Duas horas depois.A porta da sala de cirurgia se abriu, e Murilo, vestido com uma roupa cirúrgica verde, saiu.— Murilo, como ela está? — Lavínia perguntou, segurando sua mão.Murilo olhou para ela, vendo a preocupação em seus olhos. Ele deu um leve tapinha em sua mão antes de se virar para os outros presentes.— Ela está fora de perigo. Com os ferimentos que sofreu, não será possível voltar às gravações por um tempo. O prego comprido perfurou a lateral da coxa direita, atingindo músculos e ossos. A cirurgia foi bem-sucedida e, com repouso adequado, ela deve se recuperar. Além disso, ambos os braços estão deslocados, mas isso pode ser corrigido ao longo do tempo. Parece que ela usou as mãos para proteger a cabeça quando caiu, e, ainda bem que o tapete de espuma da equipe de filmagem era grosso o suficiente; caso contrário, o impacto poderia ter causado uma lesão grave na coluna, possivelmente até paralisia.Murilo não queria assustá-los, mas realmente não sabia se Felícia tinha tido s
Fernando e Gustavo ficaram surpresos ao vê-la ali.Lorena semicerrrou os olhos, como se uma ideia tivesse surgido de repente em sua mente."Todos eles têm o sobrenome Moraes, e a pessoa deitada lá dentro também é uma Moraes. Não pode ser coincidência, pode?"Lorena olhou para Gustavo e perguntou:— Gustavo, você veio ver Felícia?Fernando ficou surpreso ao perceber que ela conhecia Gustavo e também Felícia.Gustavo assentiu, com uma expressão séria, e disse:— Ela é minha irmã.Lorena ficou um pouco surpresa com essa resposta.— E este é...? — Ela então voltou seu olhar para Fernando.Fernando sabia que ela não queria que os outros soubessem que eles já se conheciam, então resolveu seguir a deixa.— Olá, eu sou o tio deles, Fernando.Lorena hesitou por um momento."Pois é, são todos da mesma família."Ela não imaginava que o mundo fosse tão pequeno. Carlos era o tio de Felícia por parte de mãe, e Fernando, o tio por parte de pai. Pelo que parecia, Felícia vinha de uma família com um re
Depois de pegar a cópia do vídeo de vigilância que Henrique gravou, Lorena voltou para a mansão.Eram sete da noite.Quando Guilherme chegou em casa, viu que apenas Thomas estava na sala.— Cadê sua cunhada?Thomas estava aproveitando a bandeja de frutas que Joyce havia preparado e, quando estava prestes a colocar uma uva preta na boca, ouviu a voz familiar vindo de trás. Com uma mão segurando a uva, ele se virou lentamente e, olhando para o imponente e severo irmão mais velho, respondeu:— A cunhada voltou à tarde, mas depois disso, não a vi mais.Guilherme lançou a ela um olhar indiferente, como se estivesse dizendo "Para que você serve?". Thomas se sentiu injustiçado; ele também não podia ficar vigiando ela 24 horas por dia, certo?Guilherme se virou e subiu para o segundo andar, indo para o quarto principal, mas não encontrou ninguém lá.Em seguida, ele fez uma ligação, e o toque do celular ecoou no quarto vazio. Então, ele tentou um número diferente.No campo de treinamento, no l
No campo de treinamento subterrâneo, uma multidão se aglomerava.Em torno do ringue, as pessoas estavam empolgadas e gritavam sem parar:— Vai, Sra. Santos!— Sra. Santos, você é incrível!— Sra. Santos é minha deusa!Heitor e os outros estavam no corrimão do segundo andar, observando a cena com a boca ligeiramente aberta. Sem exagero, essa talvez fosse a luta mais empolgante que já tinham visto.Logo depois, os quatro notaram que o homem ao lado deles estava ficando visivelmente mais sombrio. Não dava para saber se era por preocupação com a Sra. Santos ou... por ciúmes.O homem estava ali, mas não interveio imediatamente. Apenas observava do alto, como um rei que olha para tudo abaixo de si, assistindo ao que acontecia no ringue no primeiro andar.No ringue, a mulher vestia uma calça preta justa e uma camiseta preta de mangas compridas. Como a barra da blusa era longa, ela a tinha amarrado na cintura, revelando sua cintura fina, parecendo tão frágil que poderia ser quebrada com um sim
