- Ouvi sua avó dizer que, há seis meses, ele já se queixava de dor no coração de vez em quando. Mas como era ocasional, não deram muita importância... - A voz de Hugo também estava trêmula.- Estou quase chegando, quase... - Isabel sentia sua mente completamente vazia.Ela conseguia salvar a vida de outras pessoas, mas quando seu avô estava doente, ela perdia completamente o controle.- José, mais rápido. - Isabel pediu a José.José olhou para ela. Seus olhos estavam vermelhos e havia lágrimas em seu rosto. Sua aflição era evidente.O cartório ficava a trinta minutos de carro do Hospital Santo Antônio. Cada semáforo parecia uma eternidade para Isabel. Ela fechou os olhos, respirando profundamente, mas seu coração não conseguia se acalmar.Seu avô não podia estar em perigo, ele simplesmente não podia! Se algo acontecesse com ele, o que seria da família?Ela não conseguia imaginar a vida sem seu avô.Enquanto Isabel estava mergulhada em sua angústia, sentiu de repente uma mão quente segu
José apertou a mão de Isabel, sinalizando para ela não se preocupar. Jorge tirou a máscara e olhou para todos, dizendo com pesar:- A situação não é boa.Ao ouvir isso, Isabel deu um passo para trás. José imediatamente segurou sua cintura, puxando ela para seus braços.- O que quer dizer com isso? - A voz de Rafaela tremia de choro.- O paciente ainda está em reanimação. Houve um choque há pouco e a condição é instável. Este é o aviso de risco de vida. - Jorge entregou um documento. - A senhora quer que vocês assinem.As palavras de Jorge soaram como uma bomba aos ouvidos de Isabel.Hugo, tentando se acalmar, assinou o documento enquanto perguntava:- Tem alguma chance?Jorge suspirou:- Não posso garantir.Essas palavras soaram como uma sentença de morte para o avô. Isabel sentiu as pernas tremerem, enquanto as memórias com seu avô passavam pela sua mente como um filme.Hugo caiu sentado no banco. José rapidamente se aproximou, chamando:- Sogro!Hugo acenou, indicando que estava bem.
Isabel estava com os olhos vermelhos, as mãos pendendo ao lado das pernas, um pouco desorientada.- Onde você estava? - A voz dele era grave, com um olhar avaliativo.- Fui tomar um ar no pavilhão. - A voz de Isabel era suave, não parecia estar mentindo.- O avô já está bem. - José informou.Isabel se aproximou de José, seus olhos expressando desculpas:- Desculpe por te causar problemas.- Por que está dizendo isso? - Ele franziu a testa, não gostando da formalidade de Isabel para com ele.Embora estivessem prestes a se divorciar, ele ainda era seu marido. Com o avô dela em apuros, ele não poderia ficar de braços cruzados.Assim como no aniversário da avó, Isabel também tinha participado.- Sobre o divórcio, eu... - Isabel hesitou.José a interrompeu:- Não precisa se apressar, vamos falar sobre isso quando seu avô melhorar.Isabel levantou os olhos, ainda vermelhos. Ao olhar para ele, parecia um cervo assustado, frágil e adorável. Ela mordeu o lábio, abaixando a cabeça envergonhada.
