Quando Layla despertou e viu as horas no relógio que ficava em cima do criado-mudo quase teve um treco. 06h55min. Ela estava MUITO atrasada e quando tentou se levantar acabou se enroscando no cobertor e caindo no chão.
— Inferno! — Gritou ela, irritada, e ouviu vozes elevadas vindas do andar de baixo. Layla parou, prestando a atenção enquanto tentava reconhecer algumas daquelas vozes.— Obrigada querida, mas não quero incomodar. Prefiro mesmo ficar na casa da Lola, mas talvez, a Rosie prefira ficar por aqui, já que a Layla e ela se dão tão bem. — Falou Lívia, a irmã do meio. Esta tinha olhos claros como suas irmãs, mas, cabelos negros e não naturalmente loiros, porque puxara a seu pai e não a sua mãe.— O certo seria que nós três ficássemos juntas como antes… — Falou Lola, a caçula. — Por que você não volta pra casa, Lawrence?— Mas essa é minha casa, Lola. — Lawrence suspirou. Não que não gostasse de sua irmã ou da antiga casa onde vivera quando criança, mas sentia que|Antes…Elliot pegara algum dinheiro que tinha escondido em seu quarto e comprou um belo buquê de rosas vermelhas. Mesmo achando aquilo cafona, sabia que Zara achava fofo e queria fazer uma surpresa a ela. Por isso, foi até a casa dela. Pulou o muro, como sempre fazia. Pegou a velha escada que ficava no quintal e a usou para chegar até a janela do quarto dela. A janela estava aberta, mas a cortina estava puxada, ocultando a visão do quarto. Ele puxou a cortina devagar e viu Zara sentada na cama com outra garota. As duas sussurravam uma no ouvido da outra e riam. “Vim em péssima hora, droga”, ele pensou.Zara acariciou o rosto da garota e as duas se beijaram. Não como duas amigas, mas como duas namoradas. Elliot ficou espantado com o que viu. Ele nunca imaginara que Zara, SUA Zara pudesse trocá-lo por… Uma garota. Irritado, jogou o maldito buquê no chão. Desceu a escada e a derrubou, fazendo barulho.— O que foi isso? — Perguntou Zara e foi até a janela a tempo de
— Eu tenho umas fitas bem legais. Acho que você vai gostar. — Disse Elliot a Layla.— Uau! — Disse Layla. — Se fosse um garoto, com certeza, teria um quarto como o seu. — Falou Layla. — Você é gótico?— Só roqueiro, mas não tenho nada contra os góticos, até porque Morgan é um. — Falou eleToda a mobília do quarto de Elliot era preta. Havia pôsteres de bandas de rock nas paredes, uma guitarra vermelha na cama, um tapete branco com uma caveira no centro, e vários objetos decorativos. Era um quarto bonito e arrumado, o contrário do que ela imaginara.— Hum… O que você prefere? Nirvana ou Queen? — Ele perguntou.— E que tal Mandy Moore? — Ela perguntou.— Mandy? Uau! Não acredito que você gosta dessa patricinha! — Falou Elliot, rindo.— Mandy Moore é uma das minhas cantoras preferidas!— É… Eu devia ter imaginado! — Elliot riu.Antes que Layla e dissesse alguma coisa, a porta do quarto se abriu.— Você? O que está fazendo aqui? — Disse Elliot. — Como você v
— Qual o seu problema Elliot? — Perguntou Earl no caminho para a lanchonete.— Nenhum. Problema nenhum… — Disse ele, disfarçando.— Que isso cara? Nos conhecemos há anos… Eu sei que você está assim por causa da Layla. Agora, por que não se abre comigo? — Disse Earl.— Vocês estragaram meus planos. Não deviam ter aparecido sem avisar. — Confessou Elliot, irritado.— Quem imaginaria encontrá-la em sua casa? — Disse Earl. — Você é quem deveria nos avisar que ela estava lá.— Eu não tinha certeza se viria. Além do mais, Kirby pensaria que é só por causa da aposta que fizemos. — Disse Elliot.— Espera aí? Que aposta? — Perguntou Earl.— Eu apostei 200 dólares que conquistaria Layla, mas, no fim… Foi ela que me conquistou! Eu não sei o que está acontecendo comigo. Estou louco por ela e ela não dá a mínima. — Falou Elliot.— Fica difícil com o Morgan por perto! — Disse Earl.— Kirby sempre achou que ele fosse gay. Não sabe o quanto queria que ele realmente
