|Leawood – Verão de 1993
Bella James estava nervosa porque não sabia como dizer a seu namorado que teria de abandonar a banda dele. Surgira uma oportunidade, uma chance de gravar um disco, mas em uma girl band e não em uma banda de rock.
Good Girls Always era a chance dela de sair das sombras e, quem sabe, ficar famosa e ter grana o bastante para se mandar daquele fim de mundo. Ela amava Elliot Holmes e não queria deixá-lo, mas há tempos decidira que nunca se conformaria com uma vidinha comum, com um casamento comum, filhos comuns, profissão comum. Droga. A vida tinha que ser mais que trabalhar a semana inteira para só se divertir nos feriados, pagar contas e criar um bando de pirralhos remelentos. Ela queria mais. Queria conhecer o mundo, comprar o que desejasse, ser invejada, etc. Mas é como dizem… Quem quer muito, termina sem nada.Falar com Elliot não foi fácil. Ele até tentou ser compreensivo, mas a verdade é que se magooLayla e Elliot estavam ensaiando no porão da casa dele – Elliot conseguira transformar um lugar, antes sinistro, em um espaço maneiro até. Só precisou de um pouco de tinta, alguns pôsteres de seus ídolos e outras bugigangas –, Elliot tocava guitarra e Layla cantava uma das letras de Morgan.Elliot se distraiu e errou uma ou duas notas. Layla parou de cantar e o encarou com os olhos arregalados, fazendo graça, como se aquilo fosse o fim do mundo. Elliot riu.— Foi mal…— E que tal uma pausa, hum? — Sugeriu ela.Elliot a encarou pensativo.— Ih… Ih… — Disse ela balançando a cabeça, rindo.— O quê? — Perguntou ele, rindo.Ela deu de ombros.— Não sei… Me diz você… O que está te incomodando? É essa legenda na minha blusa perguntando se você quer leite?— Hã?! — Elliot olhou ligeiro para a blusa dela e percebeu que não havia legenda nenhuma. Riu e balançou a cabeça.— Agora, vai… Fala o que está perturbando você?— Quais os seus planos?— Então… Quero
Layla e Rosie voltaram à casa de Layla porque ela esquecera alguns livros que ficara de trocar com Rosie. Lawrence e Lívia estavam na casa de Lola e nem sabiam que as garotas tinham deixado a casa de Lívia. O telefone tocou e Layla e Rosie apostaram qual delas atenderia primeiro, e lá foram elas, deslizando em suas sandálias – o chão sempre fora tão bem encerado que se você quisesse poderia apenas deslizar por ele, arrastando os pés em vez de erguê-los –. Rosie chegou primeiro e atendeu o telefone:— Alô?— Layla?! — Perguntou Ana.Layla alcançou Rosie nesse instante. Rosie tapou o telefone com uma mão e sussurrou a Layla:— É uma garota e quer falar com você… Conhece alguma garota além da irmã do John?Layla pensou por um momento… Conhecia? Se perguntou, e não soube com certeza. Ela não era exatamente popular para todos terem seu telefone. Chegou mais perto de Rosie e fez sinal para que ela prosseguisse.Rosie suspirou e disse:— Hum rum… Quem mais?— Por fa
Zara caminhava pelo pátio de Barstow School quando viu Margot se aproximando de Layla e Rosie. Parou. Disfarçou e prestou atenção, tentando descobrir do que se tratava.— Oi? — Disse Margot, sorridente. — Talvez, não se lembrem de mim, mas sou Margot.— Oh, lembro… A cunhada do Morgan. — Disse Layla sorrindo, desconfiada. O que será que Margot queria dela, hein? Apostava que tinha a ver com Morgan.— Isso, queridinha… Euzinha mesma. — Falou Margot e estendeu quatro convites. — Gostaria de convidá-las para minha festa. Aqui tem quatro convites… Para vocês e seus acompanhantes, ou… Quem quiser levar junto.— Que gentil! Obrigada. — Falou Rosie sorrindo, mas sentindo o cheiro da falsidade exalando de Margot.— Vocês vão, não vão?! — Margot sempre encarava Layla quando falava, ignorando Rosie, o que de certa forma, deixava Layla desconfortável. Rosie nem tanto, afinal, nem conhecia aquela garota e já não gostara dela.— Não sei… Vai depender do Elliot. Francament
