Beatriz ficou aterrorizada e imediatamente chamou socorro médico. A pessoa que estava bem e almoçando agora estava sendo levada às pressas para a UTI.

A casa de repouso ligou freneticamente para a família. Beatriz esperava ansiosamente do lado de fora do quarto. Após mais de uma hora, alguém chegou apressadamente.

— Policial Dias?

— O que você está fazendo aqui? — Daniel franziu a testa.

Ana apressou-se em explicar:

— Ela é uma voluntária em nossa casa de repouso, e Avô Fernando gosta muito dela. Nos últimos dias, o Velho Senhor tem se queixado de falta de ar e acorda frequentemente durante a noite. Não esperávamos que isso acontecesse tão rápido...

Daniel nem teve tempo de conversar com Beatriz, preocupado em saber sobre o estado de seu avô.

Foi então que ela soube o nome completo do avô - Fernando Dias.

Mais tarde, o avô foi levado às pressas para a sala de cirurgia. Após quatro horas, foi trazido de volta, esperando que o efeito da anestesia passasse e ele acordasse, o que só aconteceu à noite.

O médico disse que a condição do avô era muito grave, devido à sua idade avançada e à insuficiência cardíaca severa, estava em seus últimos dias. Mesmo com os melhores medicamentos, ele teria apenas mais um ano de vida.

Na manhã seguinte, o Velho Senhor finalmente acordou, falando com dificuldade.

— Eu... estou morrendo?

— Avô, o médico disse que você está bem...

Beatriz tentou enganá-lo gentilmente, mas foi interrompida pelo avô.

— Minha querida, eu conheço meu próprio corpo, não me engane. Minha hora está chegando, e não tem problema, já vivi muito...

Ele chamou Daniel e pegou sua mão, colocando-a na de Daniel. Ela instintivamente tentou retirá-la, mas Daniel a segurou firmemente.

— Bia é uma boa moça. Não a decepcione.

— Certo.

Beatriz ficou surpresa, olhando para Daniel, prestes a protestar, quando Daniel segurou seu pulso discretamente.

— Então, case-se com ela.

— Certo.

A voz de Daniel era calma, sem emoção aparente.

— Então, façam logo o casamento civil, para que eu possa partir em paz.

— Vamos fazer isso agora.

Ao saírem do quarto, Daniel disse:

— Gostaria que a Srta. Rocha fingisse comigo, criar um certificado de casamento falso, aparecer comigo de vez em quando para alegrar meu avô. Posso pagar pelo seu serviço, Srta. Rocha, peça o que quiser.

Ao ouvir isso, o coração de Beatriz começou a bater freneticamente. De repente, ela pensou na melhor maneira de se vingar de Afonso, estando com seu melhor amigo.

Ela não conseguia suprimir esse pensamento, fazendo com que seus olhos se enchessem de lágrimas ao olhar para Daniel.

— Eu quero que você realmente se case comigo.

Daniel olhou para ela seriamente, franzindo a testa.

— Peço desculpas, mas isso é algo que não posso fazer. Se esse acordo não funcionar para você, então, deixe para lá...

Daniel estava prestes a recusar quando uma enfermeira correu para avisá-los:.

— Não está nada bem. O Velho Senhor está vomitando sangue.

O avô foi colocado novamente sob observação com um respirador, murmurando constantemente:

— Case-se com Bia... isso me deixará em paz...

Daniel continuou ao lado do avô até que sua condição finalmente se estabilizou, e ele pôde respirar aliviado.

Nesse momento, Beatriz já tinha se acalmado. Olhando para avô Fernando dormindo, ela sentiu-se culpada. Estava louca, considerando arriscar seu próprio casamento por vingança contra Afonso!

Era melhor deixar isso como uma encenação. O avô Fernando sempre foi tão bom para ela!

— Daniel, eu estava brincando...

— Certo, vamos nos casar.

Beatriz ficou atônita.

— Você quer se vingar de Afonso, eu vou te ajudar.

Beatriz ficou atônita.

— Mas... mas eu...

— O quê? Você não quer mais se vingar de Afonso?

Beatriz imediatamente se endireitou.

— Claro que quero! Casar é casar, eu não vou sair perdendo!

