Família

– Lia? – Chamei da porta.

– Estou na cozinha. – Sua voz vinda do outro cômodo imediatamente me reconfortou. Suspirei aliviada. – Por que veio tão cedo?

– Também não sei, devo estar envelhecendo. Hum torradas. – Disse ao roubar uma antes que Lia chegasse a tempo para me impedir.

– Idiota.

– Vai fazer o que hoje?

– Ir à festa do Rafael? – Comentou como se fosse óbvio.

– Antes disso, meu anjo. Quer dar uma volta?

– Eu marquei com a Isa. – Avisou sem jeito. – Você quer ir conosco?

– Nah, deixa para lá. – Peguei mais uma torrada e coloquei-a na boca tentando disfarçar a inquietação em minha barriga por imaginar estar sozinha novamente.

– Você pode parar com isso?

– Cum quo? – Disse inocente ainda com minha boca cheia.

– Você é tão irritante. – Soltou levemente irritada.

– Você é tão irritante. – Repeti imitando-a fazendo seus olhos se revirarem.

– Você acha que eu tenho que levar algum presente? Não é aniversário dele nem nada. O que a gente dá quando alguém consegue passar em
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