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Capítulo 4 – O que eu realmente sinto?

Quando cheguei ao restaurante, Rafael já havia revisado todo o contrato junto com Edgar e seu assessor. Os três conversavam entusiasmados sobre o início das gravações. Eles não perceberam que eu estava preocupado. Heitor ainda não havia chegado. Samantha estava a caminho, avisou-me através de mensagens que trocamos enquanto eu estava no estacionamento. Minutos depois, os avistei adentrar no restaurante e pude notar a felicidade nos olhos do meu amigo. Já nas feições de minha namorada, o sentimento visível era o de aborrecimento.

— Por que não me avisou que ele estaria aqui? — disse ela, disfarçadamente, enquanto se sentava ao meu lado.

— Amor, depois nós conversamos sobre isso — falei, na tentativa de contornar a situação, pelo menos naquele momento. 

Durante o almoço, Edgar contava-nos entusiasmado sobre a pré-produção e sobre o quanto estava empolgado, pois finalmente decidi assinar o contrato. Disse que sabia que eu iria aceitar o papel e que pediu a Heitor que aguardasse a minha decisão para que pudéssemos registrar esse momento, o qual traria muito retorno para as nossas carreiras. Então tiramos fotos e fizemos boomerang juntos, no intuito de já começarmos a causar certo suspense acerca do que viria pela frente.

Ele não queria perder mais tempo. Já na manhã seguinte as gravações seriam iniciadas, primeiramente as de algumas cenas que seriam realizadas na rua. Eu estava animado, apesar de preocupado com as explicações que teria que dar a Samantha por não tê-la avisado sobre Heitor. Por mais que Edgar tivesse falado tudo aquilo, com certeza ela achava que eu já sabia e que armei tudo às escondidas.

Depois de todas as formalidades, fomos os primeiros a nos despedirmos. Rafael veio logo em seguida. Precisávamos passar na gravadora para definir os detalhes do próximo clipe que gravaríamos e alinharmos algumas ideias sobre o novo DVD. Eu faço questão de participar de cada detalhe. Esse projeto é diferente, a gravadora fez um grande investimento financeiro. O último que lancei tinha uma pegada mais acústica, cenário discreto e causou um bom retorno. Por isso, querem que esse seja mais impactante e eu amei essa ideia! É uma oportunidade de sair da minha zona de conforto e me arriscar em algo novo. Estou trabalhando em cima dos meus maiores sucessos e dando uma repaginada nas músicas. Complementei o álbum com duas músicas, que pretendo divulgar em um show de lançamento assim que terminarmos. Rafael tem me ajudado muito. Ele tem muita experiência nessa área e está à frente da produção. 

Por sorte, estávamos cada um com o seu carro e isso me dava mais tempo para pensar no que dizer. Samantha estava no seu momento de silêncio e não seria eu quem quebraria isso. Ela seguia meu carro e quando chegamos à gravadora, Rafael ainda não estava lá. Então, aproveitou que estávamos sós para começar com suas queixas:

— Você não podia ter feito isso comigo! Queria me deixar sem graça na frente de todos? Você acha que eu vou acreditar na ceninha que vi? Acha que eu não sei que você planejou tudo com ele? Julian, você sabe o quanto eu não suporto esse seu amigo medíocre! Ele ainda fez questão de me esperar quando me viu chegar, para entrar no restaurante ao meu lado.

— Samantha, não é para tanto! Ele apenas foi cavalheiro. Além disso, eu realmente não sabia que ele estava na novela, mas você sabe que ele é um ator excepcional e eu adoro trabalhar com ele. Ele me ligou para me avisar minutos antes de chegarmos ao restaurante. Eu realmente soube por telefone. Não foi encenação, meu amor — falei, quase em um tom de súplica.

— Julian, assuma logo que vocês planejaram isso tudo! Achou que eu iria acreditar?! Você pode ser um excelente ator, mas a mim não engana!

— Está bem, Samantha, você está certa! Eu não quis te dizer, porque sabia que você seria contra. Mas ele é meu amigo e trabalhar com ele vai ser ótimo. 

