Capítulo 0006
Débora, ao ouvir isso, lançou um olhar fulminante à sua melhor amiga e, em seguida, avançou calorosamente para agarrar a mão de Beatriz.

— Srta. Rocha, você certamente veio para me dar seus parabéns, não é verdade? Eu sabia, você é muito generosa. Ter mais amigos vindo me felicitar não se compara a ter você aqui. Somente suas bênçãos podem verdadeiramente me fazer feliz.

Os olhos de Débora brilhavam, radiando uma inocência natural.

— Você está enganada, eu vim aqui para jantar. Não sabia que o Afonso estaria aqui.

Ao dizer isso, ela tentou se afastar, mas Débora, obstinada, não a deixou ir. Para aumentar o drama, ela derramou duas lágrimas de tristeza.

— Então você ainda não está disposta a me perdoar, certo? Eu sei que te fiz mal, estou disposta a fazer qualquer coisa que você me peça. Se necessário, eu me ajoelho.

Antes que Beatriz pudesse responder, Débora cambaleou e se ajoelhou, chorando copiosamente, atraindo a atenção de todos que passavam pelo banheiro.

Suas amigas, indignadas, correram para ajudá-la a se levantar.

— Por que você está se ajoelhando para ela? Você não fez nada de errado, ela é que foi a outra! Ela desfrutou por três anos do que deveria ser seu, como você pode deixá-la te manipular assim?

— Exatamente, vou chamar o Sr. Silva para fazer justiça por você.

Uma delas saiu correndo.

Pouco depois, Afonso chegou às pressas. Ele nem sequer olhou para Beatriz, e rapidamente abraçou a frágil Débora, limpando suas lágrimas com grande afeto.

— Me disseram que a Beatriz estava te incomodando, te forçando a se ajoelhar? Como você pode ser tão dócil, Débora? Ela não tem direito nenhum de exigir isso de você.

Dizendo isso, lançou um olhar furioso para Beatriz.

Débora, soluçando, mal conseguia falar, fazendo com que Afonso ficasse ainda mais compadecido e irritado com Beatriz.

Beatriz observava friamente.

Débora se ajoelhou por vontade própria, o que isso tinha a ver com ela? Ela queria ir embora, Débora, de maneira afetada, não a deixava, querendo apenas que todos vissem esse espetáculo, não é?

Ela olhou ao redor, não viu Daniel, sem saber para onde ele tinha ido.

— Sr. Silva, ela te seguiu. Sabia que você ia pedir Débora em casamento e veio aqui para estragar tudo!

— Beatriz, você nunca se cansa?

Beatriz lançou um olhar diretamente para a parte de trás da cabeça dele, parecendo ter um curativo, quase imperceptível pela frente. Parecia ser apenas um corte superficial, embora sangrasse bastante, não parecia ter atingido o osso.

Afonso, porém, estava ocupado demais com os assuntos de Débora para se incomodar com ela.

— Eu não sabia que você viria jantar aqui, muito menos que iria pedi-la em casamento. Débora se ajoelhou por vontade própria, eu não disse nada.

— Se não tem mais nada, vou jantar.

Dito isso, Beatriz tentou sair, mas ao passar por Afonso, ele segurou sua mão com força.

— Vai continuar mentindo? Eu ordeno que você peça desculpas à Débora e que nunca mais apareça na frente dela!

— Por que eu deveria pedir desculpas?

— Porque você tomou o lugar dela, usufruiu dos benefícios que eram dela por três anos!

Essas palavras fizeram Beatriz ficar sem fôlego, com o coração dolorido.

Foi ela quem agiu intencionalmente? Não foi ele quem deliberadamente a enganou? Ela, ingenuamente, dedicou três anos a ele. E agora, Afonso diz isso sem o menor remorso?

— Eu não estou errada! Me solte, eu vim aqui para jantar!

— Peça desculpas!

Beatriz lutou com todas as suas forças, mas Afonso era muito mais forte, segurando seu pulso firmemente, fazendo-o ficar vermelho e dolorido. A força dele parecia querer esmagar seus ossos.

Enquanto Afonso forçava, as amigas de Débora também insistiam para que Beatriz se ajoelhasse e pedisse desculpas.

— Afonso, não seja assim. Ela só está fazendo isso porque te ama demais, por isso está dificultando tudo.

— Débora, você sempre foi tão gentil. Mesmo quando é maltratada, ainda tenta defender os outros.

