Layla se aproximou da mesa e encarou Ethanael.
— Aqui está a folha de ausência de Elliot. — Disse Layla a entregando ao representante do grêmio.— Então, você desistiu?! — Falou Ethanael, visivelmente decepcionado.— Dê uma olhada nisso, sim? — Pediu Layla e mordeu o lábio.Ethanael olhou a folha e incrédulo, disse:— Não pode ser… Como conseguiu convencê-lo?— Eu conversei com ele…Ethanael riu.— Elliot jamais assinaria essa folha tão facilmente. Eu o conheço bem. Da última vez, tivemos uma discussão feia e mesmo assim, ele se recusou a assinar essa folha. Diga-me, o que foi que ele pediu em troca de assinar esses papéis?— Então, por que me deu uma missão que considerava impossível? — Layla inquiriu, desconfiada das boas intenções de Ethanael.— Isso não importa. — Ethanael disse, irritado. — Elliot não cederia tão facilmente, assim…— Às vezes, uma mulher consegue o que um homem não consegue! — Layla disse, antes de deixar o grêmio.— Droga! — Ethanael esmurrou a mesa. — Agora, a diretora não poderia mais expulsar Elliot.† † †
Layla saía do colégio quando deu de cara com Elliot que estava esperando por ela.
— Não acredito que ia embora sem se despedir de mim. Que coisa feia! — Ele disse se aproximando dela.— O que você quer? — Perguntou ela.— Relaxa… Quer uma carona? — Ele perguntou.— Obrigada, mas não precisa. — Falou ela.— Não quer eu saiba seu endereço? — Ele riu.— Não é nada pessoal… Só que minha mãe não gostaria de me vir com um cara como você. — Falou ela caminhando.— Eu posso te deixar na esquina… — Falou ele a seguindo.Ela riu e disse:— Não moro longe.— Oh, eu também não. E então? Espere eu pegar minha moto? — Ele disse.— Não demora, tá? — Falou ela colocando a mão na cintura.— Não vou demorar. — Disse ele, sorrindo, e saiu correndo.Ela riu travessa.Quando Elliot voltou Layla já tinha ido embora.— Ah, droga! Não acredito! — Falou ele.† † †
Já em sua casa, Layla tomou um banho, trocou-se e foi descansar um pouco. Não seria fácil fazer todo o dever de Elliot por três meses, mas ela se esforçaria. Até que ele fora bonzinho e não fizera nenhuma proposta indecente.
Na manhã seguinte, quando Layla chegou ao colégio, Jonathan esperava por ela na calçada.— Boas novas… Consegui alterar os horários das minhas aulas para se adequarem as suas! Agora, faremos todas as aulas, juntos, exceto álgebra. — Jonathan disse.— Isso é bom, John. — Layla pegou a mão dele e os dois entraram no colégio.— Estão todos nos olhando, Layla. Acho melhor ficar longe de mim se quiser ter uma vida social. — Falou Jonathan, chateado.— Nem pensar. Você é meu amigo! E quem disse que me importo com vida social? Amigos são sagrados para mim. Se essa gente quer falar, deixe que falem. Não estou nem aí. — Layla deu de ombros.Jonathan sorriu.— Ah! Achei você, fujona! — Elliot veio por trás dela e a puxou pelo braço.— Ei? E aí? — Disse ela, rindo.— Me deu um bolo, hein?! — Falou Elliot sem graça.— Foi mal, mas quem mandou você ser tão convencido? — Layla disse.Jonathan se afastou, indo para a sala.— Acho que me deve um pedido de desculpas, não? — Falou Elliot.— Owwn… Não fique bravo? Não foi por querer… Quer dizer… Foi, mas… Foi uma brincadeirinha boba, e… Bem… Talvez eu quisesse que você fosse atrás de mim. — Ela disse.— É mesmo, é? Se eu soubesse… — Elliot sorriu e aproximou seu rosto do dela.— Ah, você está aqui, meu amor! — Uma ruiva veio e agarrou Elliot, o afastando de Layla e o beijando nos lábios.Layla, recuou, surpresa. Então ele tinha uma namorada? Mas que filho da… Ela cerrou os punhos com raiva e saiu dali, pisando duro, sentindo-se uma idiota.— Mas que droga é essa? — Elliot empurrou Zara e limpou a boca. — Layla? Espere? — Ele quis ir atrás dela, mas Zara não deixou, o agarrando pelo braço.— Quem era aquela infeliz que estava dando em cima de você? — Zara perguntou.— Isso não é da sua conta! — Elliot puxou seu braço com força, livrando-se de Zara. — Quem você pensa que é pra se meter na minha vida? Não tem mais esse direito, o perdeu quando me traiu.— Não traí você! — Zara disse.