Layla caminhava apressada porque estava atrasada para a sua próxima aula, quando, sem querer, esbarrou em Esmée.— Me desculpe, Esmée?— Oh, você lembra meu nome?! — Disse Esmée como se não esperasse aquilo dela.— Claro que sim, você é amiga do Morgan e fã número um do Children Of Tomorrow. Como esqueceria alguém tão importante? — Falou Layla.Esmée corou levemente e teria até sorrido se não tivesse se lembrado que Morgan gostava dela.— Eu espero que possamos ser amigas ou… Pelo menos, nos darmos bem já que serei vocalista principal da banda. Não tenho muitas amigas e qualquer uma que não seja do time da Eulalie ou da Bella é bem vinda. — Falou Layla.— Eu até posso ser sua amiga, mas depende de sua resposta… O que há entre Morgan e você? — Falou Esmée tentando se controlar e agir racionalmente como uma garota madura. “Pergunte primeiro, lance as pedras depois, e não o contrário”.— Tudo o que você precisa saber é que amo Elliot e não trocaria ele por ninguém,
Rosie estranhou quando entrou em seu quarto e encontrou Layla arrumando a mala.— Vai voltar para casa? Por quê?— Não, vou pra casa da tia Lola. — Layla respondeu.— Por quê? — Perguntou Rosie.— Porque minha mãe pensa que sou um objeto que vai e vem, sem lugar fixo. É por isso. — Disse Layla irritada. Ela ligou para sua mãe, dizendo que estava com saudades e que queria vê-la, mas Lawrence foi grosseira e lhe disse que não tinha tempo livre.— Hum… Sua mãe não quer que volte para casa? Não teria a ver com a Ana Bloom? — Rosie disse.— Talvez… Mas pouco me importa. Estou indo mesmo assim para a casa da Lola. — Layla jogava suas roupas com raiva na mala.— Pensei que estivesse se divertindo aqui e… — Rosie disse,— Isso não tem nada a ver com você, Rosie.
A “novidade” sobre o beijo lésbico entre Eulalie e Zara não ficou apenas em Barstow School, mas espalhou-se como praga pelos quatro cantos de Leawood, de forma que os pais das garotas logo ficaram sabendo disso.Elisângela Davis apoiou a filha, mas Alonso não –, não porque fosse homofóbico, mas porque ele já tinha uma lista de possíveis maridos milionários para sua filha -. Ethanael ouviu MUITA coisa de seu pai, mas, pela primeira vez, foi protegido por Elisângela, e isso foi bom, meio que os aproximou.Nem Selena nem Bill Holmes julgaram sua filha – aliás, Selena já suspeitava há MUITO tempo que sua filha sentisse atração por outras garotas e não a recriminava por isso –, tampouco fizeram perguntas constrangedoras, apenas disseram que a amavam e que ela sempre poderia contar com eles. Zara agradeceu pelo carinho e apoio dos pais, mas jurou a si mesma que o que Bella (porque ela tinha certeza de que aquilo fora obra daquela infeliz) fizera, não ficaria por isso mesmo. Be
Layla ligou para Elliot e pediu para ele vir buscá-la a uma esquina da casa de Lola, porque ela se encontraria com Bloom. Elliot foi o mais rápido que pode. Layla escapou pelos fundos enquanto Lola estava distraída vendo TV, e foi até onde combinara de se encontrar com Elliot. Ele não demorou a aparecer. Layla colocou o capacete que ele lhe deu e subiu na moto.— Sabe onde fica a lanchonete Tallin? — Perguntou Layla.— Sei. Meu pai me levou lá uma vez. Fica na estação de trem, quase na saída de Leawood. LONGE. — Disse Elliot. † † †Eulalie ouviu a mensagem que Zara deixou para ela:— Não se preocupe, Eulalie? Como sempre, cuidarei de tudo. Bella pagará caro pelo que nos fez. Eu juro.— Isso, com certeza. — Disse Eulalie com ódio. &nbs
Layla e Eliana vestiram pijamas, dividiram os cookies e o leite, e depois se deitaram. Eliana encheu Layla de perguntas porque queria conhecê-la melhor. Layla respondeu a todas com prazer, e também, fez várias perguntas a sua irmã mais velha.Eliana contou como foram seus dias no hospital psiquiátrico, a angústia de Lola em não conseguir se tornar legalmente responsável por ela para enfim, tirá-la daquele lugar horrível.Layla se perguntava o que se se passava na cabeça de uma mulher como Lawrence? Como ela achava que a própria filha e a irmã inventariam que foram molestadas pelo mesmo homem? O que ambas ganhariam com aquilo? Que amor cego era aquele que ela sentira por Richard, a ponto de ignorar que ele era um homem perverso? Não… Isso não era amor, porque alguém que é incapaz de acreditar na própria irmã e na filha, é incapaz de sentir amor. Quanto mais pensava sobre isso, mais desprezo sentia por Lawrence, e mais, se convencia de que ela jamais a amara.Na manhã s