Lorena ainda estava um pouco tonta, mas sabia do que eles estavam falando. Guilherme liberou uma das mãos, pegou o celular ao lado e abriu o WhatsApp, acessando o vídeo enviado por Murilo. Guilherme não reconheceu, mas Lorena sim. Bastou uma olhada de relance para que ela identificasse a silhueta no vídeo. Era Norberto. Então, as várias vezes que alguém havia providenciado sangue para ela a tempo tinham sido obra dele. Ela já havia investigado antes, mas nunca conseguiu descobrir nada útil. Então, por que dessa vez ele não se escondeu? "O que ele está tentando fazer?" Originalmente, o plano que Félix havia preparado era algo que ela pretendia usar a seu favor, aproveitando a oportunidade para se machucar um pouco e atrair a pessoa por trás de tudo. Mas o que ela não previu foi que Félix envolveria sua sogra e até colocaria um atirador na situação. Saltar do Rio Esperança foi sua única escolha naquele momento. Só pulando teria uma chance mínima de sobreviver. Ela não esp
— Lavínia, em público! Que comportamento é esse? Desça agora! Lavínia, que acabara de pular para o ombro largo de Murilo, ouviu uma voz familiar e fria vinda da porta do quarto. Ela estava deitada sobre o ombro de Murilo, e, ao ouvir a voz, levantou os olhos na direção da porta... Droga! Tio! Mas o chão estava gelado, e ela não queria descer. Pietro brincou: — Reginaldo, não seja tão severo, afinal, são todos da família, qual o problema? Na verdade, Reginaldo não aprovava o relacionamento de Lavínia com Murilo, mas... Ele não conseguia nem resolver seus próprios problemas, então não tinha energia para se preocupar com os dela. Mas, ao flagrá-los, a situação era outra. — Vou dizer mais uma vez: desça! — Reginaldo, com uma expressão fechada e os olhos estreitados, fez um aviso firme. Lavínia, pela primeira vez, ousou responder ao tio: — Não vou. Não estou de sapatos, meus pés estão frios. Se você me abraçar, eu desço. A veia nas têmporas de Reginaldo pulsou.
Desaparecer completamente sem deixar rastros.Pietro e João não eram tolos, logo perceberam que algo estava errado. Parecia que ainda não haviam encontrado nada.Ambos se perguntaram em silêncio: "Se soubesse disso, nunca teria sido tão idiota antes!"Quem diria que Ângela, que parecia uma coelhinha indefesa, na verdade era uma coelhinha com espinhos?Quando se enfurece, é realmente implacável.Pietro deu uma sugestão para ele:— Já que Lorena se machucou e Ângela tem uma boa relação com ela, não deveria ela vir visitá-la? Ele sabia que Reginaldo entenderia o que ele queria dizer.Reginaldo olhou para ele e, em seguida, deu a ela um tapinha no ombro, se levantando e saindo.— Você realmente adora assistir a bagunça, né? — João lançou um olhar de soslaio para ele.Pietro respondeu: — Estou apenas ajudando.João revirou os olhos e, sem querer continuar a conversa, se virou rapidamente e bateu na porta do quarto. Ele tinha vindo falar com Guilherme sobre assuntos sérios.Guilherme aca
— Oi, Lavínia, aconteceu alguma coisa com a Lorena? Ângela ligou para Lavínia para confirmar a notícia, pois não conseguia falar com a Lorena.— Como você soube? — Lavínia perguntou. Ela tinha decidido não contar nada a Ângela para não deixá-la preocupada à toa, especialmente estando grávida e correndo o risco de encontrar o tio dela. Isso seria um desastre. A pergunta de Lavínia foi uma resposta indireta.Ângela, preocupada, perguntou: — E ela, como está agora? Quero ir vê-la.Lavínia explicou a situação e disse também que Lorena já havia acordado. Ao ouvir a explicação de Lavínia, Ângela ficou em choque. Às vezes parecia uma explosão de fogo, outras, um salto no Rio Esperança... o que havia acontecido, afinal?— Não se preocupe, não vá lá. Você ainda está com o barrigão, e além disso, ela tem alguém da família cuidando dela, então não precisa de mais ninguém. — Lavínia disse, com clareza. Quando soube que Lorena estava bem, Lavínia se sentiu muito mais tranquila. E, com o
