Naquela manhã, acordei no mesmo horário, com o sol batendo em meu rosto, e o aquecendo, infelizmente já havia chegado o dia e eu não estava gostando. Me levantei, respirando fundo e segui para meu banho, me olhei no espelho vendo minha imagem cansada, meus olhos em um verde musgo eram portadores de profundas olheiras, denunciando minha péssima noite de sono, meu cabelo ondulado em um tom de castanho-claro estava terrivelmente embolado, pelas várias horas se mexendo tentando dormir. Entrei embaixo do chuveiro para me livrar daquela imagem de morta e acordar, desembaraçar meus longos fios rebeldes como gostava de chamá-los, tomei um bom banho gelado, sai enrolada na toalha pronta para escolher qualquer roupa, fui até meu armário avistando já um vestido de alça florido em vários tons de azul era rodado e batia na metade da minha coxa, leve e aconchegante.Peguei depositando o mesmo em minha cama, hidratei meu corpo, com um creme de rosas com cerejas, eu amava esse creme, seu cheiro era t
A solidão, para muitos, é sinônimo de vazio, o escuro, de um silêncio mortal, onde não tem nada e nem ninguém. A solidão para muitos é desagradável, é frio, sufocante, mas não em meu caso a solidão para mim, me trouxe conforto, paz aonde para muitos séria tormenta. Mas por que... Penso assim? Quando isso começou? Não tenho resposta, mas sei de algo que é relacionado. O amor seria uma escolha? O amor de mãe deveria ser uma escolha? Se a mãe queria seu filho, o carregou por nove meses e ainda assim o ama, porque a minha escolheu não me amar, e sim me apagar de sua vida, simplesmente me descartando, como lixo a qual poderia ser jogado em uma trituradora e ninguém sentiria minha falta, talvez eu devesse ter raiva, mas não, essas pessoas não teriam qualquer tipo de sentimento meu, nunca daria esse gosto, as marcas em meu corpo... Já me lembram constantemente disso, a cada momento me lembrando que sou um monstro, me lembrando que aqueles que deveriam me amar, simplesmente me transformaram
Comparado ao fiasco que havia sido nosso café da manhã, por incrível que pareça, quando nos vimos no trabalho Draven parecia completamente diferente quando ele me viu foi muito cavalheiro e reconheceu que havia falado muito e só quando ele chegou em casa que ele se tocou que não havíamos conversado direito, pois o mesmo falava tanto que não havia espaço para mim, não vou negar sua atitude me deixou muito feliz e assim ele me prometeu um almoço mais convidativo prometendo que se comportaria direito o que de fato foi bem engraçado quando ele falou isso, e cá estamos sentados em um pequeno restaurante com uma conversa bem mais fluida e agradável.– Mas me diz o que você fazia antes de se mudar para essa pequena cidade? – Perguntou sorrindo.– Ah, era garçonete em uma lanchonete perto da faculdade. – O respondi incomodada com esse assunto.– Compreendo por que você escolheu a faculdade de Snow? – Disse se referindo ao apelido dado carinhosamente pelos alunos.– Eu achei melhor fazer lá, po
Flora cortou o bolo enquanto eu ia fazer um suco de laranja com beterraba para refrescar aquele dia quente, era totalmente natural tirando o açúcar industrializado, mas continha bastante vitamina para o corpo, e era o que eu mais precisava naquele momento, coloquei alguns cubos de gelo e coloquei dois copos na bancada e levei um copo menor de plástico na cor roxa para Megan não por medo dela quebrar o de vidro, mas sim para a garotinha se sentir, mas confortável em tomar o suco e segurar um copo mais leve nas mãos. Voltei para a bancada e esperei que Flora colocasse o pedaço de Megan no prato e só assim pude me servir.– Você conseguiu consertar a torneira? – Flora, minha vizinha perguntou após se sentar em minha frente, pegando um pedaço da maravilhosa sobres que a mesma havia feito.– Sim deu tudo certo no final, o senhor Black é ótimo com essas coisas, nem precisei comprar outra. – Disse me lembrando de que realmente não troquei a torneira.“Será que vai dar problema se deixar do j
