Fernando Duarte:Confiro mais uma vez as horas no relógio digital do meu celular, os números luminosos marcam exatamente vinte e duas horas. Uma sensação de ansiedade palpita em cada ponta dos meus dedos, fazendo-me agitar o celular entre as mãos. Perdi a conta de quantas vezes peguei o aparelho, ascendi e apaguei a tela, como se esse simples ato pudesse adiantar o tempo ou trazer alguma resposta a algo que eu sequer perguntei.Cada segundo parece uma eternidade enquanto aguardo meu coração batendo descompassado no peito se acalmar.“Por que está assim? Voltou a ser um adolescente, foi?” — Meu subconsciente debocha de mim diante a minha covardia. “Um homem de trinta e dois anos com medinho de enviar uma mensagem” — reviro os olhos com o quão provocador a minha mente está hoje; num rompante de inconformação com os meus pensamentos, começo a digitar, o toque suave das teclas digitais do celular sob meus dedos é como uma dança ansiosa, escrevo e apago várias vezes.Drogaaa! F
Laura Martins:Oliver olha para Mike com uma sobrancelha arqueada, alternando o olhar entre ele e a mão estendida em sua direção, como se estivesse decifrando um enigma complexo.— O que quer? — Oliver pergunta, sua expressão um misto de curiosidade e desconfiança.— Hoje, os homens que pagam a conta — responde Mike, repetindo a frase com uma ponta de impaciência, seus olhos rolando em um gesto de exasperação.A reação de Oliver é impagável. Ele franze o cenho, como se estivesse ponderando a situação, e então solta a pérola:— Então pague — declara, com um gesto casual, como se estivesse sugerindo a solução mais óbvia do mundo, e volta sua atenção para o celular, como se nada tivesse acontecido.Prendo o riso diante a resposta de Oliver enquanto Mike olha para ele com uma expressão de incredulidade, como se não pudesse acreditar no que acaba de ouvir.— E o senhor, tio Oliver? — Maya indaga, sua voz inocente quebrando o breve impasse, trazendo Oliver de volta à realidade.Oliver fecha
Laura Martins: — A porta, está aberta, o sr. Fernando está esperando-a na cozinha — Pedro avisa quando saio do carro. Aceno com a cabeça e percorro o caminho de pedras entre as flores até a entrada da casa de Fernando, ao passar pelo umbral da porta, minhas narinas são preenchidas por um delicioso aroma, seguindo o cheiro, faço o caminho até a cozinha de Fernando. Ao adentra, meus olhos são imediatamente atraídos para Fernando, cujo o corpo está curvado sobre o balcão da pia, imerso em uma concentração intensa. Seus movimentos são precisos e coordenados; ele está tão absorto que sequer escuta o som das minhas galochas contra a piso aproximando-se por suas costas. A nossa diferença de altura é notável, mas com sua postura inclinada me permite ter uma visão clara por cima de seus ombros dos pratos que ele está arrumando. Fico nas pontas dos pés, para ficar mais próxima de seu ouvido, o cheiro do seu perfume amadeirado invade o meu nariz fazendo o meu coração soltar uma batida. Que ch
Fernando Duarte: O meu coração b**e tão rápido que chega a ser doloroso, fiquei tão assustado quando a vi sendo engolida pelas águas claras da piscina que um choque de medo percorreu todo o meu corpo me arrepiando horrivelmente; eu não deveria ter soltado a bicicleta, para começo eu sequer deveria ter sugerido ensina-la, se ela se afogar a culpa vai ser somente minha. Apesar da minha extrema preocupação, enquanto tiro os seus fios molhados de seu rosto, para ter garantias que ela não se machucou, noto ainda mais a sua beleza, gotas de água deslizando por seu rosto e algumas contornando a sua boca entreaberta não ajuda em nada o meu coração a se acalmar. Os olhos de Laura descem para a minha boca, encarando-a com uma intensidade tão grande que a sinto formigar sob seu olhar. Sua respiração é calma, contrastando com a agitação que parece tomar conta de mim. Mas, de repente, antes que eu possa processar a situação, Laura se lança em minha direção, colando a sua boca na minha, pego de s
Mike Silva:— Eii, pode me ajudar? — Ergo as vistas do tablet, onde confiro as atividades do dia, ao sentir um toque delicado na minha camisa.— No que precisa de ajuda, querida? — Pergunto, com um sorriso de lado, jogando o meu charme para ela, que retribui, sorrindo também.A moça a minha frente é linda, tem cabelos castanhos escuros e um tremendo par de melões enormes na comissão de frente. Meus olhos escaneiam o restante de seu corpo, conferindo seu formato ampulheta, um dos meus favoritos.— Preciso levar essas malas, são dos modelos, mas elas estão muitooo pesadas — ela conta, apontando para umas quinze malas enormes amontoadas na entrada da empresa.— Deixaram você responsável por carregar isso tudo sozinha? — Indago, com as sobrancelhas arqueadas em descrença. — Não acredito que fizeram isso com uma dama delicada como você.— Pois é, a equipe tem muitos homens, sabe? Mas todos tiveram algum problema e me deixaram pra levar essas malas — relata, fazendo beicinho, que gracinha.
