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Encontro com a avó

De volta ao escritório, Dominico encontrou Arturo pensativo.

- Melhor descansar um pouco padrinho. O Sr teve um dia agitado hoje, o médico disse que precisa evitar emoções fortes.

- Parece até que minha Nik está de volta. Talvez seja a reencarnação dela.

Dom não acredita nessa possibilidade e está desconfortável com a situação. Era muita coincidência o aparecimento de Nikole, e mais ainda, ser a cópia fiel de Nikolina Smiths.

- Temos que investigar, pode não ser sua neta. Já pensou nisso?

- Não tem como negar. Ela é a cópia fiel da avó.

- Padrinho, sei que está feliz em encontrar uma neta, e ainda por cima tão parecida com a madrinha. Mas temos que ser cautelosos, ela pode ser uma vigarista querendo se aproveitar.

- Não tem como! Até a voz é parecida com a da Nik. E as jóias? Como ela teria acesso se não fosse filha do Demi?

- Charlatões têm recursos para tudo. Vou mandar avaliar as pérolas e ver se são verdadeiras.

- Claro que são! Esse é o conjunto que dei à minha mulher, não tenho dúvidas.

Pegou a jóia da caixa e mostrou a ele.

- Mandei gravar as iniciais dela. Olha aqui!

Mostrou no pequeno fecho onde se via nitidamente as iniciais "N.S".

- Também é possível ser falsificado. Quanto a semelhança física, pessoas fazem plástica para modificar da forma que quiser.

- Não! Eu sinto que Nikole é minha neta. O meu coração não me engana.

Nikole saiu do quarto e desceu as escadas, faltavam dez minutos para o jantar. Se não tivesse viajado por horas sem parar para fazer sequer um lanche, não desceria para o jantar.

- Nikole, que bom que desceu. Venha conhecer seus primos.

Além de Dominico, haviam mais três pessoas desconhecidas ao lado de Arturo.

- Essa é Sofia, Zacary e Zander.

- Boa noite! É um prazer conhecê-los.

- Bem vinda, Nikole!

Zacary e Zander lhe estenderam a mão enquanto Sofia a mirava de cima a baixo, sua cara não era de satisfação. A moça era bem jovem e se vestia com um vestido adequado para festa, em contraste com Nikole que vestia um vestido longo simples.

Dominico permaneceu em um canto, tomando seu drink e observando em silêncio.

- Quer tomar o que Nikole?

- Nada, estou bem. obrigada!

Nikole não tinha hábito de beber e também estava muito tempo sem comer, definitivamente não era uma boa ideia.

- Então vamos nos sentar. O jantar logo será servido.

Passaram para a luxuosa sala de jantar e Zacary puxou uma cadeira para ela.

- Sente-se aqui, Nikole.

- obrigada!

Em seguida ele se sentou ao seu lado e Zander do outro. A sua frente estavam Sofia e Dominico, na cabeceira da mesa, Arturo com um olhar de devoção em Nikole.

- Então Nikole, quantos anos tem?

- Vinte e dois.

- Onde estava que nunca soubemos de você!

Apesar de não ter vontade de falar de sua vida, ela não deixou de responder a Zacary e Zander. Eles eram os únicos que a tratavam com simpatia.

- Só recentemente eu soube do Sr Arturo. Não tinha a menor ideia de sua localização. Minha mãe só me falou em seu leito de morte.

Zander franziu a sobrancelha sem entender o que estava acontecendo.

- Porque chama seu avô pelo nome?

- Desculpe, eu não estou acostumada...

- Deixem Nikole em paz. Vocês falam demais.

- Tio é natural que queremos saber dela. Até essa manhã não tínhamos ideia de sua existência também.

O alívio de Nikole durou pouco, quando achou que as perguntas acabaram, lá vinha outra dos rapazes.

- E os seus pais, não vieram com você?

Ela tentou manter a voz firme.

- Meus pais, faleceram.

- E como você vai viver agora?

Pela primeira vez, Sofia abriu a boca. Veio para morar aqui ou pedir dinheiro para o tio?

- Sofia! Isso é coisa que se diga?

Arturo se exaustou com a moça.

- Não pretendo morar aqui. Só vim entregar um objeto ao Sr Arturo. Também não preciso de dinheiro, tenho um trabalho e ganho o suficiente. Você não precisa se preocupar.

O clima ficou tenso por alguns minutos. O jantar foi servido e Nikole aproveitou para servir e evitar mais perguntas.

- Você trabalha com o que Nikole?

Arturo perguntou interessado.

- Trabalho em hipermercado.

Ela respondeu sem dar mais detalhes, na verdade era uma das maiores redes de lojas de departamento da Espanha. Cujo escritório era dentro do prédio de um hipermercado, o primeiro fundado pela família Ferraz.

- Eu não preciso trabalhar. Minha família é rica desde sempre. Sempre tive o melhor, desde que nasci.

- Que bom para você!

Sofia era muito imatura e Nikole não deu atenção a suas palavras.

- Agora chega!

Arturo deu um leve tapa na mesa.

- Vamos jantar sossegado. Vocês estão muito barulhentos hoje.

O silêncio reinou na mesa por um bom tempo. O humor de Arturo estava um pouco alterado, com tantas perguntas dos sobrinhos e as alfinetadas de Sofia que estava irreconhecível.

Nikole serviu um assado e ao comer franziu a testa. O sabor era idêntico ao preparado por sua mãe.

- O que foi Nikole? Algo errado?

Era a primeira vez que Dominico se dirigia á ela no jantar.

- Não, não tem nada errado.

- Gostou da comida, Nikole?

- Está muito boa. Obrigada!

- Sua avó cozinha muito bem. Melhor cozinheira que tivemos.

- Minha avó?

- Sim! Ela trabalha aqui há mais de trinta anos. Minha finada esposa sempre gostou do tempero dela.

Chocada, ela olhou em direção a porta da cozinha. Seus olhos estavam se enchendo de lágrimas e o apetite se foi.

Nesse momento todos os olhos na mesa estavam sobre ela.

- Eu posso vê-la?

- Termine de jantar! Vou te apresentar a ela daqui a pouco.

- Tio, porque deixou a neta da empregada sentar na mesa com a gente? Devia ter ido jantar com os criados na cozinha.

- Você está passando dos limites, Sofia! Nikole é minha neta e tem todo direito de estar aqui.

- Desculpe, eu estou satisfeita. Com licença.

Quando ia se retirar da mesa, a voz de Dominico saiu um pouco alta.

- Sente-se e mostre um pouco de respeito pelo padrinho. Ninguém sai da mesa enquanto todos não terminam.

- Deixe ela Dom. Não está acostumada com nossos costumes. E Sofia está fazendo uma cena desnecessária, acho que te mimei demais.

O clima na mesa era pesado e ninguém ousava respirar mais alto.

- Ivana, chame a Alessa por favor!

Pouco depois uma Sra de avental entrava na sala de jantar, em sua mão, uma bandeja com doces.

Ao olhar para Nikole, ela ficou assustada. Com o rosto pálido, olhou para Arturo sem entender.

- Alessa, essa é a filha de Helena, sua neta.

A bandeja na mão de Alessa caiu no chão e ela estava tremendo ao se ajoelhar no chão.

- Vovó!

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