Meu coração estava agitado, dentro do meu peito, Ethan havia parado, mas não tinha se virado, talvez estivesse ponderando em me ignorar ou não, por sorte o homem se virou para me olhar.– Pois não? Algum problema? – Quando o ouvi, soltei todo o ar que não sabia que havia prendido.– Eh, Flora e Megan estão fazendo o jantar, algo chamado lasanha nunca comi então não sei se é bom, mas elas gostariam que você participasse também Megan principalmente. – Estava tão constrangida em conversar com o homem naquele momento que não parava falar, depois do que aconteceu que belisquei a pele dos meus dedos. – E você também quer que eu vá? – Sua pergunta havia soado estranha para mim.“O que isso tinha a ver comigo? Quis perguntar mais como uma resposta programada respondi.”– Sim claro quanto mais pessoas melhor! – Respondi com um sorriso tímido.– Entendo, acho que não deveria ir, mas tenham um bom jantar. – Ethan já estava se virando, negando meu pedido minha mente entrou em pânico não sabendo
— ESPERA! – Ouvi a voz de Ethan tarde demais.– Ai! Tá quente! – Literalmente me assustei, queimando o céu da boca apenas com a parte de cima da comida, aquilo não era quente, foi apenas feito na lava de um vulcão.– Meu Deus Ayanne você tá bem?! Ainda avisei que estava quente! – Flora ficou desesperada indo até a pia pegar um copo de água.– Você é tonta ou algo assim? Não sabia que estava quente? – Ethan falava indignado, tentando me ajudar me estendendo um guardanapo.– E-EU ASOPLEI! – Falei enquanto abanava a boca e limpando o canto do lábio já que havia literalmente babado, saindo com a fala toda embolada. Flora me entregou o copo de água tomando um longo gole.– Tia Aya parece criança! – Vi Megan colocar a mão na cabeça em um gesto de que não estava acreditando.– Desculpa, não sabia que isso ainda ficava tão quente assim, eu assoprei. – Respondi quando a ardência amenizou.– Por que você está se desculpando? Foi você que se machucou. – Ethan falou com um olhar de estranheza.Nã
Seu comentário me fez sorrir igual uma boba, concordei com a cabeça e voltamos a comer em uma conversa animada, quando ficamos cheios de tudo e Megan praticamente capotando de sono na cadeira foi que Flora decidiu ir embora, Ethan aproveitou a oportunidade para também voltar para casa, não protestei eu mesma estava caindo de sono mesmo estando tão cheia quanto um camelo estava de água para atravessar um deserto, os acompanhei até a entrada de casa. Flora foi a primeira a se despedir nos deixando para trás, Ethan seguiu seu exemplo, mais antes que fizesse o impedi.– Eh senhor Black. – Ethan parou antes de se virar completamente.– Algum problema? – Perguntou apenas virando a cabeça um pouco para me olhar, hesitei por alguns segundos antes de voltar a falar.– Peço desculpas pelo… O que aconteceu de manhã, e principalmente agora a noite, sei que deve ser um incômodo para você e… – Comecei a falar, mas logo fui cortada.– Não precisa se desculpar, por nenhum desses motivos, não sou tão
Draven parou o carro a minha frente, se abaixou para me olhar com um sorriso alegre, vê-lo me surpreendeu mais ao mesmo tempo, agradeci por ele passar naquele momento, caso contrário nem saberia o que fazer.– Quer uma carona? Vejo que está um pouco cheio aí. – Falou em um tom de brincadeira, sorri e balancei a cabeça positivamente antes de falar.– Não posso recusar, toda ajuda é bem-vinda nessas horas. – Respondi, vi o homem descer do carro e seguir até o porta malas o abrindo, me aproximei do homem deixando o carrinho alguns centímetros para trás. – Você veio em uma boa hora. – Falei encostando ao lado do porta-malas o vendo organizar algum espaço, já que o homem levava algumas latas de tinta.– Foi bom ter vindo na hora certa, ver seus olhos logo de manhã é a melhor coisa. – Senti meu rosto esquentar e havia provavelmente ficado vermelho, pois no mesmo momento o homem soltou uma gargalhada.“Preciso admitir que Draven é muito lindo principalmente sob o sol, mas o que você tá pens