Fernando Duarte:— Você está linda — comento em pensamentos, enquanto meus olhos teimam em não desviar dela. Instantaneamente, Laura ergue ambas as sobrancelhas, seus olhos se arregalam em surpresa, e suas maçãs do rosto são tingidas por um vermelho suave, dando um charme ainda maior à sua pele morena. Será que...?— O-obrigada — ela murmura, desviando o olhar do meu. É, eu falei em voz alta, idiota!— De nada — respondo, mesmo sem ter a intenção de elogiá-la em voz alta. Ela não precisa saber disso.— Então, você tem uma secadora, né? Preciso secar as minhas roupas e voltar ao trabalho.— Tenho sim — respondo, levando do sofá e estendo minha mão para ela.— O que foi? — Ela pergunta, as sobrancelhas franzidas enquanto encara a minha mão estendida.— As roupas — chacoalho a mão, impaciente, por que ela sempre desconfia de qualquer coisa vindo de mim? Ela implicou até porque eu puxei a cadeira para ela lá no evento. — Irei colocar para secar — explico, e reviro os olhos. Haja paciência
Laura Martins: À medida que vamos nos aproximando do carro, passo um dos meus braços sobres os meus seios, dentando escondê-los. Com a outra mão puxo nervosamente a camisa social de Fernando, que apesar de cobrir até o meio das minhas coxas, me sinto exposta demais. Tento me esconder por trás de suas costas enquanto caminhamos, para que o senhor Pedro não possa me ver nessa situação degradante. Fernando abre a porta do carro para mim, sento-me e ele entra pelo o outro lado do veículo. Encolho-me no banco, não tenho coragem nem de olhar para o motorista. Sem delonga, Pedro dar partida, o som do moto preenche o silêncio ensurdecedor dentro do carro. Encosto a minha cabeça na janela, uma sensação de tristeza tomando conta de mim. Respiro fundo e fecho os olhos, na minha mente só consigo pensar no que aconteceu com Mike e Oliver. Por que Fernando ficou tão irritado com eles? E por que os repórteres e os policiais estão envolvidos? São tantas perguntas sem resposta. É até difícil acred
Fernando Duarte:O sol escaldante brilha implacável sobre o asfalto enquanto eu me aproximo da entrada da empresa, criando uma atmosfera sufocante que reflete minha própria tensão interna. Cada passo que dou parece mais pesado do que o anterior, como se estivesse carregando o peso de todo o mundo nos ombros. Os repórteres se amontoam, me cercando como abelhas furiosas, suas vozes soando como zumbidos irritantes em meus ouvidos, empurrando microfones em minha direção enquanto suas perguntas cortam como facas afiadas. Os flashes das câmeras piscam incessantemente, capturando cada movimento meu. — Senhor Duarte, como você se sente sobre as acusações contra os seus funcionários?— O que o senhor tem a dizer sobre o roubo dos modelos da empresa de seu padrasto?— O senhor tem algum envolvimento com o roubo?Eu os ignoro, com os lábios serrados e deixando meus olhos fixos à frente, mantendo minha expressão impassível enquanto avanço para a entrada do prédio, meu silêncio servindo como uma b