|Leawood, Kansas – 1979:Lawrence estava dormindo ao lado de seu marido. Era por volta das 02h00min da madrugada quando o telefone tocou. Ela se levantou morrendo de sono para atendê-lo.— Alô?— Maninha é você ou liguei para o número errado outra vez? — Perguntou Lola e riu.Ela tinha dezessete anos e como qualquer adolescente em sua idade, amava festas. Vivia fugindo de casa para ir a uma. Dessa vez ela fora até Mission Hills com uns amigos, e acabou se separando deles, perdendo sua carona.— Sim, sou eu. Lola? Sabe que horas são? Tenho de ir trabalhar amanhã de manhã. — Falou Lawrence.— Acredita que vim até Mission Hills com uns conhecidos, mas nos desencontramos e… Perdi minha carona. Foram todos embora e fiquei sozinha nesse fim de mundo. Aí, fui pra estrada e peguei carona com um caminhoneiro, mas o safado tentou me passar a mão, aí eu dei um soco no nariz dele, ele me xingou de vadia e me chutou para fora. Estou no Green Bar
Lívia e seu marido foram os únicos a acreditarem em Lola. O restante da família saiu em defesa de Richard, afirmando que Lola estava drogada e que em sua cabeça “fantasiara” que fora Richard, porque ela não se lembrava quem fizera mal a ela, mas queria desesperadamente lembrar, e como nunca gostara de Richard, e ainda estava perturbada, se convencera que fora ele o responsável por sua desgraça.Lola passou algum tempo internada no que eles chamaram de “clínica de repouso” até descobrir que estava grávida. Ela ficou muito mal e até considerou a ideia de realizar um aborto, mas se convenceu que a criança não tinha culpa de nada. No entanto, seus pais não pensavam da mesma forma e tentaram convencê-la a abortar, dando-lhe duas escolhas, ou ela tirava a criança ou a entregava a adoção depois que ela nascesse, mas não ficaria com ela.Durante toda a sua gravidez, Lola permaneceu internada no hospital psiquiátrico e quanto mais se aproximava o dia de dar à luz, mais atormentada fica
A primeira aula de Rosie foi de espanhol e a de Layla foi de álgebra.— Mas que droga! Francês era bem mais fácil que isso aqui… — Rosie resmungou baixinho, incapaz de terminar seu exercício, e com vergonha de dizer a professora que não entendera nada. Ser a novata já era chato, e ser a novata que não sabia nada, era pior ainda.— Precisa de ajuda?Rosie virou o rosto e encarou o garoto de belos olhos verdes e cabelo castanho claro. Mesmo com a roupa brega e os óculos, parecia um modelo disfarçado. “John?”. Sim… Layla falara muito dele.— É Jonathan Gibson? Eu sou a Rosie… Prima da Layla. — Ela disse, animada. Finalmente alguém “conhecido”… Ou quase.— Layla Connolly? — Jonathan suspirou. — Ah, sim. Prazer em conhecê-la, Rosie? Espanhol é um idioma fácil… — Ele empurrou sua carteira, a aproximando da de Rosie. — Vai ver como aprenderá rápido.Rosie deu um risinho e apoiou o cotovelo na mesa, colocando a mão na cabeça e encarando Jonathan. Ele pegou seu livro e volt
Zara pegava seus livros em seu armário quando Morgan veio e parou ao lado dela, encarando-a.— Morgan? Como vai? Elliot te mandou me dar algum recadinho? — Disse Zara, sorrindo.— Não, sinto muito, mas fico feliz em saber que ainda gosta do meu amigo por que… Decidi ajudá-los a se reconciliarem. — Morgan sorriu.— Hum, é mesmo? E por que mudou de ideia agora? Você nunca foi com a minha cara que eu sei. O que é? Não me diga que isso tem a ver com a Layla?! — Falou Zara.— É, de fato, nunca gostei de você, mas as coisas mudam, amigos tornam-se inimigos e inimigos tornam-se amigos. E, sim, quero que Layla seja minha! — Falou Morgan.Zara sorriu e disse:— Então… Acho que podemos chegar a um acordo.— Mas é claro, e poderemos contar com Kirby também. — Morgan conhecia o segredinho sujo de Kirb
Layla estava no jardim tentando desenhar quando o carteiro deixou alguns envelopes no portão e tocou a campainha. Layla deixou seu caderno e seus lápis na mesa e foi pegar as cartas. Desde pequena, não podia chegar perto das cartas, que sua mãe ficava histérica, mas ela ainda insistia porque era teimosa e curiosa. Quatro envelopes: Todos enviados do hospital psiquiátrico Santa Helena, de Mission Hills, por uma tal Ana Bloom. Quem seria essa mulher? Uma paciente de Lawrence? Layla rasgou um envelope e antes que pudesse ler a carta que estava dentro, sentiu sua mãe tomar o papel de sua mão.— O que pensa que está fazendo? Já te falei para não mexer nas minhas coisas! — Disse Lawrence.— Quem é Ana? — Perguntou Layla.— Não é da sua conta! — Respondeu Lawrence.— Por que ela sempre envia cartas para você? Você a conhece? É nossa parenta? — Perguntou Layla, desconfiada.— Não! — Respondeu Lawrence. — É só… Uma paciente… Do tempo em que… Trabalhei em Mission Hill, antes de