Ela abriu a porta. — O que houve?— Você parece ter uma certa hostilidade comigo?— Qualquer pessoa que Daniel não gostasse, eu também não gosto. — Ela respondeu friamente.— E como você sabe que ele não gostava de nós? Nada é tão absoluto.Wesley sentou-se à mesa, justamente no lugar onde Beatriz estivera sentada.Beatriz franziu levemente a testa, ela estava ali apenas para recordar Daniel.Mas Wesley sentou-se ali como um símbolo de poder.Ele cruzou as mãos sobre o peito e disse: — Meu filho gostava muito de você, e deixou muitas coisas para você. Não se preocupe, a família Dias não vai pedir de volta.Essas palavras fizeram Beatriz entender que ele achava que ela era uma mulher interessada em dinheiro.— Eu admiro sua coragem anterior, então vou lhe dar um conselho amigável: é melhor cortar relações com Daniel. Ele ofendeu muitas pessoas, e o Grupo Dias vai oficialmente romper com ele e escolher um novo herdeiro. E você, como ex-esposa de Daniel, ainda está pensando em se reconci
— Esse é o patrimônio que Daniel deixou para você, além da parte que ele já havia lhe dado, há mais. Tudo isso são bens pessoais de Daniel que ele me confiou para administrar, sem nenhuma relação com a família Dias.— Lucas, por favor, saia. Quero ficar sozinha um momento.Lucas assentiu e saiu da sala.O lugar era simples, com apenas uma cama e uma escrivaninha.Ela silenciosamente abriu o envelope, começando pela primeira carta.Daniel serviu no exército por oito anos, aos vinte já era o aluno mais destacado da academia de polícia, e antes de se formar, já havia recebido missões no exterior.Desde o primeiro ano, ele começou a escrever cartas para ela.Algumas missões duravam um mês, outras até dois anos.Variavam em tamanho, mas todas eram perigosas.Ele raramente tinha tempo para si mesmo.Sempre partia com determinação mortal, pois, se pensasse em voltar, cometeria erros.Daniel não permitia erros, pois isso poderia custar a vida de inocentes.A primeira carta dizia...— Ela disse
— Cunhada, eu vou cuidar bem disso.— Além disso... — Beatriz soltou um suspiro profundo e olhou diretamente para Lucas, com uma expressão extremamente firme.— Quero me encontrar com o Diretor Leonardo, poderia agendar isso para mim, por favor?Lucas não entendeu, mas concordou em ajudar.Leonardo aceitou o pedido imediatamente, adiando seus compromissos.Ele também se sentia culpado em relação a Beatriz.— Beatriz, se quiser me xingar, xingue à vontade, pode até me bater se isso te fizer sentir melhor!Leonardo estava profundamente arrependido, mas devido à situação, não tinha escolha.— A identidade de Daniel foi revelada, ele caiu no mar e morreu. As pessoas por trás disso vão se vingar da família dele?— A família Dias eles não ousam tocar, mas você está em grande perigo, temo que eles venham atrás de você. Já planejei colocar pessoas para proteger você e conversei com a delegacia da sua área para aumentar a segurança. Daniel se sacrificou, não posso deixar que nada aconteça à fa
Durante esse período, Beatriz não se permitiu afundar na tristeza, pois tinha trabalho a fazer.Ela estava confeccionando o terno de casamento para Daniel. Devido a alguns atrasos nos últimos dias, temia não conseguir terminá-lo a tempo, por isso precisava trabalhar horas extras.Os detalhes sutis nos punhos eram bordados à mão por ela, usando uma técnica exclusiva de bordado reverso.Ela se trancou no escritório para bordar, não esperando ser interrompida pelo empregado.— Senhora, o Sr. Silva chegou e insiste em vê-la.— Não quero vê-lo.— Mas... mas o Sr. Silva já entrou.Beatriz franziu a testa: — Então chame a polícia!— Beatriz, saia! Não se tranque aí, por favor, saia!A voz ansiosa de Afonso soou do lado de fora da porta.Após chamar a polícia, Beatriz não saiu imediatamente. Só quando Afonso ameaçou arrombar a porta, ela finalmente saiu.— Beatriz, você finalmente decidiu me ver...Mas antes que Afonso pudesse terminar, Beatriz deu-lhe um forte tapa.— Afonso, você tinha prome
