Houve um momento de silêncio.Lorena levantou levemente a cabeça, passando o olhar pelo maxilar bem marcado e sedutor dele, e o fitou com um pouco de timidez, perguntando em voz baixa:— Dói?A voz, que pretendia ser baixa, estava, na verdade, carregada de uma doçura suave e sedutora. O calor de sua respiração, ao falar, roçava diretamente no pomo-de-adão dele, provocando uma sensação de coceira e o fazendo engolir em seco algumas vezes, de forma involuntária.Ao ver que ele não respondia, ela começou a ficar ansiosa.Se preparava para levantar e dar uma olhada em suas costas, pois realmente havia ouvido um gemido abafado dele há pouco. Mas, assim que tentou se mover, a mão dele, que segurava sua cintura, apertou um pouco mais, impedindo ela de se mexer.Em seguida, a voz grave e magnética do homem soou em seu ouvido:— Não se mexa. Estou bem, fique assim.— Tem certeza de que está bem? — Ela perguntou, estendendo a mão para as costas dele, o tateando de forma desajeitada.Guilherme fr
— Você me mordeu, é claro que doeu. A mulher falou com um suspiro entrecortado, num tom de timidez rouca. Os dois estavam com as testas encostadas, respirando no rosto um do outro. Assim que ela terminou de falar, o homem mordeu de novo, de leve, o canto dos lábios dela. — Você não é corajosa? Enfrentando tanta gente sozinha... A Sra. Santos é bem destemida, hein?Lorena piscou os olhos, os cílios longos como penas leves roçando as pálpebras dele, o que o fez, por instinto, abraçá-la ainda mais, até não sobrar espaço algum entre os dois. Ela parecia ter entendido por que ele estava bravo. — Eles nem me acertaram, não me machuquei. — Ela respondeu. — Ah, é? — O homem retrucou. — Então vai ter uma próxima vez? O olhar da mulher tinha um brilho de diversão enquanto ela continuava no jogo dele: — Então, não fica bravo, vai. Eu sei o que estou fazendo, não vou brincar com a minha segurança, ok? Na próxima vez eu te aviso. Ela sabia bem como responder, e ainda tinha corag
Lorena mudou de posição, cruzando as pernas no sofá, de frente para ele, com as mãos descansando casualmente sobre os joelhos, parecendo uma boa menina ouvindo uma lição.Guilherme virou a cabeça para olhá-la, com um leve sorriso de ternura nos olhos, e ergueu a mão para pressionar suavemente a cabeça dela.— Primeiro, vamos comer. Já está tarde.Quando ela se preparava para ouvi-lo continuar, foi surpreendida por essa resposta.Ele olhou para o rostinho animado dela, com os olhos brilhando, e imediatamente franziu as sobrancelhas.— Não, assim não vale! Você já despertou meu interesse, não pode parar agora. — Ela lhe lançou um olhar irritado e murmurou.Guilherme esboçou um sorriso sedutor no canto dos lábios e lançou a ela um olhar cheio de intenções maliciosas.Em seguida, ele abriu levemente os lábios, e sua voz grave e magnética se prolongou em um tom tentador.— E se eu contar, o que ganho em troca?Ela estreitou os olhos, confusa, cheia de perguntas.— Guilherme, não seja tão me
— Lavínia, o que houve com você? — Perguntou Lorena.Lavínia suspirou. — Não foi nada, só torci o tornozelo sem querer. — Em seguida, continuou. — Antes, quando fui convidar o diretor Dedé para comandar as filmagens de "O Palácio das Rosas", fiquei sabendo que a Encanto Visual também tinha tentado contratá-lo. Mas o diretor Dedé deu mais importância ao nosso roteiro, então, no final, ele escolheu a gente. Só que, pouco tempo depois, parece que a Encanto Visual conseguiu chamar o diretor Gilberto. Além disso, o roteiro que a Encanto Visual vai filmar é bem parecido com o nosso. Agora que você mencionou, realmente acho que há algumas coincidências. Também ouvi dizer que a cerimônia de abertura deles foi no mesmo dia que a nossa e que já surgiram algumas controvérsias na internet sobre isso.— Controvérsias sobre o quê? — Perguntou Lorena.Para falar a verdade, depois de entregar a Lusobras Filmes para Lavínia, Lorena deixou de acompanhar esses assuntos. Por isso, algumas coisas ela r
