Lorena ficou inexplicavelmente corada e seu coração começou a bater mais rápido ao ouvir a expressão "ter filhos cedo". Fingindo que sua garganta estava incomodando, ela tossiu um pouco e se virou para sair. Guilherme, de ótimo humor, educadamente disse aos funcionários: — Obrigado, minha esposa é um pouco tímida, não se incomodem. Os funcionários sorriram: — Entendemos, entendemos. Eles olharam para as costas deles enquanto saíam, sentindo uma ponta de inveja. Embora esse homem fosse frio e exalasse uma aura de nobreza que afastava estranhos, era evidente que ele tratava sua esposa muito bem. Guilherme rapidamente alcançou Lorena e, instintivamente, segurou seu pulso delicado. — Vamos almoçar juntos? — Ela ainda não tinha se recuperado totalmente quando ouviu a voz profunda e agradável do homem. — Embora nosso casamento seja por contrato, pelo menos não devemos deixar que os outros pensem que nosso casamento é falso, certo? Ele continuou explicando. Os olhos frios
Lorena, ao ouvir isso, virou a cabeça instintivamente para olhar o homem que dirigia seriamente. O contorno de seu perfil também era perfeito, realmente sem ângulos mortos a 360°.Então, ela discretamente moveu o olhar para aquelas mãos extremamente bonitas. Ao pensar em Sarah, a frieza em seus olhos desapareceu naturalmente. Ela pensou por um momento e disse suavemente:— A vovó, na verdade, não gosta muito de nada específico. Se há algo que ela gosta, talvez seja pintar.— Certo. — O homem respondeu suavemente, indicando que estava ouvindo atentamente o que ela dizia.Ela fez uma pausa por um momento, seus olhos brilhando com uma leve melancolia, e continuou:— Mas já faz muito tempo que ela não pinta.Guilherme percebeu com sensibilidade o tom um pouco sombrio em sua voz.— Então, algum dia, eu e você iremos ver sua avó juntos. Ao ver que você está sendo cuidada, ela com certeza ficará muito mais feliz. — O homem virou a cabeça levemente e olhou para ela, falando com gentileza.Lo
Lorena reprimiu a náusea e perguntou novamente:— Vocês têm certeza?Ângelo assentiu com a cabeça:— Absoluta certeza, Presidente Lorena, beba.Ela levantou o copo de bebida diante de Lorena e estendeu para ela.Os três presentes já estavam de olho em Lorena há algum tempo. Embora ela parecesse fria e distante, sua beleza refinada e seu corpo esbelto a tornavam uma verdadeira beleza glacial.Ela os atraía constantemente.E eles, confiando em suas posições e sem receio de consequências, sabiam que o Grupo X estava interessado em fechar um acordo com eles, e sem dúvida haviam percebido que Lorena era o ponto fraco.Lorena olhou para o copo na mão gordurosa de Ângelo, semicerrando os olhos amendoados, e com uma voz fria perguntou:— E se eu não beber?— Se não beber, tudo bem, basta nos acompanhar esta noite.Jacarias de repente soltou uma risada lasciva, respondendo à Lorena com um tom sugestivo.Na sala mal iluminada, houve alguns segundos de silêncio.Então, uma voz gélida e demoníaca
Henrique não se importou com mais nada, afastou as pessoas que bloqueavam a porta e, ansioso, gritou para dentro:— Presidente Lorena, você... — Antes que pudesse terminar de falar que estava tudo bem, ele viu um rosto que o aterrorizou. Meu deus!"Não era aquele o misterioso presidente do Grupo JM?""Por que ele está aqui?"Mas ao ver a Presidente Lorena de pé e aparentemente bem, ele finalmente relaxou.No segundo seguinte, Henrique percebeu que ele tinha empurrado o diretor Murilo do Hospital Esperança e o Sr. Pietro do Grupo Carmo.Assustado, ele rapidamente soltou as mãos.— Desculpe, Dr. Murilo, Sr. Pietro.Henrique, agora mais calmo, notou que as pessoas bloqueando a porta eram todas figuras intimidadoras, meu Deus!Ao lado deles estava o Sr. João da família Dias!Ele teve a sorte de ver todos eles de uma só vez.De repente, uma luz passou por sua mente. "Se acabou, será que a Presidente Lorena ofendeu alguém?"Enquanto ele estava perdido em seus pensamentos.Ainda na sala, com