— Ainda bem que você sabe que eu não iria aceitar. Estou decepcionada com você! E pior: ele ficou com o melhor papel. Esse deveria ser o seu personagem, não dele. Você é muito mais competente que ele!

— Heitor é sensacional, Samantha, pare com isso! Não importa se meu papel não é o principal, quantas novelas já fizemos juntos em que ele era o coprotagonista?

— Mas isso é injusto! Edgar jamais deveria ter rebaixado você assim.

— Eu não estou sendo rebaixado. Vamos trabalhar juntos! Os dois papéis têm seus pesos na novela. Você não consegue ter a dimensão de como é importante para um ator ganhar experiência com linhas diferentes de atuação. Eu aprendo com meus personagens e estou feliz com Daniel.

— Mas não é justo você mentir para mim. Deveria ter me falado desde o início e não ter planejado tudo com Heitor pelas minhas costas.

Como se eu tivesse tempo de conspirar tudo isso! Nessas horas eu realmente me sentia vencido, cansado demais para insistir e provar que eu não mentia. Provar quem eu era de verdade para minha própria namorada é doloroso demais.

Mesmo com mais de um ano de relacionamento, ela parecia não me conhecer. Sentia-me como um grande personagem. Isso colocava o meu sentimento à prova. Estava triste e ela não conseguia notar, pois suas acusações a cegavam. Era preciso que eu contasse uma história e encenasse para que ela acreditasse em mim. Parecia me conhecer apenas como ator, pois quando eu realmente era autêntico, ela duvidava da minha sinceridade.

Não deixei que minha vida pessoal interferisse na profissional. Assim que Rafael chegou, começamos a trabalhar. E foi assim o resto do dia: resolvemos diversos assuntos de trabalho. Mesmo depois de um dia tão sobrecarregado, ela continuou ali comigo. Dizia estar decepcionada, mas não ia embora, não virava as costas e sinceramente não sabia se isso era plausível ou se preferia que ela tivesse uma reação diferente.

Já era tarde quando chegamos em casa. Não esperei por ela no estacionamento. Eu me sentia cansado, queria conseguir falar tudo que estava preso dentro de mim, mas tinha receio de magoá-la. Eu tentava me colocar em seu lugar, essa é a melhor maneira de entender a mente de uma mulher. No entanto, Samantha é muito difícil! Parecia que eu precisava realmente mentir para deixá-la feliz.

— Amor, pensei melhor e estou feliz que tenha assumido que mentiu. 

Foi a primeira frase que ela disse quando chegou em casa. Tentei voltar atrás, mas percebi que era tarde demais para isso e cedi a minha própria história. Dei de ombros e ela continuou me sufocando com aquelas afirmações.

— Então, Julian, acho que você me deve um pedido de desculpas para que possamos deixar tudo isso cair no esquecimento e começarmos sem mentiras daqui para frente.

Essas palavras me atingiram de verdade. Não sou homem de chorar, porém eu estava angustiado, atormentado e ela parecia estar presa em seu próprio mundo. Perguntava a mim mesmo se valia a pena continuar com isso, se não era hora de dar um basta naquela situação. Passava por cima de minhas vontades para fazê-la feliz e ela não enxergava isso. Pelo contrário, Samantha demonstrava não se preocupar com mais nada além de seus próprios sentimentos. Não consegui conter algumas lágrimas. Odiei-me por isso! Foi então que ela começou a chorar também e vê-la assim mexia comigo.

— Não chore, Samantha! Perdoe-me! Estou errado! Não devia ter escondido tudo isso de você.

As palavras aparentavam sair da minha boca involuntariamente e logo percebi o brilho nos olhos dela. Menti, mais uma vez. Não me reconhecia mais! Afrontar o meu caráter e minha personalidade para satisfazê-la havia se tornado rotina.

