Lorena reprimiu a náusea e perguntou novamente:— Vocês têm certeza?Ângelo assentiu com a cabeça:— Absoluta certeza, Presidente Lorena, beba.Ela levantou o copo de bebida diante de Lorena e estendeu para ela.Os três presentes já estavam de olho em Lorena há algum tempo. Embora ela parecesse fria e distante, sua beleza refinada e seu corpo esbelto a tornavam uma verdadeira beleza glacial.Ela os atraía constantemente.E eles, confiando em suas posições e sem receio de consequências, sabiam que o Grupo X estava interessado em fechar um acordo com eles, e sem dúvida haviam percebido que Lorena era o ponto fraco.Lorena olhou para o copo na mão gordurosa de Ângelo, semicerrando os olhos amendoados, e com uma voz fria perguntou:— E se eu não beber?— Se não beber, tudo bem, basta nos acompanhar esta noite.Jacarias de repente soltou uma risada lasciva, respondendo à Lorena com um tom sugestivo.Na sala mal iluminada, houve alguns segundos de silêncio.Então, uma voz gélida e demoníaca
Henrique não se importou com mais nada, afastou as pessoas que bloqueavam a porta e, ansioso, gritou para dentro:— Presidente Lorena, você... — Antes que pudesse terminar de falar que estava tudo bem, ele viu um rosto que o aterrorizou. Meu deus!"Não era aquele o misterioso presidente do Grupo JM?""Por que ele está aqui?"Mas ao ver a Presidente Lorena de pé e aparentemente bem, ele finalmente relaxou.No segundo seguinte, Henrique percebeu que ele tinha empurrado o diretor Murilo do Hospital Esperança e o Sr. Pietro do Grupo Carmo.Assustado, ele rapidamente soltou as mãos.— Desculpe, Dr. Murilo, Sr. Pietro.Henrique, agora mais calmo, notou que as pessoas bloqueando a porta eram todas figuras intimidadoras, meu Deus!Ao lado deles estava o Sr. João da família Dias!Ele teve a sorte de ver todos eles de uma só vez.De repente, uma luz passou por sua mente. "Se acabou, será que a Presidente Lorena ofendeu alguém?"Enquanto ele estava perdido em seus pensamentos.Ainda na sala, com
Murilo franziu ligeiramente as sobrancelhas, seus olhos negros por trás dos óculos se estreitaram.Guilherme estava o observando o tempo todo e naturalmente notou sua estranheza.Ele perguntou:— O que houve?Murilo não respondeu, mas olhou à mulher em seu colo que estava quieta demais.Com um tom um pouco severo, ele perguntou:— Você tem algum distúrbio de coagulação?Murilo já havia percebido que, o corte na palma da mão de Lorena não parava de sangrar, e queria apenas confirmar se ela estava ciente disso.Todos ao redor ficaram ligeiramente surpresos.Guilherme soltou a Lorena e olhou para ela profundamente com seus olhos negros.Lorena não olhou para ele e sim para Murilo, respondendo com uma expressão calma:— Tenho sim.Murilo ficou só um pouco surpreso com a tranquilidade dela. Pessoas com distúrbios de coagulação, se não forem tratadas a tempo, podem enfrentar problemas graves. E ela sabendo que tinha essa condição, deveria ser ainda mais cuidadosa para não se lesar.Murilo se
— Ele está falando sério? — Pietro perguntou duvidoso, com uma mão no bolso da calça e a outra segurando o queixo.Murilo, com seus dedos longos e bonitos, ajustando os óculos, disse com convicção:— Sim, ele está falando sério.João, com as mãos nos bolsos da calça, comentou com atitude relaxada e cética:— Espero que ele esteja realmente falando sério....No dia seguinte.Lorena estava deitada na cama, com a cabeça latejando e o corpo sem forças. Meio adormecida, ela mandou uma mensagem para Henrique dizendo que não iria à empresa hoje e voltou a dormir.Pouco depois, o celular ao lado do travesseiro começou a soar sem parar, causando dor nos seus ouvidos e forçando ela a acordar novamente.Ela abriu um olho com esforço, pegou o telefone e atendeu.— Pois ñao.Guilherme, que acabara de sair de uma reunião e estava sentado no escritório, ouviu a voz rouca e fraca dela e franziu a testa. Ele olhou para o relógio ao lado do computador, era onze e meia da manhã."Ela ainda está dormindo
