CAPÍTULO 04

Mary Parker

Meu olhar percorreu por toda a sala de reunião até encontrar o dele ali, o tal do Philippe Taylor, que ao que reparo está muito bem vestido com sua roupa social e cabelos enrolados, da mesma forma que estava quando nos encontramos na noite e transamos, aliás o que ele estava fazendo ali?

— Agora podemos começar a reunião — Me sentei na cadeira que sempre uso em reuniões — Quem são vocês? — Apontei para ele e mais uma mulher que ali estavam

— Sou Maite Jones, uma das representantes comerciais da Parker's Music

— Eu sou o...

— Mary, ele é Philippe Taylor, novo dono da Taylor’s Music — Explicou Giovanna, interrompendo — O

— Então você é a famosa Mary Parker, muito prazer

Posso dizer que seu olhar percorreu pelo meu corpo de cima a baixo

—Mary Parker— Cruzei minhas pernas — Mas não estamos aqui para ficarmos de conversa, vamos ao que interessa, mostrem — me as idéias que vocês tem para que eu veja se será interessante essa sociedade ou não

— Corrigindo a senhora Mary Parker, mostrem – nos — Dirigiu seu olhar para mim e virou — se novamente — As idéias de vocês e vamos ver os prós e os contras dessa sociedade antes de decidirmos algo

— Eu acredito que seria algo que daria certo pois, comparando — se no momento atual da Parker’s record's que não consegue revelar novos talentos e está tendo gastos demais e, a Taylor’s Music que tem revelado talentos mas perdeu dinheiro, ao que parece e peço que Maite ou Philipe me corrijam caso eu esteja errada, a de forma um pouco estranha, já que estava no auge. Então para mim, Giovanna Giovanna, essa sociedade poderia dar muito certo

— Mas se a minha empresa está indo a falência, porque me uniria a uma que está pior?

— Pior mas pelo menos revelava talentos — Disse ele se recostando na cadeira

— A Parker Record's não está indo nesse momento a falência, Mary, o que disse na reunião é que se continuarmos como estamos, aí sim entraremos em falência

— Essa sociedade seria como unir o útil ao agradável e pelo que conheço no mercado para dar certo, já que, sua gravadora senhorita Mary tem o dinheiro e a dele tem a revelação de talentos — Disse Maite

Após a fala dela comecei a ouvir alguns burburinhos irritantes pela sala, produtores e funcionários comentavam entre – si essa sociedade

— FIQUEM QUIETOS! —Bati com as mãos na mesa — a reunião ainda não acabou

— Na minha opinião essa sociedade precisa ser selada - Disse Roberto

— Não podemos decidir assim, sem pensarmos direito — Philipe comentou

— Não mesmo, eu preciso pensar

— Não só você, mas eu também sou parte interessada, não se esqueça

— Eu topo desde que o novo nome da empresa após sociedade seja Sociedade Parker Music's

— O que? Não vou abrir mão do nome da minha empresa!

— Eu também não querido, mas a partir do momento em que uma sociedade é firmada os CNPJs, nomes e razões sociais se tornam um só, então será esse o nome, caso contrário não haverá sociedade

— Bom, está bem – Suspirou

— Seu pai pode não gostar Philippe, pense bem – Disse Maite

— Meu pai vai entender que o novo dono sou eu e que eu decido tudo

— Se quiserem podemos deixar vocês a sós para conversarem e decidirem

— Isso mesmo, vamos deixar eles a sós, vamos todos sair —Giovanna comentou, se levantando

— Não é para ninguém sair! — Levantei — me, batendo com a mão na mesa

— Já passamos a ideia a vocês dois, agora precisam se decidir. O destino da empresa de cada um está nas mãos de vocês e não na nossa. Conversem e decidam – se o mais rápido possível — Disse um produtor, saindo

— Caso decidam por formalizar a sociedade, os papéis serão tragos para serem assinados

— Só aceitarei com o novo nome

Raios! Todos estavam saindo da sala e me deixando a sós com esse cara, mas ele estava certo, precisávamos decidir algo

— É, ficamos só nós dois aqui — Se levantando e vindo em minha direção

— Estou vendo, não sou cega — Me sentei novamente

— Seu humor é sempre ácido assim? — Se recostou na mesa ao meu lado e cruzou os braços

— Acho que já deixei claro que não gosto de conversinhas, vamos ao que interessa

— Por mim eu já assinaria os papéis

— O que te faz decidir por isso? E por favor, sente — se na cadeira

— Pelo que foi dito aqui, a sua empresa tem o dinheiro e a minha tem revelado grandes artistas, simples!