Daniel, por ter sido quem a salvou antes, deveria entender pelo que ela passou. Casar-se com Daniel, um novo poderoso da sociedade, não representava perda alguma para ela. O mais importante era fazer Afonso se sentir desconfortável. Só isso já valia a pena!

Ela e Daniel elaboraram um contrato, onde deveriam manter o casamento até o avô dela falecer. Como parte do acordo, Beatriz receberia uma mesada de um milhão de reais por mês.

Eles foram e se casaram, com a certidão de casamento em mãos, ela mal podia acreditar.

Ela estava casada agora?

Se Afonso descobrisse que ela tinha se casado com seu grande amigo, que expressão ele teria? Ele era o tipo de pessoa muito autoritária e possessiva, alguém que acreditava que o que ele descartava, ninguém mais poderia ter.

E agora...

Quando voltaram com a certidão de casamento, o Velho Senhor pareceu ficar um pouco mais feliz.

— Então, vocês vão morar juntos. Leve-a para ver a casa de casamento e decore de acordo com os gostos da Bia, entendeu?

— Entendi.

— Podem ir agora. O Velho Senhor precisa de repouso. Uma visita por semana está boa. Se a condição dele piorar, eu ligarei para informá-los.

— Manter um bom humor também ajuda na doença. Quem sabe o Velho Senhor viva não apenas mais um ano, mas dois ou três. Isso depende de vocês!

Quando eles saíram, o avô Fernando, que parecia meio morto na cama, levantou-se e removeu a agulha do soro de glicose.

— Minha atuação de ataque cardíaco, foi convincente? Fui bem, não fui? Meu neto é tão sensível, ele nem percebeu. Eu sou mesmo incrível.

— Com certeza, Velho Senhor. O senhor quase nos matou de susto. Nós pensamos que algo sério tinha acontecido.

— Se não fosse assim, como eu faria esse garoto se acalmar? Ele já está nessa idade e ainda solteiro, isso realmente me irrita. Ele teve sorte, a Bia acabou de terminar... Eu encontrei um tesouro...

Daniel a levou primeiro para sua casa. Assim que entraram, ela sentiu que ele era frio, pois a casa toda era decorada em tons frios. Apesar do sol brilhante lá fora, parecia frio aqui dentro, e ela inconscientemente apertou suas roupas.

— O dinheiro para suas despesas será depositado na sua conta. Aqui está um cartão adicional, sem limite. Compre algumas coisas novas para você.

Daniel era generoso, afinal, dinheiro não era problema para ele. Beatriz não recusou, afinal, ter dinheiro sempre é bom.

Depois de se arrumar um pouco, Daniel a levou para jantar fora, escolhendo um restaurante elegante.

Eles pegaram uma mesa no segundo andar com vista para a paisagem aquática. Após fazerem o pedido, Daniel foi ao banheiro. Ao voltar, disse a ela:

— Afonso está na sala privativa. Ele me encontrou e insistiu para que eu fosse tomar um drink com ele. Você quer ir junto?

Beatriz realmente queria acompanhar Daniel e ver a reação de Afonso, mas ela hesitou.

— Melhor não ir.

— Então vou lá tomar um drink. Você pode comer sem me esperar.

Beatriz concordou, mas a refeição não tinha gosto, e o garçom ainda derramou água em sua roupa por acidente.

— Desculpe, desculpe, não foi intencional. Você poderia, por favor, não contar ao nosso gerente? Eu posso perder meu emprego.

— Não tem problema, vou ao banheiro limpar isso.

Beatriz não quis criar problemas e foi ao banheiro limpar. Quando saiu, viu Débora e um grupo de amigas se aproximando. Elas claramente estavam indo para a sala privativa.

— Ouvi dizer que o Sr. Silva vai te pedir em casamento, hein? Que tamanho de diamante será?

— Isso é o Sr. Silva, tem que ser no mínimo do tamanho de uma pomba, né? Chame a gente para ser suas damas de honra...

Débora sorriu timidamente, parecendo extremamente feliz.

Beatriz baixou a cabeça, tentando sair pelo outro lado, mas seu plano falhou. Ela foi reconhecida.

— Não é aquela mulher? Realmente, coração de ladrão nunca descansa. Descobriu que o Sr. Silva está aqui e veio escondido, não é?