— Só beijou aquela piranha. — Elliot disse.— Não percebe que foi uma cilada? Ela sempre foi a fim de você, e como, você nunca deu bola a ela, ela armou tudo àquilo para ferrar comigo. Deus, fui tão burra de ter confiada nela. — Zara disse.— Você interpreta muito bem… Será uma ótima atriz um dia. — Elliot disse, aplaudindo ela.— Por favor? Acredite em mim? — Pediu Zara.— Não, Zara… Não vai brincar comigo de novo… Não mais. Eu te dei todas as chances e você pisou no meu coração. Droga! Eu te amei como nunca amei alguém em toda a minha vida, mas… Acabou. Aquele burro que acreditava nas suas mentiras morreu. Fica longe de mim. Não te amo mais. — Falou Elliot, ressentido.— Elliot… Eu juro que dessa vez é para valer. — Zara pegou a mão dele.— Você não ouviu? Não amo mais você! — Falou Elliot soltando a mão dela.— Eu não acredito em você! — Falou Zara e o beijou. Elliot não a correspondeu e a afastou mais uma vez, encarando-a com ódio.— Não sinto mais nada por você, exceto pena. Você não sabe o que quer para si mesma e pensa que os outros sempre estarão ali, esperando por você, só que a fila anda. Ninguém espera por ninguém. — Elliot a deixou chorando e se foi.Elliot procurou por Layla, mas não a encontrou, então, foi para sua aula e fingiu prestar a atenção no que o professor ensinava. No terceiro tempo, Elliot encontrou Layla e Jonathan na aula de artes. Layla não desgrudou de Jonathan, e Elliot se sentiu incomodado com aquilo porque ela parecia muito à vontade ao lado daquele nerd.— Minha irmã é uma ótima desenhista. — Jonathan disse à Layla.— É mesmo? — Layla disse, interessada. — Adoro desenhistas!— Sim, ela desenha qualquer coisa com perfeição, e também… Ela curte ocultismo. — Jonathan encarou o pingente de coruja do colar dela.— Ah, agora você conhece meu segredo… — Brincou Layla se aproximando dele. — Sou uma bruxa, mas não conte a ninguém?— Não conto… Minha irmã também é. — Ele disse.Layla tirou os óculos dele e bagunçou seus cabelos castanhos claros.— Caramba! Como você é gato! Parece um modelo disfarçado. — Falou ela, rindo.— Por favor? Devolva meus óculos? Não enxergo nada sem eles. — Disse Jonathan.— Oh, mas você fica tão melhor sem eles, John. Não devolvo! — Falou Layla.— Layla? Por favor? — Pediu Jonathan e quando tentou pegar seus óculos de volta se desequilibrou e caiu, derrubando as tintas que estavam em cima da mesa e sujando-se todo. Toda a sala riu do coitado.— John? Desculpe? — Layla foi ajudá-lo e também, escorreu na tinta, caindo no chão. — Opa!— John? Eu… Sinto muito. — Falou Layla se ajoelhando e colocando os óculos nele. — Desculpe?Apesar da vergonha, Jonathan ficou feliz por perceber que Layla se importava com ele e que não fizera aquilo de propósito. — Olha, juro que vou compensá-lo por isso. — Falou Layla em um sussurro.— Mas como isso foi acontecer? — Disse a professora se aproximando da dupla de trapalhões. — Vocês dois podem buscar esfregões e limpar toda essa bagunça!— Foi minha culpa, professora. Sinto muito. — Falou Layla querendo cavar um buraco e se meter nele.— Pouco me importa de quem foi a culpa! Quero que limpem essa bagunça enquanto a tinta ainda está fresca. — Falou a professora.Jonathan e Layla foram até a sala do zelador buscar um balde com água e dois esfregões. Layla empurrou Jonathan e riu. Ele riu, também.— Até que foi divertido! — Falou Layla.— Só não será divertido explicar aos nossos pais como nos sujamos. — Disse Jonathan.— No meu caso só terei de explicar à minha mãe porque meu pai está morto. — Layla disse.— Nossa! Sinto muito. — Jonathan, disse.— Minha irmã e ele morreram em um acidente quando eu era criança. — Falou Layla.— Imagino que sinta falta deles… — Jonathan tocou o ombro dela.— Sim, mas tento ser forte por minha mãe. — Falou Layla.Jonathan abraçou Layla. Ela suspirou. Os dois ficaram em silêncio por um tempo até ela quebrar o gelo.— Se te convidasse para jantar na minha casa essa noite, você aceitaria?Jonathan recuou e encarou Layla.— Com certeza. — Ele respondeu.— Pode levar sua irmã. Vou adorar conhecê-la! — Layla disse.