Capítulo 3
Heitor voltou para a empresa intrigado. "Sr. Guilherme, que nunca se mete em assuntos alheios, hoje resolveu intervir?"

"Será que o Sr. Guilherme, sempre tão reservado, está prestes a se apaixonar?"

"Amor à primeira vista?"

A mulher de hoje era realmente muito bonita, talvez até bonita demais.

"Mas aqueles que se apaixonam à primeira vista geralmente são atraídos pela aparência. Será que a reserva do Sr. Guilherme nos últimos anos era apenas fachada?"

Heitor sentiu que havia descoberto um grande segredo.

Ele olhou humildemente para o Guilherme, que emanava uma aura fria, e disse cautelosamente:

— Sr. Guilherme, sobre o ocorrido hoje, prometo manter segredo.

Guilherme estreitou os olhos com desconfiança, olhou para ele friamente e disse:

— Está sem trabalho ultimamente?

Heitor sentiu um arrepio na espinha e rapidamente negou:

— Não, não.

Aprender a não comentar o que se descobre é uma habilidade que Heitor desenvolveu ao longo dos anos ao lado do Sr. Guilherme, uma espécie de ferramenta de sobrevivência.

...

Em outro lugar.

Lorena dirigiu diretamente para seu apartamento, sem passar pela empresa.

Ao chegar em casa e tomar um banho, começou a sentir dor de cabeça e decidiu descansar cedo.

Quando acordou novamente, o quarto estava completamente escuro.

Ela tateou pela cabeceira da cama até encontrar o celular sob o travesseiro.

Olhando para a tela, viu que eram sete e meia.

Também notou uma mensagem enviada por volta das quatro da tarde, de um número que ela conhecia muito bem.

Ela não abriu a mensagem, mas se levantou prontamente para procurar algo para comer, pois estava com fome.

Depois de dormir, a dor de cabeça havia aliviado bastante.

Ela encontrou uma embalagem de pão que estava prestes a vencer na geladeira, pegou uma garrafa de leite e se sentou no sofá com as pernas cruzadas para jantar.

Quando estava sozinha, qualquer coisa que a deixasse satisfeita era suficiente.

Com um pedaço de pão na boca, ela pegou o celular e abriu a mensagem despreocupadamente.

Depois de dar uma olhada rápida, ela a apagou.

Terminando de comer, fez uma limpeza rápida e saiu de casa.

Meia hora depois.

Lorena estava novamente no Hospital Esperança.

Ela encontrou um lugar discreto e tranquilo no parque em frente ao hospital e se sentou.

Pegou o celular e começou a mexer.

Dez minutos depois.

Apareceu diante dela uma bela mulher, com pele clara e uma aparência frágil e encantadora, a típica beleza que desperta o desejo de proteção nos homens. Não era de se admirar que Felipe tivesse sucumbido ao charme de Melissa.

Os olhos brilhantes da Lorena se estreitaram, o canto de sua boca se ergueu em um sorriso enigmático, e sua voz fria disse:

— Decidiu se ajoelhar e pedir desculpas?

Melissa, vestindo uma camisola frouxa de hospital, ainda estava um pouco pálida. Ela olhou para Lorena com inveja e ódio.

— Quem você pensa que é para eu me ajoelhar? — Ela zombou, encarando Lorena com olhos cheios de ressentimento.

Lorena, com as mãos nos bolsos, se recostou preguiçosamente no banco, olhando para Melissa como um escorpião venenoso. Apenas quando estavam sozinhas, Melissa revelava seu verdadeiro eu escondido.

Ela riu sem se importar:

— O que foi? Não quer mais ao Felipe?

Melissa hesitou por um momento, se lembrando daquilo que Felipe lhe dissera à tarde, e então riu triunfante:

— Felipe não concordou com isso.

— Parece que seu amor por Felipe não é tão profundo assim, já que nem mesmo está disposta a fazer esse sacrifício. — Lorena escarneceu, falando friamente.