Isabel ficou sem palavras. Hugo raramente falava alto com ela, mas quando se tratava de José, ele sempre perdia a calma.José franziu as sobrancelhas e, em um tom baixo, disse:- É culpa minha, não culpe ela.- Claro que é sua culpa! Minha filha tão boa se casou com você, foi injusto para você? - Hugo olhou para José, cheio de recriminação.José olhou para Isabel, seus olhos negros cheios de emoções confusas. Isabel segurou o braço de Hugo, evitando o olhar de José, sinalizando para que Hugo parasse de repreendê-lo.A movimentação no hospital era intensa. Afinal, José era o presidente do Grupo Silva, uma figura importante na Cidade A. Ser repreendido assim por Hugo não era bom para sua imagem.Hugo, irritado, exclamou:- Mesmo agora, você ainda o defende! Esqueceu a dor que ele te causou? Você quase perdeu sua vida...Antes que Hugo pudesse terminar, Isabel o interrompeu:- Já chega, papai!As palavras de Hugo cessaram abruptamente. José olhou para os dois, seus olhos se estreitaram.“
Quando a porta do elevador se abriu, Isabel saiu imediatamente.José olhou para a figura teimosa de Isabel, sentindo uma leve dor no coração, como se algo o tivesse espetado.Na entrada da ala hospitalar, Isabel parou. Se virando para José, colocou as mãos educadamente à sua frente e disse gentilmente:- Sr. José, eu o acompanho até aqui. Desculpe por incomodá-lo a manhã toda.- Hmm. - José a olhou por mais um momento.Ele quis dizer que, se Isabel precisasse de algo, poderia ligar para ele.Antes que pudesse falar, ouviu uma voz familiar ao lado:- Bela.José e Isabel se viraram para olhar. Viram Daniel se aproximando com um buquê de flores e presentes.- Sr. José também está aqui? - Daniel olhou para José, com uma expressão de surpresa.- Está surpreso? - José olhou friamente para Daniel, seu tom gélido.Eles estavam competindo pela mesma propriedade recentemente.- Sim. Eu pensava que o Sr. José só tinha a Srta. Carolina em mente e não se importava com os assuntos da ex-mulher. - Da
No quarto do hospital.- Tio Hugo, o médico disse como está o estado de saúde do avô? - Daniel perguntou, de pé ao lado da cama, olhando para Hugo.- Ele está fora de perigo. - Hugo suspirou. - Mas de agora em diante, precisamos tomar cuidado. Ele não pode passar por grandes emoções nem se cansar demais.Daniel assentiu:- Tio Hugo, meu pai deveria ter vindo comigo. Mas ele teve que fazer uma viagem de última hora e me mandou para visitar o avô. Espero que não se importe!- Que isso, eu não me importo. - Hugo acenou com a mão, sorrindo para Daniel. - Peça a Bela para reservar uma mesa. Vamos jantar juntos esta noite.Daniel olhou para Isabel.Isabel estava de pé junto à janela, com os braços cruzados, olhando para fora. Seus olhos estavam fixos no carro esportivo preto lá embaixo.José ainda não tinha ido embora.Isabel abaixou a cabeça, se sentindo irritada.- Isabel! - Hugo chamou.Isabel levantou a cabeça, desviando o olhar.- O que você está pensando, menina? - Hugo a repreendeu. -
Hugo resmungou friamente, confiar nela? Seus juramentos não valiam nada!Quando Isabel se casou com José, ela havia prometido com toda a certeza que não perderia sua dignidade! Mas, no fim das contas, perdeu de maneira retumbante.- O avô está comigo, vá trabalhar. Só de te ver, eu já me irrito! - Hugo empurrou Isabel de leve.Isabel sorriu, disse algumas palavras gentis e foi trabalhar.Ela sabia que seu pai estava apenas falando da boca para fora. Ele a amava tanto, como poderia se irritar com ela?Na verdade, desde que era pequena, seu pai nunca determinou que ela deveria se tornar algo específico, como designer ou uma renomada médica. Desde o início, tudo o que ele desejava era que ela fosse feliz, saudável e estivesse segura.Mas, infelizmente, sua vida estava uma bagunça....À noite, Isabel foi convidada por Clara para sair para jantar.- A grande estrela hoje encontrou tempo para me convidar para jantar? - Isabel brincou.Clara puxou a cadeira, indicando para Isabel se sentar:
O homem ajustou os óculos e, ao levantar os olhos, viu Isabel.Isabel era muito bonita, chamando a atenção onde quer que fosse, brilhando intensamente.- Isabel, o que você está fazendo aqui? - Ele se levantou rapidamente e puxou uma cadeira, indicando que Isabel se sentasse.- Tio Fábio, estou aqui jantando com uma amiga e acabei encontrando a Nádia. - Isabel respondeu docilmente.Fábio soltou uma gargalhada e disse:- Que coincidência maravilhosa!- Tio Fábio, tem estado muito ocupado ultimamente? Como está sua saúde? - Isabel perguntou.Fábio deu um tapinha no braço e respondeu:- Desde que você me tratou com aquelas agulhas de prata, minha saúde está ótima!- Tio Fábio, ainda precisa se exercitar mais. - Isabel lembrou.Fábio acenou com a cabeça imediatamente e, puxando Isabel, disse:- Entendi, venha sentar e comer algo!- Não, obrigada. Só vim dar um oi. - Isabel recusou com um sorriso.Fábio insistiu:- Se não se sentar, vou achar que está me desrespeitando!Isabel, sem ter como