— Tem certeza? — Ele perguntou.— Tenho sim. — Ela disse. — Apesar de nos conhecermos há pouco tempo, gosto muito de você, principalmente porque você é transparente, sincero, meigo e…— Um modelo disfarçado? — Ele disse.Os dois riram.— Vamos? A professora deve estar louca para arrancar nosso sangue e usar como tinta em um de seus quadros. — Falou Layla pegando os esfregões enquanto Jonathan pegava o balde. Jonathan apagou a luz e bateu a porta ao sair da sala, logo depois de Layla.Elliot esperou a aula terminar para finalmente se aproximar de Layla.— Layla? — Ela virou-se e o encarou, séria. — Eu queria explicar o que aconteceu mais cedo…— Não tem de explicar nada. O que você faz ou deixa de fazer da sua vida não é da minha conta. — Disse ela e se virou. Elliot segurou o braço dela. — Só fica longe de mim porque quero distância de caras como você. — Falou ela, antes de soltar-se e ir embora. † † †À noite, Layla se arrumou para jantar com Jonathan e a irmã dele. Ela colocou um vestido vermelho e um cinto preto. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo elegante. Se maquiou e calçou um par de sapatos de salto vermelho que pegara das coisas de Eliana. Sentou-se no sofá e esperou, ansiosa. Quando a campainha tocou, ela levantou-se num pulo e foi correndo abrir a porta.— Boa-noite? —
Layla sentou-se em seu lugar, desanimada. Realmente detestava as aulas de álgebra porque não eram o seu forte. Pena que Jonathan não estava nessa aula porque ele poderia dar uma mãozinha a ela.— Não se importa se eu me sentar ao seu lado, certo?! — Disse Kirby sorrindo.— Não, imagina… — Layla nem tentou disfarçar.— E aí, vai me dizer o que está rolando entre o Elliot e você? — Perguntou Kirby curioso.Elliot, Earl e Morgan entraram na sala nesse instante e sentaram-se na fileira atrás de Layla, sendo que Elliot ficou na frente dos outros rapazes. Layla deu de ombros, bancando a indiferente.— Ele não te contou que me chantageou para que eu fizesse os trabalhos dele?— Não… — Kirby respondeu. — Mas como ele chantageou você se mal te conhece?Layla suspirou. Kirby fazia perguntas demais.— Isso não vem ao caso. Só tenho uma condição, caso queira continuar sentado aqui… Fique quieto!— Eu me amarro em uma gata dominadora. — Kirby se aproximou dela e piscou
Layla terminou de copiar os deveres de Elliot e guardou o caderno dele junto ao dela em sua mochila. Desceu até a cozinha com a intenção de preparar um chocolate quente. Começava a esfriar para o azar dela, que estudava de manhã e, nada pior que deixar sua aconchegante cama para ir ao colégio em uma manhã de inverno.— Se está procurando algo doce para comer não vai encontrar, querida. Não tive tempo de ir ao mercado ainda. — Disse Lawrence, que lavava a louça.— Posso ir comprar alguma coisa? — Disse Layla.Lawrence virou-se e a encarou, surpresa. Layla não era muito de sair e odiava supermercados e qualquer lugar com filas.— Quem é você e o que fez com minha filha?Layla revirou os olhos e riu.— Não consigo sobreviver sem chocolate, mãe. Fico maluca! Quer que eu traga alguma coisa para você?— Café. Não posso ficar sem meu pó, se não, enlouqueço.Layla riu.— Viciada…— Olha só quem fala… Cada uma com seus vícios.— Tá, mãe. Eu vou em pé e volto
Às dezenove horas em ponto, Jonathan foi até a casa de Layla, buscá-la. Ele quis tocar a buzina, mas lembrou-se que ela pedira para ele ser discreto, então, pegou seu celular e ligou para ela, avisando-a que estava esperando por ela. Layla veio e abriu o portão. Cumprimentou Jonathan com um abraço e um beijo no rosto.— E sua mãe? — Jonathan perguntou.— No trabalho… Esse mês ela ficou com o turno da noite. — Respondeu Layla, sorrindo amarelo. Não gostava que sua mãe trabalhasse à noite porque se sentia sozinha.— Então, vamos? — Jonathan pegou a mão de Layla e a conduziu até o carro, abrindo a porta para ela.Layla estava prestes a entrar no carro quando reparou que Elliot estava parado em frente a casa dele. As luzes estavam apagadas. Ele estava vestido de preto da cabeça aos pés, e um capuz escondia seus cabelos loiros. Ela mal podia ver o rosto dele. Mesmo assim, tinha certeza de que era ele. O que ele fazia parado, ali? Esperando alguém ou espiando ela? Ele fumava e
