Ainda tentava controlar minha respiração, descansando a cabeça sobre a sua, que estava apertada contra minha barriga. Eu continuava sentada em seu colo e suas mãos pairavam sobre minhas costas me prendendo junto a ele. Guilherme respirava igualmente afobado, as lufadas de ar batendo contra minha pele.Sem que eu esperasse ele se levantou e subiu as escadas comigo em seu colo. Eu permaneci com meus olhos fechados, com a cabeça apoiada agora em seu ombro, apenas escutando ele abrir a porta do quarto e andar comigo até o box, não movi um músculo enquanto ele ligava o chuveiro.Senti a água quente cair contra minhas costas, começando a nos molhar, quando finalmente tive forças para erguer a cabeça e olhá-lo me deparei com a imagem mais linda e sexy que já tinha visto. Seus cabelos molhados, grudando em sua testa, o rosto sério ainda tinha a luxúria expressa em seus olhos, mas foi a intensidade do seu olhar que me fez estremecer em seus braços. Havia algo a mais que eu não tinha reparad
Acordei com meu despertador tocando às oito da manhã, me lembrando de que já era segunda e eu tinha que abrir a loja. Me estiquei para desligar o aparelho, querendo por um fim a barulheira, ainda estava grogue pelo sono e quando olhei para o lado fiquei paralisada. Guilherme estava dormindo deitado de bruços com o rosto virado na minha direção, os braços abertos ocupando boa parte da cama, então a luz clara da manhã refletiu nas suas costas nuas, só o fazendo parecer mais ainda como um deus grego. Eu fiquei desnorteada com a beleza dele logo pela manhã, especialmente quando os raios de sol alcançaram seus cabelos ondulados. — Emma, desliga essa merda. — ele resmungou com a voz abafada pela posição de sua boca quase toda contra o colchão. — Você sempre acorda de mau humor? — perguntei me esticando para desligar o despertador. — Só quando sou acordado por um despertador desconhecido. — Considerando que o seu não tocou deveria me agradecer, é bem capaz que já esteja atrasado. — av
Mordi meu lábio inferior involuntariamente com meus pensamentos, a última coisa que precisávamos agora era nos atrasar mais. Vi sua mandíbula enrijecer enquanto ele olha para o lugar onde meus dentes estavam fincados. Seu polegar deslizou sobre minha boca, liberando meu lábio da mordida e me fazendo engolir em seco. Aquele olhar intenso fazia coisas comigo que eu não sabia como explicar, só sabia que ele tinha o dom de mexer com algo intenso dentro de mim. — Melhor nem começarmos Guilherme, ou vamos nos atrasar mais ainda. — minha voz não era mais do que um sussurro. — Não estou mais me importando com isso, o que é mais uma hora para quem já está atrasado. — ele murmurou baixo, me provocando ainda mais com o tom grave de sua voz e seus olhos voam para o decote que meu vestido deixava. — Uma hora? — engoli em seco pensando em tudo o que ele poderia fazer comigo ali naquela cozinha. — Mas eu me importo, anda. — ordenei, me soltando de seu aperto e me sentando na bancada para tomar
Minha semana foi para dar assistência a Lise, o que foi bom pois Guilherme e eu precisávamos de um tempo longe, ou não sei onde iríamos parar com todo aquele fogo. Então na terça, depois de transarmos como loucos na banheira na minha casa, combinamos de nos ver apenas na sexta-feira depois do expediente. Isso seria ótimo também para não nos cansarmos um do outro tão depressa. Fiz meu melhor com minha amiga e na quinta convenci Lise que não tinha problema nenhum ela ligar para Charles e o chamar pra sair, já que era ela quem queria. Eu sabia que quanto mais ela falasse das paranoias que sua mãe tinha lhe enfiado na cabeça, melhor seria para que entendesse era tudo o que a mãe dela falava eram merdas de uma velha amargurada. Não foi nenhuma novidade quando ela ligou e Charles não pensou duas vezes antes de aceitar o convite. Eu torcia para que dessa vez nada, nem ninguém, atrapalhasse a noite dos dois. Esperava que ela voltasse do final de semana com ótimas novidades.
