— Beatriz, pare com isso. Daniel sempre evita mulheres.Afonso franzia a testa, descontente. Em sua visão, Beatriz ainda lhe pertencia, e ela nunca conseguiria se livrar dele.— Bia, venha sentar aqui do meu lado. Foi tudo um mal-entendido da última vez, eu peço desculpas. Tenho tantas coisas sinceras para te dizer...— Quem é você, mesmo? Somos íntimas assim? Não me chame pelo apelido, é repulsivo. — Beatriz respondeu de volta.Débora empalideceu, as lágrimas surgindo imediatamente.— Cunhada, não se preocupe com ela. Quando Daniel mandá-la embora, ela vai se acalmar...José, o irmão mais novo de Afonso, começou a falar, mas seus olhos se arregalaram de surpresa.Beatriz sentou-se ao lado de Daniel, e ele, surpreendentemente, não disse nada para impedi-la, como se tivesse consentido.— Daniel...— Hm, precisa de algo? — Daniel perguntou calmamente, silenciando a todos.Afonso olhava para Daniel, franzindo a testa.— Vamos, não apenas bebamos. Vamos jogar algo.Beatriz raramente jogava
— Não, não coleto .De repente, todos olharam para Beatriz com curiosidade, sem perceber que Afonso respirou aliviado ao lado. Mas Débora, próxima a ele, captou esse detalhe, e seu coração deu uma leve tremida.Beatriz forçou-se a manter a calma, sabendo que ele falava a verdade. Eles tinham um casamento de conveniência, que terminaria com a morte do avô de Daniel. Sua posição social era elevada demais para se interessar por ela. Mesmo assim, ela se sentia constrangida.Durante a próxima rodada do jogo, talvez por estar distraída ou talvez porque Daniel a tivesse esbarrado de propósito, Beatriz perdeu. De qualquer forma, ela foi derrotada.Daniel sorriu para ela. — Srta. Rocha não está com sorte hoje, hein? Verdade ou desafio?— Verdade.Beatriz estava insegura quanto à atitude de Daniel, falando com cautela.— Aquele beijo de antes... você gostou? — Daniel a olhava de forma enigmática. — Não tente mentir, já fui policial, e nenhuma mentira escapa aos meus olhos.O coração de Beatriz
Ele olhou para ela de forma insinuante, — Tem certeza?— Ce... certeza...Ela tropeçava nas palavras, mal conseguindo falar claramente.Daniel de repente se aproximou, segurando a parte de trás de sua cabeça com uma mão e apoiando sua cintura fina com a outra. Os dois corpos se aproximaram, sem deixar espaço entre eles, ela podia claramente sentir o quão firme era o peito dele, o calor penetrante mesmo através das roupas. Ela prendeu a respiração, suas pupilas dilatando.— Parece que minha habilidade não foi suficiente para te satisfazer, então deixe-me compensar desta vez. — A voz de Daniel mal havia cessado quando ele a beijou. Ela ficou completamente tensa, e sua mente parou de funcionar.Por lógica, ela deveria tê-lo empurrado imediatamente, mas seu corpo estava rígido, como se estivesse sob um feitiço. Daniel parecia ter se tornado mais hábil, melhorando a um ritmo surpreendente. Não era mais tão brusco e selvagem como antes, o que a fazia sentir dor por todo lado.A ponta de sua
— Quem sabe o que ele estava pensando, Bia, você não pode continuar triste por ele, não vale a pena!Beatriz não queria mais pensar nisso.Dizer que não estava triste seria mentira, afinal, ela realmente amava Afonso. Mas quem poderia imaginar que esses três anos foram uma ilusão criada por Afonso, e que ela viveu como uma piada!Ela estava triste não por Afonso, mas por si mesma, por ter desperdiçado três anos de amor verdadeiro. Ela sentia pena de si mesma!— Bia, onde você está? Eu posso ir até aí.— Não, eu estou bem, só quero... ficar um pouco sozinha. — Sem esperar Franciely responder, ela rapidamente encerrou a chamada de vídeo.Olhando-se no espelho do toucador, seus olhos estavam vermelhos como os de um coelho, mas ela resistiu à vontade de chorar. Ela limpou a umidade dos olhos, engoliu a amargura na garganta e seu olhar tornou-se resoluto.Ela agora sentia que ter sacrificado sua pureza para sobreviver havia sido a decisão correta. Se ela morresse por alguém assim, seria rea
