— Ele está falando sério? — Pietro perguntou duvidoso, com uma mão no bolso da calça e a outra segurando o queixo.Murilo, com seus dedos longos e bonitos, ajustando os óculos, disse com convicção:— Sim, ele está falando sério.João, com as mãos nos bolsos da calça, comentou com atitude relaxada e cética:— Espero que ele esteja realmente falando sério....No dia seguinte.Lorena estava deitada na cama, com a cabeça latejando e o corpo sem forças. Meio adormecida, ela mandou uma mensagem para Henrique dizendo que não iria à empresa hoje e voltou a dormir.Pouco depois, o celular ao lado do travesseiro começou a soar sem parar, causando dor nos seus ouvidos e forçando ela a acordar novamente.Ela abriu um olho com esforço, pegou o telefone e atendeu.— Pois ñao.Guilherme, que acabara de sair de uma reunião e estava sentado no escritório, ouviu a voz rouca e fraca dela e franziu a testa. Ele olhou para o relógio ao lado do computador, era onze e meia da manhã."Ela ainda está dormindo
Em pouco tempo, Heitor entrou, ficando em pé respeitosamente frente à mesa e disse:— Sr. Guilherme, a porta da Sra. Santos já foi consertada.Heitor sentiu que a atmosfera estava um pouco estranha, mas não conseguia explicar o por quê.Uma hora depois, Guilherme voltou para medir a temperatura da Lorena. Felizmente, a febre havia diminuído, e ele suspirou silenciosamente de alívio.— A febre passou. Quando ela acordar, dê a ela um pouco de canja ou algo leve, e depois o medicamento. Se descansar por dois dias, ela estará bem melhor. — Murilo ajustou os óculos e recomendou calmamente. — Aliás, acabei de descobrir que ela tem uma grande quantidade de chocolates e doces armazenados. Ela deve ter hipoglicemia severa, mas enquanto não houver sangramento, não deve ser um grande problema.Antes de sair, ele lembrou mais uma vez.Depois disso, não havia mais nada para ele fazer, então foi embora, pois tinha muito trabalho a fazer no hospital....Lorena não sabia quanto tempo havia dormido. Q
— Eu não mereço. — Os olhos negros de Lorena ficaram ainda mais opacos enquanto ela falava.A mão de Guilherme, que estava em sua cabeça, se moveu novamente, mas ele não se apressou em responder. Em vez disso, gentilmente ajeitou a porção de cabelo que caía na testa dela, prendendo ela por trás da orelha.A palma quente e grande do homem ficou naturalmente encostada na lateral do rosto dela, com a ponta dos dedos acariciando suavemente sua bochecha lisa.Por causa desse contato, todos os pelos do corpo de Lorena se arrepiaram, e o local onde ele a tocava estava formigando.De perto, ela podia ver seu próprio reflexo nos olhos profundos e negros do homem, como se ele tivesse apenas ela em seus olhos.Os lábios sempre finos do homem se moveram levemente e ele disse:— Você merece! — Ele disse com um tom muito determinado.Os olhos de Lorena se arregalaram levemente sem querer.Suas mãos agarraram firmemente o cobertor sobre ela.No segundo seguinte, o homem a lembrou:— Esqueceu o que eu
Guilherme estava um pouco desconfortável sendo encarado por Lorena.Ao longo da sua vida, essa foi a primeira vez que ele fez algo tão abrupto.Ele fingiu uma tosse, fechando a mão e levando ela à boca.Lorena estava um pouco dolorida; aquele cadeado tinha custado dezenas de milhares de reais e, depois de apenas dois meses de uso, ele o arrombou?O homem disse:— Eu já pedi para trocarem por uma nova.Ele já tinha providenciado uma nova, então ela não tinha muito o que dizer.Afinal, ele não era exatamente um estranho, ainda era seu marido nominal.— A senha, por enquanto, é a data do nosso casamento civil. Se quiser mudar, pode fazer isso mais tarde. — O homem acrescentou.Mas ele ouviu Lorena dizer:— Não precisa, pode deixar assim. — Depois de dizer isso, Lorena pegou um copo d'água ao lado e tomou um gole, depois abriu habilmente a caixa de medicamentos.Os olhos negros do homem a observaram, com um sorriso caloroso no rosto, como um sol de primavera.Ele estava feliz por ela aceit