Beatriz, sem se preocupar com o próprio ferimento, protegeu o terno atrás de si.— Ainda bem...O terno não foi danificado.Ela planejava enterrá-lo com as roupas que ele costumava usar.Se ela também morresse, que fossem sepultados juntos, e ela vestida de noiva.Afonso olhava para ela protegendo aquele traje, apenas uma roupa e nada mais. Se fosse o Daniel, um ser humano de verdade, como seria então?A garota que um dia estava disposta a sacrificar sua vida por ele, no fim, ele a havia perdido.Ele cambaleou para trás, segurando-se na mesa para não cair.— Como chegamos a este ponto?— Beatriz, eu admito meus erros, mas e o seu coração? Você realmente me amou com firmeza? Talvez você nunca tenha me amado.Beatriz não conseguia mais ouvir o que ele dizia e, mesmo que ouvisse, não estava disposta a discutir.Afonso saiu cambaleando, mas ao chegar à porta, ainda não estava satisfeito.— Beatriz, sei que você está muito magoada, por isso está agindo de forma impulsiva. Estarei presente n
Logo chegou o dia do casamento.Beatriz havia feito um terno meticulosamente para ele, mas não teve tempo para fazer seu próprio vestido, então encomendou um de qualquer jeito.Era um dos que Daniel havia escolhido antes, e ele tinha bom gosto, nunca errava.Ela sempre pensou que o gosto e a estética de Daniel eram tão bons quanto os dela, e descobriu que era porque ele, em segredo, havia aprendido com ela.Vendo e aprendendo tanto, ele havia adquirido tal visão.Ele sempre se esforçava para se aproximar dela.Beatriz partiu para o castelo, uma propriedade que Daniel lhe deixara, situada em um local remoto, com um excelente ambiente.E por ser tão isolado, era conveniente para aquelas pessoas agirem.Ela não convidou ninguém, mas colocou policiais para fingir serem convidados. Cada vez que alguém chegava, o porteiro anunciava em voz alta de qual família importante de Capital era o convidado.Beatriz seguiu com o cortejo, protegida por segurança ao longo do caminho, sem nenhum incidente
Uma mulher nas mãos de sequestradores, qual será o seu destino? Beatriz Rocha estava vivenciando esse pesadelo. Aquele grupo queria transformá-la em uma prostituta.Ela estava vendada e com a boca selada por fita adesiva, amarrada em um canto como um animal. Seu corpo estava coberto de cicatrizes, sem um pedaço de pele intacto. A corda que a prendia era curta, tinha menos de um metro. Se ela se movesse um pouco mais para a frente, a corda apertaria seu pescoço. Várias vezes, Beatriz lutou inutilmente, ficando sem ar, o rosto roxo, a voz sufocada.Ela não podia escapar...Do lado de fora, ela ouvia os sequestradores xingando furiosamente. Eles tentaram violentá-la, mas ela reagiu mordendo a garganta de um deles. Se tivesse um pouco mais de força, teria quebrado sua traqueia, matando-o.Por isso, Beatriz foi brutalmente espancada e amarrada ali. Drogada, sua resistência foi reduzida a quase nada.De repente, lá fora, algo aconteceu. O barco em que estavam colidiu violentamente, e ela cai
Aquele era um clube que Afonso frequentava, onde ele costumava beber com os amigos.A razão dizia para Beatriz não acreditar nas palavras do chefe dos sequestradores, que tudo era mentira. Mas seu corpo, fora de controle, queria verificar. Ela esteve ao lado de Afonso por três anos e sabia o número da sala privativa que ele frequentava. Foi diretamente para lá.— Afonso perdeu, o que vai ser, verdade ou desafio?— Verdade.— Então, quem é a mulher que você mais ama no seu coração?— Isso ainda é uma pergunta? Claro que é Débora.Beatriz estava do lado de fora, ficando cada vez mais pálida. Suas pernas ficaram pesadas como chumbo, e suas mãos pairaram no ar, incapazes de bater na porta por um longo tempo. Depois, parece que eles começaram outra rodada do jogo. Desta vez, Débora foi quem perdeu.— Cunhada perdeu, então, você escolhe verdade ou desafio?— Desafio.A voz da mulher era suave como água.— Então beije um dos homens aqui por três minutos.— Ah, não brinque assim.Débora estava