Depois do jantar, terminei de me arrumar com ele dando palpites. Saímos para a boate para o clube depois das onze horas. Charles tinha combinado de nos encontrar na porta, não que fosse necessário isso, ele podia muito bem só deixar nosso nome na lista, mas ele insistiu. E como sempre ele fez o que prometeu. — Emma... — Charles gritou acenando e de repente parou assim que viu Caio ao meu lado. — Lembra do Caio? — perguntei sabendo que eles se conheciam, mas já tinha passado muito tempo que não se viam. — O da cereja? — Viu, ainda sou marcado graças a você. — Caio resmungou me dando um empurrão de leve. — Sim o cara da cereja, que os céus me ajudem. — E ai cara, pensei que ainda estava no interior ou algo assim. — Charles comentou enquanto nos colocava para dentro. — Estou só de passagem e você está cada vez mais famoso, ouvi muito falar se você, simplesmente a sensação do momento. — É você quem está dizendo. — Ok, o papo está bom, mas eu quero saber onde está Lise? — os inter
Não acredito que Emma me deixou plantado no meio da pista de dança como um idiota, mas deveria ser isso mesmo que ela pensava de mim, especialmente depois de me dar um fora para sair com outro cara, usando aquela desculpa ridícula. Sai da boate pisando duro no chão, não acreditava que ela tinha feito aquilo, quando ela foi a primeira a pedir que não saíssemos com outras pessoas e eu respeitei essa regra. Respeitei até agora, pois se ela não estava cumprindo eu não seria o único a continuar na linha. Vê-la entregue ao toque de outro homem, depois dos dias que passamos juntos fez meu sangue ferver nas veias. Eu não faria uma cena de corno ali na boate, até porque eu não me encaixava nesse posto, eu era apenas um amigo de foda, um amigo que tinha se enganado sobre aquela mulher. Foi com esse pensamento que tentei me conformar, enquanto saia de lá. Eu não ia terminar a noite no zero a zero, se ela preferiu correr para o "amigo" não poderia reclamar quando me perdesse. Entrei no meu ca
No dia seguinte acordei com a cabeça pesando uma tonelada, sentia que se mexesse muito colocaria pra fora qualquer coisa que ainda estivesse em meu estômago. Mas já passava das dez horas, eu precisava me levantar. Me arrastei até o banheiro e tomei um banho, demorando de mais em baixo da água morna, que me deixou mais mole ainda. Antes que terminasse de me vestir senti uma vontade enorme de mandar enviar uma mensagem para Guilherme, quem sabe se ele já não estivesse mais calmo e pudesse vir aqui, aproveitaríamos o dia que estava começando. Podíamos almoçar juntos e conversar sobre a noite passada. Mas eu desisti rápido de mais da ideia, pois ele não tinha motivo para ficar todo irritado, deveria ter acreditado em mim. Então ele que me procurasse quando seus neurônios voltassem a funcionar normalmente. Meu corpo implorava para que eu apenas tomasse um analgésico e voltasse para a cama confortável. Mas eu precisava ir até a loja, então me limitei a apenas tomar um remédio e me arrum
Pra falar a verdade eu estava realmente cansada. Só de estar ali discutindo sobre o assunto com ele eu me sentia estúpida. Não devíamos nem estar aqui tentando entender, aquele episodio ridículo de ontem nem deveria ter acontecido. — Eu não sei o que me deu, quando vi já estávamos brigando. — ele tentou se explicar e eu respirei fundo. Eu não precisava passar por aquilo, porque me torturar desse jeito? Perguntei em pensamento e respondi internamente que era só para não me dar ao trabalho, de ter que colocar outra pessoa em minha vida. — Eu não sei mais o que pensar, esse é o problema, nós queremos uma coisa e fazemos outra, não vê? Isso está fora do nosso controle. Ele se aproximou me tentando com seu cheiro, meu corpo respondia aquilo, como uma flor a água. E eu queria me bater por aquilo, não deveria ceder tão fácil a ele. — Me desculpa. Eu não deveria ter pensado aquilo de você. — Guilherme disse me encarando com os olhos grandes, como o do gato de botas. — E eu não concordo