Não consegui prestar muita atenção à nossa volta, mas não havia muitas mulheres e os surfistas que não estavam dentro do mar ficavam sentados contemplando-o enquanto conversavam- Voto no banheiro. – Falei.- E eu no mato. – Pedro disse, me puxando para os fundos do quiosque de madeira onde alugavam as pranchas.Não precisava se embrenhar para dentro da mata. Não havia janela naquela direção e exceto pelo fato de ter uma estrada acima, se não fosse por um carro ou outro passando distante, ninguém nos notaria.Pedro tentou andar em direção às árvores, num lugar mais reservado, mas o puxei, escorando-me na madeira rústica do quiosque:- Não... Quero aqui. Não aguento mais... – Sussurrei, retirando sua camisa e talvez entendendo a questão do “retirar a roupa do outro” que no quarto, na noite anterior, achei completamente sem sentido, mas que naquele momento parecia extremamente relevante.Passei as mãos levemente pelo seu peito, chegando na região abaixo do umbigo, onde havia o meu “mapa
Quando voltamos a prancha estava no mesmo lugar, jogada na areia. E pelo visto os desconhecidos da praia não notaram nossa ausência, assim como não notavam nossa presença.Eu já havia tocado numa prancha, na loja de surf Huxley, onde o dono era Patrick, meu ex amor, a pessoa com a qual eu achava que iria casar, ter meus filhos Laís e Lucas e viver “feliz para sempre”.Cá estava eu no mar, pela primeira vez com uma prancha de surf que usaria, junto de Pedro, o garoto esquisito e rabugento que conheci na minha festa de aniversário no Baccarath, meses antes, numa confusão de camarotes. E o mais louco de tudo: ele era a pessoa que eu amava. E com a qual queria viver o resto da minha vida.Aquele “menino” de 18 anos havia me feito esquecer Patrick Huxley, o homem pelo qual perdi longos anos achando que deveria fazê-lo notar-me e amar-me, implorando, mendigando um sentimento que jamais existiu dentro dele.E sim, Patrick Huxley tinha razão... Nossa diferença de idade era muita. Mas eu não e
- Pode me beijar antes? – Me ouvi pedindo, de forma sincera, parecendo necessitar de um beijo dele.Pedro virou o rosto na minha direção. Estávamos ambos deitados nas espreguiçadeiras, de frente para o mar, sob o sol da tarde.- Irei beijá-la... Até cansar. – A voz dele foi fraca, enquanto a boca vinha na direção da minha.- Só pare... Quando o ar acabar. – Sorri, pegando seu rosto entre minhas mãos, entreabrindo os lábios para ele.Pedro me beijou daquele jeito perfeito, ensaiado por toda uma vida e talvez outras passadas. Quando eu estava nos braços dele, parecia que o mundo não existia mais. Éramos somente nós dois.De início o beijo foi romântico, apaixonado, cheio de amor. Mas não acabou daquela forma. Aliás, ele não acabava nunca. Recuperávamos o ar dentro do próprio beijo e continuávamos, numa fúria incontida, uma volúpia inexplicável.O senti levantando da espreguiçadeira e pegando-me no colo, fazendo-me agarrar-me ao seu pescoço, sem deixar de corresponder àquele beijo em nen
Desta vez quando Pedro me penetrou, eu o senti realmente entrando em mim. E era como se estivesse ali a vida toda para acolhê-lo no meu corpo. Estranhamente minha boceta “abraçava” seu pau... E era bom.Nunca na vida imaginei estar sendo fodida por alguém enquanto olhava nos olhos da pessoa. Porque na minha cabeça eu teria muita vergonha. No entanto estava ali, completamente entregue aos olhos e ao corpo de Pedro, como nunca estive antes.- Dói? – Ele perguntou com a voz fraca, penetrando-me devagar.- Não... – sussurrei – É... Bom...Pedro começou a intensificar as estocadas e percebi seu semblante mudar, conforme fazia mais força.- E agora?Segurei-me nos lençóis, envolvendo com minhas pernas seus quadris, fazendo com que os nossos corpos se encaixassem perfeitamente.- Agora... Está ainda melhor. E... Sinto que você pode... Fazer isso... Quanto tempo quiser... – Ofeguei.- Eu amo você, Clara. – Afirmou, de forma séria, sem sorrir, encarando-me enquanto se enfiava em mim com mais f
