Layla sentou-se em seu lugar, desanimada. Realmente detestava as aulas de álgebra porque não eram o seu forte. Pena que Jonathan não estava nessa aula porque ele poderia dar uma mãozinha a ela.
— Não se importa se eu me sentar ao seu lado, certo?! — Disse Kirby sorrindo.— Não, imagina… — Layla nem tentou disfarçar.— E aí, vai me dizer o que está rolando entre o Elliot e você? — Perguntou Kirby curioso.Elliot, Earl e Morgan entraram na sala nesse instante e sentaram-se na fileira atrás de Layla, sendo que Elliot ficou na frente dos outros rapazes. Layla deu de ombros, bancando a indiferente.— Ele não te contou que me chantageou para que eu fizesse os trabalhos dele?— Não… — Kirby respondeu. — Mas como ele chantageou você se mal te conhece?Layla suspirou. Kirby fazia perguntas demais.— Isso não vem ao caso. Só tenho uma condição, caso queira continuar sentado aqui… Fique quieto!— Eu me amarro em uma gata dominadora. — Kirby se aproximou dela e piscouLayla terminou de copiar os deveres de Elliot e guardou o caderno dele junto ao dela em sua mochila. Desceu até a cozinha com a intenção de preparar um chocolate quente. Começava a esfriar para o azar dela, que estudava de manhã e, nada pior que deixar sua aconchegante cama para ir ao colégio em uma manhã de inverno.— Se está procurando algo doce para comer não vai encontrar, querida. Não tive tempo de ir ao mercado ainda. — Disse Lawrence, que lavava a louça.— Posso ir comprar alguma coisa? — Disse Layla.Lawrence virou-se e a encarou, surpresa. Layla não era muito de sair e odiava supermercados e qualquer lugar com filas.— Quem é você e o que fez com minha filha?Layla revirou os olhos e riu.— Não consigo sobreviver sem chocolate, mãe. Fico maluca! Quer que eu traga alguma coisa para você?— Café. Não posso ficar sem meu pó, se não, enlouqueço.Layla riu.— Viciada…— Olha só quem fala… Cada uma com seus vícios.— Tá, mãe. Eu vou em pé e volto
Às dezenove horas em ponto, Jonathan foi até a casa de Layla, buscá-la. Ele quis tocar a buzina, mas lembrou-se que ela pedira para ele ser discreto, então, pegou seu celular e ligou para ela, avisando-a que estava esperando por ela. Layla veio e abriu o portão. Cumprimentou Jonathan com um abraço e um beijo no rosto.— E sua mãe? — Jonathan perguntou.— No trabalho… Esse mês ela ficou com o turno da noite. — Respondeu Layla, sorrindo amarelo. Não gostava que sua mãe trabalhasse à noite porque se sentia sozinha.— Então, vamos? — Jonathan pegou a mão de Layla e a conduziu até o carro, abrindo a porta para ela.Layla estava prestes a entrar no carro quando reparou que Elliot estava parado em frente a casa dele. As luzes estavam apagadas. Ele estava vestido de preto da cabeça aos pés, e um capuz escondia seus cabelos loiros. Ela mal podia ver o rosto dele. Mesmo assim, tinha certeza de que era ele. O que ele fazia parado, ali? Esperando alguém ou espiando ela? Ele fumava e
Quando Layla despertou e viu as horas no relógio que ficava em cima do criado-mudo quase teve um treco. 06h55min. Ela estava MUITO atrasada e quando tentou se levantar acabou se enroscando no cobertor e caindo no chão.— Inferno! — Gritou ela, irritada, e ouviu vozes elevadas vindas do andar de baixo. Layla parou, prestando a atenção enquanto tentava reconhecer algumas daquelas vozes.— Obrigada querida, mas não quero incomodar. Prefiro mesmo ficar na casa da Lola, mas talvez, a Rosie prefira ficar por aqui, já que a Layla e ela se dão tão bem. — Falou Lívia, a irmã do meio. Esta tinha olhos claros como suas irmãs, mas, cabelos negros e não naturalmente loiros, porque puxara a seu pai e não a sua mãe.— O certo seria que nós três ficássemos juntas como antes… — Falou Lola, a caçula. — Por que você não volta pra casa, Lawrence?— Mas essa é minha casa, Lola. — Lawrence suspirou. Não que não gostasse de sua irmã ou da antiga casa onde vivera quando criança, mas sentia que
