- Tenha um pouco de compaixão, o padrinho está no final da vida. Não vê que tamanho desgosto vai fazer com que seu coração não resista?
- Balela, Sr Smiths está muito bem e ninguém teve consideração com minha avó. Passou a vida servindo a família, o que ganhou em troca? Dominico não tinha como desculpar pelo que Sofia fez. Mas era injusto dizer que Alessa era maltratada pela família.. Frustrado, chegou ao hospital com Nikole irredutível. Não havia argumentos para que a fizesse mudar de ideia. Sentado de frente para o quarto, pelo vidro viu ela arrumar as coisas da avó. Depois se sentou em um canto e abriu o notebook sobre a mesa, ficando a mexer até que o resto da família chegou. - Como ela está Dom? - Ainda não acordou. A médica disse que ela terá que ficar hospitalizada por alguns dias. Abatido, Arturo olhou para a mulher frágil na cama. Pela primeira vez se sentiu incapaz de tomar uma atitude firme, Nikole estava furiosa com razão. Sofia estava ficando fora de controle a ponto de enviar alguém para o hospital. Eram pouco mais de sete da manhã quando Alessa acordou. - Vovó? Está sentindo alguma coisa? Quer que chame o médico? - Não precisa! Já não tenho dor. Vendo que ela estava acordada, Arturo entrou no quarto com os sobrinhos atrás. - Como está Alessa? - Estou bem, não precisa se preocupar. - Claro que me preocupo. Sofia veio se desculpar com você. - Desculpas não muda o que ela fez! Nikole virou para a avó. - Vovó, vou chamar a polícia e registrar a queixa. - Por favor Alessa, não faça isso! Sofia errou e está muito arrependida do que fez. Decepcionada, Nikole viu Alessa concordar e ser contra a punição de Sofia. Nada do que ela disse, a avó escutou. Não dava para entender tamanha devolução pela pessoa que a feriu. Por fim, decidiu sair para respirar e colocar a cabeça em ordem. - Vou deixar vocês conversarem. Volto mais tarde. - Onde você vai? - Eu preciso andar um pouco vovó, espairecer a cabeça. Pegou a bolsa e saiu do quarto, era impossível para ela respirar o mesmo ar que eles. Ainda não tinha saído do hospital quando ouviu a voz de Dominico. - Você não dormiu a noite toda, deixe eu te levar para casa. Descansa um pouco e depois você volta. - Eu estou bem, obrigada! Respondeu sem olhar para ele. - Nikole, eu sei que está chateada. Mas é melhor assim, vou cuidar pessoalmente de Alessa e vou compensar a ela. - Não existe compensação para o que Sofia fez Sr Zaffari. - Eu sei! Meu único objetivo é preservar o padrinho. Ela não quis mais discutir com ele, saiu do hospital e entrou em um café em frente ao hospital. - Um café expresso por favor. Pediu assim que entrou. - Não deveria tomar café forte, vai te tirar o sono.Porque não toma um suco e volta para descansar? - Vou descansar quando vocês saírem. - Não precisa ficar no hospital, vou arrumar uma enfermeira para tomar conta da Alessa. - Vou ficar com minha avó. Uma pessoa estranha não é a mesma coisa. Mesmo porque, Arturo havia expulsado ela da casa e Dominico parecia se esquecer disso. - Pelo menos coma alguma coisa. - Estou bem Sr Zaffari! Pode cuidar de suas coisas agora, sou capaz de cuidar de mim mesma. - Me chame de Dom. Embora não estivesse com sono, Nikole estava cansada e queria um tempo sozinha para pensar. O esforço para colocar a avó no carro e a noite insone a deixou esgotada. Dominico não parecia que iria sair e ela resolveu ignorá-lo. Na manhã seguinte, tinha planejado ir embora de Milos. Mas, como poderia deixar a avó nesse estado? - Está me ouvindo Nikole? Ela levantou uma sobrancelha e o encarou com um olhar descontente. Embora Dominico fosse o homem mais lindo que viu na vida, ele era arrogante, mandão e mal educado. - Eu disse que queria espairecer, significa que quero ficar sozinha. Entendeu ou precisa que eu desenhe? Apesar da rispidez em sua voz, Dom pareceu não se importar. - Não precisa agir desse jeito. Estou preocupado com Alessa e quero ajudar. Nikole terminou seu café sem responder. - Vou deixar um carro para você no estacionamento do hospital. Preciso ir para Mykonos e devo voltar a noite. - Não tem necessidade, não vou a lugar nenhum. - Você não pode ficar o tempo todo no hospital. - Isso não é da sua conta, não venha me dizer o que posso ou não posso fazer. Saiu da mesa e foi pagar pelo café. - Cobre aqui por favor! Dom estendeu o cartão para a mulher no caixa. - Posso muito bem pagar meu café. Deixou cinco euros no balcão. - Não seja teimosa Nikole! - Não quero dever nada a você, então não me pague nada e leve seu carro com você. Não quero ser acusada de roubo outra vez! - Nik, foi