CAPÍTULO 03

Philipe Taylor

A minha chegada a cidade de Nova York posso dizer que foi o tanto quanto agitada, meu primeiro final de semana foi regado a baladas a mulheres.

E claro, não deixei de ir visitar o túmulo do meu avô, com quem eu era muito apegado e infelizmente não tive tempo de vir ao seu enterro.

Meu avô era um cara alegre e alto astral e sempre me ajudou muito não só financeiramente mas com muitos conselhos, diferente do meu pai, que é um cara sério.

Eu já conhecia Nova York, já havia vindo para cá fazer alguns trabalhos e participar de algumas festas, mas agora vim morar aqui pois meu avô faleceu e deixou a gravadora aos meus cuidados. Devido ao fato da morte dele ter sido muito repentina, pois ele morreu decorrente de um infarto há 1 semana, tive que vir de última hora e não tive tempo de procurar casa para morar.

Passei o final de semana em um hotel juntamente com Leandro, meu amigo. Mas foi só o tempo de Carlos, um amigo de infância que já mora aqui e que é corretor de imóveis e cantor, mediar a compra de uma casa para mim, como ele conhece o ramo então foi mais fácil.

Em troca disso ele pediu que déssemos uma chance a ele de gravar algumas canções em nossa gravadora. É claro que eu já havia ouvido ele cantar e é claro que aceitei, afinal Carlos com certeza será sucesso.

Eu posso dizer que o mundo é pequeno quando ele me faz ser vizinho de uma mulher gostosa e um tanto quanto ríspida, com quem transei em minha primeira noite aqui. E o mais engraçado é que ela veio falar comigo enquanto eu fazia a minha mudança

Ela não me disse o nome dela, aliás não me disse nada sobre ela, o que a faz torná - la estranha, qual o problema em dizer?

Disse também que não teremos bis sobre aquela noite, mas será mesmo que ela vai resistir ao me ver sem camisa e pedindo açúcar na porta de sua casa?

Terminamos a minha mudança já tarde da noite, estávamos bem cansados

— O que acham de darmos umas voltas por aí? - Perguntou Carlos, se jogando no sofá

— Comigo nem rola, estou super cansado - Disse Leandro também se sentando

— Comigo também não, inclusive amanhã tenho que estar bem cedo na empresa para o meu 1° dia de trabalho

— Não esquece do prometido, por favor!

— Mas é claro que não vou esquecer Carlos, essa semana mesmo vou começar a preparar tudo para que você vá lá gravar

— Está bem - Se levantou do sofá - Já que é assim, vou para a minha casa descansar

— E eu vou voltar para o hotel, amanhã vou atrás de casa para morar

Leandro iria em direção a porta mas eu o impedi

— Não precisa dormir no hotel, pode ficar aqui o tempo que for preciso

— Está falando sério?

— Sim, porque não estaria?

— Você é 10! Então vou lá buscar minhas coisas e já volto aqui

Leandro saiu com Carlos para ir buscar suas coisas no hotel, e eu? Fiquei admirando aquela casa que havia comprado e pensando se devia ou não fazer uma festa, pouco depois me troquei e fui dormir, porém ao olhar a janela algo me chamou atenção:

A vizinha estava recostada na janela e pelo que percebi limpava seu rosto, parecia estar chorando.

Fui rapidamente para a cama antes que ela me notasse ali

Acordei animado para o meu dia de trabalho, vesti meu conjunto social com calça, blusa e paletó, arrumei meu cabelo deixando os cachos bem feitos, queria que todos na empresa me vissem bem arrumado.

Ao chegar lá achei que seria recebido com festa e música mas estranhei todos me olharem de forma séria, todos ali já me conheciam, afinal, eu era neto do falecido dono, então não teria porque não terem vindo ao menos me cumprimentar.

Entrei em minha sala e em seguida uma mulher muito bonita entrou em minha sala

— Bom dia Senhor Taylor, seja bem vindo - Se aproximando da mesa

— Bom dia - Não pude deixar de admirá - la - Qual é o seu nome?

— Rebecca, sou a ex secretária do seu avô e sua nova secretária, muito prazer

— Pode ter certeza de que o prazer é todo meu

— Você me parece ser bem simpático, mas vim aqui para avisar que você terá uma reunião nesse exato momento

— Reunião de boas vindas ou o que?