A imagem do meu pai surgiu subitamente em minha mente, o que me causou perturbação. Era nítida a desaprovação em seu olhar, um olhar de condenação com a atitude que eu havia acabado de cometer. Todavia, Samantha logo começou a me beijar em sinal de aceitação do meu pedido de desculpas e realmente tudo caiu no esquecimento. Ela me puxou para o quarto e mais uma vez, como maneira de encerrarmos as brigas e discussões, fizemos amor. Era dessa forma que nos resolvíamos. Eu sentia que faltava algo em nossa relação, diálogo realmente não era o nosso forte. Entretanto, preciso confessar: eu gostava da forma que acabávamos com os nossos problemas. Qualquer homem em meu lugar não reclamaria. Ela era intensa, se entregava totalmente e seu corpo perfeito me acendia por completo. Não sei se me acostumei com a monogamia por toda a intensidade com que se entregava a mim ou se realmente por amá-la, mas, no contexto sexo, não sentia falta de ter outras mulheres, ela me supria além da conta.

Na manhã seguinte, acordei bem cedo. Ela estava dormindo nua ao meu lado. Passou uns flashs na minha cabeça da noite confusa e agitada que tivemos. Enquanto a observava dormir, permaneciam as lembranças saudáveis que tinha a respeito do nosso relacionamento e eu sentia felicidade em ter sua companhia. Percebi, naquele momento, que tinha medo de perdê-la. Samantha me amava intensamente e eu sabia que podia confiar cegamente nela. Nosso elo é forte, nos entendemos a nossa maneira e eu tenho certeza de que ela sempre estará ao meu lado.

Preparei o café da manhã e lhe deixei um bilhete. Precisava estar na Telemont bem cedo, para irmos com o transporte da emissora ao endereço onde gravaríamos. Estava animado com esse primeiro dia e confesso que estava feliz também pelo fato de saber que Samantha iria passar boa parte do dia fora. Ela participaria de um evento fitness com outras academias da região, dando-me um tempo para respirar.

Para minha surpresa, ao chegar ao local, muitas fãs já estavam ao meu aguardo em pleno sábado. Aparentemente não se importavam com o fato de ficarem ali em pé, por sorte o tempo estava agradável. Eu havia postado no Twitter, logo quando acordei, que gravaria em uma rua da Capital, mas não imaginava que elas seriam tão rápidas. Rafael, com a ajuda da produção, já havia esquematizado uma barreira e solicitado que permanecessem em silêncio para não atrapalhar a gravação. Prometeu que após eu daria autógrafos e tiraria algumas fotos. Todas muito educadas acataram as instruções e Edgar Guzman não se aborreceu por tê-las ali.

Enquanto a cabeleireira me arrumava, Salvador Garcini, o diretor, passava instruções para coordenar a cena e explicava como queria que fosse toda a gravação, apesar de estar com o roteiro em mãos; ele é o tipo de diretor com o qual eu gosto de trabalhar. Ele gosta das coisas bem feitas e se envolve na história, o que faz com que sempre tenha o controle de tudo.

Daniel Hernandez, o meu personagem, estaria muito apressado, pois estava atrasado para uma entrevista e nas mãos levaria uma pasta contendo currículos e documentos. E assim, Rebeca Alvarez, interpretada por Pietra Delgado, que seria o pivô do triângulo amoroso, esbarraria acidentalmente em Daniel. Rebeca se desculparia por ser tão estabanada e o ajudaria a recolher os documentos do chão. Os dois pegariam a pasta e suas mãos iriam se encontrar, dando vida ao famoso "encontro de mãos". Salvador Garcini deixou bem claro que queria um encontro de olhares, demonstrando amor à primeira vista nessa hora, porque iriam enquadrar bem a câmera. Após, Rebeca ficaria sem graça, pois é muito envergonhada e Daniel agradeceria. Assim, Alvarez se despediria de Daniel e partiria sem olhar pra trás, enquanto o jovem permaneceria com olhar de admiração até findar. Gravaríamos algumas tomadas dessa cena e depois, outras cenas mais exclusivas do meu personagem, porém com outro figurino mais simples e lavando carros, para mostrar que ele é trabalhador. Esse nós gravaríamos muitas tomadas diferentes com carros distintos e precisaria mudar algumas vezes o figurino também. Edgar queria que mostrasse bem a rua e que a cena fosse muito realista.

