— Você está se sentindo bem? — O homem se inclinou levemente, estendendo a mão para acariciar sua cabeça, perguntando com delicadeza.Lorena piscou com os olhos amendoados, que pareciam água, balançou a cabeça e, em seguida, deu um pequeno beijo nos lábios secos e vermelhos. — Estou com fome.O homem deu uma risada baixa e, gentilmente, a ajudou a se levantar. Ela estava ferida nas costas, então não podia se apoiar, apenas se sentou. Ele lhe serviu um copo de água morna, fez com que ela bebesse e, em seguida, trouxe uma marmita térmica que estava ao lado, abriu e colocou na mesa móvel à sua frente. — Agora você só pode beber uma sopa de galinha leve. — Guilherme notou a expressão de desagrado que apareceu no rosto dela ao ver a sopa, e o pequeno franzir de sobrancelhas. — Fui eu quem fiz.Lorena olhou para ele, piscando várias vezes. — Normalmente, o protagonista masculino não diz que preparou a comida, ele sempre diz que foi o mordomo da casa quem fez. Os olhos negros do hom
— Veja se você se sai bem. — O homem disse isso e permaneceu em silêncio.Lorena não era boba; ela sabia que o controle estava todo nas mãos dele. O que ele disse, na verdade, não significava nada.Do lado de fora do quarto, Lavínia e Murilo observavam a cena através do vidro do meio.Murilo tentava controlar a expressão, mas quem não estava conseguindo era Lavínia, que estava com a boca aberta, formando um "O" de espanto."Será que o sol vai nascer no Oeste agora?"Essa cena era tão inesperada e assustadora que, em seu íntimo, Lavínia exclamou novamente: "Caramba!"— Lorena realmente sabe fazer manha? — Lavínia disse, com o rosto incrédulo. — Eu já estava convencida de que ela nunca seria do tipo que faz isso.Murilo entendia o espanto dela, mas estava mais surpreso com outra pessoa.Ele viu com seus próprios olhos Guilherme colocar a colher que Lorena havia usado na boca dele novamente na boca dele. Ele não tinha mania de limpeza? Será que ele conseguia tolerar esse nível de coisa?—
Chegou uma visitante inesperada na Quinta da Lua.A ligação que Guilherme recebeu não tinha a ver com assuntos de trabalho, mas sim com as pessoas da Quinta da Lua.Na manhã de hoje, a pessoa do vídeo enviado por Murilo, Heitor já havia investigado e confirmado que era alguém da Quinta da Lua.E o homem que primeiro percebeu que Lorena havia nadado até a margem do Rio Esperança também tinha ligação com este lugar, assim como a Sra. Sarah, que também estava aqui.Tudo o que foi investigado e todas as pessoas estavam relacionadas a essa mansão.Norberto não era estranho para Guilherme, afinal, ele era o genro da família.Guilherme estava ali para resolver duas questões:Primeiro, para levar a Sra. Sarah de volta.Segundo, para entender por que haviam enviado sangue para Lorena.— Sr. Norberto, peço desculpas por interromper.Guilherme demonstrou a elegância que era parte de sua essência, pois, apesar de qualquer intenção que essas pessoas pudessem ter, no fim, foram eles que enviaram o s
Ele e Sarah pensaram a mesma coisa: "Quando Lorena souber dessa verdade, não ficará nada feliz. Na verdade, ela pode até..." Stéphanie fez um sinal para Norberto, que estava ao seu lado: — Norberto, vocês podem se retirar. Norberto assentiu e levou Tadeu e Mauro para fora da sala. As pessoas que Guilherme trouxe também saíram por conta própria. Em um instante, a grande sala ficou vazia, restando apenas duas pessoas. Nenhuma das duas abriu a boca para falar. Para Stéphanie, o casamento de Guilherme com Lorena foi uma surpresa, algo que ela não esperava, e também não teve tempo de impedir. — Por que ela? — Stéphanie perguntou, com um olhar penetrante. Guilherme entendeu imediatamente o que Stéphanie queria dizer: — Sempre foi ela. Essas palavras mostraram que, desde o início, o coração dele estava em Lorena. Stéphanie não pôde deixar de entender, mas, ao olhar para Guilherme, parecia um pouco surpresa, como se agora o estivesse observando mais atentamente. Quand