— Não posso te dizer nada além do que eu já disse

— Está bem, estou indo até a sala

Rebecca me explicou onde ficaria a sala de reunião, ao entrar o borburinho que havia lá dentro se tornou silencioso

— Bom dia a todos - Disse me sentando em uma cadeira - Para quem não me conhece eu sou Philipe Taylor, sobre o que seria essa reunião se ao que parece não é de boas vindas a mim?

— Queríamos muito fazer reunião de boas vindas, mas a empresa não está em condições de fazer isso - Disse um dos funcionários ali

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que a empresa está indo de mal à pior, não tem dinheiro para mais nada - Oscar se levantou, explicando

— Como assim? Os últimos números que vi antes do meu avô falecer eram ótimos, o que aconteceu?

— Sim eram ótimos, mas a empresa teve uma saída de valores muito grande, nós do setor financeiro juntamente com o jurídico estamos tentando entender com o que foi gasto - Explicou Oscar

— Puta que pariu - Esbraveci, dando um soco na mesa

— Se me permitem, eu tenho a solução

Agora quem dizia era uma mulher morena do cabelo curto

— Diga a sua idéia mas antes me diga o seu nome

— Me perdoe, me chamo Maite e sou representante de Marketing da empresa

— Ah sim, prossiga Maite - Arrumei alguns papéis que haviam na mesa

— Bom, ontem eu recebi um telefonema da representante da Parker Records que é nossa concorrente direta e que também está com problemas financeiros sobre uma sociedade, onde as duas empresas se uniriam e seriam uma só

— Eu não sei o que dizer - Respondi passando as mãos pelo queixo, pensativo

— Acredito que seja uma boa, porém seu pai não vai gostar nada - Disse um dos produtores que ali estavam sentados

— Meu pai não tem que achar nada, agora eu sou o dono da empresa e decido o que fazer

— A Parker Records pediu uma resposta até hoje a tarde, inclusive se propuseram a fazer uma reunião antes de selar a parceria, caso você queira - Complementou Maite

— Então vamos á essa reunião e ver o que acontece

Me levantei e voltei para a minha sala, estava pensativo sobre tudo o que acabara de ouvir, será que vovô morreu também de desgosto por ver a empresa começar a ir a falência? Poderia perguntar a vovó mas ela estava em viagem com os meus pais que a levaram para fora do país afim de tentar fazê - la ficar bem

Rebecca veio a minha sala me lembrar que o horário da reunião na Parker Records estava próximo e que eu já deveria ir. Enquanto falava ela fazia questão de mostrar suas pernas para mim, que claro que não deixei de notar o quanto eram torneadas

— Já estou indo, não vou me atrasar

— Está bem Sr Taylor, você volta para a empresa ainda hoje? - Passando a língua levemente pelos lábios

— Não era a intenção, mas pode ser que eu tenha que buscar alguma coisa aqui - Sorri para ela

Peguei minha mala, desci o elevador até o estacionamento e fui em direção ao meu carro, um Jaguar XE. Ao entrar pesquisei pelo endereço da empresa e fui até lá. Lá provavelmente eu encontraria Maite e os demais representantes da empresa.

No caminho fui ouvindo Led Zeppelin, que gosto muito.

Assim que cheguei a empresa, notei que sua faixada era muito bonita e fui recepcionado por alguns seguranças que me guiaram até o saguão de recepção da empresa

— Bom dia, no que posso te ajudar?

— Bom dia, vim para uma reunião

— Ah sim, a reunião. Espere só um pouquinho que vou fazer um telefonema para avisar que você chegou

Nesse mesmo instante ela pegou o telefone e discou alguns números.

— Sua subida foi autorizada, pode ir, é no 2° andar

— Obrigado!

Acenei para ela em forma de agradecimento, fui para o elevador, assim que cheguei ao andar fui recepcionado por uma loira também muito bonita

— Bom dia, você deve ser o Sr Philippe Taylor, correto? - Perguntou ela

— Bom dia, sim eu mesmo! E você quem é?

— Belinda, secretária da dona. Venha, vou te acompanhar até a sala de reunião

Ela abriu uma grande porta para mim, eu entrei, cumprimentei as pessoas que ali estavam e me sentei

— Podemos começar a reunião? - Questionei, mexendo na caneta e olhando um papel que estava a minha frente

— Ainda não, temos que esperar Mary chegar - Disse um dos homens que ali estavam

— E quem é ela?

— É a dona da Parker Record's

— Não precisam mais esperar, pois eu cheguei

Ouvi o ranger da porta e ao olhar eu vi ali a mulher com quem transei, minha nova vizinha e possivelmente minha nova sócia.

— Boa tarde a todos - Disse ela, direcionando seu olhar a mim

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