Em pouco tempo, Heitor entrou, ficando em pé respeitosamente frente à mesa e disse:— Sr. Guilherme, a porta da Sra. Santos já foi consertada.Heitor sentiu que a atmosfera estava um pouco estranha, mas não conseguia explicar o por quê.Uma hora depois, Guilherme voltou para medir a temperatura da Lorena. Felizmente, a febre havia diminuído, e ele suspirou silenciosamente de alívio.— A febre passou. Quando ela acordar, dê a ela um pouco de canja ou algo leve, e depois o medicamento. Se descansar por dois dias, ela estará bem melhor. — Murilo ajustou os óculos e recomendou calmamente. — Aliás, acabei de descobrir que ela tem uma grande quantidade de chocolates e doces armazenados. Ela deve ter hipoglicemia severa, mas enquanto não houver sangramento, não deve ser um grande problema.Antes de sair, ele lembrou mais uma vez.Depois disso, não havia mais nada para ele fazer, então foi embora, pois tinha muito trabalho a fazer no hospital....Lorena não sabia quanto tempo havia dormido. Q
— Eu não mereço. — Os olhos negros de Lorena ficaram ainda mais opacos enquanto ela falava.A mão de Guilherme, que estava em sua cabeça, se moveu novamente, mas ele não se apressou em responder. Em vez disso, gentilmente ajeitou a porção de cabelo que caía na testa dela, prendendo ela por trás da orelha.A palma quente e grande do homem ficou naturalmente encostada na lateral do rosto dela, com a ponta dos dedos acariciando suavemente sua bochecha lisa.Por causa desse contato, todos os pelos do corpo de Lorena se arrepiaram, e o local onde ele a tocava estava formigando.De perto, ela podia ver seu próprio reflexo nos olhos profundos e negros do homem, como se ele tivesse apenas ela em seus olhos.Os lábios sempre finos do homem se moveram levemente e ele disse:— Você merece! — Ele disse com um tom muito determinado.Os olhos de Lorena se arregalaram levemente sem querer.Suas mãos agarraram firmemente o cobertor sobre ela.No segundo seguinte, o homem a lembrou:— Esqueceu o que eu
Guilherme estava um pouco desconfortável sendo encarado por Lorena.Ao longo da sua vida, essa foi a primeira vez que ele fez algo tão abrupto.Ele fingiu uma tosse, fechando a mão e levando ela à boca.Lorena estava um pouco dolorida; aquele cadeado tinha custado dezenas de milhares de reais e, depois de apenas dois meses de uso, ele o arrombou?O homem disse:— Eu já pedi para trocarem por uma nova.Ele já tinha providenciado uma nova, então ela não tinha muito o que dizer.Afinal, ele não era exatamente um estranho, ainda era seu marido nominal.— A senha, por enquanto, é a data do nosso casamento civil. Se quiser mudar, pode fazer isso mais tarde. — O homem acrescentou.Mas ele ouviu Lorena dizer:— Não precisa, pode deixar assim. — Depois de dizer isso, Lorena pegou um copo d'água ao lado e tomou um gole, depois abriu habilmente a caixa de medicamentos.Os olhos negros do homem a observaram, com um sorriso caloroso no rosto, como um sol de primavera.Ele estava feliz por ela aceit
Depois que Lorena e Lavínia desligaram o telefone, ainda eram cinco horas.Ela não conseguia dormir, então ligou para Henrique pedindo que enviasse os documentos que precisavam serem aprovados para seu e-mail.Por volta das cinco e meia, o celular ao lado dela tocou.Ela olhou à tela e atendeu.— Você atendeu tão rápido, já acordou? — Uma voz masculina, grave, aveludada e gentil veio do outro lado da linha.Lorena sentiu uma sensação de formigamento no peito, que a fez se sentir desconfortável de repente.Ela mordeu levemente o lábio e respondeu com um simples. — hum.O homem continuou perguntando:— O que você quer comer hoje à noite?Lorena reagiu instintivamente. Ela perguntou cautelosamente:— Você... Você vai cozinhar pessoalmente?Isso porque ele mencionou duas horas atrás que prepararia a comida dela.— Sim, pedi ao Arthur entregar os ingredientes em casa. Quando eu terminar aqui, vou aí para cozinhar para você. Ou se você quiser dar uma volta, eu posso te acompanhar ao superm