Murilo franziu ligeiramente as sobrancelhas, seus olhos negros por trás dos óculos se estreitaram.Guilherme estava o observando o tempo todo e naturalmente notou sua estranheza.Ele perguntou:— O que houve?Murilo não respondeu, mas olhou à mulher em seu colo que estava quieta demais.Com um tom um pouco severo, ele perguntou:— Você tem algum distúrbio de coagulação?Murilo já havia percebido que, o corte na palma da mão de Lorena não parava de sangrar, e queria apenas confirmar se ela estava ciente disso.Todos ao redor ficaram ligeiramente surpresos.Guilherme soltou a Lorena e olhou para ela profundamente com seus olhos negros.Lorena não olhou para ele e sim para Murilo, respondendo com uma expressão calma:— Tenho sim.Murilo ficou só um pouco surpreso com a tranquilidade dela. Pessoas com distúrbios de coagulação, se não forem tratadas a tempo, podem enfrentar problemas graves. E ela sabendo que tinha essa condição, deveria ser ainda mais cuidadosa para não se lesar.Murilo se
— Ele está falando sério? — Pietro perguntou duvidoso, com uma mão no bolso da calça e a outra segurando o queixo.Murilo, com seus dedos longos e bonitos, ajustando os óculos, disse com convicção:— Sim, ele está falando sério.João, com as mãos nos bolsos da calça, comentou com atitude relaxada e cética:— Espero que ele esteja realmente falando sério....No dia seguinte.Lorena estava deitada na cama, com a cabeça latejando e o corpo sem forças. Meio adormecida, ela mandou uma mensagem para Henrique dizendo que não iria à empresa hoje e voltou a dormir.Pouco depois, o celular ao lado do travesseiro começou a soar sem parar, causando dor nos seus ouvidos e forçando ela a acordar novamente.Ela abriu um olho com esforço, pegou o telefone e atendeu.— Pois ñao.Guilherme, que acabara de sair de uma reunião e estava sentado no escritório, ouviu a voz rouca e fraca dela e franziu a testa. Ele olhou para o relógio ao lado do computador, era onze e meia da manhã."Ela ainda está dormindo
Em pouco tempo, Heitor entrou, ficando em pé respeitosamente frente à mesa e disse:— Sr. Guilherme, a porta da Sra. Santos já foi consertada.Heitor sentiu que a atmosfera estava um pouco estranha, mas não conseguia explicar o por quê.Uma hora depois, Guilherme voltou para medir a temperatura da Lorena. Felizmente, a febre havia diminuído, e ele suspirou silenciosamente de alívio.— A febre passou. Quando ela acordar, dê a ela um pouco de canja ou algo leve, e depois o medicamento. Se descansar por dois dias, ela estará bem melhor. — Murilo ajustou os óculos e recomendou calmamente. — Aliás, acabei de descobrir que ela tem uma grande quantidade de chocolates e doces armazenados. Ela deve ter hipoglicemia severa, mas enquanto não houver sangramento, não deve ser um grande problema.Antes de sair, ele lembrou mais uma vez.Depois disso, não havia mais nada para ele fazer, então foi embora, pois tinha muito trabalho a fazer no hospital....Lorena não sabia quanto tempo havia dormido. Q
— Eu não mereço. — Os olhos negros de Lorena ficaram ainda mais opacos enquanto ela falava.A mão de Guilherme, que estava em sua cabeça, se moveu novamente, mas ele não se apressou em responder. Em vez disso, gentilmente ajeitou a porção de cabelo que caía na testa dela, prendendo ela por trás da orelha.A palma quente e grande do homem ficou naturalmente encostada na lateral do rosto dela, com a ponta dos dedos acariciando suavemente sua bochecha lisa.Por causa desse contato, todos os pelos do corpo de Lorena se arrepiaram, e o local onde ele a tocava estava formigando.De perto, ela podia ver seu próprio reflexo nos olhos profundos e negros do homem, como se ele tivesse apenas ela em seus olhos.Os lábios sempre finos do homem se moveram levemente e ele disse:— Você merece! — Ele disse com um tom muito determinado.Os olhos de Lorena se arregalaram levemente sem querer.Suas mãos agarraram firmemente o cobertor sobre ela.No segundo seguinte, o homem a lembrou:— Esqueceu o que eu