— Querida? Querida? — Guilherme a chamou duas vezes seguidas. Lorena ouviu de repente uma voz familiar ao lado de seu ouvido. Só então reagiu, movendo os olhos. A primeira coisa que viu foi aquele rosto tão conhecido. Ela abriu a boca seca. Sua voz saiu rouca e debilitada, quase irreconhecível. — Querida. Guilherme não desviou o olhar dela nem por um segundo. Ao ouvi-la chamá-lo, sentiu uma onda de emoção tomar conta de si, aquecendo seus olhos. Com as duas mãos, segurou delicadamente o rosto dela e, em seguida, se inclinou para beijar sua testa. — Estou aqui. — Disse baixinho, com imensa ternura na voz. Ele apertou o botão ao lado da cama, e não demorou muito para que Murilo entrasse no quarto acompanhado de sua equipe. Ao ver Lorena acordada, Murilo suspirou de alívio. Além de ser a esposa de seu grande amigo, ela também era a melhor amiga de sua namorada. No dia anterior, ele precisou fazer de tudo para tranquilizar Lavínia, prometendo que Lorena acordaria no dia se
Lorena ainda estava um pouco tonta, mas sabia do que eles estavam falando. Guilherme liberou uma das mãos, pegou o celular ao lado e abriu o WhatsApp, acessando o vídeo enviado por Murilo. Guilherme não reconheceu, mas Lorena sim. Bastou uma olhada de relance para que ela identificasse a silhueta no vídeo. Era Norberto. Então, as várias vezes que alguém havia providenciado sangue para ela a tempo tinham sido obra dele. Ela já havia investigado antes, mas nunca conseguiu descobrir nada útil. Então, por que dessa vez ele não se escondeu? "O que ele está tentando fazer?" Originalmente, o plano que Félix havia preparado era algo que ela pretendia usar a seu favor, aproveitando a oportunidade para se machucar um pouco e atrair a pessoa por trás de tudo. Mas o que ela não previu foi que Félix envolveria sua sogra e até colocaria um atirador na situação. Saltar do Rio Esperança foi sua única escolha naquele momento. Só pulando teria uma chance mínima de sobreviver. Ela não esp
— Lavínia, em público! Que comportamento é esse? Desça agora! Lavínia, que acabara de pular para o ombro largo de Murilo, ouviu uma voz familiar e fria vinda da porta do quarto. Ela estava deitada sobre o ombro de Murilo, e, ao ouvir a voz, levantou os olhos na direção da porta... Droga! Tio! Mas o chão estava gelado, e ela não queria descer. Pietro brincou: — Reginaldo, não seja tão severo, afinal, são todos da família, qual o problema? Na verdade, Reginaldo não aprovava o relacionamento de Lavínia com Murilo, mas... Ele não conseguia nem resolver seus próprios problemas, então não tinha energia para se preocupar com os dela. Mas, ao flagrá-los, a situação era outra. — Vou dizer mais uma vez: desça! — Reginaldo, com uma expressão fechada e os olhos estreitados, fez um aviso firme. Lavínia, pela primeira vez, ousou responder ao tio: — Não vou. Não estou de sapatos, meus pés estão frios. Se você me abraçar, eu desço. A veia nas têmporas de Reginaldo pulsou.
