Minha semana foi para dar assistência a Lise, o que foi bom pois Guilherme e eu precisávamos de um tempo longe, ou não sei onde iríamos parar com todo aquele fogo. Então na terça, depois de transarmos como loucos na banheira na minha casa, combinamos de nos ver apenas na sexta-feira depois do expediente. Isso seria ótimo também para não nos cansarmos um do outro tão depressa. Fiz meu melhor com minha amiga e na quinta convenci Lise que não tinha problema nenhum ela ligar para Charles e o chamar pra sair, já que era ela quem queria. Eu sabia que quanto mais ela falasse das paranoias que sua mãe tinha lhe enfiado na cabeça, melhor seria para que entendesse era tudo o que a mãe dela falava eram merdas de uma velha amargurada. Não foi nenhuma novidade quando ela ligou e Charles não pensou duas vezes antes de aceitar o convite. Eu torcia para que dessa vez nada, nem ninguém, atrapalhasse a noite dos dois. Esperava que ela voltasse do final de semana com ótimas novidades.
Depois do jantar, terminei de me arrumar com ele dando palpites. Saímos para a boate para o clube depois das onze horas. Charles tinha combinado de nos encontrar na porta, não que fosse necessário isso, ele podia muito bem só deixar nosso nome na lista, mas ele insistiu. E como sempre ele fez o que prometeu. — Emma... — Charles gritou acenando e de repente parou assim que viu Caio ao meu lado. — Lembra do Caio? — perguntei sabendo que eles se conheciam, mas já tinha passado muito tempo que não se viam. — O da cereja? — Viu, ainda sou marcado graças a você. — Caio resmungou me dando um empurrão de leve. — Sim o cara da cereja, que os céus me ajudem. — E ai cara, pensei que ainda estava no interior ou algo assim. — Charles comentou enquanto nos colocava para dentro. — Estou só de passagem e você está cada vez mais famoso, ouvi muito falar se você, simplesmente a sensação do momento. — É você quem está dizendo. — Ok, o papo está bom, mas eu quero saber onde está Lise? — os inter
Não acredito que Emma me deixou plantado no meio da pista de dança como um idiota, mas deveria ser isso mesmo que ela pensava de mim, especialmente depois de me dar um fora para sair com outro cara, usando aquela desculpa ridícula. Sai da boate pisando duro no chão, não acreditava que ela tinha feito aquilo, quando ela foi a primeira a pedir que não saíssemos com outras pessoas e eu respeitei essa regra. Respeitei até agora, pois se ela não estava cumprindo eu não seria o único a continuar na linha. Vê-la entregue ao toque de outro homem, depois dos dias que passamos juntos fez meu sangue ferver nas veias. Eu não faria uma cena de corno ali na boate, até porque eu não me encaixava nesse posto, eu era apenas um amigo de foda, um amigo que tinha se enganado sobre aquela mulher. Foi com esse pensamento que tentei me conformar, enquanto saia de lá. Eu não ia terminar a noite no zero a zero, se ela preferiu correr para o "amigo" não poderia reclamar quando me perdesse. Entrei no meu ca
No dia seguinte acordei com a cabeça pesando uma tonelada, sentia que se mexesse muito colocaria pra fora qualquer coisa que ainda estivesse em meu estômago. Mas já passava das dez horas, eu precisava me levantar. Me arrastei até o banheiro e tomei um banho, demorando de mais em baixo da água morna, que me deixou mais mole ainda. Antes que terminasse de me vestir senti uma vontade enorme de mandar enviar uma mensagem para Guilherme, quem sabe se ele já não estivesse mais calmo e pudesse vir aqui, aproveitaríamos o dia que estava começando. Podíamos almoçar juntos e conversar sobre a noite passada. Mas eu desisti rápido de mais da ideia, pois ele não tinha motivo para ficar todo irritado, deveria ter acreditado em mim. Então ele que me procurasse quando seus neurônios voltassem a funcionar normalmente. Meu corpo implorava para que eu apenas tomasse um analgésico e voltasse para a cama confortável. Mas eu precisava ir até a loja, então me limitei a apenas tomar um remédio e me arrum