Beatriz parou, ela poderia ser teimosa consigo mesma, mas não podia arriscar sua família nisso.Afonso realmente estava ameaçando-a com sua família? Como ele se tornou assim?— Eu os esmagarei, como se fossem formigas. Eu só quero que você peça desculpas a Débora, é tão difícil assim?— E vocês pedirem desculpas a mim, é tão difícil assim?— Beatriz!! — Afonso estava quase perdendo o controle, por que ela tinha que ser tão obstinada, sendo que quando estavam juntos, ela se mostrava tão dócil e obediente.Ela sempre teve um brilho nos olhos ao olhar para ele. Mas agora, olhando para ele, era como se visse um estranho.Ao chegar à porta, Beatriz não esperava que Afonso ainda não estivesse disposto a deixá-la ir fazendo com que os seguranças a impedissem de sair.— Tragam-na de volta aqui, a façam ajoelhar!— Afonso... eu estou com medo...— Não tenha, eu estou aqui.Como Beatriz poderia superar tantas pessoas, ela rapidamente pegou uma faca de frutas sobre a mesa.Afonso disse, — O que é
Enquanto ela ainda estava atônita, Daniel já havia largado os hashis e pegado o celular para enviar uma mensagem. Ela estava bem ao lado, vendo claramente, a foto era para o avô.Rapidamente, o avô respondeu com uma mensagem de voz. — Muito bem, muito bem, ao ver que vocês dois estão em harmonia, fico tranquilo. Você tem que cuidar bem da Bia, ela está muito magra, engorde-a um pouco. Senão, vão dizer que você não sabe cuidar da esposa, que ela está ficando mais magra.Beatriz entendeu que aquilo tinha sido apenas uma encenação para tranquilizar o avô. Mas sem nenhum aviso, era fácil deixar a imaginação correr solta.— Coma mais. — Daniel continuou a servi-la, mas não a alimentou diretamente, apenas colocou a comida em seu prato. — O avô está certo, você realmente está muito magra, para evitar que falem que não sei cuidar da minha esposa, como se faltasse algo para você comer ou beber.— Isso não vai se espalhar, somos casados em segredo, ninguém sabe que sou sua esposa. — Beatriz falo
— A vibração parecia a mesma... não deveria estar errado.— O que significa “não deveria”! — Afonso ficou furioso, batendo na mesa com tanta força que assustou o jovem, que caiu no chão.— Talvez... talvez não seja... — O jovem estava completamente confuso, gaguejando enquanto tentava explicar.Débora segurou o peito, parecendo profundamente aflita.— Srta. Rocha, você está insinuando que eu intencionalmente incriminei você, mas que benefício eu teria? Você viu meus ferimentos? Se Afonso tivesse chegado alguns minutos mais tarde, eu poderia ter morrido devido à perda de sangue.Débora olhou para Beatriz, concluindo:— Srta. Rocha, eu já estou com Afonso. Por que eu iria me arriscar a me machucar para incriminar você?— Como eu deveria saber... — Beatriz tentou falar mais, mas Afonso, já com a face sombria, interrompeu.Ele olhou severamente para ela. — Quanto você pagou a ele para encenar esta peça?Ao ouvir isso, Beatriz finalmente entendeu que, mesmo com as provas na mão, Afonso nun
— Gosta? — Daniel perguntou de repente.— Claro que gosto, quem não gostaria de algo tão esplêndido e bonito? É uma pena que seja tão efêmero, não dá para segurar.Daniel pressionou os lábios, sem responder.Talvez porque se divertiram tanto essa noite, ela não se sentiu tão triste quando voltaram, já era depois da meia-noite, ela estava tão cansada que acabou dormindo no carro.Sua cabeça caiu no ombro de Daniel, que olhou para ela por um momento antes de voltar a focar nos documentos.Logo chegaram à mansão.— Daniel, cunhada, chegamos...— Fale baixo. — Disse Daniel, e Lucas imediatamente fechou a boca.Daniel a levou no colo para o quarto e a colocou na cama.— Dormindo tão profundamente, poderia te vender e você nem saberia. — Daniel deu um leve toque na testa dela, observou-a por um longo tempo, antes de finalmente se virar para sair.A lua estava bela aquela noite, e o vento, gentil.Beatriz foi acordada cedo pelo barulho, olhou para o celular e eram apenas cinco e pouco da manh