Eles trocaram olhares carinhosos.

Nesse momento, Beatriz, enfurecida, mordeu quem estava ao seu alcance, assustando as amigas que rapidamente soltaram suas mãos.

Ela aproveitou a oportunidade, soltou uma mão e deu um forte tapa na cara de Afonso.

O som do tapa ecoou alto pelo ambiente, ouvido por todos no local.

Débora imediatamente começou a chorar, enquanto Afonso, com os olhos vermelhos de raiva, parecia um animal selvagem prestes a atacar. Ele levantou o braço, claramente pronto para usar toda a sua força.

Este tapa poderia arruinar o rosto dela por completo.

Beatriz não tinha para onde fugir, sendo arrastada firmemente por ele. Ela fechou os olhos, aguardando a dor intensa chegar, mas, inesperadamente, ouviu a voz furiosa de Afonso.

— Daniel, o que você está fazendo?

Tremendo, Beatriz abriu os olhos e viu Daniel segurando a mão de Afonso, aplicando uma técnica de imobilização, prendendo sua mão atrás do corpo. A dor fez Afonso soltar a mão de Beatriz.

Daniel, com um gesto firme, a surpreendeu ao envolvê-la com um braço, escondendo-a atrás de si para protegê-la.

— Parece que você regrediu nesses anos, Afonso. Agora quer agredir mulheres?

Ao ouvir isso, as pessoas ao redor lançaram olhares estranhos para Afonso. Homens que batem em mulheres são vistos como de baixa índole.

— Daniel, de que lado você está afinal? Você não a viu provocando a Débora? Solte-me, senão vou ficar irritado de verdade.

Como pedido, Daniel soltou-o.

— Eu vi as câmeras. Foi Débora que veio provocá-la.

— Eu pensei que Beatriz tinha vindo nos felicitar, mas parece que não consegue esquecer Afonso, seguindo-o secretamente até aqui. — Débora falou com detalhes convincentes.

— Você tem provas? — Beatriz respondeu friamente. — Este é um restaurante, qualquer um pode vir. Eu vim jantar com meu novo namorado.

Ela não especificou que estava com Daniel, nem fez nenhum gesto íntimo com ele. À primeira vista, Daniel era apenas uma boa alma defendendo a justiça. Beatriz não tinha certeza se ele realmente estaria disposto a se desentender com Afonso por ela.

— Isso é hilário! Nem consegue mentir direito. Você acabou de ser deixada pelo Sr. Silva e agora diz que tem um novo namorado?

Os outros riram, cheios de escárnio, apenas Afonso tinha uma expressão sombria, o olhar carregado.

— Quem?

Afonso acreditou. Afinal, Beatriz já tinha se rendido a um sequestrador, capaz de fazer algo tão louco, o que mais ela não faria?

Beatriz viu Daniel prestes a dar um passo à frente, e, instintivamente, o segurou.

Daniel franziu ligeiramente a testa, olhando para ela com uma expressão de confusão. Ela não queria se expor? Temia que Afonso ficasse magoado? Pensando nisso, Daniel escureceu o olhar, e permaneceu imóvel.

Beatriz, na verdade, não pensou tanto assim. Ela já tinha desistido completamente de Afonso e não queria revelar tão cedo que seu marido era o melhor amigo dele. Ela queria fazer Afonso adivinhar!

Provavelmente, Afonso ficaria louco tentando descobrir quem era seu marido. Não encontrar e ainda suspeitar, isso seria o mais torturante.

— De qualquer forma, ele é mais bonito, mais alto, com um abdômen definido. O mais importante: ele é bem melhor na cama do que você.

— Beatriz Rocha!

Afonso estava tanto furioso quanto ansioso, ciente de que já havia gente olhando para ele de forma estranha. No fundo, ele sabia que nunca tinha tocado Beatriz em três anos, mas os outros não sabiam disso. Quem acreditaria que Beatriz, que esteve tantas noites ao lado de Afonso, ainda era virgem?

Débora mordeu o lábio inferior, hesitante.

— Você... vocês realmente fizeram aquilo?

— Não, Débora, acredite em mim...

Débora correu, de coração partido.

Assim, isso se tornou uma verdadeira comédia, e todos se dispersaram. Um sorriso de alívio apareceu no rosto de Beatriz, quando de repente ouviu uma voz ao seu lado.

— Como você sabe que sou tão bom na cama?
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