Com Sigmund no colo, Althea fechou a porta do salão e serviu vinho. — Há oito meses, Epidotes relatou a inconstância de Ketu, sem detalhes. Poucos sabiam haver civilização em Aakash — disse Agniprava, bebendo o vinho. — Os irmãos de Burma sugeriram buscar os Nats em Popa. Fomos parte à Popa, parte à Aakash. Recebemos um documento dos Nats para termos com a vila e soubemos de sua relação distante dada a natureza reclusa de Aakash. Na vila, notamos a proteção num vasto território. Dada a atribulação no caminho dos mortos, não o usamos. Esperamos para tentar falar com alguém, mas ninguém deixou o perímetro da proteção por todo o tempo que ficamos. — Os vegetais que a floresta não provê são plantados sobre o lago. Ir até lá é desnecessário, um luxo! As crianças o fazem mais que os adultos ou jovens — disse Sigmund, tentando colaborar, mesmo desconfortável. — Guardamos o documento e observamos, tivemos contato com o sétimo general, mas não arguimos. A ocorrência se deu… agora, estamos aj
— As coisas com o pequeno Sigmund, atualmente, estão razoáveis. As incidências com a Loucura são constantes… mas, sua grande compreensão de si ajuda com o bom fluir dos eventos — explicou Althea. — O que vi, abaixo da máscara, é Bodhi? — arguiu Ianos, curioso. — Não se ele puder evitar, segundo o próprio — respondeu Althea. — Ele teve problemas com theravadas, logo é uma aversão generalizada. — Meu aprendiz terá trabalho com o vizinho! — Ianos riu. — Tenho fé que o próximo Algos será ajuizado — bem-disse Alexa. — Eles terão problemas. Seu aprendiz terá mais dificuldades do que você teve com Aldous, provavelmente… — Althea riu, nostálgica. — Não foi difícil. É um grande homem, me orgulho de conhecê-lo e chamá-lo irmão. Mesmo tendo suas forças sugadas pela guerra, resiste de pé! É um exemplo. Gosta de me hostilizar, mas não incomoda. Não pode fugir de sua natureza e esta não muda sua grandeza. — Ianos, pode me ajudar? — pediu Althea. — Há uma mulher, nativa de Aakash, de quem prec
Ambos seguiram à área de treinamento, similar ao primeiro salão, com o adendo das manchas de sangue e o forte cheiro de ferro. — Nossa! — reclamou Sigmund. — Alguém morreu aqui? — Em todos os lugares morreram. Falando da minha geração — lamentou, seguindo ao centro. — Soube que usa as mãos nuas, somos dois! — O mestre sorriu, virando-se para Sigmund — Dê seu melhor. Aldous fechou os olhos e suspirou, deixando a hostilidade e desejo assassino fluírem para a aura que o envolvia. Sigmund assustou-se, mas corajoso, correu para atacá-lo. Aldous defendeu seus ataques, analisando cuidadosamente seus movimentos e a constância com a qual desperdiçava energia. — Precisa pensar, monge! — instruiu, pegando o braço de Sigmund. A dor alastrou-se, tirando um grito estridente do menino. Aldous o lançou, como se jogasse um saco de lixo. Sigmund caiu longe. Sentiu o ar faltar logo optou por recuperar-se devagar. — Já está sentindo a Loucura, monge? Que rápido — criticou. — Pense! Não é um anima
Aldous ainda observou Althea subindo os degraus. Apenas entrou quando ela entrou na escadaria vizinha. Concentrou-se para observar todos que estavam na sétima escadaria, receoso dos rapazes terem ido à Alexa, mas felizmente ninguém saiu. Pegou vinho e voltou à área de treinamento, onde Sigmund dormia. Enquanto tomava seu vinho, começou a montar sua próxima aula. Sabendo da inexperiência dos rapazes, manteve-se atento para tomar a frente e guiar as almas mais complexas, poupando-os do estresse. Eram poucas: um viciado em LSD, perturbado, que finalmente conseguiu paz e distância da vida; uma prisioneira de prazeres passageiros que levaram-na a óbito, mas, um óbito satisfatório. Sigmund despertou num pulo, com falta de ar. — Monge! Finalmente acordado, supus que dormiria toda a semana — disse Aldous, sem olhar na direção de Sigmund. — Dormi isso tudo!? — assustou-se, ainda se sentindo cansado. — Somente cinco dias, o que é quase uma semana! Se continuar assim, morrerá antes do p