— Ah? Eu estava pensando em você. Lorena quase falou isso sem pensar. Depois, ela levantou as mãos e as balançou na frente dele, seus olhos de amêndoa brilhando, piscando rapidamente, e fez um biquinho: — Amor, me ajuda a levantar. Minha bunda está toda dormente, eu quase vou afundar na cama. Lorena nunca tinha tido um sono tão doloroso. Ela tinha ferimentos nas costas e nas pernas. Ela queria dormir deitada de bruços, mas isso pressionaria a ferida costurada em sua perna, então optaram por fazer um curativo mais grosso nas costas. Colocaram um cobertor macio por baixo, já que ela era magra e a pressão não era muito grande. Guilherme achou que ela tinha se tornado mais ousada depois de "pular" no Rio Esperança, que agora estava mais atrevida? Ela nunca falava assim na frente dele. E desde que acordou, ela o chamava de "amor", algo que só acontecia quando ela tinha algo a pedir ou quando ele a forçava durante momentos íntimos. Guilherme não pegou a mão dela, mas colo
Lorena disse: — Não se esqueça do que o Grupo X faz, meu olfato é afiado. Ela não mencionou que sabia fazer perfumes.Lorena continuou: — Você realmente não está se sentindo bem? Guilherme não deixou de notar a preocupação nos olhos dela.— Eu estou bem. Foi o Heitor quem mandou. Eles estão preocupados que, com tantas coisas para fazer, se eu cair, não vai ter ninguém para pagar o salário deles. Eles disseram que é para aliviar minha pressão. Essas coisas eu nunca me envolvo, é tudo organizado por eles. — Guilherme inventou uma desculpa qualquer.Lorena hesitou. — Tá bom. — Ela estava com muitas perguntas hoje e logo perguntou. — Você teve algum negócio que não deu certo hoje?Guilherme a olhou: — Por que pergunta isso?Ela respondeu: — Porque desde que entrou, você está inquieto. Embora ele tenha brincado com ela há pouco, ela podia sentir que ele tinha algo em mente. Ela o olhou, esperando uma resposta.— Sim, realmente, eu tive uma reunião sobre uma parceria à tard
Mansão da família Amorim.— Socorro! Socorro! A Melissa tentou suicídio!Um grito de terror ecoou por toda a mansão.O pessoal todo, reunido na sala, correu para o segundo andar.Lorena, com seus olhos frios e altivos, olhou na direção daquele quarto no segundo andar e subiu com passos preguiçosos.O quarto estava repleto de pessoas, mas era grande o suficiente.Lorena levantou os olhos e examinou o quarto. A decoração e a disposição dos móveis mostravam uma opulência dourada, revelando o quanto a pessoa que morava ali era mimada.Um traço de escárnio frio passou por seus olhos.— O que está acontecendo? — Uma voz furiosa soou.Um empregado, ajoelhado no chão com a cabeça baixa, tremendo, disse:— Sr. Daniel, acabamos de chamar na porta da Melissa e encontramos ela deitada, sem se mexer. Vimos uma carta de despedida e uma garrafa de pílulas para dormir ao lado da cama."Carta de suicídio? Pílulas para dormir?"Os rostos de todos estavam chocados e aterrorizados.Lorena ficou um pouco s
Lorena sorriu e não respondeu à pergunta dele. Em vez disso, se virou e caminhou em direção ao elevador. Depois de dar alguns passos, parou, girou suavemente sobre os calcanhares e disse, num tom preguiçoso: — A propósito, tudo o que eu disse sempre será para valer. — Terminando a frase, entrou no elevador sem olhar para trás. Felipe ficou parado, franzindo a testa, observando ela desaparecer de vista. Naquele momento. No jardim dos fundos do Hospital Esperança. Ao lado de um portão arqueado, em um banco de pedra sob uma grande figueira. Se sentavam um senhor idoso de cabelos brancos e um homem de aparência nobre e elegante. — Guilherme, você já tem vinte e oito anos e ainda não tem uma mulher. Estou começando a me envergonhar de você. — Disse o velho com uma voz cheia de energia. O homem, encostado no banco, ouviu sem alterar a expressão. Suas longas pernas estavam cruzadas, as mãos repousavam sobre os joelhos, exibindo uma postura de nobreza e elegância. Ele possu