- Eu não disse? Ele está com ciúme! – Kelly riu, fazendo com que meus olhos não desviassem de sua boca perfeita, com dentes largos e bem cuidados, a pele bronzeada contrastando com a água perfeita daquele mar azul que mais parecia uma pintura.Enquanto o observava, uma onda forte me desequilibrou, fazendo-me cair e com a força ser levada. Tentei levantar, mas não conseguia. Acabei engolindo água salgada e fui pega por braços ágeis e fortes, que me prenderam junto ao corpo duro feito pedra.Imaginei ser Kelly. Mas era Patrick.- Está bem? – Ele perguntou enquanto retirava delicadamente os fios de cabelos que grudaram no meu rosto e com o outro braço permanecia me segurando com força contra seu corpo.- Clara? Você está bem? – Ouvi a voz de Kelly ao meu lado, preocupado.Logo houve uma pequena aglomeração de pessoas, certamente não preocupadas com meu estado após o quase afogamento na parte rasa do mar, mas querendo a atenção do campeão mundial de surf, que me fazia parecer ser alguém i
- Isso faz meses, Clara!- Ainda assim... Levou-a.- Fui gentil... Só isto.- Eu... Era sua esposa.- Ainda é.- Não deveria ter ido.- Você chegou acompanhada de um estranho.- Teoricamente não era um estranho... Já que Kelly Slater é figura pública.Patrick riu e abriu as pernas, fazendo nossos corpos se unirem ainda mais e minha boceta roçar na parte onde seu pau estava sob a calça.Enrubesci, mas não me movi. Nossos olhos não se afastavam e embora eu quisesse sair dali, o corpo não obedecia.- Você é bem engraçadinha... – A mão dele alisou minha bochecha de forma carinhosa.- Não acredito que não tenha dormido com ela.- Não dormi com ela, Clara. A levei embora porque você apareceu com Kelly. Além do mais, já que é minha esposa, porque sumiu e deixou-me sozinho com a mulher?- Não o deixei sozinho. Sua mãe e a mãe dela estavam junto.- Devia imaginar que mais cedo ou mais tarde elas sairiam... Principalmente sabendo que você deixou o caminho livre.- Sou... Sua esposa... No papel.
A praia que Patrick escolheu tinha ondas grandes e fortes. E não ficava próxima do Paradise Beach. Gold Coast tinha praias maravilhosas. E eu me apaixonava por cada uma que conhecia.- Esta prancha é antiga. – Patrick observou.- Eu... Lembro dela. – Sorri, enquanto a retirava do jipe e Patrick pegava a sua.- Acho que comprei ela em 1995.- Também acho! – Ri.Ele me olhou e sorriu enquanto nos dirigíamos ao mar:- Eu... Acho que gostava das cartas, embora tivesse um pouco de medo.Gargalhei, fazendo careta:- Não sei do que você está falando.- Ah, sabe sim!- O que fez com elas? - Não vou dizer... Afinal, não foi você que escreveu! – Provocou, me olhando de canto.Sorri e não confirmei, embora estivesse curiosa.Fomos entrando no mar e as ondas eram bem fortes. Quando começaram a ultrapassar a minha altura, fazendo com que eu tivesse que mergulhar dentro delas, fiquei com medo.- O primeiro passo é passarmos desta área da rebentação.- Não deveria ser o contrário? – questionei
- É... Perfeito... – Toquei as águas calmas e tranquilas com a ponta dos meus dedos.Patrick movimentou as mãos na água e enlaçou os dedos nos meus, sob ela. Nos olhamos e depois de um tempo em silêncio ele disse:- Quer saber o que eu fiz com as cartas? Acha que pus no lixo?- Acho... Que pode ter posto. – Fui sincera.Ele sorriu e entrelaçou nossos dedos com força:- Admita que escreveu... E confesso que guardei cada uma delas.Sorri, sentindo meu coração acelerar.- Vamos, Clara! Confirme, por favor.Olhei o sol refletido no ombro dele. E sim, poderia ser o esquerdo. Mas não, estava no direito.Pedro veio na minha mente e retirei minha mão da dele, olhando para a água, como se as palavras desaparecessem da minha mente e o peso voltasse à consciência.Patrick pegou meu queixo e fez-me encará-lo:- Ele não está aqui, Clara... Eu estou. Eu sou real...- Mas por anos tentou não ser...- Mas agora estou aqui, porra! E tudo que quero... É ficar com você! Não porque lhe expliquei que prec