Aldous, Chase, Byron e Fitz rumaram a sétima escadaria. Passando na frente da oitava, o violino de Ianos tocou no íntimo de Aldous. “Meu irmão, como você está?”, perguntou. Aldous olhou para o salão, sorrindo, permitindo Ianos o avaliar. “Bom dia, irmão. Precisa de cuidados, mas deve saber.”, alertou Ianos. — Vamos nos reunir em seu quarto — disse Aldous, ao chegar. O guardião concentrou-se, observando onde todos estavam e para seu alívio, a horda estava desperta, trabalhando; observou Sigmund, confirmando que ele ainda dormia. Seguiu ao quarto da horda com os rapazes. Ao entrar, fechou a porta e sentou ao chão, recostado. “Meus filhos.”, invocou, no íntimo de todos. — Meu pai — cumprimentaram, ao chegar, em uníssono. — Temos trabalho! — Ele disse, escusando-os. Eles espalharam-se à vontade no quarto e Chase tomou a palavra: — Acordamos com Alexa que, por uma semana, os rapazes enviarão relatórios. Baseado nisso, repensará sua estadia! Logo, trabalharemos. Latisha e Laura p
— Pode ser específico e dizer como se sente? — perguntou Aldous. — Não estou trêmulo. — Ele estendeu a mão. — Não forço para isso, mas sinto seu pulsar em mim. Não sinto os pulmões cheios como acontece com a falta de ar, mas sinto se alastrar pelo tecido… é quente! — Ele riu, pondo a mão no peito. — Parece não haver nada no mundo que não possa fazer gritar e estou insatisfeito por nada estar gritando. — Impressionante! Isto é ótimo! — pasmou Chase, olhando-o. — Sem dúvida, fascinante! — concordou Aldous. Fitz lidou com Chase e foi a cozinha, buscou vinho e três taças, recolheu a louça suja e voltou aos seus afazeres. — Quando notou o pai em pé porque optou por atingi-lo? — Ele explicou a falta de ar. Quando o vi parado, buscando ar, foi óbvio. Não aliviou, mas arranquei uma reação sua, pelo menos. — Sábio, porém precipitado! — disse Chase, pegando a taça com o vinho vibrando, como se estivesse sobre a mesa num terremoto. — Cri que ajudaria. Ao menos, adquiri experiência. — Ele
Aldous permaneceu prostrado no altar. Na hora da refeição noturna, com o ânimo renovado, juntou-se. — Olá, meus filhos! Que Macária nos abençoe! — Sorriu. — Algos — cumprimentaram, em uníssono. A refeição foi silenciosa. Ao fim, Aldous tornou a cumprimentar e seguiu até Sigmund, ainda adormecido. O mestre verificou sua saúde e sentou na cama ao lado. Antes que Aldous pudesse tocar sua lira para despertá-lo, sentindo alguém tão próximo, o menino despertou. — Olá, criança! — Aldous sorriu. — Dormi muito? — perguntou, sentando. — Suficiente. Como se sente? Dores? Irascibilidade? Mau humor? — Estou bem, o corpo dói, mau humor é normal… tenho sede! — A soma de muito tempo sem ingerir líquidos e a memória do corpo, pensando estar vivo, deve estar causando isto. Passageiro! — Como consegue!? Chegar como se nada tivesse acontecido! Não consigo me enxergar passando por isto e ficando bem. Como é possível, mergulhar em Loucura e agir naturalmente depois, sem o mínimo receio? — questi
— H-he-her… — Latisha gaguejou, espigada como um gato, com os olhos arregalados e o ar faltando. — Não encosta em mim… eu… v-vou… chamar alguém… — disse, trêmula, afastando-se. Byron, que vinha logo atrás, pôs a mão no ombro de Latisha. — Himeros, o que houve!? — preocupou-se. O doce perfume passeou pelo corredor. Byron fechou o semblante. — O… her… — Sua pele começou a avermelhar, enquanto lascívia passeava, intensificando o perfume. — Foi… um… ac-acidente! Byron olhou sobre seus ombros e viu Sigmund caído, estático. — Herdeiro, se acalma! — disse, aproximando-se do menino, rindo. — Não sentirá nada. Himeros, sai… e se acalma… — ordenou Byron, despertando Latisha do transe que lhe acometia. — Sim, d-de-desculpa… meu tenente-general! — Ela saiu, aturdida. Usando sua energia, Byron dissipou o perfume. Pegou a mão do menino, removendo os resquícios do toque, que o mantinham estático. — Herdeiro! — chamou, em voz alta. — Acorda! — D-desculpa, o que houve? — Ele se assustou, des