|Antes…Elliot pegara algum dinheiro que tinha escondido em seu quarto e comprou um belo buquê de rosas vermelhas. Mesmo achando aquilo cafona, sabia que Zara achava fofo e queria fazer uma surpresa a ela. Por isso, foi até a casa dela. Pulou o muro, como sempre fazia. Pegou a velha escada que ficava no quintal e a usou para chegar até a janela do quarto dela. A janela estava aberta, mas a cortina estava puxada, ocultando a visão do quarto. Ele puxou a cortina devagar e viu Zara sentada na cama com outra garota. As duas sussurravam uma no ouvido da outra e riam. “Vim em péssima hora, droga”, ele pensou.Zara acariciou o rosto da garota e as duas se beijaram. Não como duas amigas, mas como duas namoradas. Elliot ficou espantado com o que viu. Ele nunca imaginara que Zara, SUA Zara pudesse trocá-lo por… Uma garota. Irritado, jogou o maldito buquê no chão. Desceu a escada e a derrubou, fazendo barulho.— O que foi isso? — Perguntou Zara e foi até a janela a tempo de
— Eu tenho umas fitas bem legais. Acho que você vai gostar. — Disse Elliot a Layla.— Uau! — Disse Layla. — Se fosse um garoto, com certeza, teria um quarto como o seu. — Falou Layla. — Você é gótico?— Só roqueiro, mas não tenho nada contra os góticos, até porque Morgan é um. — Falou eleToda a mobília do quarto de Elliot era preta. Havia pôsteres de bandas de rock nas paredes, uma guitarra vermelha na cama, um tapete branco com uma caveira no centro, e vários objetos decorativos. Era um quarto bonito e arrumado, o contrário do que ela imaginara.— Hum… O que você prefere? Nirvana ou Queen? — Ele perguntou.— E que tal Mandy Moore? — Ela perguntou.— Mandy? Uau! Não acredito que você gosta dessa patricinha! — Falou Elliot, rindo.— Mandy Moore é uma das minhas cantoras preferidas!— É… Eu devia ter imaginado! — Elliot riu.Antes que Layla e dissesse alguma coisa, a porta do quarto se abriu.— Você? O que está fazendo aqui? — Disse Elliot. — Como você v
— Qual o seu problema Elliot? — Perguntou Earl no caminho para a lanchonete.— Nenhum. Problema nenhum… — Disse ele, disfarçando.— Que isso cara? Nos conhecemos há anos… Eu sei que você está assim por causa da Layla. Agora, por que não se abre comigo? — Disse Earl.— Vocês estragaram meus planos. Não deviam ter aparecido sem avisar. — Confessou Elliot, irritado.— Quem imaginaria encontrá-la em sua casa? — Disse Earl. — Você é quem deveria nos avisar que ela estava lá.— Eu não tinha certeza se viria. Além do mais, Kirby pensaria que é só por causa da aposta que fizemos. — Disse Elliot.— Espera aí? Que aposta? — Perguntou Earl.— Eu apostei 200 dólares que conquistaria Layla, mas, no fim… Foi ela que me conquistou! Eu não sei o que está acontecendo comigo. Estou louco por ela e ela não dá a mínima. — Falou Elliot.— Fica difícil com o Morgan por perto! — Disse Earl.— Kirby sempre achou que ele fosse gay. Não sabe o quanto queria que ele realmente
|Leawood, Kansas – 1979:Lawrence estava dormindo ao lado de seu marido. Era por volta das 02h00min da madrugada quando o telefone tocou. Ela se levantou morrendo de sono para atendê-lo.— Alô?— Maninha é você ou liguei para o número errado outra vez? — Perguntou Lola e riu.Ela tinha dezessete anos e como qualquer adolescente em sua idade, amava festas. Vivia fugindo de casa para ir a uma. Dessa vez ela fora até Mission Hills com uns amigos, e acabou se separando deles, perdendo sua carona.— Sim, sou eu. Lola? Sabe que horas são? Tenho de ir trabalhar amanhã de manhã. — Falou Lawrence.— Acredita que vim até Mission Hills com uns conhecidos, mas nos desencontramos e… Perdi minha carona. Foram todos embora e fiquei sozinha nesse fim de mundo. Aí, fui pra estrada e peguei carona com um caminhoneiro, mas o safado tentou me passar a mão, aí eu dei um soco no nariz dele, ele me xingou de vadia e me chutou para fora. Estou no Green Bar
Lívia e seu marido foram os únicos a acreditarem em Lola. O restante da família saiu em defesa de Richard, afirmando que Lola estava drogada e que em sua cabeça “fantasiara” que fora Richard, porque ela não se lembrava quem fizera mal a ela, mas queria desesperadamente lembrar, e como nunca gostara de Richard, e ainda estava perturbada, se convencera que fora ele o responsável por sua desgraça.Lola passou algum tempo internada no que eles chamaram de “clínica de repouso” até descobrir que estava grávida. Ela ficou muito mal e até considerou a ideia de realizar um aborto, mas se convenceu que a criança não tinha culpa de nada. No entanto, seus pais não pensavam da mesma forma e tentaram convencê-la a abortar, dando-lhe duas escolhas, ou ela tirava a criança ou a entregava a adoção depois que ela nascesse, mas não ficaria com ela.Durante toda a sua gravidez, Lola permaneceu internada no hospital psiquiátrico e quanto mais se aproximava o dia de dar à luz, mais atormentada fica