Naquele momento, o homem ergueu levemente um dos braços, se afastando um pouco dela.Ela imediatamente se sentiu ainda mais desconfortável, com o sangue fervendo de agitação.O homem olhou para a mulher sob ele, que mordia suavemente o lábio avermelhado, os olhos brilhando de emoção, com uma leve neblina, mas teimava em não dizer uma palavra.Em seguida, a mulher lançou a ele um olhar de reprovação. Ele fazia de propósito, sempre tentando fazê-la dizer coisas embaraçosas.Guilherme esperava pacientemente, mesmo que a veia em sua testa pulsasse de tanto esforço para se controlar; sua paciência e autocontrole eram inigualáveis.Porém, sua habitual autossuficiência sempre se desmanchava diante dela.Ele pretendia ajustar a posição, mas assim que se mexeu, Lorena pensou que ele estava indo embora e, instintivamente, passou os braços ao redor do pescoço dele, o segurando firme.— Não se preocupe, eu não vou embora. — Os olhos negros do homem estavam repletos de uma chama intensa, e um sorri
Mansão da família Amorim.— Socorro! Socorro! A Melissa tentou suicídio!Um grito de terror ecoou por toda a mansão.O pessoal todo, reunido na sala, correu para o segundo andar.Lorena, com seus olhos frios e altivos, olhou na direção daquele quarto no segundo andar e subiu com passos preguiçosos.O quarto estava repleto de pessoas, mas era grande o suficiente.Lorena levantou os olhos e examinou o quarto. A decoração e a disposição dos móveis mostravam uma opulência dourada, revelando o quanto a pessoa que morava ali era mimada.Um traço de escárnio frio passou por seus olhos.— O que está acontecendo? — Uma voz furiosa soou.Um empregado, ajoelhado no chão com a cabeça baixa, tremendo, disse:— Sr. Daniel, acabamos de chamar na porta da Melissa e encontramos ela deitada, sem se mexer. Vimos uma carta de despedida e uma garrafa de pílulas para dormir ao lado da cama."Carta de suicídio? Pílulas para dormir?"Os rostos de todos estavam chocados e aterrorizados.Lorena ficou um pouco s
Lorena sorriu e não respondeu à pergunta dele. Em vez disso, se virou e caminhou em direção ao elevador. Depois de dar alguns passos, parou, girou suavemente sobre os calcanhares e disse, num tom preguiçoso: — A propósito, tudo o que eu disse sempre será para valer. — Terminando a frase, entrou no elevador sem olhar para trás. Felipe ficou parado, franzindo a testa, observando ela desaparecer de vista. Naquele momento. No jardim dos fundos do Hospital Esperança. Ao lado de um portão arqueado, em um banco de pedra sob uma grande figueira. Se sentavam um senhor idoso de cabelos brancos e um homem de aparência nobre e elegante. — Guilherme, você já tem vinte e oito anos e ainda não tem uma mulher. Estou começando a me envergonhar de você. — Disse o velho com uma voz cheia de energia. O homem, encostado no banco, ouviu sem alterar a expressão. Suas longas pernas estavam cruzadas, as mãos repousavam sobre os joelhos, exibindo uma postura de nobreza e elegância. Ele possu
Heitor voltou para a empresa intrigado. "Sr. Guilherme, que nunca se mete em assuntos alheios, hoje resolveu intervir?""Será que o Sr. Guilherme, sempre tão reservado, está prestes a se apaixonar?""Amor à primeira vista?"A mulher de hoje era realmente muito bonita, talvez até bonita demais."Mas aqueles que se apaixonam à primeira vista geralmente são atraídos pela aparência. Será que a reserva do Sr. Guilherme nos últimos anos era apenas fachada?"Heitor sentiu que havia descoberto um grande segredo.Ele olhou humildemente para o Guilherme, que emanava uma aura fria, e disse cautelosamente:— Sr. Guilherme, sobre o ocorrido hoje, prometo manter segredo.Guilherme estreitou os olhos com desconfiança, olhou para ele friamente e disse:— Está sem trabalho ultimamente?Heitor sentiu um arrepio na espinha e rapidamente negou:— Não, não.Aprender a não comentar o que se descobre é uma habilidade que Heitor desenvolveu ao longo dos anos ao lado do Sr. Guilherme, uma espécie de ferramenta