiro andar, era ficar e ser torturada ou ter uma mínima chance de me salvar e voltar para aquele que amo, mas era o terceiro andar, quais as chances que tinha de sobreviver?
— Fique aí ou irei pular! — Ameacei subindo na janela, ele parou, me olhando, parecia que estava me analisando, talvez para saber se seria ou não verdade que pularia daquela altura, mas mesmo assim não desistiu e correu em minha direção, minha tentativa de ganhar tempo falhou, respirei fundo e me soltei. Senti meu corpo cair, tudo o que fiz e vivi na minha vida, foi passando pelos meus olhos, os fechei com força e esperei o impacto, estava com medo de morrer, não queria morrer, queria apenas voltar para ele.
"Meu amor me perdoa."
A vida parece querer te mostrar, que você não é nada. E que ela tem poder para te forçar a escolhas que não seriam necessárias se algumas pessoas não entrassem no seu caminho, lhe força a mudar de direção, quando fazemos escolhas tanto erradas quanto certas. Olhando para essas árvores altas, flores de diversas cores eu pude perceber o quão pequena sou, cada detalhe que aparece ao nosso redor tem o mínimo da perfeição, tudo é belo, esplendidamente majestoso. Tirando minha vida que não passa de puras decepções, mágoas e mentiras, mudanças constantes tudo é perfeito. Talvez hoje minha vida mude para melhor, talvez finalmente eu consiga melhorar tudo ao meu redor. Olhei novamente para a vista do lado de fora do ônibus, me sentindo tranquila, eu não gostava da minha vida, mas eu me sentia grata por finalmente estar saindo do lugar que tanto me decepcionei. Respirei fundo e olhei para o papel em minha mão onde estava escrito o endereço da casa onde vou morar, uma casa pequena, porém aconch
Peguei a primeira caixa que vi e caminhei até a porta abrindo com um pouco de dificuldade, coloquei a caixa no chão para ver em qual cômodo a colocaria, era apenas algumas louças então seria na cozinha. Algumas horas depois o caminhão já havia partido então eu me encontrava arrumando ao menos o essencial para passar aquele dia já que teria que fazer aquilo tudo sozinha não adiantava me apressar, ainda havia muitas caixas em meu quarto e a cozinha já estava até arrumadinha e isso eu gastando apenas a tarde toda, pura ironia ainda tinham tantas coisas para arrumar em todos os cômodos que se eu parasse para pensar me sentiria desanimada.O cansaço dominava meu corpo, ainda, sim, pude ouvir a campainha tocando me fazendo dar um suspiro em desgosto, com certeza não era o momento certo para uma visita, arrumei o cabelo e seguir até a porta abrindo e dando de cara com uma mulher baixinha com uma cabeleira cacheada ruiva muito fofa com traços delicados me lançando um sorriso, enquanto segurav
Acordar em uma casa, que você não se sente oprimida, não tem agressões e sem pessoas que te olham como um bicho desagradável, é a melhor sensação do mundo, e hoje é esse dia maravilhoso. O sol batendo em meu rosto, trouxe uma sensação tão gostosa, como se seu calor estivesse me abraçando e me convidando para estar ao seu lado, como um abraço caloroso, o único que podia me lembrar eram os abraços de Susan, seu cheiro de torta de morango e seu perfume com cheiro de lavanda me fazia sentir acolhida.Levantei me sentindo totalmente disposta, como nunca havia sentido antes, mesmo tendo trabalhado muito ontem, e hoje continuando o meu serviço de organizar a casa, não era nem suficiente para me deixar triste. Fui ao banheiro tomar um banho bem gelado, apenas para deixar meu corpo preguiçoso disposto como minha mente estava. Assim que despertei meu corpo, saí usando uma roupa folgada, um short jeans e uma blusa florida em roxo e rosa que ficava bem folgada em mim, seria ótimo para mais um dia
Iria dar meia, volta quando fui surpreendida pela porta sendo aberta, e um homem tão alto se pôs a minha frente que precisei recuar alguns passos e levantar a cabeça um pouco, mas, e apenas duas coisas que me chamaram mais a atenção a primeira coisa que vi foram seus lindos cabelos pareciam tão macios que dava vontade de acariciá-lo, e a segunda foram seus olhos profundos e intensos eram como a noite estrelada, não consegui recuperar o fôlego que havia prendido, seu rosto simétrico continha traços fortes, sobrancelhas grossas e um lábio tão bem desenhado, era lindo totalmente diferente dos homens que conhecia, me perdi em algumas marcas em seu rosto, eram algumas cicatrizes que algum dia o causou problemas, agora não passava de marcas profundas, forçando seu belo rosto parecer rigoroso e irritado, mesmo que não fosse de propósito, notando que se não falasse nada iria tornar aquele primeiro encontro estranho, juntei toda a coragem que encontrei e me aprontei para explicar toda a situaç
