Capítulo.1

A vida parece querer te mostrar, que você não é nada. E que ela tem poder para te forçar a escolhas que não seriam necessárias se algumas pessoas não entrassem no seu caminho, lhe força a mudar de direção, quando fazemos escolhas tanto erradas quanto certas. Olhando para essas árvores altas, flores de diversas cores eu pude perceber o quão pequena sou, cada detalhe que aparece ao nosso redor tem o mínimo da perfeição, tudo é belo, esplendidamente majestoso. Tirando minha vida que não passa de puras decepções, mágoas e mentiras, mudanças constantes tudo é perfeito. Talvez hoje minha vida mude para melhor, talvez finalmente eu consiga melhorar tudo ao meu redor.

 Olhei novamente para a vista do lado de fora do ônibus, me sentindo tranquila, eu não gostava da minha vida, mas eu me sentia grata por finalmente estar saindo do lugar que tanto me decepcionei. Respirei fundo e olhei para o papel em minha mão onde estava escrito o endereço da casa onde vou morar, uma casa pequena, porém aconchegante por ser apenas eu, preferi assim, vou me sentir melhor em um lugar novo e pequeno, se bem que o pequeno havia se tornado um costume.

 Cheguei na rodoviária avistando um táxi, eu ainda não sabia ao certo como chegar ao meu endereço sozinha e não poderia me dar ao luxo de demorar, pois o caminhão que está com as minhas mudanças estava perto, logo estaria por lá. Avistei um senhor parado em frente ao táxi amarelo, sinal de que não havia passageiro ainda, me aproximei, vendo o mesmo endireitar a postura assim que me avistou chegando 

— Olá, bom dia senhor, poderia me levar até este endereço? — Disse estendendo o papel em sua direção, vendo o homem se inclinar para ler o que estava escrito.

— Rua Santa Marta, quadra c, número vinte, claro não é tão longe, entre! — Disse o senhor de meia-idade com um olhar simpático, saindo de perto do carro e seguindo até ao porta-malas me dando passagem para guardar minha pequena mala de mão e outra média onde guardava somente o necessário, seguiu até o lado do motorista e entrou, me dirigi até o banco traseiro, logo ouvindo o barulho do motor, e sentindo o mesmo se movimentar quando notou já estar acomodada em meu acento.

— Sem querer ser intrometido, mas o que uma moça como a senhora faz em nossa cidade? Não é muito comum alguém vir sozinha. — Após algum tempo dirigindo se pronunciou enquanto me observava pelo retrovisor.

Realmente era uma cidade pequena e muito pacata, apenas vinham turistas em dias de festivais, pois a cidade era muito bonita para se visitar nesse período, mas não significava que era um lugar ruim para se morar, pelo menos, a meu ver, não tinha nenhum problema e parecia ser muito tranquila.

— Irei morar aqui, gosto do ambiente. — Respondi apenas, não querendo me aprofundar no assunto afinal não estava muito acostumada a conversar deliberadamente com estranhos. Olhando a paisagem realmente o lugar era belo com casas antigas de cerquinhas baixas, muitas flores e árvores ao redor parecia que eu estava em outra época, os postes eram iguais aos do filme Mary Poppins as ruas com tijolinhos tudo, um charme e encantador, transmitia um ar de paz em meu coração.

— Chegamos! — Disse o taxista, levantei a cabeça já que havia fechado os olhos por alguns poucos minutos para descansar, olhei em volta e pude notar que o mesmo parou em frente a uma casa toda em madeira branca com um caminho de pedras e alguns vasos de flores coloridas, uma cerca em marrom escuro, era a mesma que eu havia visto sendo anunciada no site de vendas de imóveis, na frente do gramado uma placa escrita vendida e meu nome embaixo Ayanne Reese. Abri a porta do carro e o taxista se dirigiu até o porta malas removendo minhas bagagens.

— A propósito meu nome é Joseph William, este é meu cartão caso a senhorita precisar de um taxista, pode me ligar. — Sorriu me estendendo o papelzinho improvisado.

— Obrigada Joseph, vou precisar sim! — Agradeci pagando a corrida e vendo o senhor Joseph seguir com o carro, não sabia realmente se precisaria dos seus serviços, mas não poderia ser mal-educada já que ele não pareceu demonstrar nada de errado.

 Olhei em volta por alguns segundos e caminhando até a entrada da casa, tirei as chaves em um vaso de plantas no mesmo lugar onde o antigo dono havia dito que deixaria, respirei fundo e abri a porta. Suspirei em satisfação ao ver o lado de dentro da casa, uma cozinha americana em um tom bege e ladrilhos nas paredes com detalhes de flores com rosa e dourado a sala era igualmente da mesma cor, porém com a parede no fundo, se destacando um papel de parede com desenhos de flores em um tom de rosa bem clarinho, no meio da sala e da cozinha um corredor com quatro portas igualmente brancas e de madeira faia, linda por sinal, abri a primeira no lado direito e vi que se tratava do banheiro todo branco com mármore branco com detalhes pretos imitando rachaduras, a segunda porta do mesmo lado era um quarto pequeno talvez de hóspedes, mas igualmente belo, segui para a esquerda abrindo a primeira porta o que mais me encantou era uma janela larga com a vista para o jardim, uma janela bay window linda com um compartimento que eu poderia botar meus livros, as paredes em bege com muitas flores e rosa bebe e detalhes dourados, o dono havia me dito que a casa fora de sua falecida mãe e que a mesma amava essas cores, o que eu não discordava eram tons lindos e que deixava o ambiente calmo e sossegado. Imaginando aonde iria colocaria todos os meus pertences, senti meu celular tocar em meu bolso, alcancei a pequena fenda de trás da minha calça vendo o número na tela e o atendendo logo em seguida. 

— Aló! — Me pronunciei um pouco baixo mesmo sabendo que eram apenas os entregadores.

— Já estamos chegando em seu endereço. — O homem do outro lado da linha me informou.

— Okay. — Desliguei e caminhei até a frente da casa para aguardá-los.

 Olhei em volta vendo calmaria percorrer toda a vizinhança incrivelmente exalava tanta tranquilidade, sorri com isso, mas essa paz cessou quando senti como se estivesse sendo observada, olhei para os lados e não vi nada, quando olhei para a casa enfrente a minha uma sombra atrás das cortinas me despertou certo desconforto, pois não sabia quem poderia ser, claro meu vizinho, porém tal ato me deixou receosa. Meu contato foi quebrado assim que ouvi o som do caminhão entrar na rua, olhei para o mesmo e acenei com a mão timidamente, quando voltei meu olhar para a janela a pessoa já não estava mais lá, o que me deixou meio na dúvida de quem seria meu vizinho e, porque ele não se mostrou.

“Talvez estivesse apenas curioso! Conclui essa pequena dúvida que se formou em minha cabeça.“

O caminhão estacionou e o ajudante me guiou até a grande porta traseira do veículo, seria um dia inteiro de trabalho, mas sentia que iria valer a pena todo e qualquer esforço, afinal essa era a minha casa dos sonhos.

“Essa será minha nova vida! Sorri com meu pensamento.”

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