— Lorena, cale a boca. Como você poderia saber sobre o meu amor por Felipe? Ele está apenas cuidando de mim. — O rosto de Melissa se contorceu de forma inexplicável, revelando um ressentimento profundo. Suas palavras se tornaram cada vez mais ácidas, cheias de orgulho e desprezo. — Felipe e eu nos amamos de verdade. Ele não ama você. Mesmo que você o tenha conhecido primeiro, e daí? Ele ainda se apaixonou por mim, e você não ganhou nada. Lorena, eu já te disse, tudo o que você tem, tudo o que você valoriza, eu vou tirar de você. Você nunca será capaz de competir comigo. A família Amorim pertence apenas a mim.

Melissa continuou:

— Se for sensata, saia da família Amorim, se afaste de Felipe! Caso contrário, farei com que você fique em desgraça, nunca mais poderá levantar a cabeça no círculo da Cidade B!

Lorena olhou para Melissa, que estava ameaçando ela com um rosto distorcido, com desprezo. Ela sorriu levemente e ergueu uma sobrancelha:

— É mesmo? Então, vou esperar para ver.

O que Melissa mais odiava em Lorena era aquele rosto frio, sempre indiferente, como se nada pudesse abalá-la.

Mas ao pensar que, desde pequena, nunca havia perdido para ela, Melissa não conseguia conter o orgulho. Não importava a atitude indiferente de Lorena, ela ainda era desprezada e odiada, enquanto Melissa era aquela que todos adoravam.

— Você nunca aprende, minha querida irmã. Você nunca pode me vencer. Agora, todos sabem que você é uma assassina, que empurrou sua própria irmã à morte por causa de um homem.

Um sorriso de escárnio e triunfo se espalhou pelo rosto de Melissa, parecendo sinistro na escuridão.

Os olhos de Lorena brilharam com uma frieza repentina, se fixando nela.

— É mesmo? — Ela murmurou com uma voz baixa e gelada. — Então, se você não morreu, eu estou mesmo merecendo essa acusação?

O rosto de Melissa ficou rígido de repente, ela olhou para Lorena e perguntou:

— O que você pretende fazer?

Sem hesitar, Lorena estendeu a perna e a chutou.

Um grito agudo, seguido de um som de queda.

Melissa não teve tempo de reagir e caiu de lado. Quando caiu, seu ombro estalou, causando uma dor intensa.

Em seguida, ela sentiu uma dor no couro cabeludo, forçando ela a levantar a cabeça.

Lorena já havia se levantado, se agachando diante dela, segurando seu cabelo.

A dor fez o rosto de Melissa, que já estava pálido, ficar ainda mais pálido. Suas sobrancelhas se franziram e havia um traço de terror em seus olhos.

— Já que você quer tanto que eu assuma essa culpa, se eu não fizer algo, seria uma desonra para o espetáculo que minha querida irmã encenou!

O rosto frio e bonito de Lorena exibiu um sorriso gelado, e suas palavras cortantes como gelo penetraram os ouvidos de Melissa, atingindo seu coração, fazendo ela tremer.

— Você ousa! — Melissa suportou a dor, encarando ela com um aviso nos olhos.

Um sorriso escondido brilhou nos olhos de Lorena, e ela disse, desafiante:

— Por que não ousaria? Tenho suportado você por muito tempo!

— Ah! Está doendo! — Melissa gritou.

Assim que terminou de falar, Lorena apertou ainda mais.

Sem esforço, Lorena puxou Melissa pelos cabelos, levantando ela do chão.

Naquele momento, Melissa sentiu como se seu couro cabeludo estivesse se rasgando, a dor era ainda mais intensa do que o ferimento no ombro, como se alguém estivesse cortando seu couro cabeludo com uma faca, uma dor insuportável.

Depois, Lorena a arrastou para a beira de um lago próximo.