— E quem me garante que a revelação de novos talentos será contínua?

— Pelo simples fato de que a minha empresa hoje não trabalha somente com olheiros na rua para trazer talentos mas temos Pedro Damián e o Fernando Torres, que são um dos melhores produtores de todos os tempos. Além do mais, os próprios artistas a indicam para outras pessoas e dificilmente artistas indicam pessoas que não farão o mínimo de sucesso já que eles acabam por empresariar essas pessoas — Sentando — se

Isso era realmente algo que estava faltando na minha empresa: artistas que indicassem ela.

— Não sei o que dizer, tenho receio de não dar certo

— Se me permite vou te mostrar a voz de um grande amigo meu que com certeza eu vou fazer de tudo para lançar ele no cenário musical

— Não quero ouvir, até porque ele é uma incógnita e pode não dar certo

— Sabia que insegurança não nos leva a lugar nenhum? E se não corrermos o risco, nunca saberemos se daria certo

— Não é insegurança, é pensar no bem estar da empresa que sempre esteve no topo durante anos e está só passando por um momento ruim

— Garanto que se fosse só um momento ruim, a sociedade não seria proposta pela sua empresa já que, pelo que sei, vocês deram a ideia da sociedade e não a Taylor's Music

— Você é ridículo! E quer saber? Depois eu decido isso, até mais!

Me lavantei e caminhei até a porta que estava fechada quando senti suas mãos me agarrarem por trás, roçando seu corpo no meu

– Pelo que estou vendo senhorita Mary Candy Parker, doce você tem somente no nome e no gostinho de seu líquido que senti em minha boca quando gozou, não é? — Disse – me sussurrando ao pé do ouvido

Senti meu pelo se arrepiar, se eu disser que ele não estava despertando sobre mim uma onda de prazer estarei mentindo, mas não posso e não quero transar com o mesmo homem

— Já disse que não vou transar com você de novo e respeite o meu local de trabalho por favor

— Talvez com alguns minutos de prazer sobre essa mesa você possa deixar de ser um pouco ácida — indo em direção à porta e trancando por dentro, guardando a chave em seu bolso — E assim poderemos resolver tudo

— Concordo que um bom sexo me faria muito bem, mas não agora e talvez menos ainda com você. Pelo visto você está louco para transar comigo novamente, mas eu no momento não. Olha, se um dia eu quiser transar com você novamente pode deixar que bato na porta da sua casa. Mas não se empolgue pois dificilmente isso acontecerá — Disse sorrindo, com ar de vencedora

— Um bis com você seria bom, mas posso ter sexo com outras mulheres, isso não seria problema para mim. Mas não digo que seria difícil conseguir transar novamente com você, já que ficou toda arrepiada com o meu toque – Sorriu também, passando as mãos pelo cabelo

— PETULANTE! 

— Vamos voltar ao assunto principal, pois como você mesmo disse estamos aqui a trabalho e decidindo o futuro de nossas empresas

— Já disse que depois vou resolver isso

— Talvez você esteja esquecendo de que você não é a única pessoa que precisa decidir, uma vez que o dono da outra empresa interessada sou eu e você não decide por ela. Fique aqui e ouça o meu amigo cantar e decida – se pelo sim ou pelo não, oras! E fique tranquila que não farei nada do que não queira, a respeitarei

Não gosto que me contrariem mas ele estava certo, então respirei fundo e me sentei novamente

— Ok! Traga o seu amigo aqui e analisarei melhor

— Vou ligar para ele

— E abra a porta, quero sair!

— Não vou abrir, quem garante que não vai fugir?

— Abra essa porta ou eu desisto de tudo e sua empresa será a primeira a ir a falência, pois vou a todos os jornais dizer que me prendeu na sala para me coagir

— Está bem, vou abrir

Ambos levantamos, ele abriu a porta e eu saí

— Espere, você não disse o horário que ele deverá vir aqui

— Diga a ele que os encontro as 17h no estúdio

Sai sem esperar que ele respondesse algo e fui para a minha sala, avisando a Belinda que não queria ser importunada por ninguém, nem mesmo por Giovanna, mas pedi também que ela avisasse aos produtores sobre o teste que seria feito com esse tal amigo do dono da Taylor’s Music

Digitava algumas coisas, olhei para o quadro que havia em cima da mesa, estávamos eu Cláudia sorrindo após sairmos de mais uma balada. Amanhã fará 8 anos de sua morte, 8 anos que uma parte de mim se foi.