Eu ainda não conhecia Pietra, mas imaginava que certamente seria muito bonita. Ela estava no camarim ao lado do meu. Minha preocupação era com Samantha, certamente ficaria com ciúmes quando a conhecesse também.

E assim, aconteceram todas as cenas, como o diretor havia proposto; ficamos horas ali, paramos apenas para um breve almoço. Pietra é realmente linda e muito graciosa. Rafael me disse que era sua primeira novela. Edgar gosta de dar oportunidades para novos atores, assim como fez comigo, diz que uma cara nova com muito talento prende a atenção de qualquer um e pelo pouco que vi de Pietra, não tinha como discordar.

Assim que Salvador falou o famoso “corta” encerrando a gravação, pude ouvir as palmas e em seguida as minhas Julietes começaram a gritar: "LINDO!", "MARAVILHOSO!", "JULIAN, EU TE AMO!" e muitos outros elogios. Eu não conseguia conter a felicidade de estar ali e de tanto prestígio a minha volta. Eu estava molhado devido à cena dos carros. Daniel é atrapalhado e se molhava enquanto lavava os carros e ainda por cima estava com uma blusa branca. Isso só chamava mais atenção para o meu corpo. Eu precisava trocar de roupa para poder falar com elas. Acenei mandando beijos e agradecendo o carinho e fui para o camarim. Enquanto eu trocava de roupa, pude ouvir um grande alvoroço e reconheci a voz. Samantha havia chegado e estava esbanjando simpatia. Por um minuto eu quis sumir, ela conseguia fazer mais escândalo sozinha do que todas as fãs que ali estavam.

— Saiam daqui, cadê os seguranças?! Um bando de mulheres assanhadas! Ele já tem dona! Como podem ser tão oferecidas?! Acabou a palhaçada, vamos, saiam!

Não tive tempo de me trocar. Saí do jeito que estava, pois precisava fazer com que ela parasse logo com o escândalo antes que o meu diretor viesse falar comigo.

— Samantha, o que você está fazendo?

— Elas precisam me respeitar, sou sua namorada. E você, por que está sem blusa?

Quanto mais ela falava, mais as minhas fãs gritavam e eu não conseguia contornar a situação. Seria cômico se não fosse trágico. Eu não estava acreditando que aquilo estava acontecendo. Sabia que ela não gostava das minhas Julietes, mas nunca imaginei que poderia chegar a me envergonhar dessa maneira.

Eu a olhava sério para que entendesse como estava me sentindo. Havia virado um grande stand up, todos da produção estavam disfarçando os risos e Pietra ficara de longe observando ao lado de Salvador Garcini e de Edgar Guzman. Infelizmente Heitor não estava na gravação, pois as cenas eram exclusivas do meu personagem. Tinha certeza de que ele me ajudaria se estivesse ali. Nós tínhamos muitas fãs em comum e ele saberia bem o que fazer.

— Samantha, você está me envergonhando. Pare com isso, estão todos olhando.

Quanto mais baixo era meu tom de voz, mais alto ficavam seus escândalos. Eu nunca tinha visto ela assim. Estava transtornada, totalmente enlouquecida. Seu ciúme tinha a dominado. Ela tentou me beijar para fazer cena e medir forças com as fãs, como se eu fosse um troféu. Mas aquilo tinha passado do limite, não consegui retribuir e nem permanecer ali. Virei o rosto, voltei para o camarim improvisado e me esparramei na poltrona deixando-a com suas crises de histeria. Enquanto isso tudo acontecia, Rafael estava solicitando às Julietes que fossem embora, pedindo desculpas por mim e pela atitude de Samantha. E elas foram se retirando em silêncio. Elas perceberam o meu olhar durante minha discussão com Samantha e conseguiram entender que eu não estava feliz com nada do que estava acontecendo. Eu esperava que minha namorada tivesse uma atitude parecida. Ela dormia e acordava ao meu lado, deveria me conhecer bem, mas as fãs foram mais compreensivas e mais educadas, provando me conhecerem melhor do que ela.