Nesse momento, Lorena sentiu uma vontade de agradecer ao designer do Hospital Esperança por ter planejado um lago ali.

Ela olhou para baixo, para Melissa, cujo rosto estava cheio de dor e medo, parecendo frágil e miserável. O rosto frio de Lorena não mostrava nenhuma compaixão.

Lorena lançou um olhar de desprezo para Melissa.

— Lorena, se você ousar me jogar aqui, Felipe nunca irá te perdoar... — Antes que pudesse terminar, um grito agudo ecoou.

Lorena nem piscou antes de jogá-la, como se estivesse descartando lixo.

Em seguida, ela bateu as mãos, cruzou os braços com calma e observou a sombra lutando na água.

— Socorro... Socorro...

Lorena escolheu esse lugar para o encontro porque sabia que raramente havia alguém por ali.

Além disso, todos pensavam que Melissa não sabia nadar, mas ela era melhor nadadora do que qualquer um.

No segundo andar, duas sombras observavam a cena um tanto violenta.

Três minutos depois.

Lorena ouviu passos apressados se aproximando.

Ela se moveu discretamente para o lado.

Então, ela viu Felipe aparecer com seu assistente, o rosto sombrio enquanto ele olhava para ela, e perguntou friamente:

— Onde está Melissa?

Ele acabara de terminar seu trabalho e, ao voltar ao quarto do hospital, não encontrou Melissa, mas viu a mensagem de Lorena. Então, ele a seguiu até lá.

Lorena revirou os olhos. Com os gritos óbvios de socorro, ele estava surdo?

Ela não respondeu, apenas virou a cabeça ligeiramente, olhando para o lago escuro.

Os dois seguiram seu olhar, mas não conseguiam ver nada na escuridão.

O assistente arregalou os olhos:

— Presidente Felipe, acho que ouvi a voz da Srta. Melissa vindo do lago.

Felipe ficou paralisado por um momento, deu alguns passos à frente.

O assistente pegou seu celular e ligou a lanterna, iluminando o lago. Eles realmente viram uma figura lutando no meio da água.

— Felipe, me ajude... Felipe...

Felipe ouviu novamente, era claramente a voz de Melissa.

Lorena teve que admirar Melissa por conseguir perceber a presença de Felipe mesmo naquela situação.

— Mel, não tenha medo, eu vou te salvar. — Felipe disse, rapidamente tirando a roupa e pulando no lago sujo e turvo.

Lorena observou friamente a cena, murmurando para si mesma.

O assistente de Felipe chamou alguns enfermeiros e seguranças.

Dois minutos depois, conseguiram puxar os dois para fora.

As enfermeiras imediatamente entregaram toalhas para os dois, para evitar que pegassem um resfriado.

Embora não fosse inverno, já era outono, e as noites eram frias.

— Mel, Mel, acorde, não me assuste. — Felipe, de joelhos, segurava Melissa pálida, chamando ela desesperadamente.

Uma das enfermeiras, preocupada, sugeriu:

— Sr. Felipe, leve a Srta. Melissa de volta ao quarto para que os médicos possam examiná-la.

Essas pessoas eram pacientes no hospital, e eles eram de famílias nobres. Nada podia dar errado.

Então, Melissa abriu os olhos.

Ela olhou fracamente para Felipe e disse:

— Felipe, não... Não culpe Lorena, isso não tem nada a ver com ela. — E então, olhou para Lorena antes de desmaiar novamente.

Lorena estreitou os olhos, observando friamente Melissa desmaiar.

Ah, essa tática sempre funcionava.

Só então todos notaram a mulher que estava ali o tempo todo, vestida completamente de preto, perfeitamente fundida com a escuridão.

Os olhos de Felipe, vermelhos de raiva, a fitaram friamente.

— Daqui a pouco eu tenho algo para te falar.

Lorena apenas coçou o nariz distraidamente, sem responder.

Felipe carregou Melissa apressadamente de volta ao quarto.
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