Hoje, completa quatro meses que tomei a mais difícil decisão da minha vida. Sim, não foi nada fácil não me atirar nos braços do homem da minha vida depois dele demonstrar arrependimento. No dia em que a recepcionista interfonou para o meu quarto informando que Julian estava me aguardando, meu coração disparou. Pensei comigo mesma: " O que mais ele veio falar?"
Achei que uma nova discussão fosse acontecer. Que repensou sobre a nossa conversa e que tinha mais argumentos para me repreender a sua maneira. Por isso, não fui até a recepção, muito menos autorizei que ele viesse até mim. Quando dei por mim, ele já estava à porta. Começou a bater e gritar para que eu abrisse. Lembro bem que fiquei muito nervosa. Treinei na minha cabeça o que falar, porém jamais pensei qu
Quatro meses se passaram desde que Manuela deixou bem claro para mim que, por mais que me perdoasse, as coisas não voltariam a ser como antes. E ela tem mantido viva a sua palavra. Foram meses terríveis. Ter que vê-la todos os dias, beijá-la nas gravações, quando tudo entre nós estava desmoronando, não foi nada fácil! No dia em que Manuela se recusou a voltar comigo, eu surtei. Depois que saí do hotel ouvindo da boca dela que eu era egoísta, fiz questão de tornar aquelas palavras a realidade. Parei no primeiro botequim barato que vi e bebi. Bebi tanto que não consigo me lembrar até hoje como consegui chegar em casa. O pior é que não parei por aí. Consumi todas as bebidas que guardava no pequeno bar no canto da sala para ocasiões especiais. Não sei onde estava com a cabeça. O intuito não foi me prejudicar, ac
Nunca pensei que minha vida seria tão agitada. Desde que voltei para o México, não parei. Esse "boom" que eles deram para minha personagem, serviu para ocupar toda a minha agenda. E eu amei! Amei a experiência e estou apaixonada pela profissão. Juliana foi um presente, aprendi muito com ela. Foi recompensador! Tenho certeza de que vou levar um pouco das suas características comigo. Ela era o que toda mulher gostaria de ser, aquele "mulherão da p...": Bem resolvida, independente, inteligente e feliz consigo mesma. E acho que foi fundamental para mim me ver naquele papel. Nem acredito que passou tão rápido! Assistia as novelas, mas não tinha dimensão da trabalheira que é. E olha que eu não me envolvi na parte da produção. E ainda assim, acho que o tempo voou.Os últimos dias de gravaçã
Meus últimos dias no México! Nem dá para acreditar! Meus pais têm me apoiado muito nessa decisão tão importante na minha carreira. Minha mãe já disse que vai me visitar ao menos três vezes no ano e me fez prometer que vou fazer chamada de vídeo com eles todo final de semana. Eu que imaginava terminar a novela e ter um tempo para descansar, viajar, mas já vou me aventurar em outro papel. Estou feliz! Porém confesso que bate um medo às vezes. É tudo muito incerto, e vou só. Não terei mais Rafael para administrar a minha agenda, ele está conquistando seu próprio espaço na emissora e estou feliz por ele. Contudo, Manuela quem fará mais falta. Estou me policiando para não ficar sofrendo e remoendo a decisão dela, porém tem sido difícil. Minha consciência não me domina mais. Sei qu
Não dava para acreditar que meus pais estavam ali comigo! Jamais imaginei uma surpresa assim. Definitivamente, Julian superou todas as minhas expectativas para a noite. Imaginava uma festa animada, levar do México boas lembranças, mas nunca cogitei a hipótese de comemorar um final de novela com eles ali comigo. Minha mãe estava maravilhada com a festa. E meu pai, mesmo com seu gênio difícil, deixava escapar sorrisos hora ou outra. Os pais de Julian fizeram companhia para eles enquanto trabalhávamos na barraca. Foi divertido passar boa parte da noite ali com ele todo atrapalhado, servindo as pessoas. Antes de ir para a barraca, pedi ao DJ que tocasse Alceu Valença e Zé Ramalho. Festa caipira sem "Frevo Mulher" não é festa caipira! E ele só colocou quando eu estava trabalhando com Julian. Fiquei toda boba cantando, sem me importar com as pessoas. Raros os momentos
Senti uma forte emoção com o abraço que Manuela me deu depois do assédio que sofreu. A verdade é que eu sempre a enxerguei como uma mulher forte e destemida. Uma verdadeira guerreira, batalhadora, que corre atrás do que quer. E ali, em meus braços, eu vi o seu outro lado. Senti que precisava de mim, que precisava da minha proteção. Notei o medo em seu olhar, insegurança no seu abraço e odiei ainda mais aquele miserável por lhe fazer sentir isso. Eu sabia bem das minhas fraquezas, porém, não sei por que criei a ilusão de que ela não era como eu.A verdade é que nesses últimos meses em que ela pôde ser minha amiga, sem mentiras, sem precisar interpretar nada; ser apenas a doce e incrível Manuela, e me incluir na sua vida, eu a conheci melhor, entendi a sua história
Eu sempre deixava o celular embaixo do travesseiro para que eu pudesse senti-lo vibrar e conseguir ouvir o toque do despertador. Já o programava para despertar em três horários, acho que isso faz com que o meu cérebro e corpo se adaptem com a ideia de ter que acordar. No entanto, hoje tudo fugiu do meu controle. Estava atrasada. Pode até parecer exagero para alguns, mas eu me cobro demais em todos os aspectos. Acordei com a minha mãe batendo insistentemente à porta perguntando se eu não iria trabalhar, e por um segundo fiquei desnorteada. Apalpei a cama com a vista um pouco turva até encontrá-lo. Quando me dei conta de que estava no silencioso, saltei em direção ao guarda-roupa pegando o primeiro vestido que vi, prendi meus cabelos na tentativa de disfarçar todo o emaranhado que a cama o deixara, pois como eu, meu cabelo cacheado e volumoso, sempre acordava de ma
Eu me assusto um pouco com a ideia de tê-la por perto durante todo o meu dia. Realmente não me acostumo com isso. Ainda não é natural. Namoramos há pouco mais de um ano, mas acordar ao seu lado só passou a fazer parte da minha rotina há aproximadamente dois meses.Acordei às nove horas e fui preparar a mesa para o café da manhã. Nesses momentos eu me lembro de sua insistência a respeito de termos uma empregada. Às vezes, eu até chego a concordar mentalmente, mas não externo para não dar corda às ideias de Samantha. Gosto de manter o controle sobre o meu espaço; cuidar das minhas coisas me faz bem. Na minha opinião, seria muita luxúria alguém arrumando o meu apartamento, já que eu sempre mantive tudo limpo e organizado, mesmo com a correria dos meus dias. As roupas
Na noite passada, assisti ao filme do Julian e mais uma vez fiquei me imaginando como par romântico dele nas cenas, pois é mais fácil me imaginar no lugar da protagonista do que no da Samantha. Quero que saiba que eu não me orgulho de parecer uma adolescente enlouquecida. Mas é incontrolável. Eu. Amo. Esse. Homem. Amor de fã ninguém explica, ponto final.Já era tarde quando desliguei a TV e comecei a organizar o meu material para a aula de hoje. Mesmo cansada, fiquei rolando na cama tentando dormir. Eu não conseguia, estava ansiosa demais e não entendia por que me sentia assim. Foi de repente que senti as lágrimas. Elas simplesmente começaram a escorrer e quase que instantaneamente eu estava soluçando. Não quero e nem sou de reclamar da vida, afinal, eu tenho tudo: saúde, casa, família, emp