Samantha chegou devagar e sentou em meu colo enquanto me acariciava tentando disfarçar a besteira que fez. Começou a falar:

— Amor, por que virou o rosto? O que te incomoda? Você acha certo elas ficarem dando em cima do meu namorado?

— Os seus ciúmes me incomodam! Queria me beijar para se exibir. O que significou aquilo? Por que as chamou de oferecidas? — falei, indignado.

— Mas não é isso o que elas são?

— Samantha, por Deus! Elas são fãs; me admiram, me amam! Não porque eu dou em cima delas, mas pelo meu trabalho. Não foi do nada que cheguei até aqui. Nascer em berço de ouro não garante uma carreira. Será que você entende isso?

— Desculpa, meu amor, eu pensei...

Não conseguia ouvir a voz dela, eu estava irritado demais para ouvir explicações e desculpas sem nexo. Eu permanecia imóvel e olhava para o teto enquanto ela falava.

— Pensar é uma coisa, ser é outra bem diferente! Você precisa tratar de controlar esse ciúme possessivo, está difícil assim.

O que eu admirava em mim mesmo era minha calma e a paciência. Outro em meu lugar iria acabar tudo ali mesmo, mas eu percebia que minha namorada estava doente e precisava de ajuda para se tratar. Esse ciúme não podia ser normal, ela não era assim quando a conheci, ou era?

— Desculpa, meu amor. Que tal irmos para o seu apartamento? Dizem que a melhor parte de uma briga é a reconciliação.

Disse tentando parecer sexy, enquanto envolvia seus braços em minha cintura me puxando para perto. Ela geralmente sabia exatamente como fazer para que eu não negasse nenhum de seus pedidos, mas dessa forma nunca iria funcionar; meu sangue estava quente, a raiva ainda me dominava e não seriam seus apelos que me fariam mudar tão depressa. Precisava pedir desculpas às meninas e a todos que presenciaram aquele trágico momento. Eu estava percebendo que ela sabia como me dominar. Tinha um manual de como me manipular. Fazia o que queria, falava o que pensava sem se preocupar com as pessoas. Mas dessa vez ela tinha ido longe demais, havia tocado em um ponto complicado da minha vida. Ver a tristeza no rosto das minhas fãs me deixou triste também.

— Você sabe que não posso, tenho muito trabalho. Marquei de me encontrar com Heitor na emissora, precisamos ensaiar, também tenho outros assuntos da novela para tratar lá. E ainda pretendo passar no estúdio com Rafael. Sinto muito, mas sem condições.

— Eu vou com você, já treinei e gosto de acompanhar o seu trabalho. Me perdoe pelo que aconteceu, mas fiquei realmente fora de mim. Prometo me comportar.

— Está bem, Samantha. Faça como quiser. — Foram as únicas palavras que consegui pronunciar.

O dia foi corrido, mas eu nunca me senti tão bem. Trabalhar com Heitor rendia boas gargalhadas na certa.

Sentia falta do meu amigo e mesmo com Samantha por perto ele parecia não se importar, continuava autêntico. Ensaiamos muito as cenas que começaríamos a gravar na segunda-feira. Passamos quase todo o final da tarde na emissora. Samantha também me acompanhou até a gravadora. Chegamos em casa bem tarde e por sorte não tínhamos nada programado para o domingo, além de irmos jantar na casa dos pais dela. Eu ainda estava chateado com o que acontecera pela manhã, mas ela se achegou aos poucos e eu, como sempre, fui cedendo. O dia fora muito cansativo e não estava em condições de discutir, nem remoer ainda mais aquela história. Deitamos juntos, abraçados e eu passei um bom tempo pensando nas gravações, estava ansioso para que o domingo passasse depressa. Eu me sentia mais em casa na emissora do que ali, com ela.

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