Guilherme não estava aqui. De repente, ela se lembrou do que o homem tinha dito ao meio-dia, no banheiro: "Sra. Santos, você parece ter engordado ultimamente." Ela levantou o cobertor, abaixou a cabeça para olhar para sua barriga, onde as linhas abdominais ainda estavam bem definidas, e até beliscou a própria cintura. "Não, está igual a antes, não está? Onde foi que engordei?" De repente, como se tivesse pensado em algo, ela desviou o olhar para outro lugar, franzindo levemente a testa. — Guilherme, seu grande pervertido! Como ela tinha acabado de acordar e sua atenção ainda estava dispersa, não percebeu que alguém havia entrado pela porta. Os que estavam na entrada pararam de andar assim que ouviram as palavras de Lorena. Imediatamente, se viraram para olhar o envolvido, que continuava calmo e indiferente. — O que você fez com a Lorena? — Pietro, com seu lado fofoqueiro ativado, perguntou na hora. — Lorena te chamou de pervertido enquanto estava sozinha no quarto?
Pietro ficou atordoado por alguns segundos... "O quê?!" Ele refletiu um pouco e, então, entendendo o que havia sido dito, respondeu à pergunta de Guilherme com seriedade: — Deixa eu pensar, vou conseguir descobrir. Afinal, eu sou um gênio formado por uma universidade renomada, eu... De repente, ouviu uma risada de Lorena no banco de trás e, ao mesmo tempo, percebeu que Arthur, no banco do motorista, tentava segurar o riso. Foi só então que Pietro caiu em si. Ele estendeu o dedo indicador, apontou para Guilherme e arrastou o tom: — Ah, então você está me chamando de terceira roda, mas de forma indireta, né? Guilherme não disse nada, apenas lançou a ele um olhar significativo, que já dizia tudo. Pietro não iria se calar só porque era a terceira roda. Isso era impossível. Lorena achava que Pietro e Thomas formariam uma boa dupla. O jeito tagarela e incansável de ambos os fazia parecer bem compatíveis. Mesmo que as duas pessoas no banco da frente o ignorassem, Pietro
— Oh... — Ela prolongou o tom de sua voz e deu uma risada sarcástica. — Então você é tão pobre assim? Nem tem dez bilhões. Ela virou a cabeça para olhar para Guilherme: — Marido, você quer ajudar o Pietro? Guilherme respondeu com um sorriso frio: — Não precisa, ele não vai morrer de fome. Lorena fez uma pausa e continuou: — Ou será que é você, Pietro, que é mão de vaca? Que nem essa quantia quer reembolsar? Pietro ficou sem palavras. Com apenas uma frase de cada um, o casal o deixou completamente sem saída. Ele respondeu: — Vocês dois são mais adoráveis quando estão calados. Enquanto isso, Max, que acabara de ser citado na conversa sobre roubar dinheiro, estava na suíte presidencial do Hotel Estrela do Mar, o melhor hotel da Cidade B. Dora entrou no quarto vestindo um casaco roxo. Alta e esbelta, ela usava botas de cano curto e salto alto pretas. — Sr. Max, a Srta. Lorena já recebeu alta e voltou para a Mansão do Sol. Ela olhou para o homem deitado na cama c
— Não dá mais, não dá mais. — Lavínia caminhava e, sem o menor cuidado com sua postura, se agachou no chão, lamentando. — Eu não vou mais andar, não vou. Não consigo dar mais um passo. Murilo se virou para olhá-la, achando graça, mas ao mesmo tempo resignado. Ela mesma tinha insistido em explorar o lugar por curiosidade, e agora estava ali, choramingando que estava cansada e não conseguia mais caminhar. Além disso, ainda não tinham explorado nem um décimo do local. Lavínia começou a reclamar: — Esse lugar é grande demais, é surreal! Agora eu entendo o quanto rico o Sr. Guilherme é. Murilo perguntou: — Está com inveja? Lavínia levantou a cabeça, ergueu o queixo e olhou para ele: — Eu só estaria com inveja se tivesse perdido o juízo. Nem um pouco! Para falar a verdade, ainda prefiro o meu apartamento pequeno. Morar em um lugar tão grande assim? Dá uma sensação de vazio, sabe? E tem tão pouca gente por perto. O meu é pequeno, mas é bem organizado e acolhedor. Murilo co