Depois que Lorena e Lavínia desligaram o telefone, ainda eram cinco horas.Ela não conseguia dormir, então ligou para Henrique pedindo que enviasse os documentos que precisavam serem aprovados para seu e-mail.Por volta das cinco e meia, o celular ao lado dela tocou.Ela olhou à tela e atendeu.— Você atendeu tão rápido, já acordou? — Uma voz masculina, grave, aveludada e gentil veio do outro lado da linha.Lorena sentiu uma sensação de formigamento no peito, que a fez se sentir desconfortável de repente.Ela mordeu levemente o lábio e respondeu com um simples. — hum.O homem continuou perguntando:— O que você quer comer hoje à noite?Lorena reagiu instintivamente. Ela perguntou cautelosamente:— Você... Você vai cozinhar pessoalmente?Isso porque ele mencionou duas horas atrás que prepararia a comida dela.— Sim, pedi ao Arthur entregar os ingredientes em casa. Quando eu terminar aqui, vou aí para cozinhar para você. Ou se você quiser dar uma volta, eu posso te acompanhar ao superm
Arthur respondeu timidamente:— Sim Senhor.Ao sair, ele encontrou o Heitor e o puxou para dizer:— Heitor, o Sr. Guilherme me pediu para comprar ingredientes e levar ao Residencial Jardim do Norte. O Sr. Guilherme está pensando em cozinhar para a Sra. Santos?Heitor ficou atônito, e um pouco chocado.— Provavelmente.Arthur suspirou desde o fundo do coração:— O Sr. Guilherme nunca cozinhou para ninguém, nem mesmo para a família Santos, mas essa Sra. Santos só está aqui há alguns dias.Quem poderia imaginar que o presidente do Grupo JM, o atual chefe da família Santos, saberia cozinhar, e ainda mais que cozinharia para si mesmo regularmente.Mas na memória deles, ninguém havia provado a comida preparada pelo próprio Sr. Guilherme, exceto ele mesmo....Seis e meia.Arthur entregou os ingredientes pessoalmente no Residencial Jardim do Norte e depois foi embora.Meia hora depois.Lorena ouviu a campainha novamente.Ao abrir a porta, lá estava Guilherme, voltando para cozinhar. Ele ainda
— Precisa de ajuda? — Lorena se aproximou ao Guilherme por trás e perguntou sinceramente.Ela se sentia constrangida em apenas se sentar e esperar pela comida enquanto ele trabalhava sozinho.Embora não soubesse muito sobre cozinhar, ela ainda podia ajudar de alguma forma.Guilherme se virou e, vendo os olhos brilhantes dela se movendo sem parar, disse:— Você pode lavar a cebola e cortá-la também?Assim que Lorena ouviu, prontamente concordou:— Certo.Lavar cebolas era algo que ela sabia fazer bem. Quando Lavínia vinha cozinhar para ela, ela sempre ajudava lavando os legumes.Dito isso, ela rapidamente arregaçou as mangas, pegou as cebolas e a bacia de legumes, e começou a trabalhar na pia ao lado.Guilherme abaixou um pouco a cabeça e, vendo ela se inclinar levemente enquanto lavava as cebolas com seriedade, sorriu ligeiramente. Essa sensação era algo que ele nunca havia experimentado antes, era sutil, mas lhe dava uma sensação de satisfação e felicidade, ele queria que isso durasse
Se não fosse por Guilherme, ela com certeza não estaria em pé.Seu estômago parecia ter algo empurrando, uma sensação extremamente desconfortável, querendo vomitar mas sem conseguir, uma sensação de bloqueio. Naúseas.Ela nunca imaginou que um dia ficaria tão cheia."Então é assim que o glutão morre de tanto comer?"— Tem algum medicamento digestivo em casa? — A voz do homem veio de cima.Lorena pensou por um momento, levantou a cabeça e olhou para ele, negando com a cabeça.— Então vamos descer para comprar e aproveitamos para dar uma caminhada?Lorena franziu levemente a testa, claramente não queria sair, muito menos caminhar.O rosto de Guilherme mostrava uma expressão de resignação, mas havia mais paciência e ternura.— Querida, vamos descer para dar uma caminhada, assim você não vai se sentir tão mal. — Guilherme persuadiu gentilmente.Lorena hesitou por alguns segundos, mas acabou sendo puxada pelo Guilherme para descer. Não era por vontade própria, pois ela provavelmente preferi