um mal entendido! - Não foi um mal entendido, vocês simplesmente não sabem ouvir. O que vocês falam é lei, estou farta de todos vocês. Virou para sair e se lembrou de avisar: - Não me chame de Nik, apenas pessoas importantes para mim podem me chamar assim. Dom ficou tonto com as palavras dela. Diante dele estava uma mulher com uma determinação férrea e muita vontade própria. Talvez, ele tenha se enganado com ela. - O que faço com o troco? ela nem esperou... - Fique com ele. - Vocês formam um lindo casal, espero que se entendam. Dom não podia deixar de admitir que gostou de ouvir isso. Nikole mexia com ele como nenhuma outra mulher. Ao mesmo tempo, isso lhe dava medo, ele sempre estava no controle de tudo e Nikole estava tirando seu foco. Não podia permitir que uma mulher o distraísse ou mesmo guiasse sua vida. Sendo um típico grego, Dom era um homem que valorizava a família e os costumes de seu país. As mulheres ideais no seu círculo eram dóceis, educadas para apoiar seus maridos e família. Em troca, eram amadas e protegidas por eles. O divórcio era raro e não era bem aceito no seu nível social. Nikole era o oposto de tudo que ele idealizava para sua companheira. " O que faço com você Nikole? "Apesar de ser descendente de gregos, Nikole tinha muito da cultura italiana onde nasceu e foi criada. Sua aparência natural e exuberante, eram naturalmente gregas, com um metro e setenta de altura. Tinha cintura fina e os quadris alargados, bumbum avantajado e seios tamanho G. Seu temperamento era o oposto, talvez por nascer na Itália. Nikole era dócil com as pessoas próximas e fria com outras. Sentimental e romântica, acreditava no amor verdadeiro e fiel. Seus pais eram a prova viva de amor profundo. - Nikole, você voltou! Ela se aproximou da avó e depositou um beijo em sua face. - Eu disse que voltaria! Está tudo bem? - Está sim! Você comeu alguma coisa? - Acabei de tomar café. Vou tomar um banho e descansar um pouco. Deliberadamente ela ignorou as pessoas a volta. - Venha, vou te levar para casa. - Obrigada Zacary! Vou ficar aqui com minha avó. Vocês podem ir agora, eu assumo aqui. - Nikole, a gente precisa conversar. - Não é um bom momento Sr Smiths. Estou realmente ca
De volta ao quarto da avó, Nikole estava inquieta. Era tudo muito novo para ela e não sabia como lidar com a situação. Seu instinto lhe dizia que isso não iria terminar bem. - Hora da sua medicação vovó! Ajudou a avó a se acomodar e lhe serviu água para tomar os remédios. Na sequência, aplicou hidratante nos braços e pernas dela, penteou seus cabelos e fez massagem em algumas partes do corpo. Dominico observava admirado ela cuidar de Alessa. Quando o almoço veio não foi diferente, com paciência Nikole alimentou a avó que tinha o braço direito imobilizado. Terminando a tarefa, era hora dela almoçar e ele bateu na porta antes de entrar. - Nikole, podemos almoçar no restaurante do hospital? - Vou pedir para enviar aqui mesmo. Obrigada! - Vá lá filha, é bom que você se distrai um pouco. Nikole só mudou de ideia para não deixar a avó preocupada. Mas, ainda não tinha concluído sua reflexão sobre ela e Dominico. - Está bem, não me demoro. - Pode almoçar com calma, não tenha pressa
Na mansão, Arturo estava dando um duro sermão em seus sobrinhos. - Nikole é minha única neta. Eu falhei com ela por acreditar em você Sofia, não vou tolerar mais nenhuma provocação contra ela. - Desculpa tio! - Não é comigo que você deve se desculpar. E bom se entender com Nikole ou as coisas vão ser diferentes. O remorso e arrependimento estavam acabando com Arturo. E para piorar, Nikole sequer queria falar com ele. Nikole havia tirado dez dias de férias, quatro já se passaram e ela precisava voltar para casa. No entanto, a saúde da avó a fez ficar em Milos. - Vovó, vou ficar mais quatro dias com você e depois tenho que ir. Era segunda-feira, dia em que ela iria embora. Alessa ficou exultante com a notícia. - Eu fico feliz. Se dependesse de mim, você não sairia mais daqui. - Vem comigo, não tem porque continuar aqui. - Assim que me aposentar, eu vou morar com você. Nikole passou a data de sua formatura para ela se programar para ir, mas não lhe deu o endereço. - Vou te en