Sarah franziu ligeiramente a testa. Ela nunca tinha ouvido falar do nome dessa mansão, além disso, não era a casa da sua neta ou genro.Cinco minutos depois.Na sala de estar.Sarah estava sentada no sofá, olhando para a pessoa à sua frente, que estava na cadeira de rodas. O rosto familiar apareceu diante dela.Sem exagero, ela estava horrorizada. Ela tinha vivido entre sessenta e setenta anos e nunca havia experimentado o que era se sentir realmente aterrorizada.Se não fosse pelo seu coração forte, ela já teria perdido os sentidos de tanto medo.— Você... você... você realmente é a Stéphanie? Sarah colocou as mãos sobre as pernas e tremia incontrolavelmente. Sua fala também começava a se tornar desajeitada. Isso... era simplesmente absurdo, inacreditável. Uma pessoa que ela acreditava estar "morta" há mais de vinte anos, de repente aparece viva na sua frente. Como não se sentir chocada, aterrorizada? Era difícil até aceitar esse fato.Stéphanie estava sentada na cadeira de roda
— Você está se sentindo bem? — O homem se inclinou levemente, estendendo a mão para acariciar sua cabeça, perguntando com delicadeza.Lorena piscou com os olhos amendoados, que pareciam água, balançou a cabeça e, em seguida, deu um pequeno beijo nos lábios secos e vermelhos. — Estou com fome.O homem deu uma risada baixa e, gentilmente, a ajudou a se levantar. Ela estava ferida nas costas, então não podia se apoiar, apenas se sentou. Ele lhe serviu um copo de água morna, fez com que ela bebesse e, em seguida, trouxe uma marmita térmica que estava ao lado, abriu e colocou na mesa móvel à sua frente. — Agora você só pode beber uma sopa de galinha leve. — Guilherme notou a expressão de desagrado que apareceu no rosto dela ao ver a sopa, e o pequeno franzir de sobrancelhas. — Fui eu quem fiz.Lorena olhou para ele, piscando várias vezes. — Normalmente, o protagonista masculino não diz que preparou a comida, ele sempre diz que foi o mordomo da casa quem fez. Os olhos negros do hom
— Veja se você se sai bem. — O homem disse isso e permaneceu em silêncio.Lorena não era boba; ela sabia que o controle estava todo nas mãos dele. O que ele disse, na verdade, não significava nada.Do lado de fora do quarto, Lavínia e Murilo observavam a cena através do vidro do meio.Murilo tentava controlar a expressão, mas quem não estava conseguindo era Lavínia, que estava com a boca aberta, formando um "O" de espanto."Será que o sol vai nascer no Oeste agora?"Essa cena era tão inesperada e assustadora que, em seu íntimo, Lavínia exclamou novamente: "Caramba!"— Lorena realmente sabe fazer manha? — Lavínia disse, com o rosto incrédulo. — Eu já estava convencida de que ela nunca seria do tipo que faz isso.Murilo entendia o espanto dela, mas estava mais surpreso com outra pessoa.Ele viu com seus próprios olhos Guilherme colocar a colher que Lorena havia usado na boca dele novamente na boca dele. Ele não tinha mania de limpeza? Será que ele conseguia tolerar esse nível de coisa?—
Mansão da família Amorim.— Socorro! Socorro! A Melissa tentou suicídio!Um grito de terror ecoou por toda a mansão.O pessoal todo, reunido na sala, correu para o segundo andar.Lorena, com seus olhos frios e altivos, olhou na direção daquele quarto no segundo andar e subiu com passos preguiçosos.O quarto estava repleto de pessoas, mas era grande o suficiente.Lorena levantou os olhos e examinou o quarto. A decoração e a disposição dos móveis mostravam uma opulência dourada, revelando o quanto a pessoa que morava ali era mimada.Um traço de escárnio frio passou por seus olhos.— O que está acontecendo? — Uma voz furiosa soou.Um empregado, ajoelhado no chão com a cabeça baixa, tremendo, disse:— Sr. Daniel, acabamos de chamar na porta da Melissa e encontramos ela deitada, sem se mexer. Vimos uma carta de despedida e uma garrafa de pílulas para dormir ao lado da cama."Carta de suicídio? Pílulas para dormir?"Os rostos de todos estavam chocados e aterrorizados.Lorena ficou um pouco s