- Numa destas vezes que a gente gozou juntos... E você saiu de cima de mim e depois voltou, ainda com a camisinha cheia.- Não tem como cair uma gota sequer em você.- Mas... Você tirou... E não lembro se lavou depois de todas as vezes. Então se encostou na minha... Bem, como posso dizer...- Boceta? Vagina?- Isso... Se você encostou... Alguns dos espermatozoides que estavam na pontinha... Podem ter entrado e encontrado o meu óvulo...- Está no seu período fértil?- Não sei contar isto... Nem entendo aquela tabelinha.- Você toma anticoncepcional, Clara.- Mas ele é só 99% eficaz.- Clara, meu amor... Se eu encostei na sua... Bem, “lá”, sem ter lavado, o que não tenho certeza se fiz ou não e você usa anticoncepcional, temos praticamente zero chances de um espermatozoide ter atingido seu óvulo. Usamos camisinha e anticoncepcional, dois métodos contraceptivos. Não teremos um bebê, ok? Eu também não quero ser pai. Então não faria nada de errado, que pudesse causar isto, entende?Clara a
Já passava das 11 horas da manhã e Clara dormia sem sinal de que iria despertar. O checkout no Hotel era até às 14 horas. Eu teria que acordá-la, por mais que quisesse ficar ali, observando-a dormir daquele jeito, ao meu lado, para sempre.Comecei a beijá-la na bochecha, descendo pelo pescoço, fazendo com que se mexesse, preguiçosamente. Sorriu, daquela forma que me fazia perder a sanidade, antes de abrir os olhos.- Bom dia, Bela Adormecida! – Alisei seus cabelos, enquanto apoiava a cabeça no próprio braço, a observá-la.Os cabelos loiros dela, com algumas mechas mais claras, ficavam lindos sob a luz do sol. Eu já havia aberto todas as cortinas e a contemplava ali há um bom tempo.- Que horas são? – Perguntou, espreguiçando-se.- Passa das 11 horas.Clara sentou-se, num ímpeto:- Como assim? Eu dormi tudo isto?- Deve ser o efeito da tal pílula do dia seguinte... Tipo, você transa e no dia seguinte dorme. – Brinquei.Ela riu e puxou os lençóis, cobrindo o corpo até os seios:- Quando
POV CLARAAssim que Pedro estacionou o carro na frente da escola, perguntou:- Quer... Que eu a deixe em casa? Tem certeza de que quer ficar aqui?- Sim, tenho. Não se preocupe comigo. Tenho que ver meu irmão antes e sempre nos encontramos próximo daqui.- Acha que não terá problemas com seus pais?- Se eles não descobrirem, não.Alisei o rosto de Pedro e o vi fechar os olhos, enquanto procurava os meus dedos, enlaçando-os aos dele.- Foi o melhor final de semana da minha vida. Só perdeu para o outro que passei com você, na lagoa. – Confessei.Pedro abriu os olhos e falou com a voz fraca, pausadamente:- Nunca, em toda minha vida, a esquecerei, Clara Versiani.Estávamos sérios e aquilo me fez ter um certo receio de que algo pudesse dar errado.Eu ri nervosamente:- Nos veremos amanhã, não é mesmo? Então realmente não me esquecerá em algumas horas. – Tentei brincar.- Lembra quando você comentou comigo sobre o que acontecia com relação a você, Patrick e Jason?- Não... – Fiquei confusa
Assim que cheguei em casa, passei direto por meu pai, que olhava televisão na sala e abri a mochila que havia levado na viagem, colocando mais roupas dentro. Minha máquina fotográfica já estava ali. Passei a mão na máquina de escrever, nos materiais escolares e peguei Pipeline, que rosnava e me lambia, feliz com o meu retorno, certamente louca de saudades.Mas eu não tinha sequer tempo de dar-lhe atenção. Assim que terminei d arrumar tudo, em menos de cinco minutos, já ouvi a confusão vindo da sala, com meu pai aos berros, certamente por conta da roupa de minha mãe, que nem dela era.Quando saí pela porta Joaquim me olhou, incrédulo:- Onde você pensa que vai?- Vou embora desta casa. – Falei em alto e bom som, para que não houvesse nenhuma dúvida.Ele gargalhou:- Você e sua mãe estão loucas? Isso é uma brincadeira, não é mesmo?- Não fico mais um minuto aqui. – Avisei.- Mas... – olhou para minha mãe, dos pés à cabeça – As vagabundas irão morar juntas?Balancei a cabeça, sorrindo de