Quando Layla despertou e viu as horas no relógio que ficava em cima do criado-mudo quase teve um treco. 06h55min. Ela estava MUITO atrasada e quando tentou se levantar acabou se enroscando no cobertor e caindo no chão.— Inferno! — Gritou ela, irritada, e ouviu vozes elevadas vindas do andar de baixo. Layla parou, prestando a atenção enquanto tentava reconhecer algumas daquelas vozes.— Obrigada querida, mas não quero incomodar. Prefiro mesmo ficar na casa da Lola, mas talvez, a Rosie prefira ficar por aqui, já que a Layla e ela se dão tão bem. — Falou Lívia, a irmã do meio. Esta tinha olhos claros como suas irmãs, mas, cabelos negros e não naturalmente loiros, porque puxara a seu pai e não a sua mãe.— O certo seria que nós três ficássemos juntas como antes… — Falou Lola, a caçula. — Por que você não volta pra casa, Lawrence?— Mas essa é minha casa, Lola. — Lawrence suspirou. Não que não gostasse de sua irmã ou da antiga casa onde vivera quando criança, mas sentia que
|Antes…Elliot pegara algum dinheiro que tinha escondido em seu quarto e comprou um belo buquê de rosas vermelhas. Mesmo achando aquilo cafona, sabia que Zara achava fofo e queria fazer uma surpresa a ela. Por isso, foi até a casa dela. Pulou o muro, como sempre fazia. Pegou a velha escada que ficava no quintal e a usou para chegar até a janela do quarto dela. A janela estava aberta, mas a cortina estava puxada, ocultando a visão do quarto. Ele puxou a cortina devagar e viu Zara sentada na cama com outra garota. As duas sussurravam uma no ouvido da outra e riam. “Vim em péssima hora, droga”, ele pensou.Zara acariciou o rosto da garota e as duas se beijaram. Não como duas amigas, mas como duas namoradas. Elliot ficou espantado com o que viu. Ele nunca imaginara que Zara, SUA Zara pudesse trocá-lo por… Uma garota. Irritado, jogou o maldito buquê no chão. Desceu a escada e a derrubou, fazendo barulho.— O que foi isso? — Perguntou Zara e foi até a janela a tempo de
— Eu tenho umas fitas bem legais. Acho que você vai gostar. — Disse Elliot a Layla.— Uau! — Disse Layla. — Se fosse um garoto, com certeza, teria um quarto como o seu. — Falou Layla. — Você é gótico?— Só roqueiro, mas não tenho nada contra os góticos, até porque Morgan é um. — Falou eleToda a mobília do quarto de Elliot era preta. Havia pôsteres de bandas de rock nas paredes, uma guitarra vermelha na cama, um tapete branco com uma caveira no centro, e vários objetos decorativos. Era um quarto bonito e arrumado, o contrário do que ela imaginara.— Hum… O que você prefere? Nirvana ou Queen? — Ele perguntou.— E que tal Mandy Moore? — Ela perguntou.— Mandy? Uau! Não acredito que você gosta dessa patricinha! — Falou Elliot, rindo.— Mandy Moore é uma das minhas cantoras preferidas!— É… Eu devia ter imaginado! — Elliot riu.Antes que Layla e dissesse alguma coisa, a porta do quarto se abriu.— Você? O que está fazendo aqui? — Disse Elliot. — Como você v
— Qual o seu problema Elliot? — Perguntou Earl no caminho para a lanchonete.— Nenhum. Problema nenhum… — Disse ele, disfarçando.— Que isso cara? Nos conhecemos há anos… Eu sei que você está assim por causa da Layla. Agora, por que não se abre comigo? — Disse Earl.— Vocês estragaram meus planos. Não deviam ter aparecido sem avisar. — Confessou Elliot, irritado.— Quem imaginaria encontrá-la em sua casa? — Disse Earl. — Você é quem deveria nos avisar que ela estava lá.— Eu não tinha certeza se viria. Além do mais, Kirby pensaria que é só por causa da aposta que fizemos. — Disse Elliot.— Espera aí? Que aposta? — Perguntou Earl.— Eu apostei 200 dólares que conquistaria Layla, mas, no fim… Foi ela que me conquistou! Eu não sei o que está acontecendo comigo. Estou louco por ela e ela não dá a mínima. — Falou Elliot.— Fica difícil com o Morgan por perto! — Disse Earl.— Kirby sempre achou que ele fosse gay. Não sabe o quanto queria que ele realmente