Pra falar a verdade eu estava realmente cansada. Só de estar ali discutindo sobre o assunto com ele eu me sentia estúpida. Não devíamos nem estar aqui tentando entender, aquele episodio ridículo de ontem nem deveria ter acontecido. — Eu não sei o que me deu, quando vi já estávamos brigando. — ele tentou se explicar e eu respirei fundo. Eu não precisava passar por aquilo, porque me torturar desse jeito? Perguntei em pensamento e respondi internamente que era só para não me dar ao trabalho, de ter que colocar outra pessoa em minha vida. — Eu não sei mais o que pensar, esse é o problema, nós queremos uma coisa e fazemos outra, não vê? Isso está fora do nosso controle. Ele se aproximou me tentando com seu cheiro, meu corpo respondia aquilo, como uma flor a água. E eu queria me bater por aquilo, não deveria ceder tão fácil a ele. — Me desculpa. Eu não deveria ter pensado aquilo de você. — Guilherme disse me encarando com os olhos grandes, como o do gato de botas. — E eu não concordo
Quando cheguei em casa avistei Caio na sala, sentado no chão em frente a mesa de centro rodeado por vários papéis, pastas e o notebook de novo.— Você tem dois minutos para tirar tudo isso da mesa, antes que eu coloque fogo. — o repreendi atirando minha bolsa e sapatos em qualquer lugar no chão.Não podia acreditar que ele tinha passado o dia inteiro enfiado novamente nos livros.Eu sabia que a apresentação dele na reunião seria maravilhosa e ele conseguiria o trabalho logo de cara. Porque ele parecia ser o único a não dar crédito ao próprio potencial?— Opa, nem tente. Você sabe que preciso dar um jeito de estudar o máximo que eu puder. É uma oportunidade muito importante.— E você vai arrasar, como se você não estivesse se preparando pra essa vaga há anos, fora que eu já te dei o dia inteiro livre. — expliquei o ajudando a pegar um por um por dos papéis e guardá-los novamente. — Outra coisa, você me prometeu que seria meu até lá, então não me faça te odiar. — chantagem sempre funcio
— Ela tinha uns oito anos, a mãe dela ainda tem fotos do buraco enorme que ficou na cabeça dela e da Jenny. — e essa foi minha deixa para sair do transe. Respirei fundo, recuperando minhas forças e a postura.— Lindo ficar falando de duas pessoas quando elas não estão no lugar pra se defender. — resmunguei entrando e colocando a pizza na mesa.Encarei bem os dois homens a mesa, desconfiada, pois aqueles dois podiam acabar comigo até o fim da noite.Um contando meus segredos e o outro me afastando por completo.— Agora você está aqui. Se defenda e diga que você é Jenny não brincaram de salão e ela terminou com uma franja de um dedo e você com um buraco no meio do cabelo.Era verdade, ele tinha sorte de nossa mãe ter nos pego antes de continuar a brincadeira, ou teria sobrado para ele e para Cris também.— Agora você já o envenenou contra nós.— Jamais. — Guilherme disse sorrindo. — Estou adorando saber o quão virada no capeta você era.— Ei, em minha defesa todas as crianças já fizeram
Acordei no outro dia com o sol entrando no quarto e batendo bem no meu rosto, quando tentei me mexer percebi que meu braço estava preso por baixo de Guilherme. Em algum momento durante a noite ele tinha se virado e se aconchegado contra meu corpo.— Guilherme... — eu o chamei já sacudindo seu corpo adormecido.— Hmmm. — seu resmungo saiu, mas ele não se mexeu um centímetro. — Guilherme, meu braço. Acorda! — falei mais alto e o empurrei com mais força para ele acordar. — Desculpa. — ele murmurou finalmente se virando e liberando meu braço.Enquanto massageava o braço dormente eu comecei a perceber que o dia já tinha clareado, o sol já estava forte do lado de fora. Droga, eu tinha perdido a hora de novo, aquilo estava virando rotina.— Que horas são?— Pouco mais de dez horas. Porque?— Droga, queria ter falado com Caio antes de ele sair para a entrevista.— Ele sabe que você queria, mas que estava ocupada de mais. — ele disse com um sorrisinho cínico crescendo.— Claro, com você deit