Mansão da família Amorim.— Socorro! Socorro! A Melissa tentou suicídio!Um grito de terror ecoou por toda a mansão.O pessoal todo, reunido na sala, correu para o segundo andar.Lorena, com seus olhos frios e altivos, olhou na direção daquele quarto no segundo andar e subiu com passos preguiçosos.O quarto estava repleto de pessoas, mas era grande o suficiente.Lorena levantou os olhos e examinou o quarto. A decoração e a disposição dos móveis mostravam uma opulência dourada, revelando o quanto a pessoa que morava ali era mimada.Um traço de escárnio frio passou por seus olhos.— O que está acontecendo? — Uma voz furiosa soou.Um empregado, ajoelhado no chão com a cabeça baixa, tremendo, disse:— Sr. Daniel, acabamos de chamar na porta da Melissa e encontramos ela deitada, sem se mexer. Vimos uma carta de despedida e uma garrafa de pílulas para dormir ao lado da cama."Carta de suicídio? Pílulas para dormir?"Os rostos de todos estavam chocados e aterrorizados.Lorena ficou um pouco s
Lorena sorriu e não respondeu à pergunta dele. Em vez disso, se virou e caminhou em direção ao elevador. Depois de dar alguns passos, parou, girou suavemente sobre os calcanhares e disse, num tom preguiçoso: — A propósito, tudo o que eu disse sempre será para valer. — Terminando a frase, entrou no elevador sem olhar para trás. Felipe ficou parado, franzindo a testa, observando ela desaparecer de vista. Naquele momento. No jardim dos fundos do Hospital Esperança. Ao lado de um portão arqueado, em um banco de pedra sob uma grande figueira. Se sentavam um senhor idoso de cabelos brancos e um homem de aparência nobre e elegante. — Guilherme, você já tem vinte e oito anos e ainda não tem uma mulher. Estou começando a me envergonhar de você. — Disse o velho com uma voz cheia de energia. O homem, encostado no banco, ouviu sem alterar a expressão. Suas longas pernas estavam cruzadas, as mãos repousavam sobre os joelhos, exibindo uma postura de nobreza e elegância. Ele possu
Heitor voltou para a empresa intrigado. "Sr. Guilherme, que nunca se mete em assuntos alheios, hoje resolveu intervir?""Será que o Sr. Guilherme, sempre tão reservado, está prestes a se apaixonar?""Amor à primeira vista?"A mulher de hoje era realmente muito bonita, talvez até bonita demais."Mas aqueles que se apaixonam à primeira vista geralmente são atraídos pela aparência. Será que a reserva do Sr. Guilherme nos últimos anos era apenas fachada?"Heitor sentiu que havia descoberto um grande segredo.Ele olhou humildemente para o Guilherme, que emanava uma aura fria, e disse cautelosamente:— Sr. Guilherme, sobre o ocorrido hoje, prometo manter segredo.Guilherme estreitou os olhos com desconfiança, olhou para ele friamente e disse:— Está sem trabalho ultimamente?Heitor sentiu um arrepio na espinha e rapidamente negou:— Não, não.Aprender a não comentar o que se descobre é uma habilidade que Heitor desenvolveu ao longo dos anos ao lado do Sr. Guilherme, uma espécie de ferramenta
Ala do hospital.Lorena cruzou os braços, encostada preguiçosamente na parede do corredor, com uma perna dobrada contra a parede.Ela só se endireitou quando uma figura alta apareceu em sua frente.Assim que ficou de pé, a voz fria de Felipe soou em seus ouvidos:— Lorena, você me decepcionou demais! Quando você se tornou tão fria e cruel? Como ousou jogar sua irmã na água, sabendo que ela não sabe nadar? Por que insiste em colocá-la em perigo repetidamente?Lorena estreitou os olhos amendoados, que pareciam envoltos em uma camada de gelo. Ela levantou as pálpebras e fixou o homem à sua frente.Quando Felipe viu o olhar frio dela, hesitou por um momento. Seus olhos brilhantes, como névoa se dissipando, exalavam uma frieza e um orgulho que o deixavam muito desconfortável.— Você simplesmente não muda. Mel sempre te protegeu e defendeu, mesmo antes de desmaiar, ainda estava te defendendo. Você não sente remorso? Sua consciência foi devorada por cães?Quanto mais Felipe falava, mais irrit