Na mansão. Na sala de estar, aguardando que eles voltassem para o jantar, Thomas viu seu irmão mais velho entrar com uma expressão sombria e abatida. A frase que estava prestes a dizer: — Irmão, vamos jantar? — Ficou presa em sua garganta. Que aura assustadora. O homem nem olhou para ele, seguiu diretamente para o andar de cima, entrou no quarto principal e... Um estrondo! A porta foi fechada com força. Thomas estremeceu, aliviado por não estar no caminho daquela porta. "O que... o que aconteceu?" Por que ele ficou tão irritado de repente? Ele nunca tinha visto seu irmão bater uma porta antes. Ter a sorte de presenciar isso uma vez já era o suficiente; que não houvesse uma próxima vez, seu coração era um pouco fraco. Vítor apareceu ao ouvir o barulho. — Sr. Thomas, o que você fez? Thomas hesitou. O que ele poderia ter feito? — Não fui eu. Vítor semicerrava os olhos, claramente desconfiado. Nesse momento, outra pessoa entrou correndo. Quando Lorena viu Víto
Houve um momento de silêncio.Lorena levantou levemente a cabeça, passando o olhar pelo maxilar bem marcado e sedutor dele, e o fitou com um pouco de timidez, perguntando em voz baixa:— Dói?A voz, que pretendia ser baixa, estava, na verdade, carregada de uma doçura suave e sedutora. O calor de sua respiração, ao falar, roçava diretamente no pomo-de-adão dele, provocando uma sensação de coceira e o fazendo engolir em seco algumas vezes, de forma involuntária.Ao ver que ele não respondia, ela começou a ficar ansiosa.Se preparava para levantar e dar uma olhada em suas costas, pois realmente havia ouvido um gemido abafado dele há pouco. Mas, assim que tentou se mover, a mão dele, que segurava sua cintura, apertou um pouco mais, impedindo ela de se mexer.Em seguida, a voz grave e magnética do homem soou em seu ouvido:— Não se mexa. Estou bem, fique assim.— Tem certeza de que está bem? — Ela perguntou, estendendo a mão para as costas dele, o tateando de forma desajeitada.Guilherme fr
— Você me mordeu, é claro que doeu. A mulher falou com um suspiro entrecortado, num tom de timidez rouca. Os dois estavam com as testas encostadas, respirando no rosto um do outro. Assim que ela terminou de falar, o homem mordeu de novo, de leve, o canto dos lábios dela. — Você não é corajosa? Enfrentando tanta gente sozinha... A Sra. Santos é bem destemida, hein?Lorena piscou os olhos, os cílios longos como penas leves roçando as pálpebras dele, o que o fez, por instinto, abraçá-la ainda mais, até não sobrar espaço algum entre os dois. Ela parecia ter entendido por que ele estava bravo. — Eles nem me acertaram, não me machuquei. — Ela respondeu. — Ah, é? — O homem retrucou. — Então vai ter uma próxima vez? O olhar da mulher tinha um brilho de diversão enquanto ela continuava no jogo dele: — Então, não fica bravo, vai. Eu sei o que estou fazendo, não vou brincar com a minha segurança, ok? Na próxima vez eu te aviso. Ela sabia bem como responder, e ainda tinha corag
Lorena mudou de posição, cruzando as pernas no sofá, de frente para ele, com as mãos descansando casualmente sobre os joelhos, parecendo uma boa menina ouvindo uma lição.Guilherme virou a cabeça para olhá-la, com um leve sorriso de ternura nos olhos, e ergueu a mão para pressionar suavemente a cabeça dela.— Primeiro, vamos comer. Já está tarde.Quando ela se preparava para ouvi-lo continuar, foi surpreendida por essa resposta.Ele olhou para o rostinho animado dela, com os olhos brilhando, e imediatamente franziu as sobrancelhas.— Não, assim não vale! Você já despertou meu interesse, não pode parar agora. — Ela lhe lançou um olhar irritado e murmurou.Guilherme esboçou um sorriso sedutor no canto dos lábios e lançou a ela um olhar cheio de intenções maliciosas.Em seguida, ele abriu levemente os lábios, e sua voz grave e magnética se prolongou em um tom tentador.— E se eu contar, o que ganho em troca?Ela estreitou os olhos, confusa, cheia de perguntas.— Guilherme, não seja tão me