Eu não sabia quanto tempo mais aguentaria esperar. Já fazia quase um mês que começamos as aulas de surf, embora Clara ainda tivesse aprendido pouco, demonstrando bastante dificuldade e insegurança, tendo habilidade por enquanto somente de sentar na prancha e manter o equilíbrio sobre ela longe das ondas. Sem contar o medo extremo de ao menos tentar nadar. Conseguia não se afogar, boiando, o que já era um avanço.E todos os dias o máximo que eu conseguia era um beijo... Um simples beijo. Tentei entrar no seu quarto e Clara passou a trancar a porta. Quando eu tentava tocá-la, indo além de beijos, se afastava.Me enganei quando pensei que por ter me amado no passado Clara seria fácil de chegar à minha cama.Mas eu sabia o que a atormentava. Era a lembrança do idiota do Pedro Moratti. Eu daria qualquer coisa para apagá-lo de sua mente, fazê-lo desaparecer de nossas vidas para sempre. Aquele homem era como um fantasma, mesmo um ano depois de termos vindo para a Austrália.Clara virou o ros
Meus dedos escorregaram para dentro dela, enquanto a sentia entre eles, quente, úmida, perfeita. Até que Clara comprimiu as pernas, prendendo-os dentro dela, estremecendo o corpo e gemendo de forma esplêndida, provando ter gozado finalmente com um simples toque meu.Retirei os dedos de seu interior e passei a alisá-la naquela região completamente tensa, até que a sentisse relaxada novamente.Capturei seu olhar pós orgasmo, entendendo o quanto ela era menina e pela primeira vez em toda a vida pouco me importando com o que eu sentia e sim querendo que ela gozasse inúmeras vezes, até que implorasse para que eu parasse porque não aguentava mais sentir tanto prazer.Rasguei a calcinha dela e joguei longe. Retirei a calça que estava em suas pernas e pus seus pés na mesa, abrindo suas pernas e finalmente sentindo o gosto de Clara. Fiquei em dúvida se preferia chupar sua boceta ou seu mamilo. Sim... Chupei-a novamente, com tanta vontade que a levei ao delírio, fazendo-a puxar meus cabelos com
Patrick e eu fomos jantar num dos restaurantes mais caros de Gold Coast naquela noite. Como morávamos num condomínio longe da área central e raramente saíamos para comer fora, já que meu marido e sua mãe orientavam as cozinheiras a fazerem pratos saudáveis e livres de gordura, optamos por naquele momento em especial provarmos todos os pratos típicos australianos.Pedimos torta de carne, costelinhas de porco assada ao molho barbecue, carne de cordeiro, peixe e canguru assadas e o famoso fish and chips, que nada mais era do que peixe empanado com batatas fritas.Claro que provei tudo que foi colocado à nossa mesa. Mas a preferência certamente foi pelo fish and chips.- Não sei como consegue comer estas coisas fritas... – Patrick fez careta.- Pois saiba que só comi a carne de canguru para me certificar de que não iria gostar de fato. É uma pena fazerem isso com os cangurus... Que são tão fofos.- Os peixes também são fofos... E os cordeiros então? – ele riu – Até os filhotes de porcos s
Aquela frase ainda ecoava na minha cabeça. E percebi, ali naquele restaurante caríssimo, num país em que morar era também um privilégio, por conta de tudo que aquela paisagem marítima perfeita proporcionava, que Renan e eu tínhamos conseguido vencer. Não éramos como Joaquim Versiani. E não éramos como Josephine.Renan limpou minhas lágrimas e disse, num fio de voz:- Eu... Senti tanta, mas tanta saudade...- Achei que nunca mais nos encontraríamos... – Confessei, ainda chorando.- Clara, poderia me apresentar seu “conhecido”? – Patrick pôs a mão no meu ombro.- Ah, claro... – sorri, limpando as lágrimas e abrindo espaço entre meu irmão e meu marido – Patrick, este é Renan, meu irmão.Patrick abriu um sorriso e pareceu ficar tranquilo:- Prazer, Renan... Por um momento achei que você pudesse ser... – Olhou-me seriamente – Outra pessoa...Procurei não pensar que Patrick achou que Renan fosse Pedro.Os dois se cumprimentaram até que finalmente olhei para o lado, vendo Talía. Fui em sua d