Caoítulo.3

Acordar em uma casa, que você não se sente oprimida, não tem agressões e sem pessoas que te olham como um bicho desagradável, é a melhor sensação do mundo, e hoje é esse dia maravilhoso. O sol batendo em meu rosto, trouxe uma sensação tão gostosa, como se seu calor estivesse me abraçando e me convidando para estar ao seu lado, como um abraço caloroso, o único que podia me lembrar eram os abraços de Susan, seu cheiro de torta de morango e seu perfume com cheiro de lavanda me fazia sentir acolhida.

Levantei me sentindo totalmente disposta, como nunca havia sentido antes, mesmo tendo trabalhado muito ontem, e hoje continuando o meu serviço de organizar a casa, não era nem suficiente para me deixar triste. Fui ao banheiro tomar um banho bem gelado, apenas para deixar meu corpo preguiçoso disposto como minha mente estava. Assim que despertei meu corpo, saí usando uma roupa folgada, um short jeans e uma blusa florida em roxo e rosa que ficava bem folgada em mim, seria ótimo para mais um dia de organização e limpeza, já sentindo um pouco de calor da manhã prendi meu longo cabelo em um rabo de cavalo.

Cheguei em minha cozinha, ainda bagunçada, abrir espaço na bancada e consegui usar a máquina de preparar café, queria bem forte para poder aguentar a manhã, peguei alguns dos biscoitos que Flora me trouxe ontem, que ainda continuavam maravilhosos, com um sabor excelente, parece que nunca havia comido biscoitos tão saborosos em minha vida. Segui para a varanda da frente e me abaixei para sentar nos dois degraus que havia, para assim começar a tomar meu café, sei que não parece muito normal esse tipo de atitude principalmente em um lugar onde as pessoas parecem elegantes, mas quem de fato se importava com isso? Essa agora era a minha casa, meu pequeno mundo e só isso importava, só de estar confortável para mim já era o suficiente.

O dia estava tão belo que até a rua estava bonita com o sol batendo na entrada das casas, alguns pássaros cantando em árvores próximas deixava tudo em harmonia, levei minha xícara de café fresquinha a boca, o gosto forte do café passou pela minha língua, a sensação do líquido descendo pela garganta era incrível e automaticamente me sentia, mas em alerta, tudo ficava quentinho por dentro do meu corpo, soltei um gemido de satisfação, adorava tomar café pela manhã. Enquanto estava sentada comecei a reparar nas casas a minha volta principalmente a que ficava em minha frente a mesma continha dois andares, mas aparentemente apenas uma pessoa morava ali ou eu poderia estar enganada e os vizinhos só não tivessem acordados ainda, mas não via muita movimentação desde o dia anterior a qual cheguei, então a primeira suposição poderia ser a mais correta, mas se bem que poderiam estar viajando, bom quem sabe? Isso não era nem mesmo da minha conta, terminei meu café, já estava pronta para começar a arrumar os móveis, decidi então começar pela pequena louça que havia sujado, liguei a água sentindo-a gelada em minhas mãos quentes, peguei a esponja, porém de repente a pia começou a fazer barulhos estranhos como se estivesse engasgada, não sei ao certo eram altos e em intervalos curtos, sem contar o movimento brusco que fazia como se forçasse a água sair, comecei a me desesperar tentando desligar, mas cruzeta de metal da torneira havia emperrado e não girava até que um jato de água veio ao meu rosto, ai que fui tomada pelo desespero afinal o piso da minha casa era de madeira poderia estragar se ficasse tão molhada assim, tentei ao máximo tampar a água com as mãos para poder ao menos enxergar, não sabia como fazer aquile jato forte parar, a torneira já não estava nem no mesmo lugar, aparentemente ela havia caído com a pressão, água espirrava para todos os lugares e molhando o piso todo da cozinha, avistei uma panela, sem pensar muito resolvi pegá-la e cobrir onde outrora estava a torneira, peguei a bandeja de Flora e segui quase correndo até sua casa ao lado, três batidas foram necessárias para a mesma viesse me atender, ao olhar meu estado fora nítido seu espanto claro, provavelmente estava parecendo que havia mergulhado em uma piscina.

— Menina! O que aconteceu com você, olha seu estado! — Disse com as mãos na boca.

— Minha torneira explodiu! Você sabe quem pode consertar por favor! Meu piso ficou todo molhado. — Disparei apertando a bandeja em minhas mãos apenas de lembrar da cena.

— Ethan pode consertar, ele é ótimo nisso! — Disse, contendo agora uma risada.

— Flora está rindo de que, eu estou falando sério, explodiu, toma sua bandeja! Quem é Ethan? — Fiz cara feia, me apressando para procurar esse tal de Ethan.

— Seu vizinho da frente Ah! Ah! Desculpa querida, mas você está muito engraçada ah! Ah! Ah! — Disse rindo alto, me deixando ainda mais constrangida.

— Entendi, mas espera ele não vai achar ruim não!? — Perguntei ao perceber que se tratava do meu vizinho da frente, no qual não havia dado as caras ontem, e também acabei me lembrando de seu comportamento.

— Vai não, ele é muito bondoso, mas ele é um pouco diferente! Então não se assuste. — Disse fazendo menção em situar tal fato.

— Diferente? Como assim? — Me senti receosa por ela falar dessa forma, afinal parando para pensar, ele ficou observando pela janela.

“Ele não seria nenhum psicopata certo? Acho que deveria me virar sozinha. Me senti pressionada e o pensamento de deixar para lá foi inevitável."

— Tudo bem-querida, ele não é maluco, você vai entender quando o ver, é só que algumas pessoas tendem a ficar desconfortáveis na sua frente! — Enfatizou.

 — Okay, então preciso ir ou aquela panela voa, aí não será apenas a pia que terei que consertar. — Disse me virando e já indo atravessar a rua.

— Certo então, ah! Ah! Ah! Explodiu, nunca vi isso, esses jovens têm muita criatividade! — Ainda pude ouvir suas gargalhadas e seu comentário.

— Argh! Essa mulher! Onde já se viu rir de uma situação dessas! — Revirei os olhos e segui até a entrada da casa a qual havia reparado nessa manhã, um jardim simples com poucas flores, porém todas estavam bem cuidadas davam as Boas-vindas.  

Parei em frente ao batente, olhei para trás lembrando da minha pia jorrando água igual a uma cachoeira, queria desistir e tentar consertar sozinha, mas o grande problemas era que não sabia nem por onde começar, não vou negar estava nervosa, não o tinha visto ainda e peguei o mesmo me observando não estava segura dessa ideia afinal era deixar minha pia daquele jeito ou me livrar de uma situação constrangedora, mas não havia outro jeito, respirei fundo, reuni toda coragem que possuía, mesmo que não fosse muito, dei três batidas tímidas na porta e aguardei pacientemente.

“Onde estava com a cabeça! Eu nem conheço o cara e já vou pedir um favor! Ele vai se sentir incomodado tenho certeza. Pensei me martirizando.”

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