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Mansão dos Çeliks

Um ano atrás...

Mansão dos Çeliks

Chego à mansão por volta das 07h00min, me apresento aos seguranças que me deixam entrar, a governanta que me espera, deu a permissão.

Caminho puxando minha mala de rodinhas reparando na beleza arquitetônica da casa, o jardim maravilhoso com uma cascata bem no centro. Um grande bolsão formado por paralelepípedos rodeia esse jardim.

A casa é forrada de pedras brancas. Jardineiras com flores vermelhas enfeitam as janelas. Do seu lado direito, as portas balcões imensas dão acesso à uma varanda lateral ornamentada com lindos vasos.

A governanta está na porta da entrada me esperando. Ela tem uns cinquenta e cinco anos.

—Bom dia Ester, eu sou a Rose.

—Prazer em conhecê-la.

Ela me avalia, passando os olhos pela minha figura magra.

—Trabalho com os Çelik há mais de vinte anos e confesso que é a primeira vez que me recebo uma garota tão bonita e tão magrinha como empregada. Você dará conta do recado?

Meu coração se enche como medo de ela me rejeitar:

—Sou magra, mas muito forte, não veja minha aparência como empecilho, vou trabalhar direitinho. Eu preciso muito desse emprego.

Ela torce os lábios:

—Você não é uma dessas garotas iludidas que vem atrás do seu ídolo? Não está aqui para conquistar Murat, está?

Meu coração se agita, aquele homem tinha esse nome. Qual é a probabilidade de ser a mesma pessoa? Deus! Esse nome não é comum.

—Murat? —Questiono sem entender o que ela quis dizer e ao mesmo tempo que estremeço me lembrando novamente daquele homem que conheci no hotel. —Desculpe-me senhora minha ignorância, mas quem é esse homem?

Ela ainda me olha desconfiada.

—Bem, entre, vamos até a cozinha, enquanto você toma café, conversamos. Quero ouvir toda a sua história, o que te levou a essa vaga como empregada.

Ah isso eu faço bem! Falar de mim. Foi isso que fiz na agência para a mulher que desconfiou também da minha capacidade de ser uma boa empregada. Eu abri o meu coração para ela e minha história a conquistou. Farei o mesmo com Rose, acredito que ela também entenderá a minha necessidade de ter esse emprego. Ela irá reconhecer minha força de vontade mesmo ante a minha luta.

A cozinha é lindíssima, toda em aço inox, enorme. Uma linda bancada em mármore dividindo o ambiente da copa onde fica uma mesa enorme retangular. As janelas de vidro a cerca, revestidas com cortinas brancas com vista para os fundos da casa onde há um lindo jardim.

E foi isso que aconteceu, enquanto eu tomava o maravilhoso café da manhã na cozinha, Rose ouviu o que eu tinha a dizer. Ela viu tanta veracidade nos meus olhos conforme eu relatei a minha vida que comovida, ela resolveu me dar a chance de trabalhar para os Çelik.

Ah Conheci Norma também, a cozinheira. Ela é bem simpática e afetuosa do tipo mãezona. 

Hum, já vi que vou amar esse emprego. Ao menos o ambiente parece ser bom, diferente daquelas lambisgoias que trabalhavam comigo na recepção do hotel.

Agora estou aqui no quarto que será meu, que fica na ala dos empregados, vestida com um uniforme azul-marinho fechado e com mangas curtas, sobre ele um avental branco com bordados nas pontas. Prendi meu cabelo no alto da cabeça para facilitar o trabalho.

Pouco tempo depois Rose surge no quarto:

—Serviu o uniforme?

—Ficou um pouco folgado, mas eu prefiro assim. Acho que para me movimentar é melhor.

Ela coça a cabeça.

—Não sei se o senhor Çelik aprovará. Ele gosta dos empregados bem asseados.

—Quantas pessoas moram nessa casa?

—Seus pais que estão viajando e Murat.

Assinto para ela e pergunto:

—Qual será minha função.

—Então…—Ela coça a cabeça. —Você é tão magrinha para o serviço pesado que estou pensando em colocar você como auxiliar de cozinha. 

—Eu adoro cozinhar. —Digo com um sorriso.

Ela ri.

—Verdade? Que bom! Então combinado, você ajudará Norma com as refeições e será responsável por colocar a mesa de jantar.

Eu me sinto feliz. É mais a minha praia do que limpar e arrumar a casa.

—Ótimo. E obrigado Rose.

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