Desaparecer completamente sem deixar rastros.Pietro e João não eram tolos, logo perceberam que algo estava errado. Parecia que ainda não haviam encontrado nada.Ambos se perguntaram em silêncio: "Se soubesse disso, nunca teria sido tão idiota antes!"Quem diria que Ângela, que parecia uma coelhinha indefesa, na verdade era uma coelhinha com espinhos?Quando se enfurece, é realmente implacável.Pietro deu uma sugestão para ele:— Já que Lorena se machucou e Ângela tem uma boa relação com ela, não deveria ela vir visitá-la? Ele sabia que Reginaldo entenderia o que ele queria dizer.Reginaldo olhou para ele e, em seguida, deu a ela um tapinha no ombro, se levantando e saindo.— Você realmente adora assistir a bagunça, né? — João lançou um olhar de soslaio para ele.Pietro respondeu: — Estou apenas ajudando.João revirou os olhos e, sem querer continuar a conversa, se virou rapidamente e bateu na porta do quarto. Ele tinha vindo falar com Guilherme sobre assuntos sérios.Guilherme aca
— Oi, Lavínia, aconteceu alguma coisa com a Lorena? Ângela ligou para Lavínia para confirmar a notícia, pois não conseguia falar com a Lorena.— Como você soube? — Lavínia perguntou. Ela tinha decidido não contar nada a Ângela para não deixá-la preocupada à toa, especialmente estando grávida e correndo o risco de encontrar o tio dela. Isso seria um desastre. A pergunta de Lavínia foi uma resposta indireta.Ângela, preocupada, perguntou: — E ela, como está agora? Quero ir vê-la.Lavínia explicou a situação e disse também que Lorena já havia acordado. Ao ouvir a explicação de Lavínia, Ângela ficou em choque. Às vezes parecia uma explosão de fogo, outras, um salto no Rio Esperança... o que havia acontecido, afinal?— Não se preocupe, não vá lá. Você ainda está com o barrigão, e além disso, ela tem alguém da família cuidando dela, então não precisa de mais ninguém. — Lavínia disse, com clareza. Quando soube que Lorena estava bem, Lavínia se sentiu muito mais tranquila. E, com o
Sarah franziu ligeiramente a testa. Ela nunca tinha ouvido falar do nome dessa mansão, além disso, não era a casa da sua neta ou genro.Cinco minutos depois.Na sala de estar.Sarah estava sentada no sofá, olhando para a pessoa à sua frente, que estava na cadeira de rodas. O rosto familiar apareceu diante dela.Sem exagero, ela estava horrorizada. Ela tinha vivido entre sessenta e setenta anos e nunca havia experimentado o que era se sentir realmente aterrorizada.Se não fosse pelo seu coração forte, ela já teria perdido os sentidos de tanto medo.— Você... você... você realmente é a Stéphanie? Sarah colocou as mãos sobre as pernas e tremia incontrolavelmente. Sua fala também começava a se tornar desajeitada. Isso... era simplesmente absurdo, inacreditável. Uma pessoa que ela acreditava estar "morta" há mais de vinte anos, de repente aparece viva na sua frente. Como não se sentir chocada, aterrorizada? Era difícil até aceitar esse fato.Stéphanie estava sentada na cadeira de roda
Mansão da família Amorim.— Socorro! Socorro! A Melissa tentou suicídio!Um grito de terror ecoou por toda a mansão.O pessoal todo, reunido na sala, correu para o segundo andar.Lorena, com seus olhos frios e altivos, olhou na direção daquele quarto no segundo andar e subiu com passos preguiçosos.O quarto estava repleto de pessoas, mas era grande o suficiente.Lorena levantou os olhos e examinou o quarto. A decoração e a disposição dos móveis mostravam uma opulência dourada, revelando o quanto a pessoa que morava ali era mimada.Um traço de escárnio frio passou por seus olhos.— O que está acontecendo? — Uma voz furiosa soou.Um empregado, ajoelhado no chão com a cabeça baixa, tremendo, disse:— Sr. Daniel, acabamos de chamar na porta da Melissa e encontramos ela deitada, sem se mexer. Vimos uma carta de despedida e uma garrafa de pílulas para dormir ao lado da cama."Carta de suicídio? Pílulas para dormir?"Os rostos de todos estavam chocados e aterrorizados.Lorena ficou um pouco s
Lorena sorriu e não respondeu à pergunta dele. Em vez disso, se virou e caminhou em direção ao elevador. Depois de dar alguns passos, parou, girou suavemente sobre os calcanhares e disse, num tom preguiçoso: — A propósito, tudo o que eu disse sempre será para valer. — Terminando a frase, entrou no elevador sem olhar para trás. Felipe ficou parado, franzindo a testa, observando ela desaparecer de vista. Naquele momento. No jardim dos fundos do Hospital Esperança. Ao lado de um portão arqueado, em um banco de pedra sob uma grande figueira. Se sentavam um senhor idoso de cabelos brancos e um homem de aparência nobre e elegante. — Guilherme, você já tem vinte e oito anos e ainda não tem uma mulher. Estou começando a me envergonhar de você. — Disse o velho com uma voz cheia de energia. O homem, encostado no banco, ouviu sem alterar a expressão. Suas longas pernas estavam cruzadas, as mãos repousavam sobre os joelhos, exibindo uma postura de nobreza e elegância. Ele possu