Segurei o choro o máximo que pude e não vi o tempo passar, fui tirada dos pensamentos com uma ligação de Belinda me avisando de que já era 17h e que já me esperavam no estúdio

Novamente o burburinho se armava enquanto eu passava a caminho do estúdio, pessoas se viravam de costas para mim achando que eu não ouviria nada, mas ouvi bem quando ouvi alguém dizer que eu não sabia cuidar de uma empresa

— Olha aqui — Me aproximei da pessoa — Estou a frente dessa empresa há 8 anos e eu passei a ver o seu rosto por aqui recentemente então posso dizer que é novo contratado, não queira dizer a qualquer um como se cuida da minha empresa

Ele me olhava com cara de assustado, provavelmente não esperava que eu ouvisse e respondesse pelo que havia comentado com outra pessoa

— Aliás, quer saber? está demitido, espero não te ver mais por aqui! E a partir de agora será assim, a empresa é minha e eu não quero ficar ouvindo falarem mal de mim sobre como eu sou na empresa,  independente de gostarem ou não de mim vocês são meus funcionários e assim como eu os contrato, irei demití – los, espero que tenham entendido

Sem mais, fui em direção a sala de estúdio

— Achei que não viria mais e já estávamos indo embora – Disse Philippe, sentado ao lado do amigo

— Não sou de faltar em compromissos

— Esse é o Carlos, amigo no qual te falei

— Muito prazer senhorita Mary — Me estendendo a mão

— O prazer é meu, podemos começar?

— Como quiser! — Carlos piscou, indo em direção ao microfone

O som começou a tocar pelo estúdio e queria poder dizer que a voz de Carlos não era promissora e que não fecharia a sociedade, mas estaria mentindo! Ele canta muito bem e não desafina. 

— Eai, gostou? — Perguntou Philipe, se virando para mim

— É, devo admitir que sua voz é bonita e da para o gasto — Mirei a Philipe —Sociedade fechada!

— Que bom, mas essa tarde eu pensei bem e decidi que quero colocar meu nome também no novo nome da empresa

— Como é? 

— Isso mesmo, quero que seja Sociedade Parker Taylor's Music Record' s

— Você só pode estar ficando louco

— Você decide. Você ouviu a voz de Carlos e viu que ele pode salvar a sua empresa, então quero que seja justa e coloque o meu nome no novo nome da empresa também

— Ok, sem problemas, seu sobrenome será inserido

— Não vai se arrepender Mary Parker. APTMR será sucesso

— E eu? – Perguntou Carlos 

— Vamos Lança — lo ao cenário musical! - Expliquei

Carlos saiu como um louco pulando pela sala

Liguei para Belinda e pedi para que trouxesse os contratos para serem lidos e assinados.

Assim que os contratos chegaram, eu li parágrafo por parágrafo antes de assinar

— Vai demorar muito para assinar?

— Gosto de ler antes de assinar, recomendo que faça o mesmo para depois não encher o saco

— Já li e já assinei - Disse com cara de entediado

Carlos ainda estava ali, sentado

— Agora você Carlos pode ir embora, peço que aguarde o decorrer da semana, assim que eles finalizarem a mudança para cá, os produtores entrarão em contato

— Esta bem, obrigado pela oportunidade, vou aguardar o contato — Pegou suas coisas e saiu

— O que? Como assim nos mudarmos para cá?

—  Não leu o contrato antes de assinar? Nele está escrito que a sede da empresa será aqui, lá não será desativado, ficarão somente os estúdios. Mas a sua sala, sala dos produtores e funcionários serão todas aqui

— Puta que pariu! Porque fez isso?

— Não perco tempo com isso, quem decidiu foram os representantes comerciais. 

— Merda! — Passou as mãos entre os cabelos

— Agora já está assinado, da próxima vez leia seu contrato, passar bem!

Caminhei até a porta de saída, com ele vindo logo atrás de mim

— Bom pelo menos aqui ficarei mais próximo de uma beldade como você

— Você é tão irritante

Revirei os olhos e fui novamente para a minha sala, ia embora mas Giovanna estava lá 

— Sabe bem que dia é amanhã né?

— Sim, sei!

— E virá trabalhar?

— E porque não viria? — E olhei de canto de olho, pegando a minha bolsa

— Não sei, talvez você quisesse tirar o dia para você, para pensar

— Giovanna, não tem um dia se quer que eu não pense nela. Amanhã cedo vou visitar o túmulo, levar flores e depois vir trabalhar

— Você precisa de terapia e também de marcar consulta com o Dr Leonardo

— E você precisa entender que não vou fazer nada disso, tchau Giovanna

No caminho até o carro encontrei novamente Mariazinha parada, veio me pedir moedas e eu dei a ela 5 dólares novamente.

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