Precisei entregar tudo, claro não podia reclamar afinal não tinha nenhum grau de parentesco com eles e muito menos vínculos emocionais, sempre fui um empecilho em suas vidas, por talvez pena, mas claramente apenas para manter a boa reputação que tinham perante os vizinhos e seus parentes fui permitida ficar na casa até que conseguisse um trabalho para assim me mudar, era como dizer aos outros que sai por que quiz, mesmo que minha intenção não fosse ter nada do que meus pais adotivos me deram, pensava em ficar com apenas uma parte do dinheiro para poder me manter enquanto o restante ficariam para eles, sei que não era merecedora de nada daquilo, mas eles não me permitiram ficar com sequer um mísero centavo, por sorte consegui emprego em uma lanchonete, o que me ajudou a encontrar um apartamento perto dos bairros, mas pobres assim o aluguei seria também, mas barato.Fui comprando algumas coisas que precisava, no entanto, o dinheiro não era tão bom e não dava para quase nada, já que além
Hoje será meu primeiro dia no ateliê de Draven Leblanc, estou tão animada, que nem pude pregar os olhos quase a noite toda, era realmente um sonho, poder trabalhar na área que dominava e sem contar que era meu passatempo preferido, levantei antes do despertador, me arrumei com a melhor roupa que podia encontrar em meu pequeno armário, preparei meu café fresquinho e assim que já estava o tomando peguei o celular para chamar o senhor Joseph, já que o mesmo me garantiu que podia ligar e chamá-lo, seria, mas fácil para mim encontrar o ateliê, poderia ser uma loucura, mas nunca havia sequer visitado a cidade não sabia nem onde ficava o mercado se não tivesse perguntado a Ethan— Aló! — Ouvi a voz do senhor Joseph do outro lado.— Oi senhor Joseph, sou Ayanne, o senhor me passou seu número há dois dias. — Expliquei enquanto tomava um gole do meu café.— Ah, sim, claro lembro da senhorita, em que posso ajudar? — Perguntou parecendo um pouco mais alegre.— Bom estou indo trabalhar hoje, mas e
No momento que pus meu corpo completamente naquele espaço me senti maravilhada com a quantidade de obras expostas, era uma mais linda que a outra, havia vários tipos de paisagens, desde praias a uma mata fechada, esculturas de gessos detalhando o corpo humano era incrível, poderia ficar ali horas, apenas admirando e sentindo a sensação de ter entrado naquele quadro e apreciando e sentido o lugar, ali haviam outros quadros com temas de diferente aspecto com formas geométricas, abstratas, linha pura, tom puro, etc. Poderia citar muitas, mas todas elas davam para notar que ele estudou como passá-las para o papel e não apenas jogá-las como se estivesse apenas passando o tempo, fiquei a tanto tempo admirando o esplendor daquilo tudo que nem havia notado que alguém falava atrás de mim.— Pois não?! — Me pronunciei no susto virando para olhar para trás vendo o homem que estava ocupado no telefone falar comigo.— Gostou? — Não soube ao certo decifrar o que seu olhar quis dizer naquele momento
Naquela manhã, acordei no mesmo horário, com o sol batendo em meu rosto, e o aquecendo, infelizmente já havia chegado o dia e eu não estava gostando. Me levantei, respirando fundo e segui para meu banho, me olhei no espelho vendo minha imagem cansada, meus olhos em um verde musgo eram portadores de profundas olheiras, denunciando minha péssima noite de sono, meu cabelo ondulado em um tom de castanho-claro estava terrivelmente embolado, pelas várias horas se mexendo tentando dormir. Entrei embaixo do chuveiro para me livrar daquela imagem de morta e acordar, desembaraçar meus longos fios rebeldes como gostava de chamá-los, tomei um bom banho gelado, sai enrolada na toalha pronta para escolher qualquer roupa, fui até meu armário avistando já um vestido de alça florido em vários tons de azul era rodado e batia na metade da minha coxa, leve e aconchegante.Peguei depositando o mesmo em minha cama, hidratei meu corpo, com um creme de rosas com cerejas, eu amava esse creme, seu cheiro era t