Nikole não sentia pena, a garota era arrogante e merecia uma boa lição. Ela não iria amaciar. - Para começar, tire a mesada dela. Ela terá que se ocupar de coisas úteis, assim aprende a valorizar o trabalho das outras pessoas. - Tio, eu não sei fazer nada. - Não sabe porque se acha melhor que todo mundo. É hora de aprender e sem fazer corpo mole. - Eu vou arrumar uma ocupação para ela. Arturo falou sem sequer olhar para ela. - Ela pode fazer o trabalho da minha avó. - Impossível! - Nada é impossível! Minha avó está incapacitada por sua causa. Ou então, fico satisfeita se for olho por olho. Nem Zacary ou Zander se manifestaram até então. Zacary estralou a língua enquanto Zander deixou escapar: - Isso é loucura! Nikole olhou feio para ele, não se deixou intimidar. - Ela agredir e machucar minha avó é normal, se o mesmo acontecer com ela é loucura? Onde está a igualdade e o respeito? - Foi um acidente que ela se envolveu em um momento de raiva. - Nossa! Então se eu estive
Deus, ela é perfeita! Os olhos dele não conseguem se desviar da visão de Nikole, nesse momento ele soube que estava perdido. Nikole é perfeita em todos os sentidos, sim, ela é uma deusa! Foi com um esforço sobre-humano que ele se controlou antes de se aproximar da cama. - Nikole, acorde! Sem resposta após chamar várias vezes, ele a sacudiu e nada. Foi até a porta e pediu para enviar uma camareira e chamar um médico. - O que aconteceu Sr Zaffari! - Eu não sei, ela está em um sono profundo e não acorda. A camareira veio e foi instruída a vestir Nikole, pouco depois o médico também chegou. - O que ela tem, doutor? - Aparentemente nada. Apontou para a cartela de remédios no criado e explicou : - Ela tomou remédio para dormir, deve estar esgotada só a medicação não iria deixar ela assim. Ou tomou uma dose maior que a recomendada. - O que fazer agora? O alívio era evidente na voz de Dominico. - Deixe ela dormir e acordar naturalmente. seria bom se alguém a monitorasse a noite.
Não foi novidade para Nikole ver suas malas no carro quando saiu do hotel. - Como você fez isso? Com um sorriso maroto, Dominico explicou orgulho: - Pedi uma funcionária para fazer suas malas enquanto você se arrumava. Depois, Alex cuidou do resto. Olhando em volta ela procurou, não viu ninguém. - Quem é Alex? - Alexander Nigro, meu assistente. - Vamos ter que manter um diálogo aberto. Não estou acostumada a ter outras pessoas resolvendo minhas coisas. - Não fique brava baby, não quero perder um minuto com você. Mas se ficasse naquele quarto, não poderia garantir sua integridade. Ela sabia que era verdade, a chama que a consumia era igualmente ardente. - Vou deixar passar dessa vez, porque pretendo ficar junto com minha avó. Não pense que estou cedendo a você. - Ok, baby! Eu pretendo te conquistar passo a passo.E quando isso acontecer, não terá olhos para mais ninguém. Era impossível brigar com ele, quando estava sendo tão carinhoso. Nikole estava cada vez mais envolvida e
Dominico chegou bem na hora do jantar e novamente, Nikole não estava à mesa. - Nikole não vem jantar? - Ela jantou mais cedo e já se recolheu. Ivana informou, notando o desgosto do rapaz. - Deve estar muito cansada, ficar esses dias todos no hospital é desgastante. Ele não respondeu e se sentou para jantar. - Não tem problema, desde que esteja bem e segura, vamos deixar passar. Arturo mencionou com calma. - Eu fiz o jantar Dom! Espero que goste. Olhando para a comida ele duvidou da capacidade de Sofia. De todo a comida não estava ruim, mas longe de se dizer que estava ótima. - Gostou Dom? - Está bom se levar em consideração que está aprendendo. Com o tempo, tenho certeza que se sairá muito bem. Acostumada a ser o centro das atenções e ainda por cima, tinha uma queda por Dominico. O comentário deixou Sofia chateada, o incrível e que, ela resolveu que iria se esforçar para agradar o homem. Dom subiu após o jantar e foi procurar Nikole no quarto de hóspedes, vendo que es
Ainda atordoado, Dominico chamou Alex para enviar as amostras ao laboratório. - Traga alguém para colher sangue do padrinho. Diz que é para fazer exames e evite ao laboratório. Quero o resultado o mais rápido possível. Subiu para seu quarto e ficou pensando em tudo que aconteceu recentemente, por fim sem sono, saiu do quarto e foi para fora da casa. Uma luz do lado de fora da edícula estava acesa e ele foi até lá. Mesmo a distância, percebeu que alguma coisa não estava certo, Nikole chorava sem parar. - O que aconteceu Nikole? Ela não parecia escutar, seus olhos presos na tela do notebook. Quando ele observou de perto, viu a foto dos pais dela na tela, a mãe um tanto magra e pálida e Demitre que a abraçava. Ambos tinham um sorriso nos lábios. - Nikole, não fique assim. Eles não iriam querer te ver desse jeito. Ele sentou ao seu lado e a puxou em seus braços. - Sinto tanta falta deles! Porque tinham que me deixar tão cedo. - Eu sinto muito. Entendo seu sofrimento. Nada que